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Casal de colombianas reconstrói vida na Suíça após fugir de ameaças de morte

28 de Agosto de 2018, 17:48 , por ONU Brasil - | No one following this article yet.
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Na Colômbia, em seu país natal, a ativista Daniela lutou arduamente pelos direitos das pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais (LGBTI), oferecendo-lhes conselhos e um ombro amigo. Em um país marcado pela violência, seu ativismo nem sempre foi bem-vindo.

Era véspera de ano-novo em 2009, quando ela percebeu que teria que fugir. “Eram duas da manhã”, lembra Daniela, 35 anos, que morava no interior da Colômbia.

“Eu estava comemorando o ano-novo em uma cidade próxima quando dois homens armados se aproximaram de mim. Eu senti meu estômago doer.”

“Eles me levaram de lado e me disseram que eu era um mau exemplo para as crianças. Eles me disseram que eu tinha um dia para sair.”

Daniela correu para casa e, sob o pretexto de que lhe ofereceram um emprego, foi para Bogotá no dia seguinte. Ela deixou para trás sua mãe e filho, e também a pequena empresa que sustentava a família.

Em Bogotá, continuou a fazer campanha pelos direitos LGBTI. Conheceu sua parceira, Sofia, e finalmente foi reunida com seu filho, que hoje tem 10 anos. Durante os quatro anos seguintes, a família viveu em relativa segurança.

Até que Daniela e Sofia começaram a receber novas ameaças. “Eles começaram a imprimir pôsteres de ódio com meu nome e começaram a me assediar pelo telefone”, diz Daniela.

Ela foi forçada a mudar de casa e de emprego. A família também mudou sua rotina diária para evitar perigo. “Estávamos constantemente ansiosos, assustados”.

Quando dois amigos ativistas de Daniela e Sofia foram assassinados, ela soube que teria que fazer as malas e sair de casa mais uma vez.

Foram para a Suíça em dezembro de 2016 e solicitaram refúgio assim que chegaram.

Era meados de dezembro e fazia muito frio no país europeu que, no entanto, ofereceu recepção calorosa ao casal. Graças a um projeto comunitário local, Daniela e Sofia encontraram segurança no oeste suíço, após passarem três meses em um centro de recepção.

Desde que chegaram, Daniela e Sofia têm trabalhado incansavelmente para reconstruir suas vidas. O primeiro objetivo do casal é aprender francês para que possam retomar seu ativismo LGBTI. Elas também estão estudando e se voluntariando em uma academia de futebol local. O filho de Daniela está fazendo novos amigos na escola.

“Quando as pessoas fogem de suas casas e comunidades, suas redes de apoio se tornam frágeis e quebradiças, e os riscos de proteção que enfrentam muitas vezes se tornam mais graves”, disse Filippo Grandi, alto-comissário da ONU para refugiados, em um vídeo que marca o Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia no dia 17 de maio.

“Encontrar e desenvolver redes de apoio adequadas é, portanto, crucial para o cumprimento de seus direitos e permitir que eles sigam suas aspirações nos países e comunidades em que buscam proteção”, acrescentou.

Daniela é grata por ter encontrado um refúgio seguro para viver e amar na Suíça. “Quando vejo meu filho feliz e envolvido na comunidade local e todas as oportunidades que estão abertas para ele no futuro, sonho em construir uma vida aqui na Suíça”.

“Mas se a situação permitir, espero um dia retornar à Colômbia para apoiar as pessoas LGBTI lá.”

O ACNUR está comprometido em proteger os direitos dos refugiados LGBTI e solicitantes de refúgio, bem como realçar a importância das redes e coligações que apoiam as pessoas deslocadas de suas casas.


Fonte: https://nacoesunidas.org/casal-de-colombianas-reconstroi-vida-na-suica-apos-fugir-de-ameacas-de-morte/

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