Durante o primeiro semestre de 2012, o mercado de trabalho da América Latina e do Caribe resistiu, de certa forma, ao enfraquecimento da economia regional, o que permite esperar uma evolução positiva dos indicadores de emprego e desemprego para este ano, afirmaram hoje (5) a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Os dois organismos das Nações Unidas apresentaram uma nova edição de sua publicação conjunta, Conjuntura do mercado de trabalho da América Latina e do Caribe, na qual indicam que a taxa do desemprego urbano regional manterá sua tendência de queda e terminará 2012 com uma variação de 6,4%, menor que os 6,7% apresentados no ano passado.
A tendência positiva se manterá, apesar da desaceleração na taxa de crescimento, que passou de 4,3% em 2011 para aproximadamente 3,2% este ano. A publicação destaca que o mercado de trabalho tem sido chave para evitar uma desaceleração ainda maior da economia, pois houve um acentuado aumento do poder de compra de moradia, através da geração de emprego e aumento do salário real.
Ainda que as perspectivas regionais sejam positivas, a CEPAL e a OIT advertem que os países da região terão um desempenho heterogêneo. Em um grupo de nações registra-se uma desaceleração, tanto na geração do emprego em geral como no emprego formal, enquanto em outro apresenta um maior dinamismo graças a um crescimento econômico baseado em um aumento relativamente elevado do investimento (Chile, Equador e Panamá) ou das exportações (Costa Rica, México e Nicarágua).
Impacto da crise sobre os jovens
Segundo o estudo, os jovens sofreram o impacto da crise financeira internacional de forma similar a dos adultos, mas com o agravante de haver partido de uma situação inicial desfavorável, de maior desemprego e maior precariedade de trabalho: antes da crise de 2008-2009 a taxa de desemprego dos jovens de 15 a 24 anos era entre 2,3 e 5,5 vezes maior que a taxa dos adultos de 25 anos e mais.
Entretanto, a brecha entre o desemprego juvenil e o adulto, durante a crise, aumentou somente em cinco países, e diminuiu em oito, incluindo as nações maiores como o Brasil (de 3,4 vezes em 2007 para 3,2 vezes em 2009) e o México (de 2,7 vezes para 2,5 vezes). No conjunto de 13 países da região, a brecha passou de 2,9 vezes em 2007 para 2,8 vezes em 2009.
A publicação destaca que se mantêm problemas estruturais que afetam negativamente a inserção dos jovens no mercado de trabalho e, com isso, suas perspectivas de vida de mais longo prazo e o potencial de desenvolvimento das sociedades.
Clique aqui para ter acesso ao estudo conjunto.
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