Crianças e adolescentes participam do lançamento da campanha #DignityIsPriceless. Foto: UNRWA/Khalil Adwan
O chefe da ONU, António Guterres, pediu apoio da comunidade internacional para arcar com o rombo de 446 milhões de dólares no orçamento da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA). Crise financeira começou com a decisão do Estados Unidos em janeiro de suspender suas contribuições para o organismo, que atende a 5 milhões de palestinos na Cisjordânia, Síria, Jordânia, Líbano e Gaza.´
O Estado norte-americano era o maior doador da UNRWA. Na avaliação de Guterres, as lacunas de financiamento são bem mais graves do que problemas orçamentários do passado. A situação pode levar a um “corte de programas de forma muito mais implacável”.
As iniciativas ameaçadas “vão de escolas a saneamento e (fornecimento de) remédios até microcrédito para garantir a segurança alimentar de cerca de 1,7 milhão de refugiados em pobreza extrema ou afetados pelo conflito”, afirmou o secretário-geral.
Guterres anunciou ainda que o Fundo Central de Resposta de Emergências (CERF) colocou à disposição da UNRWA um valor excepcional de 30 milhões de dólares. Atualmente, a agência opera cerca de 700 escolas e 140 clínicas.
Pedindo aos Estados-membros da ONU que doem o máximo que puderem para a agência, o dirigente alertou que, se nada for feito, “o sofrimento humano poderá seguir um rumo desastroso e imprevisível”.
Com a crise financeira, a UNRWA lançou a campanha Dignidade não tem preço, que visa angariar mais de 800 milhões de dólares para ações na Síria, em Gaza e na Cisjordânia.