Ao se despedir na última quarta-feira (12) dos funcionários dos Escritórios da Organização na América Latina e Caribe, por meio de videoconferência, o Diretor Geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavia, fez várias referências positivas ao Brasil e ao avanço do processo de implantação da Agenda de Trabalho Decente no País.
Juan Somavia deixará o cargo no início de outubro e será sucedido por Guy Ryder, eleito na Conferência Internacional do Trabalho realizada em junho passado em Genebra.
Somavia salientou que a discussão do conceito de Agenda de Trabalho Decente, lançada em 1999, no início de sua gestão, ganhou considerável reforço na Conferência Interamericana de Ministros do Trabalho, realizada em Salvador, em 2003, depois de ter sido discutida na Reunião Regional Americana da OIT em Lima, em 1999. Também na Cúpula das Américas, ocorrida em Mar del Plata, Argentina, em 2005, o tema foi incluído como prioridade pelos chefes de Estado da região.
O Diretor Geral da OIT também lembrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tão logo assumiu o seu primeiro mandato em 2003, tomou como compromisso visitar a sede da OIT em Genebra como primeira organização do Sistema das Nações Unidas a que ele compareceria. Além disso, lembrou que o Estado da Bahia ganhou destaque especial por ter adotado a primeira agenda subnacional de trabalho decente, em 2006. Todo esse processo realizado no Brasil, observou, culminou com a realização da I Conferência Nacional de Emprego e Trabalho Decente, em agosto último, em Brasília.
Primeiro latino-americano a assumir a Direção Geral da OIT, o chileno Juan Somavia disse que em sua gestão a região teve a primeira mulher nomeada como Diretora Regional – Elizabeth Tinoco, atual Diretora, seguida de Maria Angélica Ducci, atual Diretora Executiva em Genebra. “Tenho total convicção de que o tema de gênero é absolutamente central na agenda da OIT”, afirmou.
Na mensagem aos funcionários, o Diretor Geral também observou que os países da América Latina conseguiram enfrentar a crise financeira iniciada em 2008, com a adoção de medidas anticíclicas, citando especificamente as políticas de valorização do salário mínimo, tal como adotada pelo governo brasileiro. Ele destacou que ainda existe um tema pendente na região, que é a desigualdade.
Segundo Somavia, as demandas da sociedade e dos indivíduos serão cada vez maiores em relação aos governos, aos partidos políticos e aos operadores financeiros. A demanda por participação e diálogo está na base da criação e dos valores praticados pela OIT, concluiu, lembrando que a questão do desenvolvimento social está intimamente ligada às questões que envolvem o mundo do trabalho.
0no comments yet
Please type the two words below