“Em meio à crescente ameaça de extremistas na região do Sahel, na África, a disputa sobre o Saara Ocidental deve ser resolvida antes das hostilidades remanescentes consumirem todo esse território do norte da África, advertiu ontem (12) o enviado pessoal do Secretário-Geral da ONU para o Saara Ocidental, Christopher Ross. O enviado ressaltou que a crise na região já durou muito tempo e chamou de ‘erro grave’ a aceitação da situação atual.

A ONU está envolvida nos esforços para uma solução na região desde 1976, quando a administração espanhola colonial deixou o local e teve início o conflito entre Marrocos e o movimento conhecido como Frente Polisário, que disputavam o Saara Ocidental. Uma força de paz da ONU, conhecida como a Missão das Nações Unidas para o Referendo no Saara Ocidental (MINURSO) entrou em vigor em 1991, mas as tensões entre ambas as partes do conflito continuam até hoje.

Ross afirmou que a estabilidade na região também é ameaçada pela situação no Sahel, na África Ocidental, que tem visto a crescente presença de extremistas islâmicos e militantes, incluindo um ramo da Al Qaeda. Recentemente, em Mali, radicais islâmicos tomaram o controle do norte, onde impuseram uma versão extremista da lei islâmica muçulmana e regras rigorosas destinadas às mulheres. O enviado especial disse que as hostilidades no Saara Ocidental podem renovar a violência, o que seria “trágico para o povo local e para o norte da África como um todo”.

Após viagem à Espanha, Ross afirmou que funcionários espanhóis estão empenhados para contribuir com os esforços de mediação. O enviado da ONU também se reuniu com delegações de países vizinhos do Saara Ocidental, Argélia e Mauritânia, ativos no papel de encontrar uma solução para o problema. Ross também fará visitas a Paris, Washington, DC, Londres e Moscou.

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