
António Vitorino é o novo diretor-geral da OIM. Foto: OIM
O advogado e ex-ministro da Defesa de Portugal, António Vitorino, foi eleito nesta sexta-feira (29) para o cargo de diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM). Em coletiva de imprensa, o novo chefe da agência da ONU afirmou que o mundo vive um momento “particularmente crítico” para discutir políticas migratórias. Dirigente afirmou que trabalhará para garantir os direitos fundamentais de quem atravessa fronteiras.
“Há uma necessidade urgente de defender a cooperação multilateral a fim de gerenciar os fluxos migratórios, garantir os direitos fundamentais dos migrantes e estabelecer, de um modo sustentável, um vínculo estreito entre migração e desenvolvimento”, ressaltou Vitorino. O português sucede o estadunidense William Lacy Swing, que chefiou a OIM ao longo da última década.
Questionado sobre uma eventual decisão dos Estados Unidos de fazer cortes no orçamento da Organização, Vitorino disse que “espera que todos os Estados-membros percebam que o papel da OIM é fundamental”. “É fundamental para construir pontes entre países que têm níveis diferentes de desenvolvimento econômico”, explicou o futuro chefe da OIM.
Vitorino acrescentou que o mandato da agência da ONU é “bastante claro” no que diz tange ao respeito pleno dos direitos humanos ao longo de toda a “cadeia migratória”. “Estou confiante de que, ao final do dia, passado esse período de eleição, todos os Estados-membros da OIM assumirão as suas responsabilidades para cumprir suas obrigações”, completou.
Criada em 1957, com mais de 400 escritórios em 150 países, a OIM lidera o debate global sobre migração, ajudando migrantes e sociedades que os acolhem. Uma das prioridades do organismo é administrar a migração de uma maneira “humana” e promover a cooperação internacional.
O governo de Portugal divulgou um comunicado celebrando a eleição de António Vitorino. Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros, a “candidatura demonstra a elevada relevância que Portugal atribuiu ao diálogo sobre migrações”. De acordo com o país, o novo chefe da OIM terá uma gestão que vai valorizar “a promoção da paz, da segurança, da tolerância e do respeito aos direitos humanos.