O Rio Refugia, festival gastronômico, cultural e social, aconteceu pela segunda vez no Rio de Janeiro durante o último sábado (23). O evento é uma oportunidade para que pessoas em situação de refúgio compartilhem sua cultura com os brasileiros e incrementem sua renda.
Uma realização conjunta do Programa de Atendimento a Refugiados da Cáritas RJ, do Abraço Cultural, do Chega Junto e do SESC RJ, a iniciativa celebra o Dia Mundial do Refugiado, marcado todo dia 20 de junho.
O festival, que teve o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), reuniu pessoas em situação de refúgio de mais de 10 nacionalidades e é uma forma de facilitar sua integração à sociedade brasileira e promover o intercâmbio cultural.
“Esse evento é importante para nós porque é uma ajuda. A gente trabalha, vende as nossas coisas. As pessoas não sabiam comer couve com amendoim, folha de mandioca, mas agora está todo mundo procurando”, disse Lando Colette, que saiu da República Democrática do Congo ainda criança, morou em Angola e está no Brasil há mais de 20 anos.
O evento aconteceu no SESC Tijuca, na Zona Norte do Rio, e incluiu uma feira gastronômica com pratos típicos de países como Síria, Haiti, Venezuela e Nigéria e incluiu oficinas, música e artesanato.
“É importante para mostrar às pessoas que todo mundo é da Terra. Independente de qual país seja, a gente deve abraçar quem chega de fora”, disse Jéssica de Almeida, visitante do festival.








O refúgio no Brasil e no mundo
Segundo o ACNUR, em 2017 havia um total de 68,5 milhões de pessoas vítimas de deslocamento forçado no mundo devido a perseguições, conflitos ou violência generalizada. Destas, um total de 25,4 milhões têm status de refugiado.
No Brasil, de acordo com o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), havia em 2017 um total de 10.145 refugiados, 39% deles vindos da Síria. O número de solicitações de reconhecimento de refúgio, segundo a Polícia Federal, ultrapassava a marca de 86 mil.
Cerca de 53% das solicitações de reconhecimento da condição de refugiado em 2017 vinham de venezuelanos. Só o estado de Roraima, que faz fronteira com a Venezuela, abriga um total de 4 mil pessoas deslocadas.
“Eu trabalhei durante muitos anos na área educativa, mas agora estou fazendo outro tipo de trabalho diferente daquele que fazia na Venezuela. Nós tivemos, graças à hospitalidade de todos os brasileiros, uma boa recepção”, disse Norma González, que veio para o Brasil há cerca de 1 ano e 11 meses com sua filha, Nazaret.