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No Sudão do Sul, 75% das crianças nasceram durante a guerra

10 de Julho de 2018, 17:42 , por ONU Brasil - | No one following this article yet.
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Duas crianças-soldado foram liberadas do serviço junto a grupos armados no Sudão do Sul. Foto: UNICEF/Sebastian Rich

Duas crianças-soldado foram liberadas do serviço junto a grupos armados no Sudão do Sul. Foto: UNICEF/Sebastian Rich

No Sudão do Sul, 2,6 milhões de crianças com até cinco anos de idade só conhecem a realidade da guerra. O número representa 75% de todos os meninos e meninas nessa faixa etária e nascidos desde que o país africano conseguiu sua independência, em 2011. A estimativa foi divulgada neste mês (7) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

O território sul-sudanês é palco de um sangrento conflito civil desde 2013. A agência da ONU alerta que menores têm sido amplamente recrutados para lutar em grupos armados. Embora 800 crianças-soldado tenham sido libertadas dessas entidades, outras 19 mil continuam a servir como combatentes, carregadores e mensageiros, além de sofrer abusos sexuais. Mais de 500 casos de assédio já foram identificados pelo UNICEF.

Em 2014, 35% dos sul-sudaneses não sabiam de onde vinha a sua próxima refeição. Atualmente, o índice é estimado em 60%, com algumas áreas a apenas um passo da fome, especialmente durante a época de escassez. As taxas de subnutrição estão em níveis críticos, com mais de 1 milhão de crianças desnutridas, incluindo 300 mil à beira da morte.

Um em cada três escolas estão destruídas, ocupadas ou fechadas desde 2013. Como isso, cerca de 2 milhões de crianças estão sem educação — é a maior proporção de jovens fora da escola de todo o planeta.

Ajuda humanitária e refúgio

Ainda segundo o UNICEF, mais de cem trabalhadores humanitários já foram mortos em meio aos confrontos, incluindo um motorista da agência na semana passada. Desde o início da guerra em 2013, mais de 2,5 milhões de pessoas, entre elas, mais de 1 milhão de crianças, procuraram segurança em países vizinhos.

A chefe do fundo da ONU, Henrietta Fore, afirmou que “as partes em guerra podem e devem fazer mais para trazer de volta a paz, porque as crianças do Sudão do Sul merecem mais”.

Em junho, os dois principais grupos em confronto assinaram um cessar-fogo permanente, um desdobramento visto como positivo pelo UNICEF.

Fore acrescentou que “agora contamos com a liderança e os comandantes para respeitá-lo e, ao mesmo tempo, garantir que os trabalhadores humanitários recebam acesso sem restrições aos necessitados”.


Fonte: https://nacoesunidas.org/no-sudao-do-sul-75-das-criancas-nasceram-durante-a-guerra/

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