O Representante Especial do Secretário-Geral para a República Democrática do Congo (RDC), Roger Meece, expressou na quarta-feira (29) profunda preocupação sobre relatos de massacres de civis no território Masisi, em Kivu do Norte, no início de agosto – o mais recente em uma série de ataques violentos de grupos armados sistematicamente visando a população civil. “A deterioração da situação geral de segurança em Kivu do Norte após o motim do movimento M23 e cruéis ataques relacionados contra civis é extremamente alarmante”, disse o Representante Especial.
Fazendo um balanço da situação, a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, apelou a todos os grupos armados para que cessem imediatamente os ataques contra civis e observou as possíveis consequências para os responsáveis por tais ataques, referindo-se à condenação recente pelo Tribunal Penal Internacional do ex-líder rebelde Thomas Lubanga.
“Alegações de centenas de mortes ainda estão sendo verificadas”, disse a Alto Comissária. “No entanto, os resultados preliminares sugerem que um número significativo de pessoas – a maioria mulheres e crianças – foram abatidas. A maldade pura desses assassinatos está além da compreensão. Em alguns dos casos, os ataques contra civis podem constituir crimes contra a humanidade”.
Através de quatro missões à área afetada e dezenas de entrevistas com vítimas e testemunhas, o Escritório Conjunto das Nações Unidas de Direitos Humanos na RDC (UNJHRO) documentou, desde maio, mais de 45 ataques a cerca de 30 vilas e cidades nas áreas de Ufamandu I e II no território Masisi.
Alguns dos ataques foram realizados pelo grupo armado Raia Mutomboki e outros pelas Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda (FDLR). Parte dos casos ocorreram em coalizão com o grupo armado Nyatura. Isso resultou em graves violações dos direitos humanos, incluindo massacres de civis e a destruição e saque de casas e propriedades, bem como o deslocamento em massa de milhares de civis.
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