Go to the content

Cúpula dos Povos

Go back to Notícias da ONU
Full screen Suggest an article

ONU anuncia plano para eliminar doenças transmissíveis nas Américas até 2030

September 11, 2018 18:48 , by ONU Brasil - | No one following this article yet.
Viewed 195 times
Campanha de vacinação contra a gripe em Goiás, em abril de 2018. Foto: Agência Brasil/Marcello Casal Jr.

Campanha de vacinação contra a gripe em Goiás, em abril de 2018. Foto: Agência Brasil/Marcello Casal Jr.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), agência regional das Nações Unidas, afirmou neste mês (3) que planeja lançar em 2019 um novo plano de ação contra as doenças transmissíveis. Estratégia visa garantir o acesso universal a serviços de diagnóstico e tratamento. O organismo da ONU está mapeando todas as enfermidades na região das Américas para avaliar estatísticas e investigar causas socioambientais dos surtos.

“Estamos trabalhando em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para ter gerações futuras livres de doenças transmissíveis nas Américas. Para isso, precisamos conseguir o acesso universal a medidas de detecção dessas enfermidades e tratamento precoce”, defendeu o subdiretor da OPAS, Jarbas Barbosa, em participação no 54º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (MEDTROP), realizado em Olinda.

O especialista explicou que o novo marco da OPAS para as doenças transmissíveis será constituído por quatro linhas de atuação: serviços de saúde integrados; geração, análise e disseminação de estratégias robustas; abordagem dos determinantes ambientais e sociais; e a integração com a atenção primária à saúde.

“Está sendo feito um mapeamento de todas as doenças e as dimensões de cada uma delas, que terá um conjunto de indicadores construídos com uma abordagem multissetorial”, acrescentou Barbosa. Segundo o gestor, as consultas com os países devem ocorrer no fim do ano. A aprovação do plano no Conselho Diretivo da OPAS está prevista para 2019.

O representante da OPAS também traçou um panorama da atual situação das doenças transmissíveis nas Américas, entre elas, o sarampo.

“Neste ano, a Venezuela completou mais de 12 meses de transmissão sustentada de sarampo e, com isso, perdeu o certificado de eliminação da doença. Os outros países da região continuam com sua certificação individual, mas existem riscos. O Brasil vem fazendo campanhas de vacinação junto com estados e municípios, mas se não interromper a transmissão da doença até fevereiro de 2019, também pode perder seu certificado”, disse.

Um desafio brasileiro, de acordo com Barbosa, é quebrar as barreiras no acesso da população às vacinas. “Mães e pais que trabalham não conseguem levar seus filhos para se vacinar durante o horário comercial, em dias de semana. A vacina está no posto de saúde, mas as pessoas não conseguem chegar a ela.”

Controle de insetos

Um dos temas do congresso foi a transmissão de doenças por vetores, como os mosquitos. Ana Carolina Faria e Silva, dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) no Brasil, ressaltou que 80% da população mundial está suscetível a contrair patologias causadas por animais portadores de vírus e outros agentes infecciosos. Entre essas enfermidades, estão a malária, dengue, zika, chikungunya, doença de Chagas e oncocercose.

Renato Vieira, coordenador-geral de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, disse que a Organização Mundial da Saúde (OMS) conta com orientações fundamentais para o controle de vetores. Adotadas em 2017, as recomendações permitiram ao Brasil fortalecer suas capacidades de emergência. Em dois anos, o Brasil teve mais de 2 mil casos de febre amarela – mais do que foi registrado em 36 anos, de 1980 a 2016 –, lembrou o especialista.

De acordo com o gestor, um dos avanços brasileiros mais recentes foi a criação do Comitê Técnico Assessor do Ministério da Saúde para Vetores, do qual a OPAS/OMS participa.

“Essa iniciativa tenta trazer, do ponto de vista científico e técnico, um suporte à tomada de decisão do Ministério da Saúde e a integração não só dos programas, mas entre o setor de saúde, sociedades científicas e poder público, para nos trazer propostas de respostas práticas”, explicou.

Gripe

Outra pauta do encontro em Olinda foi a preparação do Brasil para lidar com epidemias de gripe. Walquiria Aparecida Ferreira de Almeida, técnica da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde do Brasil, afirmou que a pandemia da influenza H1N1, em 2009, foi um marco importante para melhorar a vigilância no país.

“Precisamos conhecer os vírus da influenza e o comportamento da doença. Temos que lembrar que eles podem dizimar populações”, afirmou a gestora.

Um dos desafios, segundo a especialista, é conseguir uma maior adesão às campanhas de vacinação em massa. “Toda a população está exposta, então as medidas preventivas são extremamente importantes”, acrescentou.

Roberta Andraghetti, assessora regional em Regulamento Sanitário Internacional da OPAS, apresentou algumas ferramentas de saúde pública que auxiliam países a conter e prevenir a gripe.

O Programa Mundial de Influenza da OMS existe há 70 anos e tem como principais componentes a resposta e a vigilância dessa enfermidade. A iniciativa conta atualmente com uma rede de 144 laboratórios nacionais, seis centros colaboradores, quatro laboratórios reguladores essenciais, 13 laboratórios de referência, um centro colaborador para vigilância epidemiológica e outro para estudos ecológicos.

Em nível mundial, a vigilância é realizada com base em fatores epidemiológicos e virológicos. O controle virológico é feito por meio da plataforma online FluNet, que gera tabelas, gráficos e mapas com dados nacionais, atualizados semanalmente. O portal também serve para rastrear o movimento dos vírus da influenza globalmente e interpretar indicadores epidemiológicos.

Já a vigilância epidemiológica é realizada pela plataforma FluMart, criada para facilitar a troca de dados sobre gripe. “Os produtos gerados nessa ferramenta trazem mapas com análises e relatórios com a distribuição dos vírus gripais e dos casos, entre outros (dados)”, explicou Roberta.


Source: https://nacoesunidas.org/onu-anuncia-plano-para-eliminar-doencas-transmissiveis-nas-americas-ate-2030/

Rio+20 ao vivo!