Como as comunidades de favelas do Rio de Janeiro estão encontrando formas alternativas de integração, socialização e regeneração social capazes de romper as barreiras da exclusão e da marginalização? Desvendar essas formas de sociabilidades foi o objetivo de pesquisa lançada nesta quinta-feira (13), no Rio, durante o Seminário Internacional “Sociabilidades Subterrâneas: Identidade, cultura e resistência em comunidades marginalizadas”. No dia 2 de novembro, haverá o lançamento do estudo em Londres.
A pesquisa envolveu interlocutores em universidades, movimentos sociais, governo e iniciativa privada e foi desenvolvida pela London School of Economics and Political Science (LSE), com apoio da Representação no Brasil da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em parceria com AfroReggae e a Central Única das Favelas (CUFA). O estudo e os seminários foram viabilizados pelo Itaú Cultural e pela Fundação Itaú Social.
O lançamento contou com a presença da coordenadora do estudo, a pesquisadora chefe e diretora do Mestrado em Psicologia Social da LSE, Sandra Jovchelovitch, de especialistas nacionais e internacionais em segurança pública e direitos humanos, além de lideranças de ONGs e autoridades do governo federal e do estado Rio de Janeiro.
O projeto compreendeu uma investigação do mundo da vida da favela, por meio de entrevistas com 204 moradores das comunidades do Cantagalo, Cidade de Deus, Madureira e Vigário Geral. Também envolveu um estudo sobre as organizações AfroReggae e CUFA, com a análise de 130 projetos de desenvolvimento social e entrevistas com suas lideranças, além de uma avaliação com especialistas, observadores e parceiros das duas entidades no Rio de Janeiro, tendo como especial ênfase a polícia.
O estudo traz luz às chamadas sociabilidades subterrâneas das favelas, as formas de vida social que fazem parte do cotidiano da sociedade brasileira, mas permanecem invisíveis devido a barreiras geográficas, econômicas, simbólicas, comportamentais e culturais. A pesquisa descobriu que essas sociabilidades subterrâneas são caracterizadas por um quadro institucional complexo, marcado pela família, pelo narcotráfico, pela ausência do Estado, com a polícia sendo sua única face e relacionada ao tráfico de drogas, as igrejas e as ONGs, como o AfroReggae e a CUFA.
Acesse alguns resultados da pesquisa clicando aqui.
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