
A Junta de Coordenação do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), conhecida em inglês como Programme Coordinating Board (PCB), aconteceu em Genebra, Suíça, de 26 a 28 de junho. Foto: UNAIDS
Durante reunião em Genebra, na Suíça, membros da coordenação do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) manifestaram apoio à entidade e ressaltaram seu papel fundamental para alcançar o fim da epidemia de AIDS até 2030.
Em discurso, o diretor-executivo do UNAIDS, Michel Sidibé, agradeceu o apoio da junta de coordenação do programa e reiterou a importância de focar nos desafios e oportunidades para alcançar os compromissos de Aceleração da Resposta até 2020, acordados pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
“Trinta e sete milhões de pessoas que vivem com HIV hoje, e 1,8 milhão de pessoas que serão infectados com HIV ao longo deste ano, contam conosco. A AIDS ainda não acabou — mas pode acabar — e no UNAIDS está totalmente comprometidos em acabar com a epidemia de AIDS.”
A 42ª reunião da junta de coordenação solicitou ao UNAIDS que continue fortalecendo a ação conjunta e colaborativa nos países como parte dos esforços para a reforma das Nações Unidas.
Os membros também solicitaram que o programa continue fortalecendo os relatórios de desempenho alinhados às metas nacionais, com foco em impacto, resultados e identificação de áreas que estão fora da rota tradicional, com ações para abordar essas questões.
A junta de coordenação incentivou os governos doadores a fazer contribuições plurianuais e a liberar suas contribuições para o Quadro Unificado de Orçamento, Resultados e Responsabilidade (UBRAF) 2016-2021 o mais rápido possível para financiar integralmente o orçamento de 2018–2019 do UNAIDS, de 484 milhões de dólares.
Durante a reunião, a Austrália fez um anúncio importante, confirmando a promessa de quase 1 milhão de dólares em fundos adicionais ao UNAIDS para prevenção do HIV na região da Ásia e do Pacífico.
Os membros da junta expressaram seu apoio às medidas que o UNAIDS está implementando para lidar com assédio no ambiente de trabalho. Ouviu o compromisso de Sidibé de liderar a mudança ao delinear ações proativas em andamento para evitar assédio sexual, comportamento antiético e todas as formas de abuso.
“O UNAIDS está tomando medidas concretas para garantir tolerância zero e zero impunidade para assédio e abuso de autoridade”, disse Sidibé. “Estou comprometido em garantir um local de trabalho onde todos possam trabalhar com respeito e dignidade”.
As medidas incluem um plano de cinco pontos para assegurar que todas as formas de assédio e abuso de autoridade sejam identificadas rapidamente e que as ações sigam o devido processo de maneira rápida e eficaz de forma a garantir que sobreviventes e denunciantes sejam protegidos.
O UNAIDS também criou uma linha telefônica confidencial, lançou seu novo Plano de Ação sobre Gênero 2018–2023 e solicitou o estabelecimento de um painel independente de especialistas sobre prevenção e resposta ao assédio para fornecer recomendações de políticas sobre como o UNAIDS pode melhorar sua resposta e identificar áreas onde a reforma é necessária.
A junta de coordenação acolheu esse pedido e agiu rapidamente para estabelecer termos de referência para o trabalho do painel independente. O órgão reportará à junta para garantir que a supervisão permaneça totalmente independente.
A Associação de Funcionários do UNAIDS fez uma declaração à junta de coordenação para enfatizar a vontade genuína e o compromisso da equipe em trazer mudanças positivas. A associação também apresentou dados de uma pesquisa recente na qual 89% dos funcionários do UNAIDS que responderam à pesquisa afirmaram que seu compromisso com os objetivos da organização é o que os motiva a ir trabalhar todos os dias.
Durante a reunião, a junta de coordenação ouviu vários representantes de populações-chave sobre diversas questões, incluindo garantir respeito e dignidade no uso da terminologia, financiamento e apoio, consultas significativas com a sociedade civil, respeito pelos direitos humanos e igualdade de gênero. Além disso, foram levantadas preocupações sobre as necessidades específicas e aumentadas das populações deslocadas situadas em contextos de crise e de pessoas privadas de liberdade.
Sidibé convidou a primeira-dama do Panamá e embaixadora especial do UNAIDS na América Latina, Lorena Castillo de Varela, para apresentar seu trabalho inovador em zero discriminação à junta.
No último dia da reunião, a junta de coordenação participou de uma sessão temática sobre o fim da tuberculose (TB) e da AIDS. Cerca de 10 milhões de novos casos de TB acontecem todos os anos e a TB continua a ser a principal causa de morte entre as pessoas que vivem com HIV, causando uma em cada três mortes relacionadas à AIDS. Os participantes discutiram a necessidade urgente de intensificar esforços conjuntos para abordar as epidemias interligadas de tuberculose e HIV.