“Muitas crianças ainda são vítimas de exploração sexual e trabalho forçado na Guatemala, apesar dos importantes esforços do Governo realizados para prevenir e combater a venda de crianças para adoção ilegal”, disse ontem (30) a Relatora Especial sobre pornografia infantil e prostituição e tráfico de crianças, Najay Maalla M’jid, no final de uma visita de dez dias ao país.
“O fenômeno das meninas exploradas sexualmente é muito preocupante, bem como o grande número de mães jovens que foram abusadas sexualmente por familiares e a ausência de educação sexual, deixando as crianças desinformadas sobre os riscos inerentes às relações sexuais e gravidez precoce”, acrescentou Maalla M’jid em um comunicado de imprensa do Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH).
Maalla M’jid observou que ainda é difícil determinar a amplitude do tráfico e exploração de crianças, devido à falta de denúncias sistemáticas, uma vez que as pessoas temem a estigmatização e a retaliação. Ela também ressaltou a falta de acesso a mecanismos que garantam uma proteção rápida e segurança para as vítimas fora da capital, apontando que há uma dimensão transnacional para a questão que se traduz em jovens usados para turismo sexual, pornografia online e crime organizado.
Maalla M’jid também enfatizou que as lentas investigações judiciais e a atual impunidade de que gozam os muitos autores impedem a proteção rápida e eficiente de vítimas e testemunhas, exortando o Governo a adotar uma estratégia com foco global e integrada para garantir a proteção das crianças que foram vítimas ou estão em risco de abuso.
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