O Vice-Secretário-Geral das Nações Unidas, Jan Eliasson, insistiu ontem (19) na necessidade de abordar as causas da pirataria com uma “abordagem multidimensional” para garantir a segurança dos pescadores e passageiros de navios e evitar danos para as indústrias de pesca e turismo.
“Pirataria e assaltos à mão armada contra navios são uma preocupação global”, disse Eliasson ao Conselho de Segurança na sede da ONU em Nova York, em nome do Secretário-Geral, Ban Ki-moon, durante um debate sobre pirataria marítima como uma ameaça à paz e segurança internacionais . “Isso afeta a liberdade de navegação e a segurança das rotas que transportam cerca de 90% do itens do comércio mundial”.
Apresentando o relatório do Secretário-Geral sobre a pirataria na costa da Somália ao Conselho, Eliasson observou que embora tenha havido um declínio acentuado nos ataques de piratas em águas ao largo da costa leste da África este ano em comparação a 2011, esta tendência pode ser facilmente revertida se as causas da pirataria, como ilegalidade, instabilidade e governança ineficaz não sejam abordadas.
“O combate à pirataria requer uma abordagem multidimensional”, disse Eliasson. “Na Somália, isso significou a estabilização do país, através de um processo autodirigido pelo país. O novo Presidente da Somália começou seu governo de forma impressionante, mas os desafios permanecem significativos. Precisamos nos mover rapidamente para apoiá-lo para que, finalmente, possa fornecer os dividendos de segurança e paz que os somalis merecem”.
Medidas que são necessárias no país do Chifre da África para acabar com a pirataria incluem modernizar as leis de combate à pirataria, reforçar as capacidades de aplicação da lei marítima e investigação criminal, apoiar redes regionais e partilhar conhecimento.
Segundo a Organização Marítima Internacional (OMI), houve 291 ataques contra navios nos primeiros dez meses de 2012 e os piratas ainda mantêm 293 reféns marítimos. As áreas mais afetadas são África Oriental, África Ocidental e o Extremo Oriente.
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