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Toni Cordeiro

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Blog

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

*COM LULA ATÉ O FIM*

25 de Janeiro de 2018, 21:47, por Gestão Pública Social
Foto: Rede Brasil Atual
Lula em ato na Praça da República/SP

A decisão de hoje do Tribunal Federal de Recursos da 4ª Região foi de envergonhar a comunidade jurídica, especialmente o Poder Judiciário do país, mas isso será tema para outro texto.


A questão que importa é: e agora, o que será de Lula? Agora, Lula é e será o nosso candidato a Presidente da República!


Mas e se ele for preso?

Ainda assim. Teremos um candidato a Presidente da República do Brasil atrás das grades, denunciando ao mundo que o país foi vítima de um golpe de Estado e continua sob o jugo dos golpistas, corruptos e sanguessugas do erário, arvorados no Executivo, no Legislativo e no Judiciário.


Mas ele poderá ser candidato?


Sim. A lei eleitoral lhe garante. O partido apresenta o pedido de registro da candidatura e deixa que impugnem. Qualquer que seja o resultado, ele poderá levar adiante sua candidatura até o fim. O processo prosseguirá no STF e não terá data para terminar.


Mas e se ele vier a ser eleito e posteriormente vier a perder o recurso no Supremo?


Os recursos tramitarão lentamente, mas se houver o trânsito em julgado da decisão e ele estiver lá por perto da metade do período de mandato, haverá *novas eleições* e poderemos emplacar um Fernando Haddad, por exemplo, para suceder Lula. 


O Plano B do PT só pode ser esse, para depois das eleições de 2018, para a remota hipótese de novas eleições.


Essa possibilidade está garantida pelo §3° do art. 224 do Código Eleitoral:


"§ 3o A decisão da Justiça Eleitoral que importe o indeferimento do registro, a cassação do diploma ou a perda do mandato de candidato eleito em pleito majoritário acarreta, após o trânsito em julgado, *a realização de novas eleições*, independentemente do número de votos anulados"


Se essa possível cassação vier a ocorrer durante os dois últimos anos do mandato, a eleição será indireta, de acordo com o art. 81, §1°, da Constituição. Ainda assim, o governo Lula, conforme o grau de popularidade, poderá emplacar um ministro, por exemplo - o próprio Haddad -, na improvável eleição indireta, a cargo do Congresso Nacional.


Portanto, não temos razão alguma para esmorecer. *Vamos com Lula sim, de cabeça erguida, até o fim*.


*Luís Antônio Albiero*

Advogado em Americana e Capivari
Assessor jurídico legislativo, com atuação no Direito Eleitoral



JOVEM, MULHER E DA PERIFERIA

25 de Janeiro de 2018, 21:17, por Gestão Pública Social
O que falar desse personagem que, a cada dia vem crescendo e ocupando espaços com suas particularidades, que vem mostrando suas lutas e causando reflexões constantes nessa sociedade hipócrita e machista?

Pois bem, vamos por parte.  A juventude é vista como um dos melhores períodos da vida. É nela, que muitos querem chegar e não desejam sair. É um momento de descobertas, de oportunidades, de novidades, de frio na barriga, de expectativas e de erros justificáveis.

É o momento que mais se escuta a frase “aproveite a vida”. Por carregar tantas coisas, essa fase se torna confusa e insegura e necessitará de alguns ingredientes para um bom desenvolvimento, dentre elas estão: uma estrutura familiar, um meio social construtivo, bem como a garantia de direitos básicos para sobrevivência. Quando nos deparamos, com um meio social que não dispõe desses itens, todo esse cenário de juventude se transforma, pois essa ausência os coloca em situação de vulnerabilidade.

E, se tratando da Mulher tudo fica pior. É sabido que, a história das mulheres trás resquícios de misoginia e sofrimentos, muitos justificados por uma sociedade em ordem para manter os traços elitistas e religiosos, ou em nome de um ventre sadio. Essas premissas para tal violência se dá, pela proteção da posição masculina, que em diversas culturas busca através da retórica machista perpetuar abusos contra a figura feminina, não importando os espaços por ela ocupados.

A mulher, sobretudo jovem, representa ameaça e quando exposta, torna-se alvo de termos pejorativos, como por exemplo, rotulada “a caçadora de homens”, e por essa razão passa a ser combatida de diversas maneiras: exclusão social,  discriminação sexual, hostilidade, o patriarcado, ideias de privilégio masculino, a depreciação, violência física e objetivação sexual. Não só por seus algozes, mas em sua grande parte, pelas próprias mulheres, pois muitas destas absorveram através da história e do conservadorismo as mesmas práticas e discursos.

Esse sujeito aqui apresentado trava enfrentamentos em seu período de juventude, batalha diariamente para se firmar como mulher, e, sobretudo, essa luta se torna constante, se nela estiver o desejo de ocupar espaços padronizados para elite. É nesse último que os assédios sexuais se intensificam, por ser vista como presa fácil, caracterizada com termos depreciativos reproduzidos a sua localização de moradia, ou seja, a “periferia”.

A LUTA DA MULHER JOVEM E DA PERIFERIA É UMA GUERRA CONTRA TUDO E CONTRA TODOS, POIS A MISOGINIA PERSISTE!!!

Edryelle Maria

Militante Social em Belo Jardim - PE
 23 de janeiro de 2018



Um canto para quem se encanta

7 de Janeiro de 2018, 2:12, por Gestão Pública Social
Sinto grandes emoções para esse ano. Primeiro pelos diversos momentos de enfrentamento ao golpe em curso que virão e segundo por ser um ano eleitoral. 

Imaginando que as eleições são decididas pelo emocional e não pela razão. Em qualquer canto do país haverá alguém para encantar uma parte da população, independente que seja do bem ou do mal. A população inconsciente estará sempre encantada pelo canto da sereia.


Quem sabe um dia a população vote por convicção, a partir da leitura de um projeto político desenvolvido a várias mãos e por afinidade ideológica. Porém isso ainda é pura utopia. A maioria da população canta a canção de seus opressores e se encanta tentando os imitar.


Mudando de assunto, comecei minhas escritas esse ano por outras veredas, no sentido, não de fugir da causa que sempre defendi, mas tentando buscar inspiração do outro lado da rua. Algo que pudesse informar, mas também que atraísse o leitor e a leitora para os cantos que o texto relata, ou ainda os encantassem levando-os para dentro das histórias. Uma ousadia poética com o objetivo de prender a atenção de quem passar por aqui.


Para esse post resolvi dar um título vago, onde ao mesmo tempo em que canto pode ser um som, também pode ser um lugar qualquer ou específico e o encantar que pode ser algo deslumbrante, também pode ser algo mágico com o intuito de desaparecer.


Nasci numa casinha num pé de serra pelas mãos de uma parteira. Coisa bem comum naqueles tempos e naquelas bandas onde nasci. Cresci com cheiro de mato, brincando no rio e nas horas vagas subindo num pé de pitomba (da família da lichia) como passatempo. Quer coisa melhor?


Descobri com o tempo que devo ser filho do sol, pois apesar de curtir uma chuva fina que caia sobre as árvores, quando criança, o que me alegrava mesmo eram os raios de sol. Raios de luz brilhando nas águas do rio. Réstias que faziam eu e meus primos brincar com as sombras e assim passava o tempo.


O encontro com o contraditório em termos de vida, no papel de migrante nordestino chegado a São Paulo ainda criança e pobre e a reação à violenta discriminação social que sofri me levaram à militância política. Um encontro com a poesia em termos de vida, pois todos e todas eram iguais e sonhavam sonhos coletivos.


Durante muito tempo sonhamos e atuamos por um novo mundo, por justiça social e igualdade de direitos e cantamos as músicas de protesto em vários cantos da cidade. Nessa época, de todos os cantos da América Latina sofrida saiam cantos que nos fazia viver. Verdadeiros saraus recheados de conjuntura.


Aqui no texto, se canto for cantar, me leva a uma canção interpretada por Mercedes Sosa e Beth Carvalho, que começa assim: “Eu só peço a Deus; Que a dor não me seja indiferente; Que a morte não me encontre um dia; Solitário sem ter feito o que eu queria”. Um desafio à própria existência. Um recado para quem tem uma causa para lutar. Mercedes e Beth sempre lutaram por uma causa.


Porém se canto aqui for um lugar, fico imaginando um cantinho além do horizonte. Uma casinha com fogão de lenha onde se possa ver o por do sol e quem sabe um violão afinado para ai canto ser som e lugar ao mesmo tempo.


A vida não devia ser assim? Cheia de histórias para contar. Em sua essência o ser humano é assim. Cada pessoa tem uma história de vida que adoraria contá-la para alguém que a valorizasse, mas em muitas vezes não se encontra ninguém disposto a ouvir. Aí nesse caso encantar é pura vontade de sumir.


Uma das coisas que certamente altera o tom da vida e o comportamento dos seres humanos é o poder, ou o que se chama de poder. Quem não conhece uma pessoa dócil e companheira, que ao simples contato com o que imagina ser poder virou um bicho selvagem ou ainda um ser intocável? Por outro lado, as várias formas de poder, para a população desprovida de conhecimento, acabam se tornando uma bela ilusão. Um canto onde o verdadeiro lobo permanece encantado.


No filme a Guerra do Fogo, quando uma tribo descobriu a magia do fogo, que naquele momento simboliza o poder para quem o tivesse, logo formou um exército em volta da tribo para guardar de outros seres a grande descoberta. Assim nasceu a ideia de polícia para guardar o simbolismo de um grupo em detrimento ao restante da população e repressão aos intrusos do poder.


Voltando ao canto como som, como se esquecer da música de Vandré: “Há soldados armados; Amados ou não; Quase todos perdidos; De armas na mão; Nos quartéis lhes ensinam; Uma antiga lição; De morrer pela pátria; E viver sem razão”. A “Síndrome do Rambo” invadindo as mentes com o poder das armas.


E se encantar aqui no texto for compreendido como uma reação humana que provoque uma sensação de interesse intenso, porque não sentir o que um beija-flor sente quando experimenta o néctar de uma flor, ou ainda quando se depara com um jardim? Agora se encantar for o ébrio provocado por falsas sensações, que dê vontade simplesmente de desaparecer, porque não enfrentar como se fosse a última baralha?


Prefiro a utopia de mudar a sociedade cantando nas passeatas da vida, do que ser um ser imutável e inútil daqueles que esmorecem quando descobrem que nem história deixará. Minha história não se encanta por qualquer canto. Faço história cantando com as pessoas.

Prefiro ainda encantar as pessoas subvertendo a ordem imposta de cima para baixo, afirmando que elas podem mudar suas próprias histórias, do que aceitar um canto qualquer como resultado do meu projeto de vida.


Que cantemos juntos e juntas o hino da vitória, seja em que canto for.


Antonio Lopes Cordeiro (Toni)

Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública Social



Um brinde à Esperança

3 de Janeiro de 2018, 11:19, por Gestão Pública Social
Depois de um adeus a 2017, um ano que não deixou saudades, resolvi começar o ano novo falando de algo mais abstrato e brando, visto que minha inquietude dos últimos tempos me deixou um tanto amargo.


Algo que levasse alguém a caminhar diante de suas realidades com esperança, partindo do pressuposto de que os leitores e as leitoras do blog são pessoas sonhadoras, mas de um sonho que não se sonha só e sim com quem tem paixão pela vida, que desafiando a lógica do momento enfrentam um sistema perverso e sonham em construir uma nova sociedade. Uma sociedade justa, inclusiva e igualitária para todos e todas.


Caso fosse um poeta e tivesse habilidade para escrever um verso de amor, queria que ele tivesse tamanha profundidade que fizesse quem está apaixonado se sentir dentro dele. Ou ainda que quem estivesse sofrendo das causas do amor ou de desamor o usasse para curar um pouco de suas angústias. Algo que fosse ao mesmo tempo luz e alma. Vida e esperança.


Porém, como não poetizo, mas adoro brincar de escrever, vou me arriscar a falar sobre esperança e buscar definições sobre a vida, a partir de alguns autores, desse bem maior que nos é concedido por tempo determinado, que infelizmente para um setor da sociedade vale tão pouco.


Imagino a esperança como um pacto com o futuro, a partir de nossos encontros e desencontros, visando algo melhor ou a busca de soluções para os problemas cotidianos. Esperança a meu ver é vida que se renova. É refúgio para quem se perde de si mesmo e para muitos e muitas acaba se tornando a única alternativa para quem não tem mais ao que recorrer. Uma espécie de busca das últimas forças para sair do casulo que nos metemos de vez enquanto.


Uma coisa é certa, ninguém recorre à esperança do nada e para o nada e sim para se chegar ao ponto que se almeja, muitas vezes forçado pelos vieses da vida.


O teólogo Ricardo Gondin, ao ler para Rubem Alves o texto “Da Esperança”, disse num dos trechos: “Dizem ser verde a cor da esperança. Eis, então, o tom que anima o vencido a continuar resoluto. Só ela ressuscita audácia em corações arruinados. Esperança, ao devolver alegria ao desiludido, lambuzado de cinza, nunca se contenta com uma só tonalidade. Ela é dona de todas as cores, na esperança mora um arco íris”. Lindo, não é mesmo?


Esperança é o que nas entrelinhas da vida, ou ainda no trato com as desigualdades humanas, pode servir de alento para os mais pobres e sofridos ou ainda para as usuras de quem sempre quer mais para acumular. Porém, esperança sempre será vida, talvez por isso o ditado de que é a última que morre.


Noutro trecho Gondin diz: “Esperança se move de frente para trás. Réstias de sua luz veem do futuro, do porvir mais longínquo, para iluminar o presente. Esperança é a  força derradeira que anima o velho e o brilho que anima os olhos da mãe quando embala o filho”.


Enfim, esperança, repleta de interpretações, é saber que ainda pode restar alguma água no fundo do poço e é pra lá que nos movemos em tempo de seca.


E a vida que se move a partir da esperança? Parece-me ressurgir com mais vigor e duração, mesmo que o que se esperançava não aconteça, porém só o fato da viagem ao tempo esperançando, faz com que o futuro fique mais próximo. A vida presente e futura, ambas ligadas através do ato de esperançar.


Por outro lado, a vida, que deveria ter uma visão única, principalmente pelo seu valor, se move em definições de acordo com o estado emocional de quem a define. Vou recorrer a alguns autores para expressar essa afirmação.


Calderon de La Barca em seu “Monólogo de Segismundo”, escrito em 1636 no drama “A vida é sonho”, fala que a vida é um frenesi, uma ilusão, uma sombra, uma ficção, ao se referir que o maior bem que possuímos é pequeno.


Fernando Pessoa, por sua vez, valoriza cada momento da vida ao afirmar: “Às vezes ouço passar o vento e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido”. Algo tão poético que acaba expressando a gratidão do bem de viver. Um sincero e verdadeiro agradecimento por ter nascido.


Albert Einstein fala de uma dualidade existente no ato de viver, que expressa exatamente o estado emocional de quem vive a vida: “Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não existissem. A segunda é vivê-la como se tudo fosse milagre”. Ou seja, uns vivem outros transitam pela vida.


Porém, foi Clarice Lispector, que a meu ver fez a melhor homenagem à vida: “Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento”. Um mergulho sem medo de ser feliz em sua existência.


A esperança não se move sozinha, depende principalmente de fé e de sonhos. Não é ilusão e sim uma aposta no futuro. Porém, não existe uma lógica matemática para que o resultado de uma esperança ocorra e sim um sonhar que afaga a mente e refrigera a alma, afirmando em todos os momentos ser possível o que se almeja, desde que se acredite e a sorte dê sua contribuição. Esperança é antes de tudo compromisso com a vida, pois é dela que se nutre o ato de viver.


Que em 2018 possamos esperançar e obter infinitos momentos felizes vivendo a vida.


Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública e Social
tonicordeiro1608@gmail.com