O pensamento vivo de Ernesto Guevara, o Che
3 de Novembro de 2017, 11:15Ricardo Costa Gonçalves*
Há cinquenta anos, em 08 de outubro de 1967, o exército boliviano, com ajuda do governo norte-americano e da CIA, capturou Ernesto Guevara de La Serna, o Che, nas selvas deste país, no dia seguinte, às 13h 10, um ranger boliviano, sob as ordens dos Estados Unidos, o executou a sangue frio. Além de sua firmeza de princípios e exemplo de combatente, Che Guevara deixou um acervo de contribuições para o debate político, ideológico e teórico que vão além do foco guerrilheiro. O objetivo desse texto é apresentar, nesse aludido 50 anos da morte de Che, alguns desses aportes de Ernesto Guevara de La Serna.
Naquele momento, morria um dos maiores inimigos dos “velhos e novos colonialismos”, junto com Fidel e Raúl Castro, Camilo Cienfuegos, Célia Sanchez e outros guerrilheiros cubanos comandou a revolução Cubana. Quando seu algoz entrou na sala onde ele foi aprisionado, Che se levantou, olhou nos olhos do seu assassino e disse: “atire, covarde, que você vai matar um homem”. Essa atitude digna diante da morte não foi diferente de como ele viveu sua vida.
Che enxergou de perto o regime de exploração imposto aos latino-americanos por companhias estrangeiras apoiadas na cumplicidade de governos locais. Nas rotas traçadas por Che pelo continente latino-americano, é importante destacar a sua passagem pelo Peru. É neste país andino que Che teve contato com a obra de José Carlos Mariategui que exerceria influencia considerável na sua compreensão acerca da trajetória e da realidade da América Latina.
A partir do diálogo com o marxista peruando Ernesto Guevara passou a entender a presença do latifúndio como marca característica das sociedades latino-americanas, resultado da herança colonial. Compreendia a grande propriedade rural como “la base del poder económico que sucedió a la gran revolución libertadora del anticolonialismo del sigo passo” (CHE GUEVARA, 1961, p. 407). Também esteve na Guatemala em 1954, quando uma operação organizada pelos EUA derrubou o governo popular e democrático de Jacobo Arbenz. Depois foi para o México, onde teve contatos com os revolucionários cubanos.
Em Cuba ele foi o primeiro revolucionário a ser promovido a comandante. Foi o líder da tomada de Santa Clara, depois de uma dura batalha de três dias contra o exército regular da ditadura de Batista, vitória que levou à queda do regime. O seu livro a Guerra de Guerrilhas é uma doutrina militar e revolucionária forjada no calor dos combates, como tudo o que ele escreveu.
Ernesto Guevara sempre procurou unir teoria e prática. Foi assim como médico, chefe militar, dirigente partidário, representante de Cuba em dezenas de missões diplomáticas, presidente do Banco Nacional, do Instituto de Reforma Agrária e ministro da Indústria. Segundo ele, a teoria só cresceria em constante confronto dialético com a realidade do mundo. Diversas vezes ele se posicionou contra o dogmatismo e o sectarismo, polemizando inclusive dentro do partido Comunista cubano. Como Lênin, Che entendia a teoria como um guia para a ação, não como um manual de instruções.
Che desde jovem se dedicou a leitura. Leu desde os filósofos gregos a Confúcio, de Tomás de Aquino à filosofia política inglesa e francesa, de Jules Verne e H. G. Wells a Pablo Neruda. Ele leu com atenção “A Crítica da Razão Pura”, de Kant, e “O Crepúsculo dos Ídolos”, de Nietzche, leu ainda as obras de Freud, Bertrand Russel, dentre outros. E, também, leu com bastante interesse a tradição marxista e revolucionária. Ele insistia no estudo, sempre integrado à vida, como uma das tarefas dos revolucionários. Mesmo na selva boliviana, quando o isolamento da guerrilha o colocou em situações muito difíceis, Gueavara levava consigo uma pesada mochila cheia de livros.
Posteriormente a tomada do poder, quando entendeu que a revolução estava se consolidando, ele renunciou a todos os postos no estado cubano e foi para o Congo colaborar na luta de libertação. Pois, Che achava ser necessário difundir a resistência anti-imperialista por todos os continentes subjugados a regimes coloniais ou neocoloniais, abrindo diversas frentes de luta. Segundo ele, solidariedade não é algo que se preste com declarações de apoio, mas com atos: seu internacionalismo era consequente. Com o mesmo espírito e coerência inabalável, ele foi para a Bolívia organizar o que, segundo o plano traçado, deveria ter sido o núcleo de um exército de libertação que se irradiaria por toda a América do Sul.
Todo seu caminho foi alicerçado por uma profunda ética revolucionária e humanista. Diferente do que costuma acontecer, Che praticou com austeridade o que pregava. Todos os ensinamentos que deu aos jovens comunistas, em célebre discurso, ele próprio seguiu: manter um elevado senso de honra e dignidade, assumir as responsabilidades ante os demais, revoltar-se contra qualquer injustiça, consolidar um espírito cotidiano de sacrifício e fazer a guerra aberta contra os formalismos que engessam os processos de transformação. Ele dizia que o revolucionário deve ser um exemplo vivo. Por isso, a teoria de um comunista é, de acordo com o Che, indissociável de uma prática de vida coerente.
Por tudo isso, o Ernesto Guevara de La Serna, - homem digno, ético, latino-americanista, anti-imperialista, profundamente movido por um senso de justiça que levou consigo até as últimas consequências - não morreu em La Higuera. Seus inimigos de classe, que ainda o temem, tentaram domesticar sua memória, torná-lo um produto publicitário vazio de sentido, agredi-lo com infâmias. Mesmo assim, Che vive e continua nos ensinando. Ele transformou-se em símbolo de rebeldia, exemplo de valores e princípios verdadeiramente revolucionário.
Aos cinquenta anos de sua imortalidade, a melhor homenagem que podemos lhe prestar é seguir o seu exemplo quando vivo. Na verdade, essa é a única homenagem que ele consideraria sincera e coerente.
* Professor e Mestrando em Estado, Governo e Políticas Públicas pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).
Um tributo à vida que virá
17 de Outubro de 2017, 1:19Inicio essa viagem pelos caminhos da vida e pelo ato de viver, com Clarice Lispector: “Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento”. Clarice bela. Define a vida como uma verdadeira aventura.
Não restam dúvidas de que a vida representa o bem maior. O grande presente. Tão grandiosa e divina que precisaríamos a vida toda para tentar expressar tamanha gratidão em recebê-la.
Você já se imaginou definindo a vida além dos clássicos? Que tal essa breve definição: “Vida é um bem de tempo limitado concedido, para que você simplesmente exista”. Em seu tempo, cada ser desfruta do tempo que a vida vai lhe concedendo. Algo tão aleatório e tão indefinido que nenhum cálculo científico foi capaz ainda de definir com exatidão o tempo que cada um e cada uma dispõem para viver, ou ainda de inventar a vida com todo seu esplendor.
Uma das contrações da própria vida vem do fato de que enquanto a maioria dos seres humanos vive com seus limites diários e frequentes, com suas lutas cotidianas contra as injustiças e todas suas mazelas cometidas por outros humanos, uma pequena parte de humanos se considera imortal. Porém, o que assusta, mas conforta é saber que ambos os setores humanos se encontrarão quando a vida cessar e for substituída pela democrática morte que surge para igualar os seres, independente do foram enquanto vida.
Porque tocar num assunto tão complexo como esse num post para um blog de conteúdo político-humanista? Pelo simples fato de acreditar nos sonhos futuros e na vida a vida que ainda virá. Além disso, tudo é possível e acreditar é o ponto de partida do que poderá acontecer.
Em termos gerais o momento não e bom. Vivemos tempos de escuridão. Um cenário que nos faz questionar: O que será do amanhã? O que virá a seguir? O que a vida exigirá de cada um e uma de nós para voltarmos ao normal?
E de repente uma estranha incerteza nos toma corpo e alma. Do ponto de vista da causa, até parece que dormimos em berço esplêndido por algum tempo, sonhamos com oásis brotando em pleno deserto e acordamos em meio a um grande pesadelo. É como se o universo tivesse sido invadido por estranhos seres, que insistem em dizimar o que outrora se chamava de vida e que conspira contra o restante da humanidade. O que nos move em direção contrária? A esperança, a certeza da vitória e a disposição de lutar.
Em termos de vida somos seres imperfeitos, incompletos, porém sonhadores. Chega de buscar a perfeição. Busquemos a energia que está em nós, para juntos construirmos uma nova sociedade, onde a vida e o ato de viver sejam pontos de partida e de chegada para um novo amanhã.
Vida é luz e é dimensão e viver é contemplar alegria e tristeza se fundirem num processo de catarse e resistência. Vida é simplesmente ousar viver.
A expressão da vida pode estar num olhar. Num gesto. No ato de sair do individual para o coletivo e principalmente na decisão de fazer. Enquanto isso sua divindade ocorre no momento em que descobrimos que a vida segue, estamos vivos e ainda dispostos a aprender, crescer e mudar.
Já dizia Drummond: “A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade”.
Que a felicidade seja o ato permanente de valorizar cada sopro que a vida dá e que nos fornece energia suficiente para acreditarmos que o melhor ainda está por vir.
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública Social
tonicordeiro1608@gmail.com
NOVOS TEMPOS, NOVAS LUTAS
2 de Outubro de 2017, 20:40
Prezad@s amig@s, segundo Bauman (2001), vivenciamos uma das mais terríveis conjunturas políticas, a lógica da modernidade líquida cada vez mais tem sido aprofundada em nossas relações sociais, de modo que os "sólidos" valores humanos a cada instante tem se fragilizado entre os indivíduos na contemporaneidade.
A política, bem como a economia estão entre as dimensões humanas mais valorosas em nossas vidas, não podemos em hipótese alguma abdicar do lugar que nos forjou, que foi a convicção de uma sociedade mais igual para se viver. Todavia, a sociedade, ela não é dada, notadamente ela é um paradoxo em efetiva ebulição nas diversas relações humanas, mas sobretudo em síntese temos dois projetos em disputa, um a favor dos opressores e um outro em defesa dos oprimidos.
Neste ínterim, temos que estar ao lado da categoria dos explorados, este é nosso lugar do ponto de vista político, não podemos e nem devemos prescindir de tal projeto e essencialmente defende- lo, pois, "se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo (global e local), então somos companheiros" [Che Guevara].
Portanto, nossa tarefa maior é de ter a clareza de qual projeto nos motiva a continuar a luta em defesa de uma sociedade mais inclusiva e decente.
#JivaldoOliveira
Pedagogo pela UNEB Serrinha BA
Especialista em gestão pública pela UNEB Serrinha BA
Especialista em gestão pública pela UNEB Serrinha BA
E quando o sol se por?
23 de Setembro de 2017, 21:22Passado, presente e futuro, que na visão normal de vida estabeleciam uma mudança cíclica na linha do tempo, hoje se confundem com pequenos ciclos, confundindo a mente da maioria do povo brasileiro. Como será o amanhã?
É de assustar, mas o passado em termos de Brasil está há pouco mais de dois anos. Um verdadeiro abismo separa o tempo da esperança de vida melhor, para os dias de hoje, que não se sabe ao certo como será sequer o dia de amanhã.
Um mergulho no interior da Nação revela um mar de incertezas que de uma hora para outra invadiu corações e mentes de seus habitantes, principalmente os de menor poder aquisitivo. O que ontem era certeza, hoje só restou dúvidas.
Vivem-se guerras imaginárias e disputas vãs. O ódio tomou conta de uma grande parte da população, que luta pelo nada e odeia tudo. Não há projeto de mudança no país e muito menos perspectiva. Assiste-se o fim de uma era, com a morte do que se chamava de democracia representativa. A maioria dos políticos eleitos não representa ninguém e tampouco visa uma mudança na sociedade e sim, apenas e tão somente, acochambrar o velho capitalismo selvagem, em troca de privilégios, grana, fama, prestígios e principalmente enriquecimento ilícito.
Infelizmente dois terços dos políticos brasileiros da atualidade são apenas transeuntes da democracia e saqueadores do povo. Foram criados à luz do ódio plantado à política brasileira a mando da Casa Grande contra a Senzala Brasil e no senso comum de que todo político é ladrão. A boa política está na UTI junto com seus seguidores, enquanto a má política caminha a passos largos para tornar o Brasil novamente uma republiqueta dependente dos Estados Unidos e num futuro próximo novamente do FMI. Não foi atoa que o vampiro acabou com o Fundo Soberano criado no governo Lula.
Em apenas dois anos o país emergiu numa de suas piores crises, saindo de seis milhões de desempregados para mais de quinze e com o fim das principais políticas públicas que visavam o empoderamento da população e a melhoria na qualidade de vida de milhares de pessoas. Por certo essas pessoas eram felizes e nem se deram conta, que de uma hora para outra perderam simplesmente tudo. Acreditaram que a meritocracia lhes dera o que sempre sonharam e esqueceram que se tratava de uma conquista, é certo, mas construída por governos populares contra o império econômico que sempre dominou o país.
Pessoalmente tenho medo do escuro. Lembro-me de quando criança morando num sítio, onde a única luz externa era do luar. Brincávamos nas casas com as sombras da luz de um candieiro e depois tínhamos medo na hora de dormir, lembrando-se das figuras que tínhamos projetado nas paredes. Assim está o povo brasileiro. Brincando com a sorte. Esnobaram do que tinham e hoje mal conseguem dormir com medo que o vampiro surja no meio da noite para lhes sugar, gota por gota, o sangue que ainda lhe resta, porém sem nenhuma disposição de lutar pelo que perderam ou virão a perder..
É preciso muito determinação, companheirismo, solidariedade e trabalho em equipe com o foco na causa, para que se possa intervir nesse mar de ilusões que o PIG e a Casa Grande criaram. Só o enfrentamento organizado, com formação política e convicção de classe fará frente ao desmonte que o estado brasileiro passa na atualidade. Não haverá tréguas.
Quando o sol se por, mesmo com a falta de luz, podemos até brincar com o que sonhamos para o amanhã, caso estejamos juntos, porém com o devido cuidado de separarmos os sonhos das fantasias e acreditarmos que a vitória só será possível se tivermos a determinação de construí-la passo a passo.
Lutar por uma causa é antes de tudo andar por entre veredas em busca do sol e de liberdade. É preciso curtir o luar e acreditar no que a minha mãe sempre diz: “Não há bem que sempre dure e mal que nunca se acabe”. Pura sabedoria. Uma frase extraída da vivência sofrida de uma família nordestina perdida em São Paulo e das experiências de seu dia a dia. Algo que a fez suportar muitas vezes a dor, em troca de momentos felizes vindos depois de muita luta.
Como dizia Paulo Freire: “A liberdade, que é uma conquista e não uma doação exige permanente busca. Busca permanente que só existe no ato responsável de quem a faz. Ninguém tem liberdade para ser livre: pelo contrário, luta por ela precisamente porque não a tem. Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho, as pessoas se libertam em comunhão”.
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública e Social
tonicordeiro1608@gmail.com
O que existe do outro lado da ponte?
10 de Setembro de 2017, 18:01Do ponto de vista conceitual, é possível afirmar que uma ponte é qualquer estrutura que liga duas partes, interrompidas por algum obstáculo.
Do ponto de vista político e mirando na tragédia política brasileira da atualidade, se torna muito fácil analisar a “ponte” do ponto de vista do cenário político. O tal projeto “Ponte para o Futuro”, chamado pelo PMDB de projeto da modernidade e materializado pelo golpista traidor-mor, não passa de uma pinguela de material deteriorado, separando a população de um poço repleto de maldades e rodeado de vampiros sedentos por sangue humano.
Uma ponte que levou o Brasil independente do FMI e com Fundo Soberano de reserva, de volta ao subterrâneo das trevas passadas e do ponto de vista trabalhista de volta ao início do século XX. Uma passagem rápida ao universo neoliberal e a submissão completa da classe trabalhadora ao capital.
Que fique claro, que o tal projeto foi formatado durante o primeiro governo Dilma e lançado oficialmente no encontro extraordinário que o PMDB fez, antes mesmo das últimas eleições e deixando explicito já na época, que se tratava de um projeto neoliberal, entreguista e chegando a ser pior do ponto de vista da submissão ao capital internacional, até mesmo se comparado com o do PSDB e equivalente em vários aspectos ao da Marina-Itaú.
O que é inacreditável vem do fato de não ter acontecido um rompimento político de governo naquele momento, principalmente com o PMDB. Ao contrário. O vampiro novamente foi convidado a continuar como vice da Dilma e poucos dias depois das eleições, chefiou, com total apoio do o PSDB e aliados, o golpe em curso. Um folhetim de quinta categoria do ponto de vista do enredo, bem conhecido, mas de uma sutileza maldosa fantástica, que fez o Brasil voltar em sua história há quase um século. O país que do ponto de vista do desenvolvimento econômico estava na transição da Teoria Y para a Z, volta de vez para a Teoria X, num processo quase de escravidão absoluta do ponto de vista trabalhista e enterra todos os avanços do início do século XXI.
Um fator se destaca entre tantos outros. O golpe só se viabilizou e continua a se viabilizar, seguindo seu curso natural, principalmente devido a fragilidade política que a esquerda se encontra, além do vácuo deixado pelos movimentos sociais e sindicais, ocasionando o fortalecimento da direita e o surgimento da extrema direita organizada, que resultou na eleição de dois terços do Congresso Nacional como seus representantes.
Como explicar, por exemplo, que o patronato elegeu 75% de seus representantes em função dos trabalhadores e mesmo assim, uma grande parte dessa parca representatividade trabalhista seja representada pelas centrais sindicais que apoiaram o golpe? Por isso a força da direita de exterminar direitos e impor derrotas uma atrás da outra.
Quero crer que essa “coisa” implantada na marra, em conluio com mais da metade do Congresso e conivência com parte do judiciário, tem o real propósito de servir de passagem de toda elite brasileira para uma nova casa-grande. Algo moderno e depois disso implodir a ponte para que a senzala Brasil não ouse, por um longo tempo, atravessá-la novamente. É a volta do passado a ameaçar o futuro. É a volta da pirâmide econômica como reza o Consenso de Washington.
Aprendi com a vida que cada crise tem lá suas experiências a serem tiradas e essa que envolve o Partido dos Trabalhadores não é diferente. Há de se aprender com os erros. Punir quem tem que ser punido e usou o partido para se beneficiar. Fazer uma autocrítica pública e nacional dos erros cometidos por essas pessoas e fazer uma defesa intransigente de todos e todas do partido que estão, injustamente sendo perseguidos.
Ao usarmos a figura da ponte como metáfora, podemos analisá-la a partir das nossas interpretações da própria vida. Nesse caso a ponte pode ligar o passado ao presente, o interior do nosso ser ao mundo real, ou ainda servir de contexto para falarmos do futuro. A ponte visa uma passagem. Um caminhar para seu outro lado e quem sabe uma mudança circunstancial em nossas vidas.
Que a única ponte que tenhamos que atravessar seja a que nos leva a uma mudança da sociedade atual, para uma sociedade justa, fraterna e igual para todos e todas.
Antonio Lopes Cordeiro (Toni)
Estatístico e Pesquisador em Gestão Pública e Social
tonicordeiro1608@gmail.com