A preparação levou tempo e a Cúpula dos Povos aconteceu de forma plena, com resultados efetivos e uma agenda inteiramente comprometida com os direitos civis e com o meio ambiente ao. Para todo o sucesso que obtivemos ao final do encontro — que chegou ao fim como processo, mas não como luta –, não dá para deixar de falar dos comitês estaduais, que tiveram um papel-chave na articulação com estados e cidades fora do Rio de Janeiro. O legado que eles deixaram — o Fórum dos Povos e a carta à Assembleia dos Povos — também mostra que essa iniciativa veio para ficar.
Durante o processo preparatório e de construção do encontro, os comitês, geralmente organizados nas capitais de seus estados, realizavam reuniões e atividades, eram responsáveis por agregar um grupo de pessoas interessadas e por manter contato com a articulação central da Cúpula. No total, cerca de 100 mil pessoas foram mobilizadas em todo o país e nas regiões fronteiriças.
Para Simone Mamede, do comitê do Mato Grosso do Sul, as expectativas para a Cúpula dos Povos foram, sim, alcançadas. E, até que o evento acontecesse, os comitês contribuíram significativamente para que as discussões sobre Rio+20 chegassem até cidadãos de todo o Brasil e mudassem sua percepção em relação aos temas debatidos na Cúpula: segurança alimentar, direitos individuais, trabalho, mercantilização da natureza e energia. “Os comitês foram verdadeiras extensões da Cúpula dos Povos em nível local”, opina Mamede. “As ações promovidas pelos comitês tiveram grande repercussão, contribuindo em novas atitudes e assegurando políticas públicas mais sustentáveis em seus territórios. Só para se ter uma ideia o Comitê Sul-Mato-Grossense, atingiu de forma direta duas mil pessoas por meio de suas atividades”. Se levarmos em conta as pessoas influenciadas pelo comitê de forma indireta, acrescenta Mamede, esse número pode chegar a 30 mil.
Mas quem pensa que a atividade dos comitês cessaram? Simone explica que os comitês terão uma nova função. Com o término da Cúpula, serão criados fóruns permanentes de discussão sobre sustentabilidade local. “O Fórum dos Povos é nosso espaço de socialização, de compartilhamento de propostas, planos e agendas com o propósito de construirmos um grande panorama de ações e propostas para um mundo melhor”, diz.
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Atualização: mudamos o título desta matéria uma vez que a manchete anterior (“Quem disse que a Cúpula acabou?”) não está de acordo com as deliberações do Grupo de Articulação (GA) da Cúpula dos Povos. O GA trabalhou com o consenso de que, no dia 23 de junho, a Cúpula e as instâncias criadas para viabilizá-la iriam terminar, e que a partir daquela data cada um seguiria sua luta por meio de seus movimentos e entidades.
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