por Vitor Abdala e Carolina Gonçalves
Em um mundo multilateral e em um momento em que é difícil obter consensos, foi importante que a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, tenha conseguido elaborar um documento único. A avaliação é da presidenta da República, Dilma Rousseff, antes da cerimônia de encerramento da Rio+20.
“Esse documento é um ponto de partida, não de chegada. Não significa que os países não possam ter sua própria política. É um documento sobre o meio ambiente, desenvolvimento sustentável, biodiversidade, erradicação da pobreza. É necessário ter um ponto de partida. O que nós temos de exigir é que, a partir daí, as nações avancem”, disse.
Para Dilma, na construção do consenso, “respeitar as diferenças é fundamental”. Segundo ela, o Brasil não pode impor sua vontade às demais nações.
A presidenta não comentou as declarações do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, que disse que o documento poderia ser mais ambicioso e que o Brasil teria que ser responsabilizado. Para Dilma, “todos os países envolvidos têm que ser responsabilizados. Ninguém tem que apontar dedo para o outro”, disse.
A presidenta voltou a defender o financiamento, pelas nações ricas, do desenvolvimento sustentável nos países africanos e nas nações insulares. Segundo ela, o Brasil defende essa postura, mas os países desenvolvidos não quiseram assinar o compromisso. “Nós achamos que é fundamental introduzir a questão dos fundos na pauta [para as próximas conferências]”, ressaltou.
A presidenta também ressaltou a importância dada à sociedade civil na conferência e destacou que essa foi a conferência das Nações Unidas com maior participação popular. E lamentou o fato de a construção do documento final ser feito apenas por países, por ser esse o formato das conferências da ONU.
Edição: Aécio Amado
0sem comentários ainda
Por favor digite as duas palavras abaixo