Por Renata Giraldi e Carolina Gonçalves
A presidenta Dilma Rousseff vai se reunir com oito a dez presidentes e primeiros-ministros estrangeiros assim que chegar ao Rio de Janeiro, vindo da Cúpula do G20, reunião que se realiza no México. Na relação de nomes confirmados estão o presidente da França, François Hollande, e os primeiros-ministros da China, Wen Jiabao, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, também pediu audiência, mas ainda não há confirmação se sua solicitação será atendida. Segundo assessores, a agenda da presidenta ainda está sendo fechada.
Dilma chega ao Rio na próxima quarta-feira (20) pela manhã. Ela vem direto da cidade de Los Cabos, no México, onde participa da reunião do grupo que reúne as maiores economias mundiais. Apesar da longa viagem, ela determinou a seus assessores que marquem as audiências bilaterais pela manhã para que possa dedicar-se exclusivamente à Rio+20 a partir da tarde.
Ontem (17), a presença do presidente iraniano no Brasil gerou protestos de manifestantes em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro. Para eles, Ahmadinejad prega um discurso repleto de ódio e discriminação. O Brasil é considerado um parceiro diferenciado pelos iranianos.
No governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil ajudou a negociar, junto com a Turquia, o fim das resistências ao Irã por meio da implementação de um plano de paz, que não foi aceito pela comunidade internacional. Nos últimos anos, os iranianos vêm sendo alvos de sanções internacionais por suspeitas de que seu programa nuclear tenha fins armamentistas.
Defensor das discussões sobre desenvolvimento sustentável, Hollande, que vem pela primeira vez como presidente ao Brasil, também quer tratar da venda de 36 caças para a Força Aérea Brasileira (FAB). A francesa Dassault, fabricante do Rafale, a sueca Saab, que fabrica o Gripen, e a norte-americana Boeing, do F-18 Super Hornet, disputam a venda.
Com a Turquia, o Brasil tem uma relação estreita que se refere a várias negociações no Oriente Médio. No governo Lula, os turcos também intermediaram as reuniões em busca do fim do impasse envolvendo as restrições internacionais ao Irã. Foi mediado um texto para a venda de urânio enriquecido, mas a comunidade internacional rejeitou o acordo.
Já na conversa com o premiê chinês, Dilma deverá reforçar a atuação do Brics (grupo formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul), além de temas bilaterais. Atualmente, os chineses são os principais parceiros do Brasil.
Em maio, Jiabao disse para a presidenta que a China quer ampliar e aprofundar as relações com a América Latina. A China superou os Estados Unidos, em 2009, tornando-se a principal parceira comercial do Brasil. O comércio entre os dois países cresceu 35,2% em 2011, alcançando os US$ 84,5 bilhões.
Edição: Lana Cristina
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