Um ano após a morte do ex-ditador Muammar Kadafi, a Líbia avançou no processo de transformação política, mas ainda enfrenta desafios especialmente nas áreas de segurança, reconciliação nacional e garantia do Estado de Direito. A avaliação é do Representante Especial do Secretário-Geral da ONU e Chefe da Missão de apoio na Líbia (UNSMIL), Tarek Mitri, durante apresentação ontem (8) no Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a situação do país.
Entre as preocupações destacadas por Mitri estão os conflitos em Bani Walid, uma das últimas cidades a ser dominada pelos revolucionário ano passado e que, no final de outubro registrou conflitos entre as tropas do novo governo e apoiadores do antigo líder. “Em reuniões com o Primeiro-Ministro Ali Zeidan e o Presidente Mohammed al Magrif, transmiti fortemente as preocupações das Nações Unidas e da comunidade internacional no que diz respeito à proteção de civis, e pedi o retorno das famílias deslocadas no menor tempo possível, enquanto os serviços básicos são garantidos”, disse Mitri. O representante lembrou também dos conflitos no sul da região em setembro, a violência entre brigadas armadas na capital Trípoli e os acontecimentos em Bengazhi, segunda maior cidade do país.
“Os conflitos de Bani Walid, Trípoli e Bengazhi ressaltam a necessidade rápida e efetiva de decisões políticas e medidas práticas eficazes a serem tomadas na reforma do setor de segurança”, disse Mitri. Essas iniciativas incluem a implementação de um mecanismo de coordenação de segurança nacional e medidas provisórias de segurança enquanto novas forças de defesa e polícia são constituídas e apoiadas pela inteligência nacional.
As eleições de julho para a Assembleia Nacional e a formação na semana passada de um novo governo, liderado por Ali Zeidan, são exemplos de progresso. “Mas todos vocês sabem, restam muitos desafios, particularmente na área de segurança”, disse Mitri.
Os conflitos na Líbia começaram em fevereiro de 2011 com os levantes contra o ex-ditador Muammar Kadafi, morto em outubro do mesmo ano após governar o país por 42 anos.
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