O Conselho de Segurança da ONU (CS) condenou fortemente ontem (20) as recentes ondas de ataque do movimento rebelde M23 na República Democrática do Congo (RDC) e exigiu que o grupo deixe Goma, capital da província do Kivu do Norte, no leste do país.
O grupo rebelde, composto de soldados que se amotinaram do exército nacional da RDC em abril, tomou o controle de Goma ontem (20). No último fim de semana, o grupo realizou ataques no Kivu do Norte que deslocaram mais de 60 mil civis. Por conta das investidas, a Missão de Estabilização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (MONUSCO), com 19 mil membros, foi obrigada a empregar helicópteros de combate em auxílio ao exército nacional, conhecido na sigla francesa por FARDC.
Relatórios da ONU afirmam que o M23 tem ferido civis, sequestrado mulheres e crianças, intimidado jornalistas e aqueles que tentam resistir ao seu controle no leste da RDC. Além disso, os documentos indicam que o movimento recebe apoio externo, por meio de tropas, conselhos táticos e equipamentos. As informações preocupam o Conselho de Segurança, que pediu o fim de qualquer apoio ao grupo.
O Conselho solicitou ao Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, junto à Conferência Internacional sobre as Regiões dos Grandes Lagos (CIRGL) e da União Africana, informes sobre as alegações do apoio externo ao M23 e também expressou estar de prontidão para tomar medidas apropriadas com base nessas informações.
O CS também demonstrou considerar outras sanções específicas contra a liderança do M23 ou os que prestam apoio externo ao grupo e contra as pessoas que atuam em violação do regime de sanções e do embargo de armas imposto pelo Conselho em relação à RDC.
“Os avanços militares do M23 continuaram apesar das exigências do Conselho de Segurança, do Secretário-Geral, da União Africana e outros, incluindo países da região, para que o M23 cesse imediatamente seus ataques”, disse o Porta-Voz adjunto da ONU, Eduardo Del Buey . O Porta-Voz ressaltou que as tropas da MONUSCO vão permanecer ativas em Goma para proteger os civis das ameaças iminentes.
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