Após 20 anos da criação da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), 10% dos solos estão em processo de recuperação, contra 25% ainda gravemente degradados. Se a tendência persistir, o mundo não dará conta das demandas futuras por alimento e energia, alertou o Secretário Executivo da UNCCD, Luc Gnacadja, em coletiva de imprensa no Riocentro para marcar o Dia Mundial de Combate à Desertificação, celebrado hoje, 17 de junho.
“Esquecemos que a terra é um recurso escasso. O Planeta tem apenas 3% de terras naturalmente férteis. A cada ano 12 milhões de hectares de áreas produtivas se convertem em terras áridas por conta de secas e processos de desertificação”, informou Gnacadja.
Degradação Zero
A expectativa, no entanto, é multiplicar experiências positivas de recuperação dos solos com a meta de zerar a degradação nos próximos vinte anos. A estratégia é vincular os programas de preservação e recuperação às políticas de segurança alimentar, erradicação da pobreza, geração de empregos e instrumentos de monitoramento contínuo do meio ambiente.
“Tenho 12 anos e eu quero ter uma terra limpa e saudável, e quero que isso se mantenha para as gerações que virão. Não podemos esperar que os outros façam algo por nós. O [rio] Amazonas corre o risco de se tornar um pequeno riacho no meio de um deserto”, disse Kehkashan Basu, que acompanhou a coletiva.
“Essa indiferença e inação me incomodam muito”, acrescentou Basu, vencedora da Competição Infanto-Juvenil promovida pela UNCCD.
A Convenção foi um dos resultados da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, e entrou em vigor em 1996.
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