O fluxo de refugiados e migrantes do Chifre da África através do Golfo de Áden e do Mar Vermelho para o Iêmen continua a exceder os recordes anteriores, com quase 64 mil pessoas já tendo feito a perigosa travessia nos primeiros sete meses de 2012, informaram ontem (28) as Nações Unidas.
Isso representa um aumento de 30% sobre o número de chegadas durante o mesmo período do ano passado, que foi 48,7 mil, de acordo com o Escritório do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR).
“Depois que os dados de agosto forem compilados, esperamos ver um outro pico de chegadas no Iêmen”, disse a Porta-Voz do ACNUR, Melissa Fleming, em entrevista coletiva em Genebra.
Ela disse que 2011 foi também um ano recorde, com mais de 103 mil chegadas por via marítima para o Iêmen, o maior total desde 2006, quando o ACNUR começou a recolher dados sobre esta rota. Uma particularidade deste ano é a mudança na composição da população, com mais etíopes fazendo a travessia, utilizando os serviços de contrabandistas que operam ao longo da costa da Somália e Djibuti.
De acordo com o ACNUR, somalis são automaticamente reconhecidos como refugiados em todos os países vizinhos, incluindo o Iêmen, devido a conflitos e violações dos direitos humanos em seu país natal. Em anos anteriores, os refugiados somalis têm constituído entre um quarto e um terço de todas as chegadas para o Iêmen. De janeiro a julho deste ano, apenas uma em cada seis pessoas que chegam ao Iêmen eram de nacionalidade somali.
Embora o número de somalis fazendo a passagem permaneça relativamente estável, o número de etíopes continua a crescer — mais de 51 mil só este ano. A maioria destes cita a falta de perspectivas e a difícil situação econômica em sua terra natal como motivação para migrar, disse Fleming.
“Para evitar a detenção e a deportação, eles tentam escapar do contato com as autoridades iemenitas. Relatos de graves violações a etíopes nas mãos de contrabandistas estão aumentando”, acrescentou.
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