O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) alertou nesta tarde (14/06) que a contaminação por armas é mais do que um risco para a segurança. Ela impede muitas populações de chegar a terras cultiváveis, água e alimentos. O apelo pela proteção das vítimas e do meio ambiente foi feito em evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
Restos de explosivos, como munições não detonadas e minas ou vazamento de combustíveis em ações militares provocam contaminação do solo e da água, destruição de espécies, redução da biodiversidade, desequilíbrio na cadeia alimentar além de restringir o acesso a parques nacionais e a patrimônios mundiais.
“Foi o que aconteceu na Colômbia”, exemplifica o Assessor Jurídico do CICV no Brasil, Gabriel Valladares. Os turistas, relata o assessor, deixaram de visitar parques nacionais por medo de serem feridos, o que comprometeu o desenvolvimento econômico de algumas regiões.
Esses armamentos ainda prejudicam o acesso a serviços médicos, a educação e a chegada de assistência humanitária.
Compromisso na Rio-92 reduziu danos
Na Rio-92, como parte da Agenda 21, os países assumiram o compromisso de proteger o meio ambiente mesmo em tempo de conflito armado. Desde então, avalia Valladares, cresceu a preocupação dos Estados com a questão. “[Em 1992] vínhamos de uma guerra no Iraque, onde justamente o meio ambiente foi uma das coisas mais atacadas”, lembra. Depois da conferência, “não tivemos uma consequência tão direta [no meio ambiente], como em 1991”, diz.
O tema também é tratado pelo CICV na exposição “Contaminação por Armas: Devastação do Meio Ambiente e sofrimento da população”, que acontece até dia 24 de junho no Parque dos Atletas, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. A entrada é gratuita. O acesso será restrito a credenciados somente de 20 a 22 de junho.
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