A Missão de Supervisão da ONU na Síria (UNSMIS) suspendeu as suas atividades devido a uma intensificação da violência armada em todo o país nos últimos 10 dias, anunciou no sábado (16/6), o General de Brigada e chefe da Missão, Robert Mood.
“A escalada de violência está limitando a nossa capacidade de observar, verificar e relatar, bem como auxiliar no diálogo local e projetos de estabilidade – basicamente impedindo nossa capacidade de realizar o nosso mandato. A falta de vontade das partes para buscar uma transição pacífica e o impulso para avançar nas posições militares estão aumentando as perdas de ambos os lados: civis inocentes, homens, mulheres e crianças estão sendo mortos todos os dias. Também está impondo riscos importantes para os nossos observadores”, acrescentou.
O General disse que os observadores da ONU não farão mais patrulhas e vão ficar em local seguro até nova ordem. “Esta suspensão será reavaliada em uma base diária. As operações serão retomadas quando a situação se acalmar”.
No domingo (17/6), Robert Mood pediu às partes envolvidas no conflito que permitam a saída de civis retidos nas zonas mais violentas. “Os envolvidos devem reconsiderar a sua posição e permitir que as mulheres, crianças, idosos e os feridos deixem as zonas de conflito, sem quaisquer condicionantes prévias para a garantir da sua segurança. Isso requer vontade de ambos os lados a respeitar e proteger a vida do povo sírio”.
O Conselho de Segurança da ONU estabeleceu o UNSMIS em abril para monitorar o cessar fogo na Síria, bem como para acompanhar e apoiar a implementação integral do plano de paz de seis pontos apresentado pelo Enviado Especial Conjunto das Nações Unidas e da Liga Árabe para a crise Síria, Kofi Annan.
O plano prevê o fim da violência, o acesso de agências humanitárias para prestar socorro aos necessitados, a libertação dos detidos, o início de um diálogo político inclusivo que leve em conta as aspirações do povo sírio, e o acesso irrestrito ao país dos meios de comunicação internacionais.
A ONU estima que mais de 10.000 pessoas, a maioria civis, foram mortos na Síria e dezenas de milhares foram deslocadas desde o levante contra o presidente Bashar al-Assad, que começou há cerca de 16 meses.
0sem comentários ainda
Por favor digite as duas palavras abaixo