Na véspera de sua partida para o Rio de Janeiro, Kanayo F. Nwanze, Presidente do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), diz que a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) é a “oportunidade de uma geração” para transformar o sistema global de agricultura e alimentos com a velocidade necessária, colocando os 500 milhões de pequenas propriedades do mundo em desenvolvimento no centro de planos orientados para a ação.
“Não há uma fórmula mágica que elimine a pobreza e garanta segurança alimentar sustentável da noite para o dia”, diz Nwanze. “Mas o FIDA vê a esperança de um futuro sustentável encarnada na perseverança e resistência dos habitantes rurais para superar desafios e prosperar. Mais especificamente, está encarnada nas mulheres rurais, pois são as cuidadoras e educadoras desta geração e da próxima.”
“A conferência Rio+20 é a oportunidade de acelerar o desenvolvimento agrícola sustentável”, continua Nwanze. “Mas, para sermos realmente sustentáveis, temos que tirar o peso dos ombros das mulheres e homens rurais e substituí-lo por acesso igual a recursos agrícolas e ferramentas climaticamente inteligentes para fortalecer sua resiliência.”
Vinte anos após a Cúpula da Terra, realizada no Rio em 1992, os líderes mundiais se reunirão para discutir as ações que possam criar um futuro sustentável para o planeta em face de novos e intimidantes desafios. Nos últimos 20 anos, não só o aquecimento global aumentou, mas também aumentou o número de pessoas que passam fome. As mudanças climáticas, o crescimento populacional e a limitação dos recursos naturais – bem como a competição por esses recursos limitados – representam enormes desafios para a segurança alimentar.
Antes da Rio+20, Nwanze será o orador principal em vários eventos internacionais, como o Dia da Agricultura e Desenvolvimento Rural e o Fórum da Sustentabilidade Empresarial, onde apresentará sua mensagem distinta sobre a importância de trabalhar com os pequenos agricultores e reconhecê-los como empresários.
“O FIDA acredita que os pequenos agricultores constituem a âncora do desenvolvimento sustentável, pois são os principais investidores do setor privado interno nas áreas rurais”, afirma Nwanze. “Os investimentos do setor privado, tanto interno como externo, podem ser o ingrediente essencial para obter um desenvolvimento agrícola sustentável e a segurança alimentar. Mas têm que ser claramente direcionados para habilitar os agricultores a aumentar sua produtividade e sua renda.”
Como maior empregador do mundo, a agricultura continua sendo um setor crucial para as economias dos países em desenvolvimento. Na maioria dos países, a agricultura representa mais de 60% do emprego. A experiência do FIDA indica que, com o apoio certo, os pequenos agricultores podem duplicar ou triplicar sua produção, mesmo em face das mudanças climáticas e degradação ambiental.
“Quando melhoramos a capacidade dos pequenos agricultores de se alimentar, também melhoramos sua capacidade de alimentar os outros”, declara Nwanze. “Eles não podem fazer isso sozinhos. Não é coincidência que nos países em que a agricultura decolou houve grandes investimentos em pesquisa e infraestrutura.”
No Fórum de Sustentabilidade Empresarial, o FIDA realizará uma sessão chamada O ponto ideal: o cacau promete sustentabilidade, equidade e rentabilidade para pequenos produtores e empresas. Durante essa sessão, Nwanze indicará como os governos dos países em desenvolvimento deveriam avaliar melhor o impacto das políticas sobre os pequenos agricultores e suas organizações, e criar um ambiente adequado que leve o setor privado a investir mais na agricultura.
Antes e durante a Rio+20, as agências da ONU para alimentação e agricultura baseadas em Roma – a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o FIDA e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) – e Bioversity International realizarão vários eventos para promover o diálogo e identificar as ações necessárias para preparar o caminho para um futuro com segurança alimentar. Em nome das agências, Nwanze pronunciará o discurso de abertura de um evento em 19 de junho, focalizando as ações para enfrentar os desafios da segurança alimentar no âmbito comunitário, nacional e global.
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