Ao afirmar que a atual trajetória da violência na Síria levará o país à sua destruição, o Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Políticos alertou ontem (6), após uma reunião a portas fechadas com o Conselho de Segurança, sobre a necessidade urgente de se afastar da lógica militar que conduz o conflito e avançar para um processo político.
“Tem que ser um processo liderado pela Síria, não pode ser imposto,” destacou Jeffrey Feltman sobre a situação do país devastado pela guerra no Oriente Médio. ”É preciso fazer uma mudança real e provocar uma ruptura com o passado”, acrescentou.
Com esse objetivo em mente, Feltman ressaltou os esforços do Representante Especial Conjunto das Nações Unidas e da Liga dos Estados Árabes para a crise na Síria, Lakhdar Brahimi, que tem se reunido com representantes de países-chave no processo de paz, como líderes da região e integrantes do Conselho de Segurança, que até agora não chegou a um acordo efetivo sobre a crise na Síria.
“Os esforços políticos estão acontecendo com grande urgência”, salientou Feltman. “Mas também com muito cuidado.”
Segundo Feltman, Brahimi, que teve reuniões em Moscou e Pequim na última semana, “elogiou” um plano de quatro pontos proposto pela China, um dos membros com poder de veto no Conselho de Segurança. De acordo com a mídia, o plano inclui pedidos de ajuda humanitária para os refugiados e um cessar-fogo que seria realizado “por distrito e em etapas.”
Com o fracasso do cessar-fogo que deveria ter ocorrido no final de outubro, novos relatos de atrocidades, com aumento no número de carros-bomba e o agravamento da crise humanitária, têm aumentado o temor de que o conflito se espalhe pela região.
“Podemos, de fato, já estar vendo sinais deste alastramento”, observou Feltman, referindo-se à eventos recentes na Turquia e no Líbano e aos relatos de tiroteios entre os dois lados do conflito sírio em Golã, uma área imprensada entre a Síria e Israel.
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