Adiantando-se à Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), programada para a próxima semana no Rio de Janeiro, a Diretora Executiva da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), Michelle Bachelet, fez um apelo aos líderes mundiais por ações ousadas e compromissos firmes, a fim de promover o direito de igualdade, oportunidade e participação das mulheres. A Rio+20 reunirá Chefes de Estado e de Governo, bem como representantes da sociedade civil e do setor privado, com vistas a elaborar um roteiro para um futuro sustentável, com o objetivo de reduzir a pobreza e promover a igualdade e a proteção do meio ambiente.
A Rio+20 acontece duas décadas depois da Cúpula da Terra no Rio, ocasião em que se chegou ao acordo unânime de que o desenvolvimento sustentável não pode ser alcançado sem igualdade de gênero. Entretanto, 20 anos depois, mulheres e meninas continuam a enfrentar discriminação e violência e a reivindicar igualdade e justiça.
Atualmente, as mulheres representam 43% da mão de obra na agricultura em países em desenvolvimento, no entanto continuam a ver negados o acesso igualitário à terra, ao crédito e a outros recursos. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estima que se fosse proporcionado às mulheres o mesmo acesso que têm os homens a fertilizantes, sementes e ferramentas, a produção agrícola nacionalaumentaria em até 4% e o número de vítimas da fome seria reduzido em 100 ou 150 milhões.
A promoção da igualdade de direitos e oportunidades é fundamental para um futuro sustentável. O enfrentamento da mudança do clima e de outros desafios exige a participação plena das mulheres, bem como a sabedoria coletiva e a inteligência disponível no mundo.
As mulheres têm um papel central no desenvolvimento sustentável, e as soluções do desenvolvimento sustentável, por sua vez, podem melhorar significativamente a vida das mulheres, mediante a redução da pobreza, a liberação do tempo da mulher e a proteção contra a violência e outros impactos adversos em sua saúde e ambiente. A título de exemplo, 2 milhões de pessoas morrem todos os anos vítimas da fumaça produzida por fogões tradicionais, sendo mais de 85% mulheres e crianças.
Salientando a necessidade de que o documento final da Rio+20 assegure a participação plena das mulheres no desenvolvimento sustentável, Bachelet reafirmou o papel imprescindível que as mulheres desempenham como promotoras, bem como defensoras do desenvolvimento sustentável. “O mundo não pode mais se permitir a exclusão das mulheres. O desenvolvimento sustentável não pode acontecer sem metade da população mundial.”
A liderança e participação das mulheres é uma necessidade urgente para que se alcance a mudança transformadora essencial para o desenvolvimento sustentável.
Para saber as principais recomendações da ONU Mulheres para a Rio+20, clique aqui.
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