Importantes reflexões e avanços nas discussões de temas como turismo de memória, turismo cultural sustentável, memória, identidade e reconciliação nacional e internacional e o papel dos museus comunitários foram o saldo dos quatro dias do seminário internacional “Herança, Identidade, Educação e Cultura: gestão dos sítios históricos ligados ao tráfico negreiro e à escravidão”, que terminou nesta quinta-feira (23), em Brasília.
A proposta de inscrição do Cais do Valongo, importante escavação arqueológica no centro do Rio de Janeiro, na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO foi outro tema de destaque do seminário, que reuniu especialistas e autoridades em cultura negra do Brasil e de diversos países, na sua maioria africanos. O seminário foi uma iniciativa da UNESCO e da Fundação Cultural Palmares.
Após quatro dias de debates e reuniões técnicas, os participantes do seminário estavam satisfeitos com os resultados obtidos e as parcerias firmadas. Ali Moussa-Iye, chefe da Seção de Diálogo Intercultural da UNESCO e diretor do projeto ‘A Rota do Escravo’, que inspirou o seminário, disse que os resultados obtidos devem ser comemorados. “Não tenho dúvida do sucesso. O evento contou com representantes muito qualificados, que mostraram entusiasmo e engajamento nas discussões e na busca por resultados concretos”, afirmou Moussa.
Segundo ele, há pelo menos três grandes êxitos alcançados: a rica e produtiva troca de experiências que aconteceu em clima amistoso entre os participantes, o comprometimento com a elaboração de um guia metodológico e de módulos de treinamento para a gestão dos sítios históricos ligados à escravidão e ao tráfico negreiro e a criação de uma rede internacional de gestores de locais históricos relacionados com a cultura negra.
O grupo de especialistas se comprometeu a se reunir novamente em dois anos, em local ainda a ser definido, para avaliar a implementação desses resultados. Moussa lembrou que o seminário acontece em um momento estratégico, pouco antes da declaração, pela ONU, da Década das Pessoas de Ascendência Africana (2013-2023), que deverá acontecer ainda este ano. “O seminário foi uma grande preparação para a Década por vir e para as discussões que serão geradas”, ressaltou. “A discussão não cessa. Um site será lançado para mantermos a troca de ideias e experiências, como parte de um plano de ação firmado”, acrescentou Moussa.
A UNESCO aproveitou ainda o evento para retomar a discussão sobre a publicação do nono volume da coleção História Geral da África, uma das mais importantes obras sobre o histórico do continente. O aguardado volume deverá abordar os novos desafios da África e da Diáspora Africana.
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