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Notícias da ONU

11 de Junho de 2012, 21:00 , por Vicente Aguiar - | No one following this article yet.
Notícias do Site Oficial da ONU. http://www.onu.org.br/tema/rio20/

Prêmio da UNESCO sobre mulheres na ciência anuncia vencedoras

13 de Agosto de 2018, 10:49, por ONU Brasil
Da esquerda para direita, Nathalia Bezerra, Sabrina Lisboa, Jaqueline Soares, Luna Lomonaco, Ethel Wilhelm, Angelica Vieira e Fernanda Cruz, vencedoras da edição 2018 do prêmio

Da esquerda para direita, Nathalia Bezerra, Sabrina Lisboa, Jaqueline Soares, Luna Lomonaco, Ethel Wilhelm, Angelica Vieira e Fernanda Cruz, vencedoras da edição 2018 do prêmio “Para Mulheres na Ciência”. Foto: Prêmio Para Mulheres na Ciência

Promover qualidade de vida para pacientes idosos em tratamento de câncer, usar a pedra-sabão como solução para aperfeiçoar próteses ortopédicas e dentárias, buscar uma alimentação correta para evitar a resistência das bactérias a antibióticos. Esses são alguns dos temas pesquisados pelas sete vencedoras da 13ª edição do “Para Mulheres na Ciência”, premiação da L’Oréal Brasil em parceria com a UNESCO e a Academia Brasileira de Ciências (ABC).

A inciativa visa promover a igualdade de gênero no meio científico. Anualmente, os jurados escolhem pesquisas com potencial de encontrar soluções para problemas ambientais, econômicos e de saúde. A edição 2018 bateu recorde de participação: foram registradas 524 inscrições, 34% a mais que em 2017. A entrega da premiação acontecerá em 4 de outubro, na sede da L’Oréal, no Rio de Janeiro.

Entre as vencedoras, Fernanda Cruz, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), trabalha no desenvolvimento de terapias menos invasivas para doenças respiratórias crônicas. Sabrina Lisboa, da Universidade de São Paulo (USP), busca um tratamento para o transtorno do estresse pós-traumático, a partir do entendimento das alterações que acontecem no cérebro de quem desenvolve a doença.

É com a alimentação saudável que a pesquisadora Angélica Vieira, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), acredita ser capaz de resolver o problema global da resistência das bactérias aos antibióticos. Também em Minas Gerais, Jaqueline Soares faz nanotecnologia com uma matéria-prima abundante em Ouro Preto, a pedra-sabão. O objetivo é aperfeiçoar próteses ortopédicas e dentárias.

Já Ethel Wilhelm, da Federal de Pelotas (UFPEL), estuda os mecanismos por trás das dores nas extremidades do corpo, a fim de garantir qualidade de vida para os idosos, segmento da população que mais cresce no mundo.

Luciana Lomonaco, da USP, pesquisa um dos fractais mais famosos da Matemática, o Conjunto de Mandelbrot. “Por falta de referências femininas na ciência e, em especial, na Matemática, as jovens nem sabem que existe essa possibilidade quando chega a hora de escolher sua carreira. O prêmio vem para mostrar que é possível ser mulher e cientista”, diz a especialista.

Nathalia Bezerra, da Federal de Pernambuco (UFPE), também atua em uma área majoritariamente masculina. A cientista investiga como aumentar a durabilidade do cimento nas diversas condições climáticas do Brasil. “O prêmio vai ser fundamental para ganhar reconhecimento e será um divisor de águas na carreira”, avalia a pesquisadora.

Há 13 anos, o “Para Mulheres na Ciência” premia cientistas com uma bolsa-auxílio de 50 mil reais em quatro categorias: Ciências da Vida, Química, Matemática e Física. Confira abaixo a lista completa de vencedoras da edição 2018:

Ciências da Vida:
Ethel Antunes Wilhelm
Angelica Thomaz Vieira
Fernanda Ferreira Cruz
Sabrina Francesca de Souza Lisboa

Química:
Nathalia Bezerra de Lima

Matemática:
Luciana Luna Anna Lomonaco

Física:
Jaqueline dos Santos Soares



ARTIGO: Uma carta de Mossul

13 de Agosto de 2018, 10:23, por ONU Brasil
Angelina Jolie durante viagem a Mossul, no Iraque. Foto: ACNUR

Angelina Jolie durante viagem a Mossul, no Iraque. Foto: ACNUR

Por Angelina Jolie, atriz e enviada especial do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR)*

A maior e mais longa batalha urbana disputada no mundo desde a Segunda Guerra Mundial foi travada para retomar a cidade de Mossul do Estado Islâmico. A liberdade teve um preço alto: milhares de civis foram mortos e grandes áreas da cidade iraquiana foram reduzidas a escombros.

Grande parte do leste de Mossul foi poupada, mas o oeste ainda está em ruínas um ano após o fim dos combates. Enquanto estava lá, senti como se as armas apenas tivessem se silenciado ontem.

Se na última década aprendemos algo no Oriente Médio e no Afeganistão, é que se uma “vitória” militar não é seguida por uma ajuda efetiva para garantir a estabilidade, então o ciclo de violência só continua.

Você pensaria, assim, que nada poderia ser mais importante nessa situação do que tentar garantir que o extremismo violento nunca retorne a Mossul. Você esperaria que reconstruir uma cidade que é um patrimônio cultural e que foi referência da diversidade e da coexistência pacífica seria uma prioridade. Você imaginaria que as ruas do oeste de Mossul estariam repletas de equipamentos de reconstrução, desminadores, arquitetos, planejadores, agências governamentais e organizações não governamentais e especialistas em patrimônios mundiais, todos prestando assistência técnica ao Iraque em um grande plano para reconstruir a cidade.

Mas, um ano depois, o oeste de Mossul está abandonado, arruinado e apocalíptico. As paredes que permanecem em pé estão cheias de buracos, marcas deixadas por balas e morteiros. As ruas estão assustadoramente silenciosas: centenas de milhares de antigos residentes da cidade estão vivendo em acampamentos ou comunidades próximas porque não há nada para o que possam voltar. Cadáveres em decomposição ainda estão em meio às ruínas, aguardando a coleta.

Nas ruas que parecem completamente inabitáveis, um pequeno número de famílias em estado de choque está limpando os escombros de suas casas com as próprias mãos, desafiando os explosivos ocultos deixados para trás. Na última semana, uma explosão em uma casa matou e feriu 27 pessoas.

Ainda pior do que a ruína física da cidade é o dano invisível ao emocional de seu povo. Residentes que retornaram perderam as casas em que suas famílias viveram por gerações, seus pertences, suas economias, até mesmo os documentos que provam sua identidade. Comunidades de diferentes crenças, que viviam lado a lado, foram separadas e agora estão divididas.

Um homem com quem eu conversei descreveu com lágrimas nos olhos como ele foi atacado por militantes. Uma criança me contou que viu um homem morto na sua frente. Uma mãe e um pai descreveram a manhã em que um morteiro atingiu sua filha adolescente, arrancando as pernas dela e deixando seus ossos quebrados. Eles a levaram para um hospital e pediram tratamento médico, mas foram dispensados e ela sangrou até a morte em seus braços.

Injustiça e sofrimento dessa magnitude são impossíveis de quantificar. Parece completamente errado e profundamente inquietante que as pessoas que sobreviveram a essas experiências tenham sido deixadas sozinhas e esquecidas. A lacuna entre o que elas merecem e a rapidez com que o mundo as esqueceu é chocante.

Eu fiquei me perguntando se, em outro momento da história, teríamos reagido de maneira diferente ao que aconteceu em Mossul. Teríamos reagido da mesma forma que fizemos após a libertação da Europa com o fim da Segunda Guerra Mundial, inundando-a com assistência para reconstruí-la e recuperá-la?

Pensei também nos sobreviventes dos ataques com armas químicas, nos atentados aos hospitais, nos estupros coletivos e na fome deliberada de civis que são características dos conflitos contemporâneos e perguntei a mim mesma: estamos anestesiados diante do sofrimento humano? Duvidamos tanto da nossa capacidade de agir efetivamente no exterior, à luz da história recente, que começamos a tolerar o intolerável? Somos os culpados por realizar uma forma de triagem moral coletiva, escolhendo seletivamente quando e onde defenderemos os direitos humanos, por quanto tempo e em que grau?

Em Mossul, senti que estava em um lugar que, na última década, acumulou uma série de políticas externas fracassadas. Mas também senti que estava em um lugar que representa a capacidade humana de sobrevivência e renovação e a permanência de valores universais nos corações de muitas pessoas.

Eu penso num pai que conheci e em sua alegria por suas duas filhas poderem ir à escola novamente. Mesmo sem dinheiro e sem um teto para oferecer à própria família, ele conversou como se não houvesse tesouro maior do que o boletim das filhas. Não haveria um símbolo mais profundo da vitória de Mossul do que a possibilidade de todas as garotas voltarem à escola e se saírem bem.

Nenhuma família que conheci no oeste de Mossul me pediu nada. Eles não estão contando com a nossa ajuda. Mossul tem uma história de mais de 3 mil anos, e eu tenho certeza de que seu povo superará esses três anos de terror. Mas quão melhor seria se a recuperação da cidade fosse fruto do nosso esforço conjunto, da mesma forma que consideramos a derrota do Estado Islâmico uma vitória coletiva.

*Artigo publicado originalmente no Huffington Post, em 19 de junho de 2018.



Em dia mundial, ONU defende espaços seguros para promover direitos dos jovens

10 de Agosto de 2018, 19:56, por ONU Brasil

Em mensagem para o Dia Internacional da Juventude, comemorado pela ONU em 12 de agosto, o secretário-geral António Guterres defende a criação de espaços seguros para os jovens, onde crianças e adolescentes tenham seus direitos protegidos e suas vozes, ouvidas. Atualmente, existem no mundo 1,8 bilhão de pessoas de dez a 24 anos de idade — o maior contingente nessa faixa etária já registrado em toda a história.

Para o dirigente máximo das Nações Unidas, “paz, o dinamismo econômico, justiça social, tolerância e muito mais” dependem do poder da juventude. “No entanto, mais de 400 milhões de mulheres e homens jovens vivem em meio ao conflito armado ou violência organizada. Milhares enfrentam privações, assédio, bullying e outras violações de direitos”, alertou o chefe máximo da Organização.

Guterres acrescentou que lugares públicos, civis, físicos e digitais devem oferecer segurança para os jovens. Nesses espaços, a juventude deve poder expressar livremente suas opiniões e seguir seus sonhos, completou o secretário-geral.

Ander é venezuelano, tem 19 anos e está morando em um dos abrigos públicos mantidos pelo Governo Federal em Roraima, com o apoio da ONU Brasil.Em um ambiente mais seguro, ele quer se graduar em enfermagem para ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade@ACNURBrasil @OIMBrasil pic.twitter.com/RtoIZ74Woo

— Fundo de População das Nações Unidas (@unfpabrasil) 10 de agosto de 2018

“As Nações Unidas estão firmemente comprometidas a ouvir as vozes dos jovens e abrir caminhos para participação substancial nas decisões que os afetam. Em setembro, lançaremos uma nova estratégia parar marcar nosso trabalho com os jovens e para os jovens”, completou Guterres.

Saúde sexual e reprodutiva

Também por ocasião da data, a chefe do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Natalia Kanem, enfatizou que, sem a participação da juventude, o mundo não conseguirá alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

“Os jovens, especialmente as adolescentes, enfrentam desafios formidáveis para permanecer saudáveis, ter educação e tomar suas próprias decisões na vida. Ameaças aos seus direitos e seu bem-estar hoje colocam em risco seu potencial de se tornarem cidadãos engajados e produtivos amanhã”, disse a dirigente da agência da ONU.

Kanem explicou que o UNFPA, por meio da promoção da saúde sexual e reprodutiva, mantém uma longa tradição de estímulo à participação social dos jovens. “Nossos esforços permitem aos jovens desenvolver as habilidades, conhecimentos e apoio de que precisam para tomar decisões informadas sobre seus corpos, suas vidas, famílias, comunidades, países e nosso mundo.”

Lembrando o lema que tem ganhado cada vez mais força entre o ativismo jovem — “Nada para a gente, sem a gente!” —, a chefe do organismo pediu esforços da comunidade internacional para reconhecer as contribuições e necessidades da juventude em diferentes níveis.

“Temos o poder, e a responsabilidade, de ajudar cada menina e cada menino a fazer uma transição segura e saudável da adolescência para a vida adulta. Todos os espaços deveriam ser espaços seguros para a juventude — o lar, a sala de aula, o centro de saúde e as mesas onde políticas e acordos de paz são escritos.”

Conscientização para eliminar a AIDS

Para marcar o dia internacional, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) divulgou dados de uma nova pesquisa sobre o que os jovens sabem a respeito de saúde sexual e reprodutiva. Com a participação de 270 mil entrevistados de 21 países, o levantamento alerta para a discriminação em redes de atendimento.

Aproximadamente 15% dos entrevistados que acessaram qualquer serviço de saúde sexual nos últimos seis meses sofreram recusa ou maus-tratos por causa da idade, orientação sexual, identidade de gênero ou estado sorológico para HIV. Entre os que se sentiram maltratados por causa da faixa etária, 55% se identificaram como gays e bissexuais e 25%, como pessoa vivendo com HIV.

De acordo com o relatório, 32% dos jovens gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens e 50% dos jovens trans acham que foram discriminados por causa de sua identidade de gênero ou orientação sexual. O documento mostra ainda que 16% dos jovens que se identificaram como pessoa vivendo com HIV afirmaram ter sido maltratados por causa da sorologia positiva.

Realizado por uma coalização global com mais de 80 organizações de jovens, em parceria com o Youth Voices Count (YVC), o levantamento também teve o apoio do UNAIDS, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e do UNFPA. A pesquisa entrevistou crianças, adolescentes e jovens adultos, com idade entre dez e 14 anos.

Mais da metade dos entrevistados — 54% dos meninos e homens e 58% das meninas e mulheres — disseram ter buscado serviços de HIV e outros serviços de saúde em um centro de atendimento ou clínica nos últimos três meses. O relatório aponta que 36% dos jovens que não buscaram serviços relataram que se sentem desconfortáveis em buscar esses espaços. Mais de 28% dos pesquisados, de ambos os sexos, disseram que tinham medo de procurar serviços de saúde.

“A AIDS está longe de acabar, mas pode acontecer se os jovens estiverem informados, livres e capazes de ter acesso a serviços que sejam seguros e adequados às suas necessidades específicas”, defendeu o diretor-executivo do UNAIDS, Michel Sidibé.

A pesquisa mostra ainda que 37% dos entrevistados que relataram ter visitado uma clínica não estavam dispostos a recomendá-la aos seus pares.

“É impossível existir uma geração livre de AIDS enquanto a exclusão, a marginalização e a discriminação tiverem espaço para florescer e prosperar. Não podemos mais nos dar ao luxo de sermos complacentes. Essas barreiras não serão vencidas por conta própria ou com o passar do tempo. Pelo menos até que nos unamos ativamente para acabar com elas”, ressaltou a consultora sênior sobre Adolescentes e HIV do UNICEF, Damiola Walker.

Todos os dias, ocorrem aproximadamente 1,6 mil novas infecções por HIV entre jovens. Um jovem morre de complicações relacionadas à AIDS a cada dez minutos. Mulheres de 15 e 24 anos são particularmente mais afetadas pelo avanço da epidemia. Na África Subsaariana, elas têm duas vezes mais chances de serem infectadas pelo HIV do que os homens.

UNESCO defende espaços de inclusão

Em pronunciamento, a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, defendeu que os espaços frequentados pelos jovens sejam inclusivos. Para a chefe da agência da ONU, é necessário “superar as diferenças de gênero, cultura, língua e religião, além de assegurar o respeito à liberdade de expressão e à dignidade de cada indivíduo”.

“É essencial eliminar a discriminação, o assédio e todas as formas de violência, sejam manifestas ou disfarçadas, e ajudar a evitar tentativas de doutrinação”, completou a dirigente.

“Com isso em mente, a UNESCO lança este ano o projeto “Espaços para jovens”, que visa à criação de redes que possam atuar em diferentes âmbitos – locais, regionais e nacionais –, bem como reunir não apenas jovens, mas também representantes políticos, pesquisadores, empresários e formadores de opinião”, anunciou Audrey.

Segundo a chefe da UNESCO, o objetivo do projeto é envolver os jovens na elaboração de programas dentro do mandato da UNESCO, que inclui educação, cultura, ciência, comunicação e informação. Com a estratégia, o organismo internacional espera trazer a juventude para dentro dos processos de tomada de decisão, transformando os jovens em atores-chave na vida social e política.

Citando a frase da cantora e escritora Patti Smith, “Quem pode conhecer o coração da juventude, senão a juventude em si?”, Audrey chamou formuladores de políticas e empreendedores da sociedade civil a criar novas formas de colaboração com a juventude.



Equador declara emergência com a chegada de 30 mil venezuelanos em agosto

10 de Agosto de 2018, 18:21, por ONU Brasil
Manifestante diante da Guarda Nacional da Venezuela, em protesto em maio de 2017. Foto: Wikimedia Commons/Efecto Eco

Manifestante diante da Guarda Nacional da Venezuela, em protesto em maio de 2017. Foto: Wikimedia Commons/Efecto Eco

O governo do Equador declarou estado de emergência nesta semana (8) devido ao deslocamento contínuo de venezuelanos para o país. Decisão contempla as províncias de Carchi, Pichincha e El Oro. Apenas na primeira semana de agosto, cerca de 30 mil venezuelanos chegaram ao território — mais de 4 mil por dia. Desde o começo do ano, 547 mil venezuelanos entraram na nação equatoriana pela fronteira com a Colômbia.

A Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) elogiou a medida das autoridades, que permitirá alocar mais recursos para a resposta humanitária à situação de deslocamento. Até 20% dos recém-chegados apresentam necessidades específicas de proteção e outras vulnerabilidades. Grupo de risco inclui pessoas com deficiência, menores de idade, pais solteiros e outros indivíduos responsáveis por terceiros.

Segundo o organismo da ONU, mulheres e meninas — 40% dos venezuelanos que acabaram de entrar no país — enfrentam sérios riscos de violência sexual.

A maioria dos venezuelanos que migram para o Equador continua em direção ao Peru e ao Chile. Cerca de 20%, no entanto, permanecem no país. Desde 2016, as autoridades equatorianas receberam cerca de 7 mil solicitações de refúgio. O governo também tem oferecido outras formas de permanência legal para dezenas de milhares de venezuelanos.

Segundo o ACNUR, com declaração de emergência, o país de acolhimento conseguiu aumentar rapidamente as capacidades de gestão migratória. Com mais recursos, autoridades já conseguem registrar até 5,6 mil migrantes e refugiados por dia. Com isso, evitam que os deslocados durmam a céu aberto, enquanto aguardam o processamento de seus documentos.

O organismo da ONU também está ampliando sua resposta humanitária local. Sob a liderança do governo equatoriano e em conjunto com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), a agência reforçou sua presença nos principais pontos de fronteira no norte do Equador. O ACNUR planeja fazer o mesmo no sul do país. A instituição também apoia organismos estatais na determinação do status de refúgio dos venezuelanos solicitantes, além de prover proteção, informação e encaminhamento para serviços de assistência.



Paraguai é 1º país das Américas a aprovar lei especial para proteção de pessoas sem nacionalidade

10 de Agosto de 2018, 17:20, por ONU Brasil
Bandeira do Paraguai. Foto: Flickr (CC)/Tetsumo

Bandeira do Paraguai. Foto: Flickr (CC)/Tetsumo

O Senado do Paraguai aprovou na quinta-feira (19) uma lei específica para estabelecer procedimentos de determinação da apatridia — quando uma pessoa não tem nacionalidade. É a primeira vez em que um parlamento na América Latina adota legislação especial sobre o tema. Texto define normas para a proteção dos indivíduos sem cidadania, além de facilitar seu processo de naturalização.

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) elogiou o país sul-americano pela aprovação da medida. O projeto “Proteção e Facilitação para a Naturalização de Apátridas” foi apresentado pelo senador Pedro Arturo Santa Cruz e aprovado pelo Senado em novembro de 2017. Em 9 de maio de 2018, a Câmara dos Deputados ratificou o texto, com uma série de modificações. Nesta semana, senadores concluíram o processo parlamentar, sancionando a diretiva.

Em 2012, o Paraguai aderiu à Convenção para a Redução dos Casos de Apatridia, de 1961, e em 2014, à Convenção relativa ao Estatuto dos Apátridas, de 1954..

Na América Latina, o Brasil, Equador e México têm leis para a proteção de migrantes, refugiados e apátridas. A Costa Rica também já conta com um decreto sobre a situação de pessoas sem nacionalidade. Mas o caso paraguaio é inédito, segundo o ACNUR, por ter sido o primeiro envolvendo a promulgação de lei abrangente sobre apatridia por um órgão legislativo.

Com a nova resolução, o Estado paraguaio cria um mecanismo para fazer valer a Convenção de 1961. O marco internacional estabelece que, como país signatário, o Paraguai concederá sua nacionalidade a uma pessoa nascida no território de toda nação que não faz parte da Convenção, caso um dos pais tenha cidadania paraguaia. Do contrário, essa pessoa se tornaria apátrida.

O ACNUR estima que pelo menos 10 milhões de pessoas no mundo sejam apátridas. Como resultado, essa população não tem acesso a direitos básicos, como ir à escola, ao médico, encontrar um emprego, abrir uma conta bancária ou se casar. O organismo das Nações Unidas lançou, em novembro de 2014, a campanha global #IBelong, para conscientizar pessoas e governos sobre o problema. Iniciativa tem, como meta, acabar com a apatridia até 2024.

Na avaliação da agência da ONU, a nova lei paraguaia é um desenvolvimento regional importante, que acompanha o compromisso assumido pelos países da América Latina e do Caribe no âmbito do Plano de Ação do Brasil. A estratégia prevê que nações da região erradiquem a apatridia no mesmo prazo determinado pela iniciativa #IBelong.



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