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Notícias da ONU

June 11, 2012 21:00 , by Vicente Aguiar - | No one following this article yet.
Notícias do Site Oficial da ONU. http://www.onu.org.br/tema/rio20/

Após 2 mil casos de sarampo nas Américas, OPAS destaca necessidade de vacinação e vigilância

July 24, 2018 12:40, by ONU Brasil
Onze países das Américas notificaram 2.472 casos confirmados de sarampo neste ano, segundo a OPAS/OMS. Foto: Wilson Dias/ABr

Onze países das Américas notificaram 2.472 casos confirmados de sarampo neste ano, segundo a OPAS/OMS. Foto: Wilson Dias/ABr

Onze países das Américas notificaram 2.472 casos confirmados de sarampo neste ano: Antígua e Barbuda (1), Argentina (5), Brasil (677), Canadá (19), Colômbia (40), Equador (17), Estados Unidos (91), Guatemala (1), México (5), Peru (3) e Venezuela (1.613). Os números são da mais recente atualização epidemiológica da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), com dados fechados no último dia 20 de julho.

A quantidade é mais de seis vezes superior ao registrado no dia 6 de abril deste ano (385 casos confirmados) e 68% maior do que o publicado no boletim anterior, em 8 de junho (1.685 casos confirmados) – o que demonstra a velocidade de propagação da doença. O vírus do sarampo permanece ativo e contagioso no ar ou em superfícies infectadas por até duas horas e pode ser transmitido por uma pessoa infectada a partir de quatro a seis dias antes e quatro dias depois do aparecimento de erupções cutâneas (vermelhidão na pele).

Por isso, a OPAS volta a destacar a necessidade de os países das Américas intensificarem as atividades de vacinação e vigilância, para prevenir e combater a propagação da doença. No Brasil, o organismo internacional está colaborando com as ações para controle do surto de sarampo em dois estados: Amazonas (444 casos confirmados, a maioria em Manaus) e Roraima (216 casos confirmados).

Em Manaus, o aumento exponencial no número de casos da doença levou o município amazonense a decretar no dia 3 de julho situação de emergência por 180 dias. Além disso, foram confirmados casos isolados de sarampo e relacionados à importação no Rio Grande do Sul (8), Rio de Janeiro (7), Rondônia (1) e São Paulo (1). Esse cenário representa risco de propagação do sarampo para outros estados e países vizinhos.

Por isso, a OPAS está apoiando as atividades de vacinação, vigilância, gestão, informação, educação, comunicação de risco, resposta rápida e mobilização de recursos no estado do Amazonas, em coordenação com as autoridades de saúde nacionais, estaduais e municipais.

Já no estado de Roraima, o organismo internacional está auxiliando o governo federal do Brasil no fornecimento de seringas, na compra de materiais para manter a temperatura adequada das vacinas, na contratação de cerca de 200 vacinadores, aluguel de veículos para transporte de equipes de saúde, planejamento de ações de imunização e no envio de especialistas para apoiar as autoridades nacionais e locais.

A atualização epidemiológica completa pode ser acessada em espanhol ou em inglês.

Comunidades indígenas

Conforme a atualização epidemiológica, as comunidades indígenas que vivem nas áreas fronteiriças da Venezuela são altamente vulneráveis a epidemias de sarampo. Particularmente preocupantes são os Warao que vivem nas áreas de fronteira do estado Delta Amacuro, entre a Venezuela e a Guiana, e os Yanomami que vivem em áreas remotas da selva amazônica, ao longo da fronteira entre a Venezuela e o Brasil.

Américas

A região das Américas foi a primeira do mundo a ser declarada, em 2016, como livre de sarampo — uma doença viral que pode causar graves problemas de saúde, como pneumonia, cegueira, inflamação do cérebro e até mesmo a morte. Porém, até que a doença seja erradicada em todo o mundo (como ocorreu com a varíola), existe o risco de um país ou continente ter casos importados.

Por isso, é importante tomar medidas para prevenir a introdução e disseminação do vírus do sarampo. A principal delas é a vacinação da população suscetível, mantendo no território nacional uma cobertura homogênea de 95% com a primeira e a segunda dose da vacina.

Essa ação deve ser combinada com a implementação de um sistema de vigilância de alta qualidade e sensível o suficiente para identificar fluxos migratórios do exterior (chegada de estrangeiros) e fluxos internos (movimentos de grupos populacionais), detectar quaisquer casos suspeitos e realizar ações de bloqueio vacinal (vacinar pessoas não imunizadas que tiveram contato com o caso suspeito) de forma oportuna.

Brasil

No Brasil, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e o Sarampo será realizada neste ano entre 6 e 31 de agosto, sendo 18 de agosto o dia de mobilização nacional – o “Dia D”. Nesta campanha, as crianças devem ser levadas aos serviços de saúde mesmo que tenham sido vacinadas anteriormente. As vacinas estão disponíveis nas mais de 36 mil salas de vacinação do país de acordo com as indicações do Calendário Nacional de Vacinação.

No Amazonas e em Roraima, as atividades para intensificar a vacinação e controlar o surto têm ocorrido desde fevereiro deste ano, com ações de vacinação, vigilância e comunicação, conduzidas pelos governos municipais, estaduais e federal. As faixas etárias dos públicos-alvo da vacinação podem ser diferentes em função da situação epidemiológica de cada localidade.

Informações fundamentais para a população

• O vírus causador do sarampo é espalhado por tosse e espirros, contato pessoal próximo ou contato direto com secreções nasais ou da garganta.

• Entre os sintomas estão erupção cutânea (vermelhidão na pele), febre, nariz escorrendo, olhos vermelhos e tosse. Dentre as complicações mais graves estão cegueira, encefalite (infecção acompanhada de edema cerebral), diarreia grave (que pode provocar desidratação), infecções no ouvido ou infecções respiratórias graves, como pneumonia.

• Pessoas com sinais de sarampo devem ser levadas para um centro de saúde imediatamente.

• O vírus permanece ativo e contagioso no ar ou em superfícies infectadas por até duas horas e pode ser transmitido por uma pessoa infectada a partir de quatro a seis dias antes e quatro dias depois do aparecimento de erupções cutâneas (vermelhidão na pele).

• No Brasil, quando a pessoa for se vacinar, é importante levar junto o próprio cartão de vacinação e o das filhas ou filhos. Assim, os profissionais de saúde poderão ver se serão necessárias outras vacinas. Se a pessoa não tiver o cartão de vacinação, as vacinas também estarão disponíveis para ela. Mas é importante que se lembre de guardá-lo da próxima vez.

• Às vezes, leve inchaço e vermelhidão podem ocorrer no local da injeção da vacina. Isso não deve ser motivo de preocupação e, normalmente, desaparece com compressas mornas e paracetamol.



FMI responde oito perguntas sobre plano de recuperação econômica da Argentina

July 23, 2018 18:35, by ONU Brasil
Ponte das Mulheres, em Buenos Aires. Foto: Geoff Livingston/Wikimedia Commons (CC)

Ponte das Mulheres, em Buenos Aires. Foto: Geoff Livingston/Wikimedia Commons (CC)

A Argentina colocou em prática um novo plano econômico destinado a colocar a dívida do país em uma trajetória de queda sustentada, reduzir a inflação e reforçar a independência do banco central. Espera-se que o plano, apoiado por um acordo de 50 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional (FMI), ajude a restaurar a confiança do mercado na economia do país, a terceira maior da América do Sul.

Na entrevista a seguir, Roberto Cardarelli, chefe da missão do FMI na Argentina, discute os detalhes do plano econômico.

Por que a Argentina decidiu recorrer ao FMI?

A Argentina decidiu procurar o FMI em meados de maio, pois uma série de choques combinados com vulnerabilidades econômicas levaram a uma mudança no sentimento do mercado, que resultou em severas pressões sobre o peso, um prêmio de risco soberano mais alto e riscos de liquidez no curto prazo. Os investidores começaram a vender seus ativos em pesos, e o governo estava tendo problemas para pagar suas contas pelo resto do ano.

O que o novo plano econômico busca atingir?

O plano econômico da Argentina visa restaurar a confiança dos mercados financeiros e diminuir progressivamente as pressões sobre a capacidade do país de pagar suas contas. Para isso, o governo se comprometeu com um programa econômico que reduza os empréstimos, coloque a dívida pública em uma firme trajetória de queda e fortaleça a credibilidade da estrutura de metas de inflação do banco central.

Ao mesmo tempo, o plano pretende proteger a sociedade mais vulnerável dos inevitáveis ​​efeitos negativos que os cortes de alguns tipos de gastos terão na economia. Em última análise, o objetivo do programa é preparar o caminho para um crescimento mais forte, mais sustentável e equitativo que possa beneficiar todos os argentinos.

Um dos principais objetivos é reduzir o déficit fiscal. Como o governo fará isso?

Sim, a meta do governo é alcançar um saldo primário — ou seja, um saldo de receita e gastos no nível federal que não inclua pagamentos de juros — até 2020.

Esse prazo é um ano antes do anunciado originalmente pelo governo, e é baseado em medidas que visam reduzir os gastos do governo federal. Estas medidas incluem, por exemplo, novos cortes nos subsídios à energia, uma redução da massa salarial e uma redução das transferências para as províncias e empresas estatais.

Há também algumas medidas fiscais — em particular, a suspensão dos cortes de impostos anteriormente anunciados —, mas elas representam apenas uma pequena parte do reequilíbrio fiscal.

Como o governo protegerá os gastos sociais no plano?

O governo propôs algumas medidas que ajudariam os mais vulneráveis.

Em primeiro lugar, o programa estabelece um montante mínimo de gastos do governo federal em alguns programas de assistência social bem direcionados e altamente eficazes, como as transferências condicionadas de renda que atingem a maioria dos pobres e vulneráveis.

Em segundo lugar, se a economia piorar, o governo pode aumentar os gastos em até 0,2% do PIB (ou 30 bilhões de pesos) por ano, se achar que existe espaço no orçamento.

Em terceiro lugar, o governo pode decidir tomar medidas para proteger pessoas que estão insuficientemente cobertas pela rede de seguridade social existente.

Qual será o foco da política monetária e por que é importante que o país mantenha uma taxa de câmbio flexível?

O governo está comprometido com um regime de metas de inflação com taxas de câmbio livremente flutuantes. Também anunciou algumas mudanças que fortalecerão a credibilidade do arcabouço de política monetária. Em particular, o banco central adotou uma nova e mais confiável trajetória de metas de inflação (por exemplo, a meta de inflação para o final de 2019 passou de 10% para 17%).

O governo também anunciou uma série de medidas que reforçarão a independência do banco central, incluindo a suspensão imediata das transferências diretas e indiretas para o Tesouro e a intenção de enviar ao Congresso uma nova proposta para que o banco fortaleça a autonomia de suas operações.

Acreditamos que este plano tem uma boa chance de reduzir gradualmente a inflação. E permitirá que a taxa de câmbio se ajuste com base na confiança dos investidores, além de atuar como um amortecedor, já que suas flutuações impedirão que choques externos causem um grande impacto na atividade econômica.

O plano pede que o banco central da Argentina seja independente. Por quê?

Uma das razões pelas quais os investidores perderam a confiança na economia da Argentina foi a percepção de perda de independência do banco central no início de 2018, quando este reduziu as taxas de juros. Isso aconteceu em um momento em que as expectativas de inflação estavam bem acima das novas metas de inflação, que o banco central havia aumentado apenas algumas semanas antes. Essas decisões desencadearam uma rápida depreciação do peso e puseram em dúvida a independência do banco central e seu compromisso com a inflação mais baixa. Uma parte essencial do novo plano é garantir a autonomia financeira e operacional do banco central.

Quando você espera que a economia da Argentina volte aos trilhos?

Acreditamos que, após um sólido primeiro trimestre, a Argentina experimentará um crescimento negativo tanto no segundo quanto no terceiro trimestre de 2018.

O país enfrenta há anos uma seca que prejudicou a produção agrícola, e a crise nas últimas semanas prejudicou a inflação e a confiança dos investidores.

Esperamos que o crescimento se estabilize no último trimestre de 2018. Prevemos que a economia inicie uma recuperação gradual em 2019 e 2020, à medida que a confiança cresça e o custo do capital caia, juntamente com a inflação, enquanto as exportações se recuperam, graças ao sólido crescimento da economia de seus principais parceiros comerciais (Brasil, Estados Unidos e China).

Quais as diferenças entre a Argentina de hoje e aquela de 15 anos atrás? O FMI também mudou?

Sim, as condições são bem diferentes. A economia da Argentina é menos vulnerável do que antes da recessão no início dos anos 2000. O regime cambial é uma grande mudança. Agora está flutuando, não é fixo, então, está funcionando como um amortecedor. Os bancos e o setor privado também operam sem dinheiro emprestado em moeda estrangeira, portanto, seus balanços patrimoniais não correm risco de depreciação do peso. Além dessas importantes mudanças dinâmicas, o governo lançou uma série de medidas favoráveis ​​aos negócios que ajudaram a economia a registrar crescimento sólido nos últimos sete trimestres.

O FMI também mudou. Nosso apoio ao plano econômico da Argentina coloca mais ênfase na necessidade de fortalecer a rede de segurança social e inclui medidas para aumentar a participação das mulheres na força de trabalho. Fazer isso não é apenas um imperativo moral, é também essencial garantir que qualquer plano para estabilizar a economia seja aceito por todos, o que significa que ele tem uma chance maior de sucesso.



Agência da ONU defende melhorias na educação para refugiados rohingya em Bangladesh

July 23, 2018 18:26, by ONU Brasil
Crianças rohingya em centro de aprendizado no campo de Kutupalong, em Bangladesh. Foto: ACNUR/Adam Dean

Crianças rohingya em centro de aprendizado no campo de Kutupalong, em Bangladesh. Foto: ACNUR/Adam Dean

A chuva forte sobre o telhado da sala de aula não abafa as crianças rohingya que cantam uma música tradicional de Mianmar. A aula de canto é uma das atividades oferecidas no centro de ensino de apenas um cômodo no maior assentamento de refugiados do mundo, o campo de Kutupalong, em Bangladesh. Durante apenas duas horas por dia, jovens entre seis e nove anos aprendem noções básicas de leitura, escrita e matemática, antes de dar o lugar para as próximas turmas, cada uma com 40 alunos.

Aulas lotadas, baixa carga horária, materiais limitados, tempestades e lama são alguns dos obstáculos que meninos e meninas têm de enfrentar para ter uma educação básica no campo de refugiados, segundo os professores do local.

“O maior desafio é que não temos um currículo fixo, nem de Mianmar nem de Bangladesh”, afirma Jaivul Hoque, gerente de projetos do centro. “É apenas o ensino primário, não há ensino secundário.”

Dez meses se passaram desde o início do deslocamento de quase 1 milhão de rohingyas, que deixaram Mianmar com destino a Bangladesh devido a violações de direitos humanos e perseguição étnica. Mais da metade desses indivíduos são crianças.

O alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, viu em primeira mão as condições em que as famílias deslocadas vivem — em casas precárias, erguidas em encostas íngremes, com drenos de bambu e tijolos cavados à mão, sem eletricidade e apenas com água bombeada à mão.

O dirigente também visitou um centro de saúde integrado que oferece cuidados primários, clínicas para mães e filhos, apoio nutricional e aconselhamento de saúde mental para refugiados que sofrem com o trauma da violência.

A atual conjuntura em Mianmar não permite um retorno seguro e digno para os refugiados. Para a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), é necessário investir numa resposta de médio e longo prazo, garantindo aprendizado de qualidade e oferecendo também aulas de ensino secundário para os jovens rohingya.

“Se não estruturarmos isso adequadamente de uma maneira que seja padronizada e ofereça um currículo adequado para todas as crianças, com educação primária e secundária, você corre o risco de perder muito tempo em uma geração inteira de crianças”, afirmou Grandi durante a missão.



FMI pede cooperação entre G20 para resolver tensões comerciais

July 23, 2018 17:43, by ONU Brasil
Christine Lagarde durante a reunião de ministros das Finanças do G20. Foto: G20 Argentina

Christine Lagarde durante a reunião de ministros das Finanças do G20. Foto: G20 Argentina

A chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou no domingo (22) que as recentes disputas comerciais entre países são “um risco crescente” para a economia global. Em pronunciamento durante a conclusão da cúpula de ministros das Finanças do G20, a dirigente cobrou mais cooperação entre as nações, a fim de prolongar o atual período de crescimento.

“O encontro de ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais ocorreu num contexto de crescimento global contínuo e forte, mas mais desigual. Na verdade, a economia mundial está enfrentando riscos crescentes, especialmente a curto prazo, (vindos) do aumento das tensões comerciais, das pressões financeiras em economias emergentes vulneráveis e da volta do risco soberano em partes da zona do euro”, afirmou o diretora-geral do FMI.

Para contornar esses problemas, Largade disse ter encorajado os participantes da reunião a adotar um “espírito de cooperação”, a fim de que os dividendos sejam partilhados de forma mais ampla.

“Isso é mais crucial quando se trata de proteger o sistema aberto do comércio internacional. Insisti mais uma vez para que os conflitos comerciais fossem resolvidos por meio da cooperação internacional, sem recorrer a medidas excepcionais”, acrescentou a dirigente.

Diante do atual cenário, Lagarde recomendou adaptações nas políticas macroeconômicas, com o intuito de regular desequilíbrios em nível global.

“Em muitos países, especialmente naqueles com déficits excessivos em contas correntes, isso significa evitar políticas fiscais pró-cíclicas para ajudar a colocar a dívida numa tendência descendente. Em países com superávit em excesso e espaço fiscal, significa investir mais no capital humano e físico para aumentar o potencial de produção e catalisar investimento privado.”

A chefe do FMI defendeu ainda que a flexibilidade das taxas de câmbio continue sendo usada para “amortecer choques em economias emergentes”.



Venezuelanos serão transferidos de Boa Vista para quatro capitais nesta terça-feira (24)

July 23, 2018 17:18, by ONU Brasil
Em abril, venezuelanos desembarcaram em São Paulo no primeiro processo de interiorização apoiado por agências da ONU - Foto: Reynesson Damasceno/ACNUR

Em abril, venezuelanos desembarcaram em São Paulo no primeiro processo de interiorização apoiado por agências da ONU – Foto: Reynesson Damasceno/ACNUR

Em nova etapa do processo de interiorização, venezuelanos serão transferidos nesta terça-feira (24) de Boa Vista para outras quatro capitais. Foram abertas 131 vagas em abrigos de Cuiabá (24), Brasília (50), São Paulo (21) e Rio de Janeiro (36).

Os solicitantes de refúgio ou residência embarcarão em Boa Vista por volta das 8h (horário local) em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com destino às outras quatro capitais. Todos os selecionados aceitaram participar da interiorização, foram vacinados, submetidos a exame de saúde e regularizados no Brasil — inclusive com CPF e carteira de trabalho.

A interiorização é uma iniciativa criada para ajudar venezuelanos em situação de extrema vulnerabilidade a encontrar melhores condições de vida em outros estados brasileiros.

O processo tem o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), da Organização Internacional para as Migrações (OIM), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

A partir das vagas disponíveis e do perfil dos abrigos participantes do processo de interiorização, o ACNUR identifica os interessados em participar da estratégia. A OIM atua na orientação e informação prévia ao embarque, garantindo que as pessoas possam tomar uma decisão informada e consentida, sempre de forma voluntária, além de realizar o acompanhamento durante todo o transporte.

O UNFPA promove diálogos com as mulheres e população LGBTI para que se sintam fortalecidas neste processo. Já o PNUD trabalha na conscientização do setor privado para a absorção da mão de obra refugiada.

Em Cuiabá, os venezuelanos ficarão no Centro Pastoral do Migrante, da Sociedade dos Missionários de São Carlos. Este local recebe, em geral, homens e mulheres sozinhos, além de mulheres com crianças e também famílias.

O Aldeias Infantis SOS será a organização responsável pelo acolhimento em Brasília, atendendo prioritariamente famílias com crianças.

Em São Paulo, o destino dos venezuelanos será a Casa do Migrante Missão Paz, que recebe homens ou mulheres sozinhos, além de mulheres com crianças e famílias.
No Rio de Janeiro, mulheres e crianças serão recebidas na Casa de Acolhida Papa Francisco, administrada pelo Programa de Atendimento a Refugiados da Cáritas RJ.

Interiorização

Entre abril e julho, 690 venezuelanos foram levados para outras cidades. Desses, 267 foram para São Paulo (SP), 165 para Manaus (AM), 95 para Cuiabá (MT), 69 para Igarassu (PE), 44 para Conde (PB) e 50 ao Rio de Janeiro (RJ).

A interiorização depende de interesse das cidades de destino e da existência de vagas em abrigos. Reuniões prévias com autoridades locais e coordenação dos abrigos definem detalhes sobre atendimento de saúde, matrícula de crianças em escolas, ensino da língua portuguesa e cursos profissionalizantes.

Saiba mais

Histórico de Operação Acolhida: https://bit.ly/2JN5clV



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