ONU promove mobilização em prol da Mata Atlântica em 17 estados brasileiros
junio 29, 2018 12:07
Mata Atlântica no Rio de Janeiro. Foto: Rodrigo Soldon (CC)
Até abril de 2019, a ONU Meio Ambiente e a Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (ANAMMA) promoverão atividades de mobilização e formação nos 17 estados que abrangem o bioma da Mata Atlântica. Projeto teve início no mês passado e realizou encontro nesta sexta-feira (29) no Rio de Janeiro. O objetivo é levar conhecimento e conscientização sobre a implementação da Lei 11.428/2006, conhecida como a Lei da Mata Atlântica.
A iniciativa da agência das Nações Unidas se divide em duas frentes. A primeira é de capacitação, com o oferecimento da décima edição de um curso online e gratuito, realizado pela Ambiental Consulting. Desde 2012, a instituição realiza esse tipo de formação, como parte do Projeto de Proteção da Mata Atlântica, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente. Entre 2015 e 2016, a entidade promoveu o treinamento com a Fundação SOS Mata Atlântica, no Projeto de Fomento à Elaboração dos Planos Municipais da Mata Atlântica (PMMA).
O segundo eixo do programa da ONU Meio Ambiente traz a Consulta Pública de Percepção Ambiental, uma ferramenta para tornar o cumprimento dos PMMAs mais colaborativo. Os PMMAs são um instrumento de planejamento previsto pela Lei da Mata Atlântica, que determina a sistematização de estratégias e objetivos de conservação. Por meio de uma parceria da SOS Mata Atlântica e do Instituto Paulo Montenegro, a consulta tem o intuito de fortalecer a participação do público, levando ao cidadão a oportunidade de refletir e se manifestar sobre os temas ambientais abordados.
Ao mesmo tempo, a ferramenta apresenta ao gestor público e ao Conselho de Meio Ambiente do município o resultado do que é bem e mal avaliado em sua cidade, no olhar dos habitantes. Essas percepções apontam demandas prioritárias na elaboração de políticas públicas.
Por meio do curso online, as atividades da ONU Meio Ambiente darão apoio às prefeituras para a elaboração do PMMA. A agência também deverá acompanhar aproximadamente mais 15 municípios para que sejam capilarizadores da inciativa. Para o lançamento do projeto, serão promovidos 17 encontros nas Assembleias Legislativas de cada estado, com apoio das Frentes Parlamentares Ambientalistas. Os eventos visam à integração dos atores públicos do Executivo e Legislativo, Ministério Público, ONGs e parceiros.
Acompanhe o calendário de atividades por estado em: www.pmma.etc.br.
Critérios de sustentabilidade da ONU Meio Ambiente orientam compra pública no Rio Grande do Sul
junio 28, 2018 18:38
Largo dos Açorianos em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Foto: Flickr (CC)/Filipe Castilhos
A Advocacia-Geral da União (AGU) do Rio Grande do Sul realizou recentemente sua primeira aquisição de papel utilizando os critérios de sustentabilidade do projeto Compras Públicas Sustentáveis e Rotulagem Ambiental (SPPEL, na sigla em inglês), uma iniciativa da ONU Meio Ambiente. É a primeira vez no Brasil em que as orientações das Nações Unidas foram utilizadas.
O edital, além de especificar as características do produto, também olhou para sua cadeia de valor, considerando o processo de produção, o manejo florestal da matéria-prima e as condições de trabalho dos funcionários.
Entre os vários critérios de seleção, o papel tinha que ser do tipo “não clorado” — que não usa cloro em seu processo de branqueamento. O processo de produção também precisava atender a um limite de emissões de compostos orgânicos halogenados e organoclorados. O fabricante precisou ainda comprovar, junto ao Cadastro Técnico Federal do IBAMA, que possuía estação de tratamento de água e de efluentes, bem como um sistema de gestão de resíduos.
Outro elemento que norteou a escolha da empresa fornecedora foi a garantia de condições decentes de trabalho entre seus profissionais, em acordo com a Convenção nº 155 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O edital da Superintendência de Administração da AGU no Rio Grande do Sul foi pioneiro e adotou todos os critérios de sustentabilidade propostos pelas fichas técnicas do Projeto SPPEL, tanto os obrigatórios como os recomendados e desejáveis.
Para Regina Cavini, oficial sênior de Programas da ONU Meio Ambiente, a iniciativa do organismo de nível estadual mostra que é possível para a administração pública inovar e adotar critérios de sustentabilidade em suas compras. O caso também sinaliza para as empresas fornecedoras o modelo de negócios que o país quer ver se desenvolver no futuro.
“Esperamos que o exemplo da AGU seja replicado em outros órgãos do governo e em outras esferas, como na estadual e municipal”, complementou a especialista da agência das Nações Unidas.
A pregoeira Elenice Conti conta que um dos receios iniciais da equipe era de que não houvesse concorrentes habilitados e que os preços fossem acima dos praticados pelo mercado. Porém, houve ampla participação de empresas e o preço obtido ficou dentro dos parâmetros já estabelecidos. Outra inquietação que não se concretizou foi acerca de questionamentos ou impugnações aos critérios de sustentabilidade, mostrando que o mercado já está adaptado às exigências do edital.
O advogado da União Marcos Weiss Bliacheris, da Consultoria Jurídica da União no Rio Grande do Sul, orientou juridicamente a Administração. Segundo o jurista, a forma do trabalho é a mesma já adotada pela AGU em suas minutas padronizadas e no Guia Nacional de Licitações Sustentáveis. Bliacheris aponta que não há necessidade de nenhuma preparação específica para adotar os critérios de sustentabilidade porque todos são compatíveis com a forma de trabalho da Advocacia-Geral.
“Basta a decisão do gestor, pois a implementação prática é extremamente fácil”, acrescentou.
O Projeto SPPEL foi desenvolvido no Brasil em parceria com os Ministérios do Meio Ambiente, do Planejamento, Orçamento e Gestão e de Desenvolvimento, Indústria e Serviços, contando também com a participação de outros órgãos públicos federais. O programa foi implementado entre 2013 e 2017 com o objetivo de combinar dois instrumentos — compras públicas e rotulagem — para estimular a demanda e a oferta de produtos sustentáveis. No ano passado, a iniciativa foi mencionada no acórdão nº 1056, do Tribunal de Contas da União (TCU), que destacou a agilidade e eficiência trazidas pela ferramenta.
Fundo de População da ONU participa do 8º Encontro de Extensão Universitária em Natal
junio 28, 2018 18:17
Jaime Nadal, representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Foto: UNFPA
Comunicação social, mídia comunitária, cultura, assistência jurídica, qualificação de recursos humanos, educação básica, preservação do meio ambiente, promoção de saúde e qualidade de vida. Esses são alguns dos temas que serão discutidos no 8º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária (CBEU), que acontece entre 28 e 30 de junho na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal. O encontro reunirá estudantes, professores e especialistas, e também será uma oportunidade para a comunidade acadêmica se integrar aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Para somar aos cenários e às competências da extensão universitária, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) participa da mesa que discute os ODS. O representante do Fundo, Jaime Nadal, falará dos temas abordados nos ODS relacionados às questões populacionais emergentes. Segundo Nadal, os objetivos e metas traçados na Agenda 2030 são fundamentais para garantir um mundo mais justo e igualitário com acesso a direitos para todas as pessoas.
O evento bienal traz como tema “Extensão e Sociedade: Contextos e Potencialidades” e tem como objetivo discutir os desafios da extensão universitária no Brasil e sua relação com a sociedade. Essa é uma oportunidade para que a academia trabalhe mecanismos de interação que promova mudanças expressivas em suas comunidades.
“É de suma importância que as Instituições Públicas de Ensino Superior conheçam e se comprometam com a Agenda 2030. É com a participação de todos e todas, em especial dos e das estudantes que futuramente serão os gestores deste país, que o Brasil pode alcançar as metas estabelecidas e avançar rumo a um Estado comprometido com o bem-estar social”, afirmou Jaime Nadal.
Além da mesa, haverá, rodas de debates sobre água e sustentabilidade, incubadoras de empreendedorismo, economias solidárias, culturas tradicionais, democratização da informação e envelhecimento e direitos humanos. Mais informações podem ser obtidas no site do evento.
Estudo da OMS revela medicamento alternativo que pode salvar vida de milhares de mulheres
junio 28, 2018 17:57
Foto: Jean Borges/Pixabay
Uma nova formulação de medicamento para prevenir o sangramento excessivo após o parto pode salvar milhares de vidas de mulheres em países de baixa e baixa-média renda. A conclusão está num estudo liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em colaboração com a MSD for Mothers e a Ferring Pharmaceuticals e publicado no New England Journal of Medicine
Atualmente, a OMS recomenda a ocitocina como principal medicamento para prevenir o sangramento excessivo após o parto. A ocitocina, no entanto, deve ser armazenada e transportada em temperaturas entre dois e oito graus Celsius, o que é difícil de fazer em vários países, privando muitas mulheres do acesso a droga. Além disso, o medicamento pode ser menos eficaz com a exposição ao calor.
O estudo revelou que uma droga alternativa – a carbetocina estável ao calor – é tão segura e eficaz quanto a ocitocina na prevenção da hemorragia pós-parto. Essa nova formulação de carbetocina não requer refrigeração e continua eficaz por pelo menos três anos quando armazenada a 30 graus Celsius e 75% de umidade relativa do ar.
Aproximadamente 70 mil mulheres morrem a cada ano devido à hemorragia pós-parto, o que aumenta o risco de que seus bebês também morram dentro de um mês. “Este é um desenvolvimento verdadeiramente encorajador, que pode revolucionar nossa capacidade de manter mães e bebês vivos”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
O ensaio clínico, o maior do gênero, estudou cerca de 30 mil mulheres que deram à luz por via vaginal em 10 países: Argentina, Egito, Índia, Quênia, Nigéria, Cingapura, África do Sul, Tailândia, Uganda e Reino Unido.
Cada mulher recebeu aleatoriamente uma única injeção de carbetocina estável ao calor ou de ocitocina imediatamente após o nascimento de seu bebê. O estudo constatou que as duas drogas foram igualmente eficazes na prevenção de sangramento excessivo após o nascimento. Como os dois fármacos foram mantidos nas temperaturas necessárias para garantir a máxima eficácia, o estudo pode subestimar o benefício esperado com o uso de carbetocina estável ao calor em ambientes reais, onde a ocitocina pode ter se degradado devido à exposição a altas temperaturas.
“O desenvolvimento de uma droga que previne a hemorragia pós-parto e se mantém eficaz em condições de calor e alta umidade é uma boa notícia para milhões de mulheres em todo o mundo”, comemorou Metin Gülmezoglu, do Departamento de Saúde Reprodutiva e Pesquisa da OMS.
O próximo passo é a revisão regulamentar e aprovação pelos países. A OMS pedirá a seu grupo de desenvolvimento de diretrizes para considerar se a carbetocina estável ao calor deve ser uma droga recomendada para a prevenção da hemorragia pós-parto.
Sobre o estudo – Este estudo da OMS, também conhecido como CHAMPION (Carbetocin HAeMorrhage PreventION), foi financiado pela MSD. A carbetocina estável ao calor foi fornecida pela Ferring Pharmaceuticals. O produto inovador e a ocitocina foram oferecidos pela Novartis para o estudo.
A pesquisa foi conduzida sob um acordo de colaboração entre a OMS, a MSD e a Ferring Pharmaceuticals. Após os resultados positivos do estudo, as partes agora trabalharão para promover o acesso econômico a esse medicamento, que salva vidas em países que têm uma alta carga de mortes maternas.
Estudo da OMS revela droga alternativa que pode salvar vida de milhares de mulheres
junio 28, 2018 17:57
Foto: Jean Borges/Pixabay
Uma nova formulação de medicamento para prevenir o sangramento excessivo após o parto pode salvar milhares de vidas de mulheres em países de baixa e baixa-média renda. A conclusão está num estudo liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em colaboração com a MSD for Mothers e a Ferring Pharmaceuticals e publicado no New England Journal of Medicine
Atualmente, a OMS recomenda a ocitocina como principal medicamento para prevenir o sangramento excessivo após o parto. A ocitocina, no entanto, deve ser armazenada e transportada em temperaturas entre dois e oito graus Celsius, o que é difícil de fazer em vários países, privando muitas mulheres do acesso a droga. Além disso, o medicamento pode ser menos eficaz com a exposição ao calor.
O estudo revelou que uma droga alternativa – a carbetocina estável ao calor – é tão segura e eficaz quanto a ocitocina na prevenção da hemorragia pós-parto. Essa nova formulação de carbetocina não requer refrigeração e continua eficaz por pelo menos três anos quando armazenada a 30 graus Celsius e 75% de umidade relativa do ar.
Aproximadamente 70 mil mulheres morrem a cada ano devido à hemorragia pós-parto, o que aumenta o risco de que seus bebês também morram dentro de um mês. “Este é um desenvolvimento verdadeiramente encorajador, que pode revolucionar nossa capacidade de manter mães e bebês vivos”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
O ensaio clínico, o maior do gênero, estudou cerca de 30 mil mulheres que deram à luz por via vaginal em 10 países: Argentina, Egito, Índia, Quênia, Nigéria, Cingapura, África do Sul, Tailândia, Uganda e Reino Unido.
Cada mulher recebeu aleatoriamente uma única injeção de carbetocina estável ao calor ou de ocitocina imediatamente após o nascimento de seu bebê. O estudo constatou que as duas drogas foram igualmente eficazes na prevenção de sangramento excessivo após o nascimento. Como os dois fármacos foram mantidos nas temperaturas necessárias para garantir a máxima eficácia, o estudo pode subestimar o benefício esperado com o uso de carbetocina estável ao calor em ambientes reais, onde a ocitocina pode ter se degradado devido à exposição a altas temperaturas.
“O desenvolvimento de uma droga que previne a hemorragia pós-parto e se mantém eficaz em condições de calor e alta umidade é uma boa notícia para milhões de mulheres em todo o mundo”, comemorou Metin Gülmezoglu, do Departamento de Saúde Reprodutiva e Pesquisa da OMS.
O próximo passo é a revisão regulamentar e aprovação pelos países. A OMS pedirá a seu grupo de desenvolvimento de diretrizes para considerar se a carbetocina estável ao calor deve ser uma droga recomendada para a prevenção da hemorragia pós-parto.
Sobre o estudo – Este estudo da OMS, também conhecido como CHAMPION (Carbetocin HAeMorrhage PreventION), foi financiado pela MSD. A carbetocina estável ao calor foi fornecida pela Ferring Pharmaceuticals. O produto inovador e a ocitocina foram oferecidos pela Novartis para o estudo.
A pesquisa foi conduzida sob um acordo de colaboração entre a OMS, a MSD e a Ferring Pharmaceuticals. Após os resultados positivos do estudo, as partes agora trabalharão para promover o acesso econômico a esse medicamento, que salva vidas em países que têm uma alta carga de mortes maternas.