ONU apoia primeiro TEDx realizado em um campo de refugiados; vídeo
julio 10, 2018 19:42Aconteceu no início de junho o primeiro TEDx realizado em um campo de refugiados, em Kakuma, no Quênia.
O TEDxKakumaCamp ofereceu um olhar diferente para a realidade vivida pelos refugiados, longe das imagens de devastação e sofrimento, bem como histórias de resiliência, contribuição, criatividade.
Histórias que elevam e inspiram não apenas as comunidades que as abrigam, mas o mundo inteiro. O tema, “Prosperar”, apoia a certeza de que refugiados empoderados moldarão um futuro pacífico e tolerante para nosso mundo.
Entre os oradores, atuais e antigos refugiados e refugiadas do campo de Kakuma, bem como especialistas e artistas internacionais que desejam tornar o mundo um lugar melhor para as pessoas forçadas a fugir de suas casas.
O TEDxKakumaCamp foi o primeiro evento do TEDx realizado em um campo de refugiados, com refugiados, e também para refugiados. A curadoria é de Melissa Fleming e Dana Hughes com o apoio da Agência da ONU para Refugiados, ACNUR; além do UNICEF; Banco Mundial, equipes de voluntários e outras organizações.
Acesse as palestras e detalhes: tedxkakumacamp.org. Acompanhe o tema clicando aqui.
Chefe da ONU diz que combate ao terrorismo na África traz proteção para cidadãos de todo mundo
julio 10, 2018 18:41
Homem próximo a sua casa destruída em Baga, estado de Borno, na Nigéria, após intensos combates entre as forças militares da Nigéria, Níger e Chade e o Boko Haram. Foto: IRIN/Aminu Abubakar
Em Adis Abeba, na Etiópia, para a conferência anual da ONU e da União Africana, o secretário-geral António Guterres cobrou na segunda-feira (9) mais apoio da comunidade internacional para a África, sobretudo na área de combate ao terrorismo. Dirigente lembrou que a ascensão de grupos armados, como o Boko Haram, trouxe desafios de segurança que não podem ser enfrentados com abordagens tradicionais de promoção da paz.
“Precisamos entender que, quando as tropas africanas lutam contra terroristas no Sahel, elas não estão apenas protegendo os cidadãos do Sahel. Estão protegendo o mundo todo. E o mundo tem que ter solidariedade com a África, uma vez que as forças africanas protegem a todos nós”, disse o chefe das Nações Unidas.
Guterres lembrou que países fora do continente também podem impedir a perpetuação de cadeias criminosas globais. Segundo o secretário-geral, o fluxo de fundos ilegais, a evasão fiscal e a lavagem de dinheiro tiram da África 50 bilhões de dólares por ano.
“Essa é a uma responsabilidade para a comunidade internacional, apoiar a África na garantia de que os recursos africanos permaneçam na África, para apoiar o desenvolvimento”, completou o chefe da ONU.
O secretário-geral celebrou desdobramentos políticos positivos, como a visita histórica do primeiro-ministro etíope à Eritreia e a assinatura de um cessar-fogo entre os principais grupos rivais do confronto civil do Sudão do Sul.
“Tudo isso nos dá esperança de que o continente africano andará cada vez mais rumo à paz e à segurança”, acrescentou Guterres.
No Sudão do Sul, 75% das crianças nasceram durante a guerra
julio 10, 2018 17:42
Duas crianças-soldado foram liberadas do serviço junto a grupos armados no Sudão do Sul. Foto: UNICEF/Sebastian Rich
No Sudão do Sul, 2,6 milhões de crianças com até cinco anos de idade só conhecem a realidade da guerra. O número representa 75% de todos os meninos e meninas nessa faixa etária e nascidos desde que o país africano conseguiu sua independência, em 2011. A estimativa foi divulgada neste mês (7) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
O território sul-sudanês é palco de um sangrento conflito civil desde 2013. A agência da ONU alerta que menores têm sido amplamente recrutados para lutar em grupos armados. Embora 800 crianças-soldado tenham sido libertadas dessas entidades, outras 19 mil continuam a servir como combatentes, carregadores e mensageiros, além de sofrer abusos sexuais. Mais de 500 casos de assédio já foram identificados pelo UNICEF.
Em 2014, 35% dos sul-sudaneses não sabiam de onde vinha a sua próxima refeição. Atualmente, o índice é estimado em 60%, com algumas áreas a apenas um passo da fome, especialmente durante a época de escassez. As taxas de subnutrição estão em níveis críticos, com mais de 1 milhão de crianças desnutridas, incluindo 300 mil à beira da morte.
Um em cada três escolas estão destruídas, ocupadas ou fechadas desde 2013. Como isso, cerca de 2 milhões de crianças estão sem educação — é a maior proporção de jovens fora da escola de todo o planeta.
Ajuda humanitária e refúgio
Ainda segundo o UNICEF, mais de cem trabalhadores humanitários já foram mortos em meio aos confrontos, incluindo um motorista da agência na semana passada. Desde o início da guerra em 2013, mais de 2,5 milhões de pessoas, entre elas, mais de 1 milhão de crianças, procuraram segurança em países vizinhos.
A chefe do fundo da ONU, Henrietta Fore, afirmou que “as partes em guerra podem e devem fazer mais para trazer de volta a paz, porque as crianças do Sudão do Sul merecem mais”.
Em junho, os dois principais grupos em confronto assinaram um cessar-fogo permanente, um desdobramento visto como positivo pelo UNICEF.
Fore acrescentou que “agora contamos com a liderança e os comandantes para respeitá-lo e, ao mesmo tempo, garantir que os trabalhadores humanitários recebam acesso sem restrições aos necessitados”.
Escritório da ONU leva infraestrutura de saúde, transporte e educação para mais de 80 países
julio 10, 2018 17:04
Projeto de construção e capacitação do UNOPS e da OIT no Haiti. Foto: UNOPS/Claude-André Nadon
Em 2017, o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) realizou a concepção, construção ou reabilitação de 2,3 mil quilômetros de estradas, 243 clínicas, 74 hospitais e 35 escolas. Presente em mais de 80 países, a agência da ONU divulgou neste mês os resultados de seu trabalho, analisados no Relatório de Sustentabilidade 2017 “Ações com Impacto”.
No ano passado, a instituição administrou 1,8 bilhão de dólares para projetos nas áreas de sustentabilidade, compras sustentáveis e desenvolvimento de infraestrutura. Recursos vinham de governos e parceiros que confiaram na agência da ONU.
Um dos projetos de destaque da publicação do UNOPS é implementado na Guatemala, onde o organismo apoia o governo na aquisição de medicamentos. Em 2017, a agência ajudou o Instituto Guatemalteco de Segurança Social (IGSS) a abastecer 124 hospitais e centros de saúde em todo o país com mais de 370 remédios. Por meio de processos de compras transparentes e eficientes, o IGSS estimou uma economia de 155 milhões de dólares, o que representou uma redução de aproximadamente 55% em relação aos custos iniciais previstos.
Outro exemplo é o projeto de modernização da agricultura familiar no Paraguai. Desde 2014, o UNOPS dá suporte a um conjunto de programas das autoridades para reabilitar mais de 40 mil hectares de terras agrícolas. A iniciativa tornou possível melhorar a segurança alimentar, a renda e a subsistência de cerca de 120 mil pessoas.
Igualdade de gênero no Brasil
No Brasil, o escritório trabalha com outras agências da ONU e os governos federal, estaduais e municipais apoiando a construção de centros socioeducativos, elaborando projetos para hospitais universitários e criando metodologias de orçamento para obras de patrimônio histórico.
O UNOPS também trabalha na construção de centros de assistência para mulheres vítimas de violência de gênero. Outras frentes de atuação do organismo internacional no Brasil incluem a elaboração de modelos de financiamento adequados para equipamentos públicos urbanos, a gestão hospitalar e os processos de compras de medicamentos.
Para cada projeto, o UNOPS segue três abordagens principais para que seus parceiros e países alcancem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): fortalecer as capacidades dos governos de “fazer mais com menos”; ajudar as pessoas a atingir suas metas individuais, locais, nacionais e globais; e apoiar as nações na melhoria de sua eficácia.
Acesse o relatório na íntegra clicando aqui.