Mães de crianças desaparecidas quebram silêncio na República Democrática do Congo
13 de Julho de 2018, 15:36
“Nunca poderíamos imaginar que eles sequestrariam nossos filhos”, diz Faiza (no centro, de saia vermelha), sentada com outras mães que tiveram suas crianças raptadas. “Eles devem estar mortos agora”. Foto: ACNUR/Colin Delfosse
Faz mais de um ano que Augustine não vê sua filha de seis anos. A congolesa já se prepara para o pior. “Não há esperança. Eu nunca mais vou ver minha filha”, afirma. O caso não é o único na província de Tanganyika, na República Democrática do Congo, onde confrontos entre grupos armados deslocaram milhares de pessoas nos últimos anos. Augustine agora vive num abrigo para deslocados internos na cidade de Kalémie.
“Os rebeldes invadem as nossas aldeias, levam nossos filhos e desaparecem com eles”, explica Augustine. “Eles estupram as meninas e as cortam em pequenos pedaços com facões.”
Ndiba Kaité, de 52 anos, considera-se uma das poucas congolesas com sorte. Suas cinco filhas adolescentes foram sequestradas em dezembro de 2016 e mantidas em cativeiro por cinco meses no mato. Lá, passaram fome, foram espancadas e abusadas. A mãe liderou uma busca desesperada e, com a ajuda de grupos de apoio, conseguiu negociar a libertação das jovens. Mas o grave trauma físico e psicológico assombra as meninas até hoje.
“Elas estavam em um estado terrível. Estavam tão magras. Seus pés estavam feridos. Sua cor havia mudado. Seus olhos estavam cheios de tristeza”, lembra Ndiba. “Mas no dia em que encontrei minhas filhas, fiquei feliz, porque a maioria dos que são sequestrados nunca voltam.”
Em Tanganyika, mais e mais crianças estão desaparecendo à medida que a violência e a migração forçada se agravam. A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e seus parceiros visitam regularmente os locais que abrigam pessoas deslocados, ajudando a identificar crianças desacompanhadas e separadas dos seus pais, para que possam receber proteção e voltar para sua família.
ONU recebe inscrições para bolsas de estudo sobre assuntos de oceano
13 de Julho de 2018, 15:33
Sede da ONU. Foto: Elif Gulec/ONU
A divisão para assuntos de oceano do Escritório de Assuntos Legais (DOALOS, na sigla em inglês) da ONU recebe até 14 de setembro inscrições para a edição de 2019 do programa de bolsas de estudo oferecidas pelas Nações Unidas e pela Fundação Nippon.
O objetivo da iniciativa é capacitar funcionários governamentais e outros profissionais de países em desenvolvimento para a implementação das diretrizes legais da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS, na sigla em inglês) e instrumentos relacionados.
As bolsas de estudo também visam capacitar esses profissionais na formulação de regimes abrangentes de gestão dos oceanos, no contexto da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
O programa é dividido em duas etapas. Haverá um treinamento de três meses na sede da ONU em Nova Iorque, seguido de uma pesquisa e estudo de seis meses com uma instituição anfitriã que demonstrar conhecimento em cada um dos campos de pesquisa da bolsa de estudos.
Para se qualificar, os candidatos devem ter entre 25 e 40 anos, ao menos diploma universitário ou equivalente, e demonstrar capacidade para realizar pesquisas e estudos acadêmicos.
Os candidatos devem ser de países em desenvolvimento, funcionários públicos ou profissionais de nível médio que lidem diretamente com assuntos de oceano, tais como (mas não exclusivamente): desenvolvimento sustentável de oceanos e mares, incluindo a implementação da Agenda 2030; política nacional ou regional dos oceanos; estabelecimento de zonas marítimas e delimitação das fronteiras marítimas; gestão das zonas costeiras; conservação e gestão dos recursos marinhos; transporte marítimo; segurança marítima; proteção e preservação do ambiente marinho, incluindo a ciência marinha.
Nos últimos 14 anos, 142 bolsas foram concedidas no âmbito do programa para nacionais de 76 países em desenvolvimento.
Mais informações estão disponíveis no site www.un.org/depts/los/nippon.
Os prêmios serão concedidos em outubro, e os candidatos poderão iniciar o programa em março ou abril do ano que vem.
Forçada a se casar, refugiada de 12 anos foge da família na Mauritânia
13 de Julho de 2018, 14:53
Na tenda de seus pais, Fatimata escreve e desenha em seus cadernos da escola. Atrás dela, empilhados, estão os colchões e cobertores que serviriam como seu dote. Foto: ACNUR/Helena Pes
Sentada numa tenda do campo de refugiados de Mbera, na Mauritânia, a jovem Fatimata, de 12 anos, desenha uma flor em seu caderno escolar. Atrás dela estão empilhados os colchões e cobertores que seriam seu dote, se ela não tivesse resistido à tentativa da família de casá-la à força com um primo, pastor de gado em sua terra natal, o Mali.
“Foi só no dia em que meu tio do Mali veio para cá que entendi que meus pais tinham arranjado um casamento para mim”, conta a menina. “Ninguém me perguntou se eu queria me casar. Eu estava com tanto medo que fugi.”
“Agora eu sei que eles estavam falando sobre isso há muito tempo”, acrescenta Fatimata, que diz ainda não conhecer o parente com quem queriam casá-la. “Mas sei que ele é muito mais velho que eu.”
O campo de refugiados é a casa de Fatimata desde os seis anos de idade. O assentamento está localizado numa região árida do sudeste da Mauritânia, perto da fronteira com o território malês. Após a onda de violência que começou no norte do Mali em 2012, Mbera se tornou o lar temporário para mais de 56 mil refugiados. Entre a população deslocada, existem muitos pastores árabes e tuaregues que perderam seus meios de subsistência no conflito.
Como a falta de segurança perdura no Mali, novos fluxos migratórios para a Mauritânia são comuns. Desde janeiro de 2018, mais de 4,7 mil pessoas foram registradas em Mbera. Os refugiados trazem relatos de ameaças, extorsão e execuções por grupos armados. Também falam sobre condições de vida exaustivas nos lugares onde moravam.
A pobreza e a vulnerabilidade dentro do acampamento contribuíram para a realização de casamentos precoces e forçados. Em 2017, 97 casos foram registrados pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). No entanto, o número real é provavelmente muito maior. O organismo das Nações Unidas, em parceria com o Fundo da ONU para a Infância (UNICEF) e a ONG italiana Intersos, criou uma rede de segurança para proteger as crianças que moram no campo.
Pouco depois de fugir da família, Fatimata foi encontrada e levada de volta para a tenda dos pais. “Meu tio me amarrou com uma corda para ter certeza de que eu não escaparia novamente, mas consegui me libertar e fugir mais uma vez para a casa da minha prima, do outro lado do campo”, lembra a jovem. A menina esperou amanhecer antes de ir à escola mais próxima e procurar ajuda.
“Quando encontrei Fatimata, ela estava angustiada e com contusões nos braços e no pescoço por causa da corda”, afirma a também refugiada Halima Sidiwa, indicada pela Intersos como ponto focal da comunidade para crianças em risco. A voluntária oferece um lugar seguro para meninas.
Fatimata passou cinco dias na casa de Halima, recusando-se a voltar para os pais até o tio ir embora. “Ela estava apavorada e chorava porque queria voltar para a escola”, explica a assistente sênior de Proteção do ACNUR, Houleymata Diawara. A especialista e outros profissionais de assistência discutiram o episódio com líderes comunitários antes de se encontrar com a família da menina.
As conversas com os parentes não foram fáceis, mas a mãe de Fatimata, Walet, estava entre os que eram contrários ao matrimônio. “Eu não estava feliz com a ideia de dar a minha filha em uma idade tão jovem e expressei minha tristeza, mas eles não me ouviram”, lamenta.
“Quando meu pai ouviu o que estava acontecendo, ele me avisou para não me meter entre meu marido e seu irmão mais velho e deixá-los fazer o que deviam”, completa a mãe. “Em nossa cultura, o irmão mais novo deve respeitar as decisões tomadas por um irmão mais velho. Ele já havia decidido que iria levar minha filha, então eu não fiz nada.”
Após um longo processo, a equipe de proteção e outros moradores de Mbera conseguiram persuadir a família a cancelar a união e permitir que Fatimata continuasse estudando. “Agora que o casamento foi cancelado, eu não tenho mais medo”, diz Fatimata, alegre. “Ouvi dizer que encontraram outra esposa para o meu primo e estou feliz de poder ir à escola.”
O representante do ACNUR na Mauritânia, Nabil Othman, disse que a agência e seus parceiros continuarão se envolvendo com as comunidades para aumentar a conscientização sobre o assunto e tentar prevenir novas ocorrências.
Além da proteção social para crianças, “a documentação também é uma ferramenta de proteção infantil muito importante, que nos permite intervir em casos de casamentos precoces e forçados”, explica Othman.
Recentemente, a Mauritânia começou a distribuir certidões de nascimento para todos os refugiados maleses nascidos no campo de Mbera. A data de nascença desempenha um papel fundamental na proteção dos menores de idade, permitindo que as autoridades identifiquem casos de matrimônio infantil e outras formas de abuso, antes de recolher provas contra os agressores.
FAO: Brasil substituirá EUA como terceiro maior fornecedor mundial de óleo de soja
13 de Julho de 2018, 14:41
Produção de grãos no Paraná. Foto: ANPr / Jonas Oliveira
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) prevê uma queda na produção de soja, arroz, grãos e açúcar na América Latina na safra 2018/2019, assim como um aumento na produção de leite e carne bovina, de acordo com relatório publicado nesta semana (11).
De acordo com o relatório “Perspectivas Alimentares”, o Brasil substituirá os Estados Unidos como o terceiro maior fornecedor mundial de óleo de soja, e continuará sendo o principal fornecedor mundial de carne de aves e farinha.
Trigo
Na América do Sul, a expansão das plantações na Argentina aumentou sua previsão de produção para 20 milhões de toneladas, 8% a mais do que no ano anterior.
A previsão é de que as importações de trigo na América Latina e no Caribe em 2018/19 se aproximem de 25 milhões de toneladas, um aumento de cerca de 1 milhão de toneladas, principalmente devido ao aumento das importações de Brasil e México, os maiores importadores de trigo da região.
Grãos
Na América do Sul, prevê-se um declínio significativo na produção de grãos na Argentina e no Brasil, e é prevista a diminuição das safras de milho em cerca de 15% em relação ao recorde de 2017.
São esperadas exportações menores de milho por parte do Brasil: diminuiriam em 1,5 milhão de toneladas, para 30 milhões de toneladas em 2018/19. As exportações totais de grãos da Argentina devem permanecer estáveis em pouco menos de 29 milhões de toneladas.
Arroz
Para a América Latina e o Caribe, as perspectivas são negativas e apontam para uma redução anual de 1,5% na produção total, que cairá para 18,6 milhões de toneladas. Argentina, Brasil, Equador, Colômbia, Uruguai e Venezuela colherão menos arroz do que em 2017, quedas que não serão compensadas pelos aumentos previstos em Bolívia, Chile, Cuba, República Dominicana, Guiana, Paraguai e Peru.
O total de compras da América Latina e do Caribe poderia diminuir em 5%, para 4,2 milhões de toneladas, como resultado de cortes no Brasil, Haiti, México e Peru, devido à disponibilidade local suficiente e preços internacionais mais altos. O Brasil terá uma forte recuperação anual (55%) em suas exportações de arroz de 2018, previstas em 900 mil toneladas.
Plantio de oleaginosas, óleos e gorduras
Estima-se que a produção total de soja registrará uma contração de 9% na América do Sul, uma vez que as severas perdas ocasionadas pelo clima em Argentina, Paraguai e Uruguai excederão a maior produção do Brasil.
Na Argentina, o terceiro maior produtor de soja do mundo, o rendimento médio caiu para o menor nível nos últimos seis anos e a produção total para o nível mais baixo dos últimos nove anos. No Brasil, por outro lado, os aumentos na área plantada e as condições quase ideais de crescimento elevaram a produção a níveis sem precedentes.
Com relação ao óleo de soja, grande parte da queda acentuada esperada nos envios de Argentina e Uruguai será compensada pelo Brasil, o fornecedor mais competitivo nesta temporada. De fato, em 2017/18, o Brasil poderia substituir os EUA como o terceiro maior fornecedor do mundo.
Nas transações mundiais de farinha, a Argentina poderia registrar o menor nível dos últimos 9 anos em suas exportações. O principal beneficiário seria o Brasil, cujas exportações devem se expandir em 17%, consolidando a posição do país como principal fornecedor mundial, à frente dos Estados Unidos.
Açúcar
Na América do Sul, as últimas estimativas apontam para uma queda na produção em 2017/18, em condições climáticas geralmente desfavoráveis (Argentina) e uma proporção maior da safra de cana usada para a produção de etanol (Brasil).
É prevista a diminuição da produção de açúcar no Brasil: a produção é agora estimada em 36 milhões de toneladas, 4 milhões de toneladas a menos que o volume alcançado em 2016/17. Espera-se que cerca de 58% da safra de cana-de-açúcar seja usada para a produção de etanol.
No restante da América do Sul, a produção de açúcar deverá aumentar na Colômbia, o segundo maior produtor na região, e no Peru. Já na Argentina, queda devido às condições extremas de seca.
O Brasil fornecerá 42% das exportações mundiais em 2017/18. Da mesma forma, as exportações da Guatemala, o segundo maior exportador da América Latina e do Caribe, devem se expandir. O açúcar tornou-se uma fonte importante de ganhos em divisas para o país, que tem se concentrado cada vez mais em ganhar participação de mercado no segmento de açúcar refinado.
Carne e seus produtos
De acordo com as previsões, a produção mundial de carne bovina aumentará 1,8% para 72,1 milhões de toneladas em 2018, terceiro ano de crescimento sólido. São esperados grandes aumentos particularmente no Brasil e na Argentina.
Entre os exportadores, espera-se que o Brasil venda 7% a mais de carne aos mercados internacionais do que em 2017, consolidando assim sua posição de maior exportador mundial de carne bovina. O Brasil pode ter uma contração de 34% na produção de carne suína em 2018, contudo, deve continuar sendo o maior exportador de carne de frango do mundo.
Leite
Na América do Sul, a produção de leite na região deverá aumentar em 2,1%, para 64,8 milhões de toneladas, impulsionada principalmente pelos lucros na Argentina, no Brasil e na Colômbia.
Clique aqui para acessar o relatório completo (em inglês).
ONU debate resposta ao HIV com gestores públicos no Rio Grande do Sul
13 de Julho de 2018, 13:14Clique para exibir o slide.O Grupo Temático das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (GT UNAIDS) reuniu cerca de 60 pessoas para sua segunda reunião de 2018, realizada esta semana (11) em Porto Alegre, no Palácio Piratini, sede do governo do Rio Grande do Sul. Com o tema Acelerando a Resposta ao HIV, o encontro buscou mobilizar gestores públicos e especialistas que atuam nos âmbitos estadual e municipal, com foco nas 15 cidades gaúchas signatárias da Declaração de Paris.
O documento que leva o nome da capital francesa estipula compromissos para alcançar o fim da AIDS como problema de saúde pública até 2030. No Brasil, 41 cidades já aderiram ao texto. Mais de um terço delas estão no Rio Grande do Sul: Porto Alegre, Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Caxias do Sul, Esteio, Guaíba, Gravataí, Rio Grande, São Leopoldo, Santana do Livramento, Sapucaia do Sul, Uruguaiana, Viamão e Novo Hamburgo.
“Os dados do Ministério da Saúde apontam que as epidemias de HIV/AIDS e outras ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) acometem as populações mais vulneráveis e menos assistidas”, ressaltou Jaime Nadal, representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e presidente do GT UNAIDS para o período 2017-2018;
“Os direitos sexuais e reprodutivos devem ser universais e as barreiras que impedem o pleno acesso dessas populações mais vulneráveis aos serviços de saúde devem ser removidas, a fim de que, cada vez mais, novas infecções possam ser evitadas, assim como a mortalidade por essas doenças seja igualmente reduzida”, completou o especialista durante a abertura do evento.
Além de fazer um balanço sobre os avanços e desafios da resposta ao HIV no estado, o encontro teve também como objetivo compartilhar experiências exitosas de quatro municípios gaúchos: Tô Dentro (Viamão), Transdiálogos (Porto Alegre), Seminário Zero Discriminação (Cachoeirinha) e Cascata de Cuidados (Canoas).
“Estamos muito felizes com a reunião do GT @UNAIDS no Rio Grande do Sul, um estado prioritário para a resposta ao HIV”, @jaimenadal, representante do @unfpabrasil, durante abertura do #GTUNAIDS. pic.twitter.com/AWWHbiIUua
— UNAIDS Brasil (@UNAIDSBrasil) 11 de julho de 2018
“Nós, do estado, queremos reafirmar o nosso compromisso com a população para o alcance das metas assumidas, em 2015, na assinatura da Declaração de Paris, com foco no enfrentamento da epidemia de HIV e AIDS em todo território do Rio Grande do Sul”, afirmou o governador do estado, José Ivo Sartori.
“A ação conjunta é chave para acabarmos com a epidemia e isso inclui a oferta de testagem e tratamento, promovendo redução do estigma e discriminação.”
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2016, o Rio Grande do Sul foi o estado com a segunda maior taxa de detecção de casos de AIDS no país: 31,8 casos para cada 100 mil habitantes, quase o dobro da taxa nacional, que é de 18,5/100 mil habitantes. A unidade federativa do Sul ficou atrás apenas de Roraima no ranking nacional.
Porto Alegre é a capital brasileira com maior taxa de detecção de casos de AIDS: 65,9 casos por 100 mil habitantes, o dobro do registrado no estado. Apesar de ter apresentado, ao longo da última década, uma queda de 17,2% na mortalidade por causas relacionadas à AIDS, o Rio Grande do Sul ainda é o estado com o maior coeficiente: 9,6 óbitos para cada 100 mil habitantes.
Delegação da ONU visita projeto no Rio Grande do Sul sobre prevenção de HIV entre jovens
O secretário estadual de Saúde, Francisco Zancan Paz, informou durante a reunião que o estado já testou 60% das pessoas vivendo com HIV no Rio Grande do Sul. Setenta porcento delas estão em tratamento antirretroviral. Desse grupo, 90% estão com carga viral indetectável. A meta assumida pelo Rio Grande do Sul e seus 15 municípios prioritários é de que, até 2020, todos esses números alcancem ou mantenham os 90%.
“Nós estamos atentos que, para termos uma resposta à AIDS, precisamos vencer outros desafios de saúde pública, incluindo o enfrentamento da tuberculose, da violência de gênero e outras infecções sexualmente transmissíveis, além das ações voltadas à saúde sexual e reprodutiva, saúde materna e da criança e ações específicas para populações-chaves e prioritárias, em especial jovens, homens que fazem sexo com homens e populações privadas de liberdade”, reconheceu o chefe da pasta.
Além das 41 cidades brasileiras signatárias da Declaração de Paris, os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catariana, bem como o Distrito Federal, também se comprometeram com as metas da ONU. Em todo o mundo, mais de 200 cidades compõem essa rede de municípios chamados de Fast-Track Cities (Cidades pela Aceleração da Resposta).
“O Rio Grande do Sul foi o primeiro estado no mundo a se comprometer com a Declaração de Paris, um sinal claro do compromisso com o fim da epidemia de HIV. É esse esforço conjunto que trará os resultados que queremos para Acelerar a Resposta ao HIV”, afirmou a diretora do UNAIDS no Brasil, Georgiana Braga-Orillard.
“Temos aqui no Rio Grande do Sul várias experiências exitosas, mas também temos muitos desafios diante de nós. Queremos fazer isso de forma conjunta.”
A delegação do GT UNAIDS ao Rio Grande do Sul contou também com a presença de representantes de agências copatrocinadoras do UNAIDS, como a UNESCO, o UNFPA, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Também participaram representantes da sociedade civil e de organizações de pessoas vivendo com HIV.