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Notícias da ONU

June 11, 2012 21:00 , by Vicente Aguiar - | No one following this article yet.
Notícias do Site Oficial da ONU. http://www.onu.org.br/tema/rio20/

Agência da ONU lembra um ano dos ataques contra muçulmanos rohingya em Mianmar

August 24, 2018 15:33, by ONU Brasil

Há um ano, mais de 700 mil refugiados rohingya caminharam durante dias, enfrentando viagens perigosas até alcançar a segurança em Bangladesh.

A maioria são mulheres e crianças. Muitos falam de violência extrema. Alguns ainda possuem os itens que levaram consigo quando fugiram, guardando-os como lembretes de entes queridos ou de uma vida que deixaram para trás.

O projeto fotográfico “A coisa mais importante” traz respostas surpreendentes e cuidadosas. Nele, 11 refugiados rohingya falam sobre o que teve importância e significado para sua trajetória. Conheça um pouco sobre essas pessoas*:

Nuras encontrou este bebê enquanto fugia de um ataque na aldeia onde morava.

Nuras segura seu bebê no campo de refugiados em Bangladesh. Foto: ACNUR/Brian Sokol

Nuras segura seu bebê no campo de refugiados em Bangladesh. Foto: ACNUR/Brian Sokol

Depois que seus vizinhos foram assassinados, Nuras, de 25 anos, e seus quatro filhos foram perseguidos. Enquanto corria, ela ouviu um bebê chorando. Ela o encontrou perto dos corpos de dois rohingya mortos, em um arrozal seco e distante, agitando os braços.

Com a criança nos braços, Nuras andou com seus filhos o dia todo e, finalmente, chegou à fronteira de Bangladesh, onde o marido, que havia ido na frente, os esperava. Ela procurou um familiar do bebê, mas não os encontrou.

“Se morrermos, morreremos juntos”

Noor e sua filha Roshida. Foto: ACNUR/Brian Sokol

Noor e sua filha Roshida. Foto: ACNUR/Brian Sokol

No final de agosto de 2017, assim que as casas da vizinhança começaram a queimar, Noor correu para a escuridão com seus seis filhos. “Se morrermos, morreremos juntos”, disse ela.

Enquanto corriam, os vizinhos que fugiam ao lado deles foram baleados e mortos. De repente, houve uma forte explosão, e Noor se virou para encontrar Roshida, de 7 anos, deitada no chão. Demorou um mês, indo de aldeia em aldeia, antes que eles conseguissem chegar a Bangladesh.

“Foi tão difícil que não temos palavras para começar a explicar. A maior perda que sofremos foi a perna dela. E o presente mais importante que nos foi dado é a vida dela — é o som de sua voz.”

“Eu não sei porque Allah não me deixou morrer”

Kalima ainda luta com as memórias do passado. Foto: ACNUR/Brian Sokol

Kalima ainda luta com as memórias do passado. Foto: ACNUR/Brian Sokol

Kalima ainda luta com as memórias do massacre. Ela diz que nada é importante para ela depois das perdas indescritíveis que sofreu em Mianmar.

Ela havia se casado havia apenas três meses quando atiradores chegaram à sua aldeia, queimando casas e abrindo fogo contra as pessoas.

Cercada por homens armados, Kalima viu aterrorizada bebês serem jogados na água e grupos de crianças incendiadas. O marido e a irmãzinha de Kalima foram baleados. Ela foi brutalmente espancada e estuprada por vários homens, antes de ser deixada inconsciente.

Quando acordou, a casa estava em chamas. Fugiu, andando por três dias com seu tio e prima até Bangladesh. Kalima era costureira e diz que gostaria de costurar novamente. Quando perguntada sobre sua especialidade, ela se transforma em uma jovem confiante: “o que você precisar!”, diz, sorrindo.

“Se não tivesse minha bengala, eu teria me arrastado até Bangladesh”

Omar, de 102 anos e cego, sobreviveu seguindo as vozes dos outros refugiados. Foto: ACNUR/Brian Sokol

Omar, de 102 anos e deficiente visual, sobreviveu seguindo as vozes dos outros refugiados. Foto: ACNUR/Brian Sokol

A coisa mais importante que Omar, de 102 anos e deficiente visual, trouxe consigo é sua bengala. Ele e seus vizinhos fugiram de suas casas após testemunharem um terrível ataque a uma aldeia próxima. Omar encontrou seu caminho seguindo as vozes dos outros refugiados e usando sua bengala.

“Em um ponto, depois de pular de um barco de pescador, eu fiquei perdido em uma floresta de mangue por sete horas, com água até o pescoço.”

Ele chora quando conta essa história angustiante. Omar diz que deixar sua aldeia foi a coisa mais difícil que já fez na vida. Mas, agora, seguro e reunido com sua família, diz estar feliz e em paz. “Se você rir, os outros vão rir com você. E se você parar de rir, você vai morrer”.

“Se eu estiver em crise, talvez ninguém venha me ajudar — mas Shikari sempre virá”

Jamir, de 15 anos, senta com seu cão Shikari. Foto: ACNUR/Brian Sokol

Jamir, de 15 anos, senta com seu cão Shikari. Foto: ACNUR/Brian Sokol

Jamir, de 15 anos, senta com seu cão Shikari, do lado de fora da pequena loja que sua família dirige em um campo de refugiados no sul de Bangladesh. O menino, cuja família fugiu de Mianmar há 28 anos, nasceu no assentamento e nunca pôs os pés em Mianmar.

“Eu o vi pela primeira vez no outono passado, logo depois de ele ter chegado de Mianmar com um refugiado rohingya”, disse sobre seu cachorro.

Quando o animal se aproximou e cheirou seu pé, Jamir jogou um pedaço de comida. Depois que o cachorro pulou no ar para pegá-lo, ele o nomeou Shikari, que significa “caçador”.

O jovem e seu cachorro são inseparáveis desde então. Shikari até dorme do lado de fora da loja da família, onde Jamir passa a noite.

“Só tive tempo de pegar um painel solar e chamar meus filhos”

Hafaja segura sua placa solar. Foto: ACNUR/Brian Sokol

Hafaja segura sua placa solar. Foto: ACNUR/Brian Sokol

Hafaja, de 60 anos, estava fora de sua casa quando os atiradores chegaram à sua aldeia, no estado de Rakhine, em Mianmar.

“Se eu tivesse um minuto para escolher outra coisa, eu teria trazido nosso dinheiro”, diz ela. “Tínhamos 500.000 kyat (cerca de 375 dólares), que era a poupança da nossa família, mas está perdido”.

Hafaja observou a casa queimando de uma floresta próxima, em um campo cheio de corpos de vizinhos que não conseguiram fugir a tempo . Ela andou por três dias com o painel em uma mão e uma bengala na outra.

“O painel solar é importante porque quando anoitece, a luz me permite rezar e cozinhar. Me sinto mais segura quando a luz está acesa. Eu perdi minha terra, meu dinheiro e minha casa, mas isso não importa. Ainda tenho meu marido e meus filhos. Outros não tiveram tanta sorte.”

“Em Mianmar, eu tinha uma casa grande, água limpa e um bom trabalho”

Mohammed e seus documentos educacionais. Foto: ACNUR/Brian Sokol

Mohammed e seus certificados educacionais. Foto: ACNUR/Brian Sokol

A coisa mais importante que Mohammed, de 26 anos, trouxe consigo para Bangladesh são os seus certificados educacionais, necessários para qualquer emprego formal em seu país de origem.

Ele era a única pessoa de sua aldeia a estudar em uma universidade. O jovem quase conseguiu um bacharelado em inglês quando os rohingya foram proibidos de frequentar a Universidade Sittwe, em Mianmar.

Quando voltou para sua aldeia, encontrou trabalho em uma organização filantrópica. Quando um vilarejo vizinho foi atacado e Mohammed não conseguiu salvar um menino de 10 anos — que havia sido encharcado com gasolina e queimado —  ele decidiu pegar seus certificados, seu computador, uma muda de roupa e fugir.

Logo depois, sua aldeia foi incendiada, as mulheres foram violentadas e homens foram mortos. “Aqui, eu não me sinto bem. Em Mianmar, eu tinha uma casa grande, água limpa e um bom trabalho. Eu quero voltar — mas não irei a menos que nos seja dada cidadania”.

“Quando vejo essa roupa, sinto falta do meu país, da minha casa e da minha vida”

Noor mostra a roupa que usava no dia em que fugiu. Foto: ACNUR/Brian Sokol

Noor mostra a roupa que usava no dia em que fugiu. Foto: ACNUR/Brian Sokol

A única coisa com que Noor conseguiu levar na fuga foram as roupas que usava naquele dia — uma saia de tecido conhecida como lunghi.

Em Mianmar, o governo não deixa que os rohingya estudem para se tornarem médicos. Mas Noor ganhou habilidades no exterior e estava determinado a tratar as doenças que atormentavam sua comunidade, como febre e diarreia.

“As pessoas me viam todos os dias para o tratamento porque eu sou honesto e as tratava com amor”, lembra ele.

Quando os ataques em sua aldeia começaram, ele tratou incontáveis sobreviventes de estupros e espancamentos. Foi preso repetidamente e, muitas vezes, multado. Em agosto de 2017, quando queimaram casas em uma aldeia próxima, fugiu com sua esposa e oito filhos.

Demorou 15 dias para chegar ao assentamento de refugiados em Bangladesh. A única coisa que levou foi a saia que usava naquele dia. “Quando vejo isso, sinto falta do meu país, da minha casa e da minha vida anterior”, diz. “É o lunghi que vou usar quando voltar para Mianmar”.

“Vamos voltar, reconstruir e produzir novamente”

Mohammed trouxe consigo seus documentos de uso da terra em Mianmar. Foto: ACNUR/Brian Sokol

Mohammed trouxe consigo seus documentos de uso da terra em Mianmar. Foto: ACNUR/Brian Sokol

A coisa mais importante que Mohammed trouxe consigo são os documentos de uso da terra de Mianmar. Antes de ser forçado a fugir de casa, ele era presidente de sua aldeia e possuía uma próspera fazenda de 132 acres que incluía uma grande casa familiar, dois lagos, um arrozal, legumes e várias vacas, galinhas e cabras.

Hoje, o homem de 44 anos vive em um assentamento de refugiados no sul de Bangladesh, sem comida suficiente para alimentar sua família. “Vamos voltar, reconstruir e produzir novamente”, diz ele.

Mohammed afirma que só retornará quando os rohingya forem considerados um dos grupos étnicos oficiais de Mianmar e receberem cidadania.

Yacoub só tem a corrente no pescoço para lembrá-lo de seu pai

Yacoub usa uma corrente no pescoço, último presente do pai. Foto: ACNUR/Brian Sokol

Yacoub usa uma corrente no pescoço, último presente do pai. Foto: ACNUR/Brian Sokol

A última vez que eles se falaram, era manhã e seu pai estava saindo para recolher lenha. Nesse mesmo dia, houve um ataque brutal na aldeia de Yacoub, de 15 anos.

Quando viu sua casa queimando, Yacoub, que perdeu a mãe no parto quando tinha 8 anos, pegou as duas irmãs menores pela mão e correu descalço pela selva.

Ficaram escondidos por 15 dias, vivendo de biscoitos e chá trazidos da loja de seu tio e depois de maçãs que colhiam pelo caminho.

Yacoub havia comprado esse colar com o dinheiro que seu pai lhe dera como presente. O menino agora mora sozinho em uma barraca, com apenas seu novo filhote de cachorro Sitara, um tapete de dormir e um cobertor. Sua tia, tio e irmãs moram na casa ao lado. Ninguém sabe o que aconteceu com seu pai.

Shahina levaria consigo uma bolsa azul e produtos de beleza

Shahina e sua bolsa azul. Foto: ACNUR/Brian Sokol

Shahina e sua bolsa azul. Foto: ACNUR/Brian Sokol

A garotinha diz que esses itens a fazem se sentir bonita e que ela adora ver as garotas rohingya mais velhas fazendo caretas. Quando a mãe de Shahina, Nosina, viu o último fluxo de pessoas rohingya fugindo de Mianmar, ela estava aliviada por seus filhos já estarem seguros em Bangladesh. Ela fugiu de sua aldeia em Mianmar, sete anos atrás, com seus dois filhos pequenos.

***

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) trabalha para oferecer proteção, acesso à educação e assistência médica aos refugiados rohingya, para que eles possam ter um futuro digno e seguro.

Doe agora e nos ajude a ampliar nossa resposta!

* Todos os nomes foram alterados por questão de proteção.



Com apoio da ONU, representação do México no Rio debate igualdade de gênero

August 24, 2018 15:09, by ONU BrasilClique para exibir o slide.

O Consulado Geral do México no Rio de Janeiro, com apoio do Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (UNIC Rio), promoveu na terça-feira (14), no Centro Cultural Correios, o debate “Os desafios da mulher na participação de uma vida política e educativa plena”.

O evento teve como palestrantes Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres no Brasil; Telma Marques Taurepang, integrante da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (UMIAB); e Linda Marina Munive, consulesa-geral do México.

Nadine Gasman falou sobre as conferências mundiais da ONU e a iniciativa da ONU Mulheres “Por um planeta 50-50 em 2030”, cujo objetivo é o fim das desigualdades de gênero. Além disso, Nadine falou sobre como os obstáculos da luta pelo empoderamento feminino se intensificam em razão de fatores como raça, idade, idioma, etnia, cultura, religião, deficiência física ou a identidade indígena.

“É importante elevar a discussão de gênero para discutir o que significa ser uma mulher e o que significa ser uma mulher negra, lésbica, trans, da periferia”, disse a representante da ONU Mulheres, explicando a importância de políticas públicas específicas para cada um desses tipos de mulheres.

“Todos os dados das mulheres negras são piores em relação aos das mulheres brancas, mas isso porque não se fala sobre os dados das mulheres indígenas, que são ainda piores”, observou ela.

Em segundo, Telma Taurepang discursou sobre o machismo, a invisibilidade da mulher indígena e a batalha das mulheres pelos direitos humanos e liberdades fundamentais. “As mulheres indígenas sempre foram exploradas, mas hoje nós conseguimos chegar a uma universidade. Hoje, nós temos advogadas, médicas”, contou.

Antes de abrir para a sessão de perguntas, Linda Munive apresentou as mulheres mexicanas que já fizeram e fazem parte da política no país, incluindo as duas únicas governadoras eleitas em 2018: Claudia Sheinbaum e Martha Puebla. A consulesa-geral também mostrou dados comparativos sobre homens e mulheres no sistema educacional mexicano.

O diretor do UNIC Rio, Maurizio Giuliano, enfatizou a importância do apoio da ONU para o avanço na igualdade de gênero e ratificou os progressos feitos pelo México. “O fato de só existirem duas mulheres governadoras no México é preocupante, mas o fato de que as diferenças de frequência entre homens e mulheres na universidade é de apenas 1% é um sucesso, mesmo que ainda não seja o ideal. Embora o caminho seja longo – em alguns países mais que em outros – é evidente que a igualdade de gênero é algo possível e que vamos alcançá-la”, afirmou.

O debate aconteceu na galeria da exposição “70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos”, com obras de Otávio Roth. Realizada pela primeira vez no Rio de Janeiro, a mostra apresenta 30 xilogravuras que traduzem os ideais de paz e igualdade defendidos nos artigos do documento. A exposição segue no local até 9 de setembro.



No Rio, Argélia promove palestra em homenagem a liderança histórica do país

August 24, 2018 14:58, by ONU BrasilClique para exibir o slide.

A representação diplomática da Argélia no Rio de Janeiro, com apoio do Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (UNIC Rio), realizou no início de agosto (10), no Centro Cultural Correios, a palestra-exposição “Emir Abdelkader: precursor do direito humanitário e chanter do diálogo inter-religioso”. O evento foi conduzido por Elhacene El Bey, ministro-conselheiro e chefe da representação diplomática argelina no Rio.

El Bey apresentou a contribuição da Argélia no cenário do direito internacional humanitário através das realizações do emir Abdelkader ibn Muhieddine, líder religioso e militar argelino, conhecido como o fundador do Estado moderno da Argélia e reconhecido por seu respeito contínuo pelo que hoje é chamado de “direitos humanos”.

De acordo com o chefe da representação diplomática, o emir foi quem, pela primeira vez, formulou um regulamento militar estrito proibindo a matança ou os maus-tratos dos inimigos detidos. “Estipulando regras como ‘proibição absoluta de matar um prisioneiro desarmado’, Abdelkader deu o exemplo para um tratamento mais humano dos presos”, disse, acrescentando que “foi no princípio do Islã que ele encontrou a inspiração que o ajudou a estabelecer as fundações do direito humanitário.”

A palestra aconteceu na galeria da exposição “70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos”, com obras de Otávio Roth. Realizada pela primeira vez no Rio de Janeiro, a mostra apresenta 30 xilogravuras que traduzem os ideais de paz e igualdade defendidos nos artigos do documento. A exposição segue no local até 9 de setembro.

Ao final da exposição, Elhacene El Bey e Ednor Medeiros, diretor do Centro Cultural Correios, agradeceram Maurizio Giuliano, diretor do UNIC Rio, pela oportunidade do evento.

“Em nossa cultura, pouco falamos sobre a história dos países da África. Portanto, o UNIC Rio nos deu a chance de verificar o quanto de direitos humanos os nossos povos têm em comum”, observou Ednor.

Para Maurizio Giuliano, é realmente significativo que a Argélia tenha sido um dos países precursores do direito internacional humanitário, que não fazia parte do direito internacional até as Convenções de Genebra.

“Foi justamente na Argélia, nos anos 60, que tiveram lugar alguns dos abusos mais graves do direito internacional humanitário por mãos de estrangeiros”, pontuou o diretor do UNIC Rio. “O trabalho do emir Abdelkader nos lembra que os direitos humanos e o direito internacional humanitário não pertencem a nenhuma cultura ou civilização específica – pertencem à humanidade e tem as suas raízes no direito natural”, concluiu.



ONU convoca comunidade internacional a ampliar apoio para refugiados em Bangladesh

August 24, 2018 14:41, by ONU Brasil
No campo de refugiados de Kutupalong, em Bangladesh, Hamida, de 22 anos e seu filho Mohammed, de 1 ano, esperam para receber ajuda alimentar junto com centenas de outros refugiados rohingya. Foto: ACNUR/Andrew McConnell

No campo de refugiados de Kutupalong, em Bangladesh, Hamida, de 22 anos e seu filho Mohammed, de 1 ano, esperam para receber ajuda alimentar junto com centenas de outros refugiados rohingya. Foto: ACNUR/Andrew McConnell

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) convocou nesta sexta-feira (24) a comunidade internacional a aumentar seu apoio a cerca de 900 mil refugiados rohingya apátridas em Bangladesh, e a mostrar solidariedade aos países que os acolhem e que têm agido de forma generosa.

A responsabilidade internacional coletiva de proteger e encontrar soluções para esses refugiados deve continuar sendo uma prioridade para todos os países da região e além.

Desde agosto do ano passado, mais de 720 mil refugiados rohingya apátridas fugindo da violência e da discriminação sistêmica no estado de Rakhine, em Mianmar, encontraram abrigo e segurança no distrito de Cox’s Bazar, em Bangladesh. Lá, eles se juntaram a cerca de 200 mil refugiados rohingya de ondas anteriores de deslocamento.

No início da emergência, o ACNUR enviou imediatamente mais funcionários para Bangladesh e transportou por via aérea mais de 1.500 toneladas de itens de ajuda humanitária. Mais ajuda foi e continua a ser enviada via terrestre.

No último ano, equipes da agência da ONU têm trabalhado 24 horas por dia em apoio às autoridades de Bangladesh para garantir que os refugiados sejam protegidos. O trabalho inclui aconselhamento psicossocial, prevenção à violência sexual e de gênero, contagem de famílias, identificação e assistência a menores separados e desacompanhados e outros refugiados vulneráveis.

O assentamento de Kutupalong, no distriro de Cox’s Bazar, abriga hoje mais de 600 mil refugiados, e é o maior e mais densamente povoado assentamento de refugiados do mundo. Isso traz desafios diários em relação ao fornecimento de abrigo, água, saneamento e acesso a serviços básicos, bem como desafios de proteção, como a segurança de mulheres e meninas.

Em uma corrida dramática contra o tempo, preparativos intensos aconteceram nos últimos meses para que os assentamentos de refugiados enfrentassem as fortes chuvas do período de monções.

Trabalhos de engenharia foram implementados para ajudar a reduzir o risco de deslizamentos de terra e inundações. Centenas de voluntários refugiados foram mobilizados e treinados para atuar como socorristas em caso de desastre natural. Esses esforços se mostraram inestimáveis ​​durante as fortes chuvas em junho e julho, uma vez que os assentamentos de refugiados resistiram em grande medida ao clima adverso.

À medida que faz um balanço do que foi alcançado até agora, o ACNUR encoraja a renovação do compromisso internacional e apoio aos refugiados e comunidades anfitriãs em Bangladesh, a fim de expandir a resposta das operações diárias de salvamento para enfrentar também desafios como educação e autonomia para os refugiados rohingya.

Reparar o impacto ambiental causado pela acolhida de centenas de milhares de refugiados na área de Cox’s Bazar também requer ação urgente, inclusive por meio de reflorestamento e uso de combustíveis alternativos para preparo de alimentos e aquecimento.

Esta semana a ONU inicia a distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP) para as primeiras 7 mil famílias de refugiados. O ACNUR planeja entregar este novo combustível para 100 mil famílias (aproximadamente 500 mil refugiados) até o final do ano.

O Plano de Resposta Conjunta (JRP, em inglês), lançado em março de 2018, pediu 950,8 milhões de dólares para o período de março a dezembro de 2018. Em meados de agosto, pouco mais de 33% do valor havia sido arrecadado.

“Isso é profundamente preocupante na medida em que se aproxima o fim do ano. É vital que as agências humanitárias recebam financiamento antecipado e flexível para continuar prestando assistência que salva vidas e melhora as condições de vida dos refugiados e das comunidades anfitriãs em Bangladesh”, disse o ACNUR.

Neste contexto, é vital não perder de vista que as soluções para esta crise estão em Mianmar. O apoio internacional é necessário para ajudar o governo do país a abordar as raízes da crise, alinhado com as recomendações da Comissão Consultiva do Estado de Rakhine, liderada pelo falecido Kofi Annan, salientou a agência da ONU.

“Isso deve incluir a garantia da liberdade de movimento para todas as pessoas no estado de Rakhine, independentemente da etnia, religião ou status de cidadania, e um caminho claro e voluntário para a cidadania. A disposição das autoridades de Mianmar para assumir a liderança neste processo é fundamental.”



Ministério da Saúde e OMS lançam publicação com experiências inovadoras em educação na saúde

August 24, 2018 12:51, by ONU Brasil
Todas as experiências selecionadas, dentre as 251 inscritas na seleção, apresentam práticas com resultados mensuráveis e replicáveis em outros territórios. Foto: EBC

Todas as experiências selecionadas, dentre as 251 inscritas na seleção, apresentam práticas com resultados mensuráveis e replicáveis em outros territórios. Foto: EBC

O Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) lançaram na quinta-feira (23) publicação que identifica e reconhece experiências inovadoras e exitosas em educação na saúde, com ênfase em educação permanente. O documento, que é interativo, faz parte da série técnica NavegadorSUS.

A publicação sistematiza 15 experiências mapeadas pelo Laboratório de Inovação em três eixos temáticos — “Integração Ensino-Serviço-Comunidade”, “Educação e Práticas Interprofissionais” e “Gestão da Política de Educação Permanente em Saúde”.

Todas as experiências selecionadas, dentre as 251 inscritas na seleção, apresentam práticas com resultados mensuráveis e replicáveis em outros territórios. Essas iniciativas investem em processos que podem causar mudanças positivas na organização dos processos de trabalho, qualificar profissionais de saúde em todo o Brasil que possam inspirar atividades semelhantes na Região das Américas.

Segundo a publicação, muitas dessas experiências nasceram a partir de iniciativas individuais que conquistaram o reconhecimento da instituição de origem, por contribuir de forma relevante para a melhoria do processo de trabalho, para a formação de estudantes e profissionais, para a melhoria da gestão e, sobretudo, voltadas para as necessidades da população e da qualificação da atenção à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS).

Acesse aqui a publicação na íntegra.

Confira também outros documentos do Laboratório de Inovação, iniciativa da OPAS/OMS em cooperação técnica com o Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Conselho Nacional de Saúde (CNS) e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).



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