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Notícias da ONU

Giugno 11, 2012 21:00 , by Vicente Aguiar - | No one following this article yet.
Notícias do Site Oficial da ONU. http://www.onu.org.br/tema/rio20/

No Rio, Consulado da Suíça exibe filme sobre sufrágio feminino e debate igualdade de gênero

Agosto 29, 2018 14:19, by ONU BrasilClique para exibir o slide.

O Consulado Geral da Suíça no Rio de Janeiro, com apoio do Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (UNIC Rio), exibiu no sábado (18), no Centro Cultural Correios, o filme suíço “Mulheres Divinas”, de Petra Volpe.

A obra narra a importante luta das mulheres suíças pelo direito ao voto nos anos 1970. Após a apresentação do longa, o cônsul da Suíça, Rudolf Wyss, participou de um debate com um público de cerca de 30 pessoas sobre os temas abordados pelo filme, como o machismo, a busca pela igualdade de gênero e a valorização da mulher.

Durante o debate, mediado pelo cineasta Thiago Brito, três mulheres expuseram relatos de situações em que sofreram preconceito de gênero de alguma natureza.

Uma suíça-brasileira explicou que precisou esperar uma mudança de lei para ter o direito à nacionalidade suíça transmitida pela mãe – e não pelo pai – que era suíça; uma brasileira contou que o pai não a permitiu estudar em uma universidade particular porque, segundo ele, “mulher deveria casar”; e uma professora declarou que seu ex-marido dizia que “a mãe não poderia tomar decisões relacionadas aos filhos porque o assunto era prerrogativa apenas dos pais [homens]”.

Em relação ao cenário político atual, Wyss afirmou que os direitos humanos são um objetivo de política externa na Suíça, e que Genebra é, hoje, considerada a cidade da paz, dos direitos e do bem-estar. O cônsul também discorreu sobre a importância dos direitos humanos frente aos desafios atuais.

Sobre ‘Mulheres Divinas’, Thiago Brito informou que esse é o segundo longa-metragem dirigido por Petra Volpe, e que foi escolhido para representar a Suíça na disputa de uma vaga na categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar deste ano. “O filme expressa a necessidade constante da igualdade de todos, o tempo todo”, concluiu Thiago.

O evento aconteceu em paralelo à exposição “70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos”, com obras de Otávio Roth. Realizada pela primeira vez no Rio de Janeiro, a mostra apresenta 30 xilogravuras que traduzem os ideais de paz e igualdade defendidos nos artigos do documento. A exibição segue aberta até dia 9 de setembro.

Aprovada em 10 de dezembro de 1948, a Declaração foi construída a partir do esforço conjunto da comunidade internacional para garantir que os horrores da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) – incluindo o Holocausto – jamais se repetissem.

Considerada a base da luta universal contra a subjugação e abuso de povos, o documento estabelece obrigações para a atuação de governos, de maneira a garantir a proteção de comunidades e indivíduos.



ONU celebra Dia da Visibilidade Lésbica com campanha sobre direitos sexuais e reprodutivos

Agosto 29, 2018 13:29, by ONU BrasilClique para exibir o slide.

Para marcar o Dia da Visibilidade Lésbica — celebrado nacionalmente em 29 de agosto — a campanha da ONU Livres & Iguais lança a série “O Corpo é nosso: direitos sexuais e reprodutivos de mulheres lésbicas”.

Em atividade na Casa da ONU em Brasília na segunda-feira (27), representantes de governo, sociedade civil e corpo diplomático discutiram a garantia dos direitos humanos e do tratamento justo a esta população. O material da campanha é composto por sete cards, protagonizados por ativistas e representantes do movimento social, que destacam temas importantes para a saúde sexual e reprodutiva de mulheres lésbicas.

Os direitos sexuais e reprodutivos são uma forte demanda das mulheres lésbicas. A invisibilização destas pessoas é perpetuada nos debates e nas políticas públicas referentes a direitos sexuais e reprodutivos, que tendem a refletir normas sociais heteronormativas.

De acordo com publicação recente do Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH) e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), os serviços, planos e políticas de saúde sexual e reprodutiva normalmente não consideram as especificidades da população LGBTI, reproduzindo atos discriminatórios ao reforçarem a heteronormatividade, negarem serviços básicos e fazendo perguntas invasivas.

É comum que casais de mulheres tenham o acesso a serviços de reprodução assistida negado ou dificultado. Além disso, diretrizes de educação sexual muitas vezes não contemplam relações entre mulheres, cujo afeto é, também, insuficientemente presente na mídia, nos meios de comunicação e em outras manifestações culturais. Esses fatores tornam mais frágil a proteção de mulheres lésbicas contra doenças sexualmente transmissíveis e à violência sexual. Sem acesso a informação adequada, mulheres lésbicas e bissexuais continuam a manter relações sexuais sem o uso de métodos preventivos.

Muitas vezes, a lesbofobia se manifesta por meio da violência sexual. O especialista independente da ONU sobre violência e discriminação contra pessoas LGBTI, Vitit Muntarbhorn, apontou recentemente que os principais perpetradores de violência contra pessoas LGBTI são membros da família. Exemplos recorrentes são o estupro corretivo, o estupro conjugal e os casamentos forçados.

Para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), a violência contra essas mulheres geralmente não é denunciada porque muitas vezes ocorre em ambientes privados, como nas famílias, ou por tomarem a forma de violências interseccionais, isto é, que são produzidas pelo acúmulo de formas diversas de desigualdades – de gênero, raça, etnia, classe, entre outras.

Embora o Brasil não produza dados oficiais sobre a prevalência da violência contra mulheres lésbicas, algumas análises acadêmicas e sobre denúncias apontam para isso. Das 770 denúncias de violência contra pessoas LGBTI registradas pela CIDH entre 2013 e 2017, apenas 55 ocorreram contra mulheres lésbicas ou percebidas como lésbicas. Em 2012, no Brasil, das mais de 3 mil denúncias recebidas pela Secretaria de Direitos Humanos, 60,44% diziam respeito a homens gays, enquanto que lésbicas representavam 37,59%, e travestis e transexuais eram menos de 2%.

Em 2018, o Dossiê sobre Lesbocídio no Brasil, primeiro relatório nacional sobre o tema, realizado por pesquisadoras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apontou que 49 mulheres foram vítimas desse tipo de violência no país. Para as pesquisadoras Milena Peres, Suane Soares e Maria Dias, a lesbofobia – medo, ódio ou aversão irracional contra lésbicas – “existe como parte integrante do patriarcado, uma vez que elas são consideradas mulheres que não se submetem às normas heterossexuais que recorrentemente possibilitam a dominação masculina sobre mulheres heterossexuais”.

De acordo com Valdenízia Peixoto, professora do Departamento de Serviço Social, Pesquisadora do Laboratório de Gênero, Política e Serviços Sociais (Genposs) e coordenadora do Núcleo de Estudos das Diferenças de Gênero (NEDIG) da Universidade de Brasília (UNB), a violência contra lésbicas é um produto da violência contra os gêneros e as sexualidades. “Enfrentar o hétero-patriarcado é fundamental no combate dessas violações”, afirma.

O Dia da Visibilidade Lésbica foi instituído nacionalmente em 1996 no 1º Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE), realizado no Rio de Janeiro. O objetivo da data é chamar atenção para problemas e particularidades compartilhadas especificamente por mulheres lésbicas, tanto na sociedade quanto também dentro do movimento LGBTI. Alguns desses temas são a lesbofobia, o machismo, a invisibilização na sociedade e o acesso adequado a serviços de saúde, educação e empregabilidade.

Em julho de 2013, o ACNUDH lançou a ONU Livres & Iguais – uma campanha de informação pública das Nações Unidas, global e sem precedentes, com o objetivo de promover direitos iguais e tratamento justo para pessoas LGBTI. No Brasil, a campanha é implementada desde 2014, sob a liderança do Escritório de Coordenação da ONU Brasil.

Acesse os materiais de campanha nas nossas redes no Facebook, Instagram e Twitter.



Mais de 4 milhões de crianças refugiadas não vão à escola no mundo, diz ONU

Agosto 29, 2018 13:12, by ONU BrasilClique para exibir o slide.

Quatro milhões de crianças refugiadas não frequentam a escola, afirmou a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), em relatório divulgado nesta quarta-feira (29). Este dado representa um aumento de 500 mil crianças fora da escola em apenas um ano.

O relatório “Turn the Tide: Refugee Education in Crisis” (Inverter a Tendência: Educação de Refugiados em Crise, em tradução literal) mostra que, apesar dos esforços dos governos, do ACNUR e de seus parceiros, a matrícula de crianças refugiadas na escola não consegue acompanhar o crescimento dessa população no mundo.

No final de 2017, havia mais de 25,4 milhões de refugiados em todo o mundo, 19,9 milhões deles sob o mandato do ACNUR. Mais da metade (52% ) eram crianças – 7,4 milhões em idade escolar.

“A educação é uma forma de ajudar crianças a se curarem, mas é também a maneira de reconstruir países inteiros”, disse Filippo Grandi, alto-comissário das Nações Unidas para refugiados. “Sem educação, o futuro das crianças e das comunidades que as integram será absolutamente comprometido”.

Apenas 61% das crianças refugiadas frequentam o ensino fundamental, em comparação com 92% das crianças no mundo.

À medida que as crianças refugiadas ficam mais velhas, essa lacuna aumenta. Quase dois terços das crianças refugiadas que frequentam o ensino fundamental não chegam ao ensino médio. No total, 23% das crianças refugiadas frequentam o ensino médio, em comparação com 84% das crianças no mundo.

No nível universitário, a lacuna se torna um abismo. Globalmente, a matrícula no ensino superior é de 37%, enquanto apenas 1% dos refugiados tem a mesma oportunidade – um número que não mudou em três anos.

“A escola é o primeiro lugar em meses ou até mesmo em anos em que crianças refugiadas encontram alguma normalidade”, acrescenta Grandi. “Com base nos padrões atuais, a menos que seja feito um investimento urgente, centenas de milhares de crianças se juntarão a essas tristes estatísticas”.

O relatório destaca o progresso feito pelos países comprometidos com a Declaração de Nova Iorque para Refugiados e Migrantes em matricular um adicional de 500 mil crianças refugiadas em 2017 que estavam fora da escola. Ao mesmo tempo, o relatório recomenda que mais ações sejam feitas para garantir que todos os refugiados recebam a educação de qualidade que merecem.

O relatório encoraja que os países de acolhimento inscrevam crianças refugiadas nos sistemas nacionais, com um currículo adequado, desde o ensino fundamental até o ensino médio, para garantir que tenham as qualificações reconhecidas e continuar os estudos, matriculando-se em universidades ou obtendo uma formação profissional superior.

Além disso, é importante notar que os países em desenvolvimento abrigam 92% dos refugiados em idade escolar e precisam de mais apoio financeiro da comunidade internacional.

Por fim, o relatório apela para parcerias mais fortes com o setor privado, organizações humanitárias e de desenvolvimento e governos para aumentar as soluções sustentáveis para a educação de pessoas refugiadas.

Sobre o relatório

“Turn the Tide: Refugee Education in Crisis” é o terceiro relatório anual de educação do ACNUR. O primeiro, “Missing Out”, foi lançado em 2016, antes da Conferência para Refugiados e Migrantes durante a Assembleia Geral da ONU em setembro de 2016.

Este relatório solicitou aos doadores que fornecessem financiamento plurianual e previsível para a educação de refugiados. O segundo, “Left Behind”, foi lançado em 2017 e destacou a lacuna de oportunidades entre as crianças refugiadas e seus colegas não refugiados, solicitando que a educação seja considerada fundamental na resposta às emergências de refugiados.

O documento inclui um prefácio de Filippo Grandi, alto-comissário da ONU para Refugiados, bem como as observações finais da enviada especial do ACNUR, Angelina Jolie.

Saiba mais sobre o relatório aqui: https://goo.gl/21T7E4.

Sobre o ACNUR

O ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, lidera a ação internacional para proteger pessoas forçadas a fugir de suas casas por causa de conflitos armados e perseguições. O ACNUR presta assistência fundamental como abrigos, alimentos e água, além de ajudar a garantir os direitos humanos fundamentais e desenvolver soluções que garantam que as pessoas tenham um lugar seguro para viver e reconstruir seus futuros. O ACNUR também trabalha para assegurar que pessoas apátridas recebam uma nacionalidade.



Edição de 2018 do Criança Esperança arrecada R$ 17,7 milhões

Agosto 29, 2018 13:01, by ONU Brasil
Foto: Globo/Estevam Avellar

Foto: Globo/Estevam Avellar

A 33ª campanha do Criança Esperança chegou ao fim no domingo (26), arrecadando um total de 17,7 milhões de reais. Esse valor beneficiará 90 projetos sociais por todo o Brasil, possibilitando que milhares de crianças e jovens tenham suas vidas transformadas. As doações por telefone foram encerradas durante o programa Fantástico, da Rede Globo, após mais um dia de Mesão da Esperança. As colaborações, com valores a partir de 1 real, continuam abertas pelo site durante todo o ano.

O Criança Esperança é uma das principais iniciativas de responsabilidade social da Rede Globo. A ação é coordenada por essa área da empresa e envolve todas as demais, assim como sua rede de afiliadas e outras companhias do grupo. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) é responsável pela aplicação dos recursos arrecadados.

“A campanha mais uma vez mostrou a força que há 33 anos se renova e mobiliza a sociedade brasileira em torno de um propósito comum: contribuir para oferecer oportunidades de desenvolvimento para milhares de crianças e jovens de todo o Brasil”, avalia a diretora de Responsabilidade Social da Globo, Beatriz Azeredo.

Nesta edição, a campanha ampliou o número de mobilizadores para 30, ganhando mais representatividade e ampliando o potencial de engajamento da sociedade. Eles viajaram por todas as regiões do Brasil, conhecendo de perto o trabalho das instituições que serão beneficiadas.

Ao lado de Dira Paes, Lázaro Ramos, Leandra Leal e Flávio Canto, nomes como Ivete Sangalo, Silvero Pereira, Jonathan Azevedo, Camila Pitanga, Kenia Maria e Fernanda Gentil reforçaram o ‘time da esperança’ e despertaram a reflexão sobre os direitos da infância e da adolescência aos quatro cantos do país. As visitas feitas por eles também ajudaram a espalhar a mensagem de esperança pela programação do jornalismo e do entretenimento da Globo, com pílulas e reportagens.

“A UNESCO comemora com alegria mais uma campanha Criança Esperança, que alia o melhor do entretenimento com conteúdo de alta qualidade e relevância social. Novamente, estamos vendo a sociedade brasileira se engajar em um amplo movimento de defesa dos direitos de crianças, adolescentes e jovens”, disse a diretora e representante da UNESCO no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto.

“É o que permite ao Criança Esperança continuar colocando em prática a sua missão de chamar a atenção para os problemas que ainda persistem na área da infância e juventude, assim como de mobilizar recursos para o investimento em projetos que lutam para mudar essa realidade. Estamos todos de parabéns por mais este espetáculo de solidariedade e mobilização social.”

A nova turma de mobilizadores – formada por atores, jornalistas, esportistas e influenciadores digitais – também participou dos debates propostos no Diálogos da Esperança, programa exibido na GloboNews nos dias 29 de julho e 5 de agosto. Pedro Bial mediou as conversas sobre educação, gênero, racismo e inclusão que contaram com a contribuição de especialistas.

A abertura oficial da arrecadação por telefone aconteceu no dia 28 de julho, no palco do Caldeirão do Huck, com a presença de Camila Pitanga e Flávio Canto, além de uma representante da EDISCA – Escola de Desenvolvimento e Integração Social para Criança e Adolescente – uma das instituições selecionadas pela UNESCO para receber os recursos do Criança Esperança. Desde o início de julho, a mobilização já tomava conta da telinha com a veiculação da campanha. Os mobilizadores emprestaram suas vozes a quatro filmes, lembrando que esta é uma “campanha de milhões de uns, ajudando milhões de outros”.

Nos dias 18 e 19 de agosto, o Mesão da Esperança e o show reforçaram a corrente de solidariedade com quase 48 horas de mobilização na TV e nas mídias sociais da Globo. Centenas de personalidades, entre elenco, artistas da música brasileira, esportistas e influenciadores se uniram para atender aos telefonemas dos doadores.

Fernanda Gentil, Jonathan Azevedo e Camila Pitanga, que também reforçaram o time de mobilizadores desta edição, estrearam no comando da atração ao lado de Dira Paes, Lázaro Ramos, Leandra Leal e Flávio Canto. As apresentações musicais ficaram a cargo de Ivete Sangalo, Emílio Dantas, Mumuzinho, Iza, Gaby Amarantos, Milton Nascimento, Caetano Veloso e Djavan e seus respectivos filhos.

Nova plataforma transforma compras online em doações

O Criança Esperança fechou uma parceria inédita com a Risü, plataforma onde é possível transformar uma porcentagem do valor pago em compras em doações para ONGs cadastradas. Foi criada uma página especialmente para a campanha, onde o usuário pode comprar em centenas de lojas do Brasil, incluindo grandes redes de varejo. Uma parte da compra é revertida para os projetos, sem que o doador seja cobrado a mais por isso. Criada há três anos, a Risü já impactou socialmente mais de 20 mil pessoas e apoiou até agora 74 instituições.

Sobre a Criança Esperança

Há 33 anos, o Criança Esperança cria oportunidades de desenvolvimento para crianças, adolescentes e jovens. Até aqui, mais de R$ 350 milhões em doações foram investidos no Brasil em mais de 5 mil projetos sociais, beneficiando mais de 4 milhões de crianças e adolescentes em todo país. É possível fazer doações pelo site do Criança Esperança, durante o ano inteiro.

Os recursos arrecadados são depositados diretamente na conta da UNESCO, que é responsável pela seleção de projetos, por meio de edital público, realizada anualmente. Após a seleção, a UNESCO monitora e faz o acompanhamento técnico e financeiro dos projetos apoiados. O Criança Esperança é uma campanha de milhões de brasileiros, uma parceria da Globo com a UNESCO.



UNICEF: 7 milhões de estudantes brasileiros têm dois ou mais anos de atraso escolar

Agosto 29, 2018 12:35, by ONU Brasil

Para além do acesso escolar, crianças e adolescentes têm direito de aprender. Mas esse direito não é garantido a todos. No Brasil, há mais de 35 milhões de estudantes matriculados no ensino fundamental e no ensino médio. Desses, mais de 7 milhões vão à escola, mas estão em situação de distorção idade-série, ou seja, têm dois ou mais anos de atraso escolar. São quase 5 milhões de estudantes no ensino fundamental e mais de 2 milhões no ensino médio.

A partir do desafio de construir trajetórias de sucesso escolar na educação básica brasileira, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) lança nesta quarta-feira (29) o estudo “Panorama da distorção idade-série no Brasil“. O documento faz um diagnóstico do atraso escolar por etapa de ensino na educação básica, por cor, raça e gênero, por regiões brasileiras, áreas rural e urbana e outros recortes territoriais, e também analisa a situação de crianças e adolescentes com deficiência.

“Estar na escola não é suficiente. Garantir o direito à educação significa ofertar oportunidades reais de aprendizagem relevante para todos, sem deixar ninguém para trás. Os mais afetados pelo atraso escolar são meninas e meninos vindos das camadas mais vulneráveis da população, já privados de outros direitos. Por isso, é urgente desenvolver estratégias específicas para alcançar esses diferentes grupos populacionais”, ressalta a representante do UNICEF no Brasil, Florence Bauer.

A partir do estudo, o UNICEF verificou que o ensino médio é a etapa da educação básica em que há o maior percentual de estudantes com dois ou mais anos de atraso escolar. São mais de 2,2 milhões de adolescentes em situação de distorção idade-série, o que corresponde a 28% dos estudantes dessa etapa.

A distorção idade-série ocorre de forma desigual no território brasileiro. O indicador é, em particular, mais elevado nas regiões Norte e Nordeste, com 41% e 36%, respectivamente. As populações indígenas e negras tendem a ser as mais afetadas no que se refere à taxa de distorção idade-série. Enquanto 12,6% dos estudantes brancos nas zonas urbanas estão com dois ou mais anos de atraso escolar, esse indicador chega a 29,4% entre os negros e 33,1% em indígenas.

Na zona rural, o padrão da desigualdade se agrava mais, tanto entre os negros e indígenas, estando 35,7% e 44,7%, respectivamente, como entre os brancos, com 18,2%. As diferenças de gênero afetam significativamente a trajetória escolar. A situação é mais grave no 6º ano, com 50% dos meninos e 30% das meninas matriculados em escolas na zona rural em atraso escolar.

O documento ainda aponta caminhos para reverter o cenário que imobiliza milhões de crianças e adolescentes no Brasil em um ciclo de fracasso escolar. Entre os próximos passos para garantir trajetórias de sucesso escolar, o UNICEF sugere realizar diagnósticos precisos da situação da distorção idade-série em nível municipal e estadual, a partir dos dados do Censo Escolar que estão organizados e disponibilizados pelo UNICEF no site www.trajetoriaescolar.org.br.

A partir desses diagnósticos, a agência da ONU sugere estabelecer políticas públicas específicas para enfrentar o fracasso escolar – com foco nos mais vulneráveis — e desenvolver propostas pedagógicas de atenção especial a estudantes em risco de fracasso e abandono escolar.

Plataforma Trajetórias de Sucesso Escolar

O estudo é parte da estratégia Trajetórias de Sucesso Escolar, lançada em parceria com a Samsung e a Cidade Escola Aprendiz. Seu objetivo central é apoiar, em especial, os municípios e os estados do Semiárido, da Amazônia e os grandes centros urbanos na definição, implementação e avaliação de políticas e ações para enfrentar a distorção idade-série e superar o fracasso escolar. A estratégia enfoca na integração de ações em três níveis de gestão: redes, escola e sala de aula.

Nesse arranjo integrado, gestores municipais e estaduais de educação, gestores escolares e professores, em parceria com a sociedade civil, têm a possibilidade de mapear a situação da distorção idade-série do território, a partir dos dados do Censo Escolar que estão organizados e disponibilizados pelo UNICEF no site www.trajetoriaescolar.org.br.

A estratégia é parte integrante da iniciativa Fora da Escola Não Pode!. “Iniciativas que visam diminuir a distorção idade-série são fundamentais para melhorar a educação no Brasil. Existem muitas formas de contribuir para essa mudança e uma delas é empregando a tecnologia em ações transformadoras em sala de aula e para apoio aos gestores na educação, como a estratégia Trajetórias de Sucesso Escolar, uma parceria que contribui para diminuir o atraso escolar e da qual temos muito orgulho”, comenta Isabel Costa, gerente de Cidadania Corporativa da Samsung Brasil.

Clique aqui para acessar o estudo “Panorama da distorção idade-série no Brasil”.



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