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Notícias da ONU

Giugno 11, 2012 21:00 , by Vicente Aguiar - | No one following this article yet.
Notícias do Site Oficial da ONU. http://www.onu.org.br/tema/rio20/

Gaza: serviços essenciais estão prestes a ser interrompidos devido à falta de combustível

Luglio 23, 2018 16:47, by ONU Brasil
Jamie McGoldrick (segundo da esquerda para a direita), vice-coordenador especial da ONU para o processo de paz no Oriente Médio e coordenador humanitário para os Territórios Palestinos Ocupados, visita paciente no hospital de Al-Quds, em Gaza (arquivo). Foto: OCHA/Mustafa El Halabi

Jamie McGoldrick (segundo da esquerda para a direita), vice-coordenador especial da ONU para o processo de paz no Oriente Médio e coordenador humanitário para os Territórios Palestinos Ocupados, visita paciente no hospital de Al-Quds, em Gaza (arquivo). Foto: OCHA/Mustafa El Halabi

Os suprimentos de combustível de emergência fornecidos pelas Nações Unidas para instalações essenciais em Gaza estão se esgotando rapidamente, alertou no domingo (22) um importante oficial de ajuda humanitária da ONU.

“Pelo menos um hospital foi forçado a fechar por algumas horas, e os serviços estão sendo drasticamente reduzidos em outros”, disse Jamie McGoldrick, coordenador humanitário do Território Palestino Ocupado.

“Dados os apagões contínuos de cerca de 20 horas por dia, se o combustível não chegar imediatamente, a vida das pessoas estará em risco, especialmente a dos pacientes mais vulneráveis, como cardíacos, pacientes em diálise e recém-nascidos em tratamento intensivo”, acrescentou.

A situação humanitária em Gaza — controlada pelo grupo extremista palestino Hamas — foi negativamente afetada por um bloqueio contra o enclave imposto por Israel.

McGoldrick pediu a Israel que ponha fim às restrições que impedem a importação de combustível e que os doadores deem financiamento imediato para combustível de emergência, que deve acabar no início de agosto.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o hospital de Al-Quds, que fornece intervenções médicas que salvam vidas para 150 mil pessoas por ano, incluindo cirurgias de grande porte e terapia intensiva, será forçado a fechar nos próximos dias devido à falta de combustível.

Quatro outros hospitais provavelmente ficarão sem combustível nos próximos três dias, reduzindo significativamente a provisão de serviços médicos essenciais para a população em Gaza.

O Ministério da Saúde palestino já implementou medidas rigorosas de contingência: os hospitais reduziram os serviços de diagnóstico, esterilização e limpeza, aumentando o risco de infecções entre os pacientes.

Os maiores riscos, atualmente, são mais de 2 mil pacientes nos hospitais de Gaza, que dependem de dispositivos elétricos, incluindo recém-nascidos em incubadoras.

Mais de 1,27 milhão de pessoas seriam diretamente afetadas pelo fechamento de hospitais e pela redução na provisão de intervenções de saúde vitais.

Além disso, a redução do funcionamento das instalações de água e saneamento corre o risco de aumentar os surtos de doenças transmitidas pela água.

“Até que soluções mais sustentáveis ​​para a crise de eletricidade em Gaza sejam encontradas, dois passos podem evitar mais devastação no curto prazo”, disse McGoldrick. “Israel precisa deixar combustível e outros suprimentos essenciais entrarem em Gaza e os doadores devem mobilizar recursos para garantir que as instalações essenciais recebam o combustível de que precisam”.

Uma média de 950 mil litros de combustível é distribuída pela ONU a cada mês para cerca de 220 hospitais e clínicas de saúde essenciais; locais de tratamento de água e esgoto; e serviços de coleta de resíduos sólidos.

Chefe da ONU pede que Hamas e Israel evitem outro conflito

Ao expressar profunda preocupação com a recente onda de violência nos arredores de Gaza, o chefe das Nações Unidas pediu no sábado (21) que todos os lados “recuem da beira de outro conflito devastador”.

“Estou muito preocupado com a perigosa escalada da violência em Gaza e no sul de Israel”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em comunicado.

“Lamento profundamente as perdas da vidas. É imperativo que todos os lados se afastem urgentemente de outro conflito devastador”, acrescentou.

Em 30 de março deste ano, os palestinos em Gaza — conclave controlado pelo Hamas — iniciaram um protesto em massa contra um bloqueio imposto por Israel desde o início dos anos 1990. As confrontações entre os lados têm aumentado desde então.

Na sexta-feira (20), homens armados palestinos mataram um soldado israelense, e os militares israelenses lançaram dezenas de ataques que mataram três combatentes do Hamas, segundo relatos da imprensa. Um quarto palestino foi morto por tiros israelenses durante um protesto perto da fronteira.

No comunicado, Guterres pediu ao Hamas e a outros militantes palestinos em Gaza que interrompam o lançamento de foguetes e pipas incendiárias ao longo da fronteira do enclave. Ele também disse que Israel deve exercer moderação para evitar inflamar ainda mais a situação.

“Qualquer nova escalada colocará em risco a vida de palestinos e israelenses, aprofundará a catástrofe humanitária em Gaza e prejudicará os esforços atuais para melhorar os meios de subsistência e apoiar o retorno da Autoridade Palestina a Gaza”, disse ele.

O secretário-geral da ONU também encorajou todos a se engajarem com as Nações Unidas, particularmente com seu coordenador-especial, Nickolay Mladenov, trabalhando para encontrar “uma saída para essa situação perigosa”.



Projeto do PNUD completa 25 anos promovendo produção sustentável no cerrado e caatinga

Luglio 23, 2018 16:27, by ONU BrasilClique para exibir o slide.

Há 25 anos, uma iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) transforma comunidades da caatinga e cerrado brasileiros. O Programa de Pequenos Projetos Ecossociais (PPP-ECOS) já colocou 950 mil hectares desses dois biomas sob manejo sustentável, levando novas técnicas produtivas e ambientalmente responsáveis para agricultores familiares, quilombolas, indígenas e outras populações.

Dos 556 projetos já implementados, 412 receberam aportes do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). O restante foi executado com recursos de contrapartida e apoio de ONGS e instituições de base comunitária. Mais de 16 mil famílias de povos e comunidades tradicionais participaram do PPP-ECOS, que capacitou 10,5 mil pessoas em práticas agrícolas sustentáveis. O programa também promove a recuperação do solo e de nascentes em 4.730 hectares.

O PPP-ECOS é o braço brasileiro do Small Grants Programme, patrocinado pelo GEF e implementado no PNUD. No Brasil, a iniciativa é executada pelo Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), responsável pela coordenação técnico-administrativa da estratégia.

No cerrado e na caatinga, o programa promove práticas de produção que respeitam a biodiversidade, além de auxiliar agricultores familiares e povos tradicionais na coleta de produtos nativos, seu beneficiamento e comercialização. Com isso, aumenta a renda proveniente dos recursos agroflorestais, fortalecendo capacidades e aprendizados comunitários. O projeto também estimula discussões sobre legislação e políticas públicas para a conservação ambiental.

De acordo com o PNUD, a iniciativa já permitiu a 8,5 mil famílias gerar renda com os produtos da biodiversidade. Técnicas sustentáveis teriam evitado, segundo a agência da ONU, a liberação de 15,5 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera.

“O programa é de extrema relevância para o Brasil. Possui representatividade em mais de cem municípios e 15 estados brasileiros. Os resultados demonstram a importância de sua continuidade para o empoderamento de mulheres, jovens e comunidade local”, afirma a oficial de programa do organismo das Nações Unidas, Luana Lopes.

O PPP-ECOS também trabalha com a valorização da cultura e dos saberes tradicionais. Outras frentes de atuação incluem a promoção do protagonismo feminino e o estímulo à formação de cooperativas e redes.

“Eu, até então, não me reconhecia nem como quilombola nem como remanescente de quilombo. Eu não conhecia a história da minha família, eu era mais afastada. Hoje, eu sei a história do meu povo”, conta Rosanea Santos, quilombola e beneficiária de um dos projetos.



Evento de indústrias criativas em SP prevê movimentar R$ 40 milhões

Luglio 23, 2018 15:22, by ONU Brasil
O Ministério da Cultura (MinC) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) lançaram nesta segunda-feira (23), no Cinearte, em São Paulo (SP), o Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MicBR). Foto: Ministério da Cultura

O Ministério da Cultura (MinC) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) lançaram nesta segunda-feira (23), no Cinearte, em São Paulo (SP), o Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MicBR). Foto: Ministério da Cultura

O Ministério da Cultura (MinC) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) lançaram nesta segunda-feira (23), no Cinearte, em São Paulo (SP), o Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MicBR).

O megaevento, que será realizado de 5 a 11 de novembro, na capital paulista, deve reunir milhares de empreendedores brasileiros e sul-americanos em atividades de capacitação, rodadas de negócios e apresentações artístico-comerciais, além de um público geral de aproximadamente 30 mil pessoas.

O evento conta com a parceria do Itaú Cultural, SESI-SP, SESC-SP, secretarias estadual e municipal de Cultura de São Paulo, Livraria Cultura, MASP e Instituto Moreira Salles, além da cooperação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil e o apoio de várias entidades representativas de setores criativos da indústria.

Oito países sul-americanos já confirmaram presença: Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, além do anfitrião Brasil. É esperada a participação de 100 compradores internacionais, de 30 países. Confira a apresentação do evento.

A estimativa é de que o MicBR gere um impacto de 39,7 milhões de reais na economia, de acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) realizado a pedido do MinC e divulgado durante o lançamento.

Deste total, 28 milhões de reais são de impacto direto e 11,7 milhões de reais, indireto. “Cada real investido no MicBR tem potencial de retorno de 9,93 reais à sociedade, em forma de geração de negócios, renda e tributos”, afirma o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão.

Segundo ele, estão sendo investidos cerca de 4 milhões de reais na realização do megaevento, que será o primeiro do país a estimular a integração de todos os setores culturais e criativos brasileiros em um grande mercado, “estruturado, competitivo e atrativo para investidores e empreendedores internacionais”.

“As atividades culturais e criativas já representam 2,6% do PIB brasileiro, geram 1 milhão de empregos diretos e englobam mais de 200 mil empresas e instituições. Há um vasto potencial de crescimento e isso passa também pela internacionalização dos nossos talentos e da nossa valiosa produção cultural”, ressaltou Sá Leitão.

Ainda de acordo com o levantamento da FGV, apenas em tributos o MicBR deve gerar cerca de 4,6 milhões de reais, sendo 2 milhões de reais para os cofres públicos municipais, 400 mil reais para os estaduais e 2,1 milhões de reais para os federais. É esperada a criação de cerca de 850 postos de trabalho, sendo 460 diretos e 391 indiretos.

Para o presidente da Apex-Brasil, embaixador Roberto Jaguaribe, iniciativas como o MicBR tendem a dinamizar o mercado e trazer novo fôlego para a indústria criativa em âmbito regional, além de promoverem a imagem do Brasil internacionalmente.

“Participar de eventos lá fora, para um país como o Brasil, é insuficiente. Precisamos organizar grandes eventos aqui, dentro de casa”, disse ele. Segundo Jaguaribe, como maior economia da região o Brasil já exerce uma liderança natural em favor de empreitadas que garantam avanços e presença mais expressiva dos países sul-americanos nas praças globais.

“A promoção da indústria criativa regional gera um efeito multiplicador e de escala, com reflexos na pauta exportadora como um todo e repercussão positiva da marca Brasil”, arrematou o presidente da Apex-Brasil.

A cerimônia de lançamento contou com a participação de representantes dos países participantes. Antes da cerimônia, eles fizeram um passeio pelo corredor cultural da Avenida Paulista.

Internacionalização

O MicBR nasceu inspirado em experiências exitosas realizadas em outros países, como o Mercado de Indústrias Criativas Argentinas (MICA) e o Mercado de Indústrias Culturais do Sul (MICSUL).

Além de estimular o fortalecimento de um mercado criativo no país, o evento também visa promover a internacionalização da indústria criativa brasileira, por meio da integração com investidores e empreendedores de outros países.

“O fundamental de um mercado com estas características é que é uma política pública. Os mercados nacionais, os mercados de política pública, como MicBr ou o MICA, são inclusivos, são participativos e são gratuitos, são públicos e abertos. E funcionam de forma transetorial, buscam equidade e complementaridade entre todos os setores para gerar circulação e trabalho genuíno para toda a cena cultural”, analisa Máximo Jacoby, diretor nacional da Economia Criativa do Ministério da Cultura da Argentina.

“O mais importante do MicBr, MicSur e MICA é a possibilidade de estabelecer conexões e de trabalho em conjunto como um bloco latino-americano e não como pequenos compartimentos estanques”, complementa Jacoby.

Dez áreas da produção cultural estarão envolvidas no megaevento: artes cênicas, audiovisual, animação e jogos eletrônicos, design, moda, editorial, música, museus e patrimônio, artes visuais e gastronomia.

Além das rodadas de negócios (em que produtores e compradores ficam frente a frente), também estão incluídos espaços para a troca de contatos profissionais, oportunidades de apresentação de produtos e serviços, além de atividades de capacitação para empreendedores culturais, como palestras, seminários, oficinas e clínicas de mentoria. Apresentações artístico-comerciais de música, artes cênicas, moda e gastronomia fazem parte da programação.

É esperada a participação diária de 2 mil pessoas nas atividades de mercado, e de 3 mil na programação cultural, que será aberta ao público. Esses números devem saltar para até 30 mil pessoas no fim de semana que encerra o evento, nos dias 10 e 11 de novembro, nas diferentes atrações espalhadas por centros culturais da Avenida Paulista.

Edital

Durante a cerimônia de lançamento do MicBR, o ministro da Cultura anunciou também edital no valor de 3 milhões de reais que selecionará uma organização da sociedade civil (OSC) para organizar o MicBR.

O certame ficará aberto por 30 dias e as propostas inscritas serão avaliadas por um comitê, composto especificamente para esta ocasião. O resultado da seleção deve ser divulgado em setembro.

Fonte: Ministério da Cultura



Em tempos de crise, crédito para estatais não cai, mas juros aumentam em 50 países, aponta FMI

Luglio 23, 2018 15:09, by ONU Brasil
Bolsa de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Foto: WikiCommons/Carlos Delgado

Bolsa de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Foto: WikiCommons/Carlos Delgado

Durante a crise financeira que teve início em 2008, a oferta de crédito para o setor público teve alta — o volume de empréstimos concedidos a estatais aumentou 8,5%. Mas a disponibilidade de recursos veio acompanhada de uma grande elevação dos juros. É o que revela um novo levantamento do Fundo Monetário Internacional (FMI), que analisou 18 mil empréstimos comerciais em 50 países para o período 2004-2011. Relatório foi divulgado neste mês (10).

Na comparação com o período pré-crise, os anos 2008-2011 viram um crescimento de 12% no crédito de bancos nacionais para os Estados onde operavam. Governos, porém, tiveram menos acesso a aportes de bancos estrangeiros — houve uma queda de 9% nos empréstimos dessas instituições para estatais. Apesar da redução, a média para os mutuários públicos aponta uma tendência de crescimento (8,5%), bem acima da redução (-17,6%) nos empréstimos em todo o mundo.

O cenário entre as estatais contrasta com os cortes no crédito para o setor privado (-38%). Na avaliação do FMI, a diminuição foi uma reação intuitiva do mercado — bancos têm menos informações sobre firmas particulares e preferem, em momentos de recessão, clientes mais confiáveis. Ao mesmo tempo, o fenômeno também poderia indicar que, em tempos de crise, a falta de transparência cresce no setor corporativo. Já os juros tiveram alta mínima, bem menor que para o setor público.

Também para o setor privado, o FMI identificou uma contração do crédito muito maior entre os bancos estrangeiros — com cortes de 50% nos empréstimos dessas instituições — do que entre os organismos financeiros domésticos (-34%).

Avaliando as categorias A, B, C e D da consultoria Standard and Poor’s para confiança e risco financeiro, o FMI revela, ao contrário do que poderia se esperar, um aumento de 23% nos empréstimos para o pior grupo durante a crise. Em todas as outras classificações, houve queda de no mínimo 28%. De acordo com o relatório, isso indica que empresas mais acima no ranking caíram de classificação devido à recessão, o que explica o volume de recursos injetados na categoria D.

EUA x o resto do mundo

O FMI também comparou as oscilações de bancos e mutuários estadunidenses com as médias para os credores e devedores de outras partes do mundo. Segundo o levantamento, em 2008-2011, as instituições financeiras norte-americanas reduziram em 44,8% o volume de empréstimos concedidos, ao passo que, no restante do planeta, houve aumento (4,8%).

Nos Estados Unidos, os bancos domésticos reduziram em 52,8% os empréstimos para companhias privadas. Uma tendência de queda (-17,45%) também foi identificada nos outros países. No entanto, quando considerados os mutuários públicos, decréscimos (-36%) foram observados apenas entre as estatais norte-americanas. Em outras nações, os empréstimos para empresas de Estado quase dobraram (92,6%) durante a crise.

Países desenvolvidos x países em desenvolvimento

Entre as nações ricas e emergentes, também houve discrepância — o volume de empréstimos cresceu 4,7% nos anos de crise nos países em desenvolvimento, mas teve retração (-19%) nas nações desenvolvidas. Tanto no setor público, quanto no privado, os Estados de economia de média e baixa renda viram a oferta doméstica de crédito crescer — bancos nacionais disponibilizaram quase 50% mais recursos para empresas particulares e 120%, para estatais.

Já nos países desenvolvidos, os empréstimos de instituições financeiras domésticas tiveram redução (-36,5%) para o setor privado e aumento modesto (10%) para o setor público.

Quando avaliada a oferta de organismos estrangeiros, o crédito teve alta (6,8%) para as estatais de nações em desenvolvimento, mas apresentou regressão (-11,7%) para as estatais de países ricos. A atuação de instituições de fora foi semelhante no caso dos empréstimos para empresas privadas — em Estados desenvolvidos e em desenvolvimento, houve queda de cerca de 50%.

O peso de investidores domésticos, porém, compensou as corporações de países em desenvolvimento. Firmas privadas dessas nações registraram contração de 14,7% no volume de empréstimos. Ainda que negativo, o valor ficou bem acima dos -40% verificados nas economias desenvolvidas.

Acesse o relatório do FMI na íntegra clicando aqui.



Currículo escolar de São Paulo aborda Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Luglio 23, 2018 14:22, by ONU Brasil
O município de São Paulo construiu um novo currículo do Ensino Fundamental, publicado em dezembro de 2017, que de forma inédita inclui a Agenda 2030. Foto: EBC

O município de São Paulo construiu um novo currículo do Ensino Fundamental, publicado em dezembro de 2017, que de forma inédita inclui a Agenda 2030. Foto: EBC

Qual educação queremos fornecer hoje para formar os cidadãos de nossa cidade em 2030? Foi essa a pergunta que direcionou a parceria da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil.

O município construiu um novo currículo do Ensino Fundamental, publicado em dezembro de 2017, que de forma inédita inclui a Agenda 2030, relacionando seus objetivos de aprendizagem a cada um dos 17 ODS.

A experiência será apresentada nesta segunda-feira (23) na Reunião Técnica Regional de Alto Nível da América Latina e Caribe, evento preparatório para a 2ª Reunião Regional de Ministros de Educação da América Latina e Caribe, que acontece em Cochabamba (Bolívia) nos dias 25 e 26 de julho.

Com o novo currículo, a Secretaria Municipal de Educação do Município de São Paulo irá formar cidadãos globais, entendendo que todos (governos, agências da ONU, sociedade civil organizada, setor privado e cada cidadão de cada país) têm responsabilidades para que o mundo consiga atingir os ODS, adotados em 2015 pela Assembleia Geral da ONU.

Dentro dessa perspectiva, a Secretaria Municipal de Educação (SME) de São Paulo está colaborando para o cumprimento dos objetivos globais, envolvendo seus gestores, professores e estudantes, que somam mais de 1 milhão de pessoas.

O novo currículo do Ensino Fundamental da cidade busca ofertar uma educação de qualidade, conforme previsto no ODS 4, e colaborar para a transformar São Paulo em uma cidade sustentável, conforme previsto no ODS 11. O currículo é fator essencial para a promoção de uma educação inclusiva e equitativa de qualidade e que inclua a Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS), em consonância com a Agenda 2030.

No processo de construção do novo currículo, a escola passou a ser vista em quatro diferentes dimensões: a escola enquanto espaço físico, as suas práticas pedagógicas, seus processos e governança e as relações com os ODS.

No espaço físico, passa a se avaliar questões como a gestão ambiental e acessibilidade da escola. Nas práticas pedagógicas, são abordadas não somente os conteúdos e práticas cognitivas, mas também as habilidades socioemocionais e comportamentais dos alunos.

Nos processos de governança é levada em consideração a teia social na qual a escola está inserida e o processo participativo de decisões. E por fim, na relação com os ODS a ideia é que os estudantes incorporem os ODS em suas práticas diárias.

A abordagem é centrada no estudante. “Queremos formar os alunos na integralidade, queremos que eles incorporem modos de vida mais sustentáveis, e que incluam as metas dos ODS em suas vidas”, diz o diretor do Núcleo Técnico de Currículo da SME, Wagner Palanch.

Implementação, lições aprendidas e monitoramento

Após a publicação do documento, o desafio consiste na implementação do novo currículo de São Paulo. Para isso, os membros das Diretorias Regionais de Educação estão sendo formados para que eles mesmos consigam repassar as informações para os professores das escolas de suas regionais.

Os professores, por sua vez, devem ser capacitados para conseguirem visualizar os desafios da escola e buscar as soluções junto aos alunos. Essas soluções devem ser relacionadas aos ODS e adaptadas para a realidade de cada escola e da comunidade em que ela está inserida. Nesse processo, é preciso conscientizar os professores para que olhem o currículo como um todo e não somente a parte referente à disciplina lecionada.

Como todo projeto-piloto, é importante listar as lições aprendidas. Para a consultora Barbara Oliveira, o principal ensinamento é que existe a necessidade de uma participação ainda maior na construção do currículo, principalmente no momento inicial do seu desenvolvimento. Todos os atores interessados devem ser envolvidos desde o começo e é preciso fazer o exercício de trazer o processo participativo antes mesmo de relacionar o currículo com os ODS.

Já o segredo para fazer com que o processo de construção e implementação de um currículo seja exitoso e realmente incorporado pelas escolas é, segundo Wagner Palanch, diretor de currículo da SME, focar na territorialidade e na identidade local.

“O currículo de São Paulo tem a cara da cidade”, afirma o diretor da SME, Wagner Palanch. A ideia, portanto, é apontar caminhos para a construção de um currículo que traga essa identidade, e não simplesmente replicar o currículo de outras localidades em outros municípios ou em outros estados.

As próximas fases visam ao monitoramento de resultados e ao compartilhamento do trabalho que foi feito em São Paulo com outros locais. Uma das ações a ser realizada com esse objetivo, é a apresentação do processo de construção do currículo de São Paulo na reunião de ministros de Educação da América Latina e Caribe. A intenção é inspirar a construção de novos currículos em outras localidades do Brasil e do mundo utilizando processos semelhantes ao que foi realizado em São Paulo.

Para a coordenadora de Educação da UNESCO no Brasil, Rebeca Otero, “o processo de construção do novo currículo realizado pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo pode ser replicado inclusive em outros lugares do mundo”.

Ela afirma que aproveitar a discussão mundial sobre os ODS, que teve a participação de especialistas de todo o mundo e foi acordada pelos Estados-membros da ONU, é uma ideia acertada quando se pensa em Educação para o Desenvolvimento Sustentável e para a Cidadania Global. “Isso é qualificar a Educação e torná-la transformadora. Não estamos apenas passando conhecimentos cognitivos ao aluno, estamos formando cidadãos”, finaliza a coordenadora.

O secretário de Educação da cidade de São Paulo, Alexandre Schneider, reforça que todo o material elaborado pela Secretaria é um Recurso Educacional Aberto (REA), ou seja, pode ser utilizado por outras secretarias de educação ou qualquer outra instituição ou indivíduo interessado.

De acordo com o secretário, “precisamos mostrar que dá para fazer o currículo de uma forma rápida e com participação de alunos, professores, comunidades, e que trazer os ODS para o currículo ajuda no processo de formação integral dos alunos”. “Se levarmos em consideração que estamos conversando com cerca de 1 milhão de pessoas, ao menos cinco horas por dia, temos o potencial de trazer mudanças reais para o município até 2030”.



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