Chefe da ONU pede ‘solidariedade, compaixão e ação’ no Dia Mundial do Refugiado
20 de Junho de 2018, 10:46
Mulheres e crianças aguardam ajuda em Cox’s Bazar, Bangladesh, onde 1 milhão de refugiados rohingya vivem atualmente. Foto: OIM/Olivia Headon
Com mais de 68 milhões de pessoas no mundo todo deslocadas devido a conflitos e perseguições — quase o equivalente à população da Tailândia — o chefe das Nações Unidas pediu unidade e solidariedade como um primeiro passo para apoiá-las.
O apelo do secretário-geral da ONU, António Guterres, foi feito em mensagem de vídeo para o Dia Mundial do Refugiado, lembrado anualmente em 20 de junho.
Na mensagem, ele disse que uma pessoa se deslocou a cada dois segundos durante 2017.
“No Dia Mundial do Refugiado, todos nós precisamos pensar no que podemos fazer para ajudar”, disse. A resposta “começa com unidade e solidariedade”, acrescentou.
Guterres também manifestou profunda preocupação com o aumento do número de refugiados que não estão recebendo a proteção à qual têm direito. Ele lembrou que comunidades ou países que fornecem um porto seguro para aqueles que fogem de guerras e perseguições precisam ser apoiados.
Ainda este ano, um Pacto Global para Refugiados será apresentado à comunidade internacional durante reunião na sede da ONU, em Nova Iorque.
Guterres disse que o pacto oferece “um caminho adiante”, enquanto também reconhece as contribuições que os refugiados fazem para as sociedades que os acolhem.
“Enquanto houver guerras e perseguições, haverá refugiados. No Dia Mundial do Refugiado, peço que você lembre deles”, disse Guterres.
“A história dos refugiados é de resiliência, perseverança e coragem. A nossa precisa ser de solidariedade, compaixão e ação.”
Após saída dos EUA, ONU diz que Conselho tem importante papel na defesa dos direitos humanos
20 de Junho de 2018, 10:33
Secretário-geral da ONU, António Guterres, no Conselho de Segurança. Foto: ONU/Loey Felipe
Em resposta à saída dos Estados Unidos na terça-feira (19) do Conselho de Direitos Humanos da ONU, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que preferiria que o país permanecesse no órgão.
Em comunicado emitido pelo porta-voz Stéphane Dujarric, o chefe da ONU disse que o órgão com sede em Genebra era parte da “arquitetura” de direitos humanos das Nações Unidas, que tem papel importante na promoção e proteção dos direitos humanos no mundo todo.
O Conselho de Direitos Humanos é um órgão inter-governamental de 47 membros, que além de promover e proteger os direitos humanos, também combate violações de direitos e faz recomendações aos países.
Trata-se de um fórum para discutir todas as temáticas de direitos humanos e situações que requerem atenção, ao longo do ano. Os membros são eleitos pela Assembleia Geral da ONU.
“O secretário-geral (da ONU) preferiria que os Estados Unidos permanecessem no Conselho de Direitos Humanos”, disse o comunicado emitido na terça-feira à noite.
Os EUA anunciaram sua decisão pouco antes, quando, de acordo com relatos da imprensa internacional, a embaixadora norte-americana na ONU, Nikki Haley, disse ao lado do secretário de Estado, Mike Pompeo, que o Conselho de Direitos Humanos era politicamente “enviesado” contra Israel. Eles também criticaram o que consideravam uma política do órgão de admitir países que violavam os direitos humanos.
Haley, de acordo com a imprensa internacional, disse que a decisão não significava, de nenhuma forma, que os EUA estavam recuando de seus compromissos com os direitos humanos.
ONU abre inscrição para programa de jovens profissionais 2018
19 de Junho de 2018, 18:33
Foto: ONU/JC McIlwaine
Todos os anos, as Nações Unidas procuram jovens altamente qualificados que queiram começar a se dedicar a uma carreira internacional na Organização. Por meio de seu concurso anual, o Programa Jovens Profissionais (YPP, na sigla em inglês) busca novos talentos para incorporar-se à ONU.
O exame deste ano será online, em outubro e dezembro, em três áreas – Assuntos Legais; Assuntos Sociais; e Estatística. Os candidatos devem ter até 32 anos até o final de 2018.
Se você é graduado no ensino superior, fala inglês ou francês fluentemente, é cidadão de um dos países participantes do programa (acesse aqui a lista), saiba abaixo como participar. Entre os países incluídos estão sete lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
O período para se candidatar ao exame segue aberto até 9 de agosto de 2018 (meia-noite de NY), por meio do portal de Carreiras da ONU.
Candidaturas
É importante observar que candidaturas incompletas e/ou atrasadas não serão consideradas. Portanto, é preciso preencher e enviar o seu pedido antes do prazo final.
É importante completar e atualizar todas as informações com precisão, pois estes dados servirão como uma base para avaliar a sua elegibilidade e adequação ao exame. Você receberá, por e-mail, um número de candidatura.
Orientações adicionais sobre a elaboração de candidaturas estão disponíveis por meio de um manual (clique aqui e aqui) e nas perguntas frequentes sobre o YPP (clique aqui).
Dúvidas e outras vagas na ONU
Toda e qualquer dúvida adicional deve ser enviada diretamente para o contato disponível na página do programa, clique aqui.
Além do YPP, pessoas em qualquer faixa etária podem buscar vagas na ONU a qualquer tempo, sendo que as vagas sem critérios de faixa etária representam a vasta maioria das oportunidades disponíveis na ONU. Saiba mais sobre estas vagas em nacoesunidas.org/vagas.
Acompanhe também as vagas na ONU pelo Facebook e Twitter, nos seguintes endereços: www.facebook.com/UN.Careers e twitter.com/UN_Careers.
ONU manifesta preocupação com esterilização de mulher em situação de rua em SP
19 de Junho de 2018, 17:55
Agências da ONU manifestaram preocupação com caso de judicialização de esterilização de uma mulher em situação de rua no interior de São Paulo. Foto: EBC
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), a ONU Mulheres e o Escritório Regional para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) manifestaram nesta quarta-feira (20) preocupação com o caso de judicialização da esterilização de uma mulher em situação de rua no interior do estado de São Paulo, revelada por reportagens jornalísticas recentes.
“As organizações das Nações Unidas desejam destacar que os acordos internacionais preveem que as decisões sobre a quantidade de filhos ou filhas, independentemente do mérito do caso, pertencem às mulheres, não sendo admissível a interferência do Estado nessa esfera”, disseram as agências em comunicado conjunto.
Segundo as organizações, o caso trouxe à tona discursos que defendem a esterilização forçada de mulheres em situação de vulnerabilidade ou com base em sua condição econômica e social, “o que constitui uma violação de diversos direitos humanos das mulheres, incluindo os direitos à não discriminação, à saúde e a não ser submetida a tratamento cruel, desumano e degradante”.
“A esterilização não voluntária também viola o artigo 16 da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, que estabelece o direito de ‘decidir livre e responsavelmente sobre o número de seus filhos e sobre o intervalo entre os nascimentos e a ter acesso à informação, à educação e aos meios que lhes permitam exercer esses direitos.”
“Esses direitos estão previstos em tratados internacionais de direitos humanos ratificados pelo Estado brasileiro, tornando-os vinculantes em seu ordenamento jurídico. Além disso, o Brasil também foi um dos grandes protagonistas nos acordos globais que passaram a reconhecer os direitos reprodutivos das mulheres e a repelir a esterilização forçada com objetivos de controle populacional ou eugênico.”
As agências da ONU citam como principal marco desses acordos a Conferência Internacional de População e Desenvolvimento, realizada em Cairo em 1994, “fonte que deve inspirar a legislação e políticas dos Estados que a subscreveram”.
“O Fundo de População das Nações Unidas, a ONU Mulheres e o Escritório Regional para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos confiam que o Estado brasileiro, incluindo o Ministério Público e o Poder Judiciário, seguirão respeitando esse marco normativo internacional”, disseram.
As representações das agências da ONU no Brasil se disseram à disposição para contribuir no desenvolvimento e aprimoramento de políticas e práticas nacionais alinhadas com o direito internacional dos direitos humanos e com os acordos internacionais sobre saúde e direitos sexuais e reprodutivos.
Semana nacional do ensino de música promove aulas grátis nas capitais brasileiras
19 de Junho de 2018, 16:28
Semana Nacional do Ensino da Música – Make Music Brasil acontece de 18 a 24 de junho. Foto: Make Music Brasil
A Semana Nacional do Ensino de Música – Make Music Brasil ocorre até dia 24 em todas as capitais brasileiras e outras cidades, com aulas gratuitas de iniciação musical em vários instrumentos e também em canto, assim como orientações para bandas marciais e fanfarras.
As aulas serão ministradas por músicos e professores com o objetivo de aumentar o interesse do aprendizado de música entre jovens, profissionais, pessoas da terceira idade ou com algum tipo de necessidade especial. Os organizadores esperam mobilizar 800 horas de aulas durante a semana em todo o país.
A iniciativa é da Associação Nacional da Indústria da Música (Anafima), com recursos da NAMM Foundation e cooperação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil.
As aulas serão presenciais, em local a ser escolhido pelo ministrante, ou online, e as inscrições podem ser feitas pelo site www.makemusicbrasil.com.br.
Lançada inicialmente na França com a Fête de la Musique, a iniciativa se tornou um evento mundial, reunindo músicos, professores e público em geral, que pode aprender e ouvir música gratuitamente.
Em mais de 800 cidades, em 120 países, o Make Music acontecerá num único dia (21 de junho). No Brasil, com o Make Music Brasil, será uma semana toda dedicada à celebração da música.
Músicos, professores de música, escolas, conservatórios, núcleos culturais, igrejas, lojas de instrumentos, entre outros, se oferecem voluntariamente para dar aulas gratuitas e levar os ensinamentos aos interessados.
Quem quiser participar ensinando, também pode se inscrever e agendar seu evento pela página www.makemusicbrasil.com.br, onde estão disponíveis o media kit para divulgação e orientações importantes, como por exemplo os locais sugeridos para as aulas presenciais.
Há ainda a possibilidade de promover apresentações alusivas à semana Make Music Brasil, com o intuito de atrair novos públicos para o universo musical.
Seguindo o espírito da celebração, a organização do Make Music sugere locais variados para os eventos em cada cidade, desde os mais tradicionais, como centros de artes, museus, teatros, igrejas e salas de concerto, até espaços ao ar livre, como parques e estacionamentos, sem descartar alternativas como bares, cafés, restaurantes, centros comerciais, hospitais, creches e asilos.
Importância do ensino de música
Em matéria de música, quanto mais cedo o aprendizado, melhor. O ensino musical aplicado desde a infância favorece o desenvolvimento do indivíduo em diversas áreas, como o desempenho escolar, o aprendizado de línguas e cidadania.
De acordo com a revista americana Scientific American, estudantes do Ensino Médio com o mínimo de quatro anos de estudo musical têm uma performance escolar 40% maior do que os alunos que estudaram música por um período entre um ano e seis meses.
Iniciativas como o Make Music Brasil se tornam ainda mais importantes tendo em vista que a música não faz parte da grade curricular das escolas brasileiras, e a maioria dos estudantes não tem acesso aos seus fundamentos.
“O Make Music Brasil representa uma inovação no processo de engajamento das pessoas e instituições com a educação musical no Brasil. A iniciativa utiliza as tecnologias digitais e redes sociais para aproximar todos das mais diversas formas de aprender e de fazer música na contemporaneidade”, disse Liane Hentschke, diretora de educação musical da Anafima.
“A UNESCO no Brasil acredita que, ao utilizar Tecnologias da Comunicação e Informação (TIC), a iniciativa da Anafima colabora com o acesso a bens e serviços culturais, e pode contribuir para ampla disseminação de conteúdos culturais produzidos e consumidos”, declarou o coordenador de comunicação e informação da UNESCO no Brasil, Adauto Soares.
“A iniciativa também vem ao encontro do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 9 (ODS 9) da ONU, cujo foco é a construção de infraestrutura resiliente e o fomento da inovação, sobretudo por meio das TIC. Isso gera impactos positivos e duradouros para a educação, a cultura, a economia, a inclusão social e a proteção ambiental”, complementa.