Desafio tecnológico em Brasília promove soluções para atingir objetivos globais
августа 22, 2018 16:32
Foto: PNUD/Guilherme Larsen
Apresentar soluções tecnológicas para acelerar a implementação da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, com ênfase no âmbito local, foi o objetivo do evento “Global SDGs Student Challenge”, que começou na segunda-feira (20), em Brasília e tem o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) como apoiador.
Estudantes de Engenharia de Produção e da Ciência da Computação, representando universidades de Chile, Dinamarca e Brasil, têm até esta quarta-feira (22) para desenvolver seus projetos, por meio de grupos de trabalho, sob a orientação de professores.
Durante a abertura do evento, os estudantes participaram de palestras com representantes das universidades e do PNUD, oportunidade em que puderam aprofundar os conhecimentos sobre os conceitos da Agenda 2030, o processo de adoção dos ODS e os principais desafios globais e nacionais para o alcance do desenvolvimento sustentável global.
Exemplos de projetos locais que têm como eixo central a sustentabilidade também foram discutidos com os estudantes para fomentar o debate sobre o papel de pequenas comunidades no cumprimento das metas da Agenda 2030.
“Trabalhamos com comunidades e pequenas empresas para resolver problemas, incluindo os desafios relacionados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Envolvemos diretamente os estudantes no trabalho local”, disse o representante da Universidade de Aalborg, Jens Pedersen.
“Assim, conseguimos desenvolver soluções transformadoras, principalmente nos setores de energia, planejamento e engenharia. Portanto, a hora de agirmos é agora para construirmos um mundo melhor, e a universidade é certamente o ambiente em que toda a mudança pode começar.”
“As soluções disruptivas são essenciais para alcançarmos as metas da Agenda 2030. Precisamos pensar em novas formas para atendermos às necessidades locais, de forma rápida e ágil”, declarou o assessor sênior do PNUD, Haroldo Machado Filho.
“Temos que levar em conta, também, que cada nação tem as suas prioridades de desenvolvimento, e isso demanda que diversos setores da sociedade pensem em sinergia para termos um mundo com erradicação da pobreza, crescimento econômico inclusivo e oportunidades para todas e todas, preservando o meio ambiente de forma sustentável”, completou.
No fim do evento, os grupos de trabalho apresentarão suas propostas e seus planos de ação para tornar realidade os projetos desenvolvidos ao longo dos três dias. O “Global SDGs Student Challenge” foi organizado pelo “Grupo Gestão”, empresa júnior do curso de Engenharia de Produção da Universidade de Brasília.
UNESCO lembra necessidade de refletir sobre legado da história da escravidão
августа 22, 2018 14:40
Artigo 4 da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas”. Foto: Acervo Otávio Roth
Para a ocasião do Dia Internacional da Lembrança do Tráfico de Escravos e de sua Abolição, 23 de agosto, a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay, falou sobre a necessidade de se aprofundar a reflexão sobre a história da escravidão no mundo de forma a combater preconceitos raciais e o racismo cotidiano contra pessoas de origem africana.
“Na noite de 22 para 23 de agosto de 1791, na região oeste da Ilha de São Domingos, então uma colônia francesa das Índias Ocidentais, ocorreu uma revolta de escravos, a qual seria um ponto de virada na trágica histórica do tráfico de escravos”, disse Audrey.
“A guerra que se seguiu atingiu seu auge em 1804, com a independência daquela parte da ilha, que adotou o nome de Haiti, e levou ao reconhecimento da igualdade de direitos de todos os seus habitantes. A onda de choque causada por esse evento histórico contribuiu muito, durante o século 19, para o movimento de abolição e para o desmantelamento da escravidão.”
Segundo a diretora-geral da agência da ONU, a universalidade daquela luta por liberdade e dignidade conduzida pelos escravos de São Domingos levou a UNESCO a estabelecer o Dia Internacional da Lembrança do Tráfico de Escravos e de sua Abolição, assim como a escolher a data simbólica de 23 de agosto para ser observada.
Desde 1998, a data é uma oportunidade para se aprofundar a reflexão sobre o legado da história da escravidão e a necessidade de explorar sua memória. “O dia também ajuda na proteção contra os preconceitos raciais que foram desenvolvidos para justificar a escravidão e que continuam a alimentar a discriminação e o racismo cotidianos contra pessoas de origem africana”, declarou.
Desde 2001, o tráfico e a escravidão são reconhecidos pela comunidade internacional como crimes contra a humanidade. No entanto, esses flagelos ressurgem em intervalos regulares, de formas diferentes e em lugares diversos. “É por isso que uma melhor compreensão a respeito da história da escravidão e do tráfico de escravos é essencial para um melhor entendimento sobre a emergência de novas formas de escravidão, com o objetivo de impedi-las”.
O Projeto A Rota do Escravo, lançado pela UNESCO em 1994, tornou possível a identificação das questões éticas, culturais e sociopolíticas dessa história dolorosa. Com o desenvolvimento de uma abordagem multidisciplinar, que vincula as dimensões histórica, memorial, criativa, educacional e patrimonial, esse projeto tem contribuído para o enriquecimento do conhecimento sobre o tráfico de escravos e para a disseminação de uma cultura de paz.
Neste Dia Internacional, a UNESCO convida todos, incluindo autoridades públicas, sociedade civil, historiadores, pesquisadores e cidadãos comuns, para se mobilizarem a fim de aumentar a conscientização sobre essa história que nós compartilhamos, assim como para se oporem a todas as formas de escravidão moderna.
Especialistas discutem centralidade dos direitos das mulheres no debate eleitoral deste ano
августа 22, 2018 13:59Clique para exibir o slide.Entidades da sociedade civil, especialistas e ativistas de defesa dos direitos humanos das mulheres estiveram reunidas, na Casa da ONU, em Brasília (DF), com equipes da ONU Mulheres e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no país. A Sala de Situação, Ação e Articulação sobre Direitos das Mulheres debateu na semana passada (14) a realidade das mulheres brasileiras, incluindo a análise dos direitos sexuais e reprodutivos.
Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, lembrou que a motivação para a criação do grupo ocorreu em 2016, durante a epidemia do vírus zika e da insuficiência de respostas às questões das mulheres no contexto da crise sanitária. Em maio de 2017, o Ministério da Saúde declarou o fim do status de emergência nacional para síndrome congênita da zika após 18 meses do aparecimento da epidemia. Naquele ano, foram registrados 7.911 casos em todo o país, uma redução de 95,3% em relação a 2016, quando ocorreram 170.535 notificações.
“É importante manter o protagonismo das organizações de mulheres para os temas que vão além da epidemia, como os direitos humanos das mulheres e os direitos sexuais e reprodutivos”, disse Nadine.
Para a representante da ONU Mulheres Brasil, as eleições 2018 trazem questões importantes para candidatas e candidatos sobre como falar “sobre as necessidades e a centralidade das mulheres, incluídos os direitos sexuais e reprodutivos, pois terá um impacto enorme nos próximos quatro anos do país”.
Agenda 2030 no Brasil
Nadine ressaltou que a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, adotada pelos Estados-membros da ONU, é muito importante para “fazer avançar a agenda das mulheres”.
No país, a ONU Mulheres está propondo um #Brasil5050 para garantir a representatividade e a agenda de direitos das mulheres. Nadine mencionou o Marco Normativo de Democracia Paritária, que tem como propósito “construir a igualdade substantiva, a forma de organizar a sociedade para garantir orçamentos com a perspectiva de gênero, participação em todos os âmbitos do Estado”.
Sobre o cenário nacional, a representante da ONU Mulheres Brasil citou a aprovação de 30% de destinação do Fundo Eleitoral para as candidaturas de mulheres como uma janela de oportunidade. “Os partidos políticos têm obrigatoriedade de alocar 30% dos recursos para a candidatura das mulheres. Mas não é somente investir, é preciso falar de mulheres eleitas, porque só há 10% de mulheres no Congresso e 10% nos municípios”, acrescentou.
Nadine recuperou dados da pesquisa Ibope/ONU Mulheres, de 2017, segundo os quais oito em cada dez brasileiras e brasileiros querem cidades com igualdade de gênero. “A sociedade quer uma mudança. Este diálogo entre organizações da sociedade civil tem muito a aportar neste momento”, lembrando que estão “muito claras as desigualdades que atingem as mulheres, mulheres negras, mulheres indígenas, mulheres lésbicas, trans, mulheres jovens no país”.
Revitalização da sociedade civil
Para Jaime Nadal, representante do UNFPA Brasil, a Sala de Situação, criada no contexto da epidemia do vírus zika, deixou um “legado positivo em termos de espaços de interlocução e diálogo”. Recém-chegado da Conferência Regional sobre População e Desenvolvimento, ocorrida no início do mês no Peru, Nadal atribuiu à sociedade civil um processo de “revitalização dos movimentos sociais na América Latina”.
Segundo Nadal, há um novo momento histórico em escala global e espaços, como a Sala de Situação, “permitem que exista melhor coordenação e realinhamento entre o posicionamento da sociedade civil e como a ONU pode colaborar”. Sobre os direitos sexuais e reprodutivos, o representante do UNFPA considerou que há reposicionamento, sob a liderança da sociedade civil, em prol dos direitos das mulheres.
Casos de sarampo nas Américas chegam a 5 mil e OPAS amplia recomendações aos países
августа 22, 2018 12:50
OPAS/OMS recomenda fortalecimento de vacinação e vigilância após mais de 5 mil casos de sarampo confirmados nas Américas. Foto: EBC
O número de casos confirmados de sarampo na Região das Américas mais que dobrou em um mês, conforme a mais recente atualização epidemiológica da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), publicada na terça-feira (21).
Ao todo, 11 países do continente notificaram 5.004 casos confirmados de sarampo em 2018: Antígua e Barbuda (1), Argentina (8), Brasil (1.237, incluindo seis mortes), Canadá (19), Colômbia (60), Equador (17), Estados Unidos (107), Guatemala (1), México (5), Peru (4) e Venezuela (3.545, incluindo 62 óbitos). Em 20 de julho, esses mesmos países haviam confirmado 2.472 casos.
Tendo em vista a velocidade de propagação da doença pela região, a OPAS ampliou as recomendações que já vinham sendo feitas aos países. Entre elas, aumentar a cobertura vacinal e fortalecer a vigilância epidemiológica, a fim de aumentar a imunidade da população e detectar/responder rapidamente a casos suspeitos de sarampo.
Além disso, o organismo internacional orienta que, durante surtos, seja estabelecido um manejo correto de casos intra-hospitalares para evitar a transmissão nosocomial, com um fluxo adequado de pacientes para salas de isolamento (evitando o contato com outros pacientes em salas de espera e/ou locais de internação).
As demais recomendações são: vacinar a população para manter uma cobertura homogênea de 95% com a primeira e a segunda dose da vacina contra sarampo, caxumba e rubéola em todos os municípios; vacinar populações em risco (sem comprovação de vacinação ou imunidade contra sarampo e rubéola), como profissionais de saúde, pessoas que trabalham com turismo e transporte (hotelaria, aeroportos, motoristas de táxi, etc.) e viajantes internacionais.
Outras recomendações incluem manter uma reserva de vacinas contra sarampo e rubéola e de seringas para controle de casos importados em cada país da região; fortalecer a vigilância epidemiológica para detecção oportuna de todos os casos suspeitos de sarampo e garantir que as amostras sejam recebidas por laboratórios dentro de cinco dias após serem tomadas.
A OPAS também sugere fornecer uma resposta rápida frente aos casos importados de sarampo, com o objetivo de evitar o restabelecimento da transmissão endêmica (ou seja, que existe de forma contínua e constante dentro de uma determinada região). Uma vez ativada a equipe de resposta rápida, deve-se assegurar uma coordenação permanente entre os níveis nacionais e locais, com canais de comunicação permanentes e fluidos.
Também é necessário identificar fluxos migratórios do exterior (chegada de estrangeiros) e fluxos internos (movimentos de grupos populacionais) em cada país, a fim de facilitar o acesso aos serviços de vacinação, de acordo com os calendários nacionais de imunização.
A OPAS tem trabalhado diretamente, inclusive em atividades de campo, com vários dos países afetados. No Brasil, por exemplo, o organismo internacional está apoiando as ações de vacinação, vigilância, gestão, informação, educação, comunicação de risco e resposta rápida no estado do Amazonas, em coordenação com as autoridades de saúde nacionais, estaduais e municipais.
Já no estado de Roraima, a OPAS está auxiliando o governo federal do Brasil no fornecimento de seringas, na compra de materiais para manter a temperatura adequada das vacinas, na contratação de vacinadores, aluguel de veículos para transporte de equipes de saúde, planejamento de ações de imunização e no envio de especialistas para apoiar as autoridades nacionais e locais.
A atualização epidemiológica completa pode ser acessada em inglês ou espanhol.
Campanha
Para controlar os surtos e ampliar as coberturas vacinais, o Ministério da Saúde do Brasil está realizando uma Campanha Nacional Contra a Poliomielite e Sarampo (de 6 a 31 de agosto). Até esta segunda-feira (20) foi alcançado metade do público-alvo, com a vacinação de 51% das crianças de um a menores de cinco anos de idade.
A meta do Ministério é imunizar pelo menos 95% das 11,2 milhões de crianças, independente da situação vacinal delas, e criar uma barreira sanitária de proteção da população brasileira.
Europa
A disseminação do sarampo tem se mostrado ainda mais crítica em outras áreas do mundo. Na Região da Europa, mais de 41 mil crianças e adultos foram infectados pela doença nos primeiros seis meses de 2018. O número total de casos para esse período excede os 12 meses reportados em todos os outros anos desta década.
Desde 2010, o ano com maior número de casos foi 2017: 23.927. Em 2016, registrou-se a menor quantidade: 5.273. Relatórios mensais de países também indicam que pelo menos 37 pessoas morreram devido à doença neste ano.
Informações essenciais para a população
O vírus causador do sarampo é espalhado por tosse e espirros, contato pessoal próximo ou contato direto com secreções nasais ou da garganta.
Entre os sintomas estão erupção cutânea (vermelhidão na pele), febre, nariz escorrendo, olhos vermelhos e tosse. Dentre as complicações mais graves estão cegueira, encefalite (infecção acompanhada de edema cerebral), diarreia grave (que pode provocar desidratação), infecções no ouvido ou infecções respiratórias graves, como pneumonia.
Pessoas com sinais de sarampo devem ser levadas para um centro de saúde imediatamente.
O vírus permanece ativo e contagioso no ar ou em superfícies infectadas por até duas horas e pode ser transmitido por uma pessoa infectada a partir de quatro a seis dias antes e quatro dias depois do aparecimento de erupções cutâneas (vermelhidão na pele).
No Brasil, quando a pessoa for se vacinar é importante levar junto o próprio cartão de vacinação e o das filhas ou filhos. Assim, os profissionais de saúde poderão ver se serão necessárias outras vacinas. Se a pessoa não tiver o cartão de vacinação, as vacinas também estarão disponíveis para ela. Mas é importante que se lembre de guardá-lo da próxima vez.
Às vezes, leve inchaço e vermelhidão podem ocorrer no local da injeção da vacina. Isso não deve ser motivo de preocupação e, normalmente, desaparece com compressas mornas e paracetamol.
Evento no Rio reúne governo e sociedade civil para discutir saúde sexual e reprodutiva
августа 22, 2018 12:32
Mãe e filha em centro de saúde apoiado pelo UNFPA. Agência presta serviços de saúde reprodutiva, sexual, materna e neo-natal. Foto: UNFPA Namíbia/Emma Mbekele
Aberto ao público, o “II Diálogos Brasileiros em População e Desenvolvimento – Marielle Franco, presente” acontece até esta quarta-feira (22), no Rio de Janeiro, e tem a participação de representantes governamentais, da sociedade civil e de especialistas de todas as regiões do Brasil.
O evento tem como objetivo discutir temas de direitos e saúde sexual e reprodutiva acordados na Conferência Internacional de Cairo, ocorrida em 1994. Em 2019, essa agenda comemora 25 anos.
O evento é organizado pela Rede Brasileira de População e Desenvolvimento (REBRAPD), com o apoio do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil, o Instituto Fernandes Figueira (IFF-FIOCRUZ) e o Núcleo de Políticas Públicas em Direitos Humanos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O primeiro dia de atividade (20) ocorreu no Anfiteatro do Instituto Fernandes Figueira/FIOCRUZ, no Flamengo. A mesa de abertura “População, Desenvolvimento, Direitos Humanos e Saúde – Desafios para o Brasil” foi ministrada por Paulo Buss, ex-presidente da FIOCRUZ e coordenador Centro de Relações Internacionais e Saúde/FIOCRUZ.
Na terça e na quarta-feira (21 e 22), o evento ocorre no Auditório do Núcleo de Políticas Públicas em Direitos Humanos da UFRJ, no campus Praia Vermelha. Ao longo dos dois dias, representantes governamentais, ativistas sociais e especialistas de todas as regiões do Brasil refletirão sobre os avanços e desafios da implementação no país do Programa de Ação da Conferência Internacional de População e Desenvolvimento.
A atividade é gratuita, mas e o espaço sujeito a lotação. Informações adicionais e programação completa podem ser obtidas no site da www.rebrapd.com.br.