Rede Brasil do Pacto Global da ONU participa de fórum de negócios em Nova Iorque
июля 19, 2018 14:58
Bandeira da ONU na fachada da sede da Organização, em Nova Iorque. Foto: ONU/Eskinder Debebe
Mais de 30 empresas e organizações brasileiras ligadas à Rede Brasil do Pacto Global das Nações Unidas se juntaram a outros 600 representantes de setor privado, sociedade civil e governos de todo o mundo na terceira edição do SDG Business Forum, em Nova Iorque, que ocorreu na terça-feira (17).
O encontro, organizado por Pacto Global da ONU, Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU e Câmara de Comércio International, faz parte da programação do Fórum Político de Alto Nível deste ano. Fornece uma plataforma de interação com o objetivo de compartilhar perspectivas e esforços em apoio à Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Entre os palestrantes, estiveram presentes representantes brasileiros de cinco empresas: O Boticário, Natura, SANASA, Schneider-Electric e Vale, que participaram de discussões com foco em 6 ODS, que prevê assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todas e todos.
Lise Kingo, presidente e diretora-executiva do Pacto Global da ONU, destacou o papel importante do setor privado da conquista dos objetivos globais. Segundo ela, foram feitos progressos importantes na conscientização sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, mas, apesar das boas intenções e compromissos, ainda não estamos no caminho para alcançar as metas até 2030.
“O que precisamos agora é que as empresas em todos os lugares avancem e contribuam com a expertise, a inovação e os investimentos necessários para transformar as aspirações em realidade. O setor privado é o combustível que pode acelerar o desenvolvimento sustentável no nível local. Precisamos que todos façam dos objetivos globais negócios locais.”
Em um segundo encontro, na quarta-feira (18), representantes de setor privado, governos, grupos de investidores, instituições financeiras e agências da ONU se reuniram para o “Planos de país dos ODS: um caminho para o investimento privado”, para destacar planejamento e implementação dos objetivos globais no nível nacional. A reunião também se concentrou na geração de interesse entre o setor privado e os mercados de capital para investir nos ODS junto aos governos e investidores.
Publicações
Em um novo relatório publicado na quarta-feira (18), intitulado “Em foco: atendendo as necessidades dos investidores em reportar sobre os ODS”, o Pacto Global da ONU, juntamente com a Global Reporting Iniciative (GRI) e os Princípios para o Investimento Responsável (PRI), fornecerá orientações para as empresas alinharem suas divulgações relacionadas aos ODS com informações de investidores.
O relatório se destina a apoiar as companhias nos seus esforços para alcançar os investidores e ajudar a mobilizar o financiamento sustentável necessário para a realização dos ODS.
Outra publicação lançada durante o fórum foi o relatório “Acelerando a implementação nacional dos ODS: edição de 2018“, que reúne as atividades das redes locais. A Rede Brasil é citada com o seu projeto de anticorrupção, ações junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT) para erradicar o trabalho forçado e infantil e o Guia de Integração dos ODS na estratégia empresarial – Contribuições do Comitê Brasileiro do Pacto Global (CBPG) para a Agenda 2030.
Em âmbito nacional, o Sistema ONU no Brasil lançou recentemente um conjunto de documentos temáticos sobre temas e questões que considera relevantes no processo de implementação dos seis ODS que estão sendo discutidos no fórum de alto nível.
Para cada um desses ODS, a publicação apresenta o cenário brasileiro e os caminhos para ação, e em dois momentos menciona a importância do Pacto Global na disseminação de boas práticas entre as empresas nas áreas de água e energia.
Clique aqui para acessar os documentos temáticos ODS 6, ODS 7, ODS 11, ODS 12 e ODS 15.
ONU critica novas restrições comerciais de Israel a Gaza
июля 19, 2018 14:44
Vista do campo de refugiados de Jabalia, o maior da Faixa de Gaza. Foto: IRIN/Suhair Karam
Israel impôs nesta semana (16) novas restrições ao comércio de bens em Kerem Shalom, um entreposto entre o país e Gaza. Com a exceção de alimentos e suprimentos médicos, todos os produtos tiveram a venda proibida para Gaza. Segundo a imprensa internacional, não será permitida a entrada de combustível no enclave até o próximo domingo.
Ainda de acordo com relatos, as medidas do governo israelense seriam uma retaliação contra o uso de pipas e balões incendiários por grupos palestinos. Artefatos teriam causado mais de 750 incêndios, queimando mais de 28 quilômetros quadrados de terras em Israel.
“Esse novo arrocho de um bloqueio abrangente contra Gaza que já é punitivo só piorará sua extrema crise humanitária”, criticou o relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos no Território Palestino Ocupado, Michael Lynk.
O analista afirmou que as táticas de guerrilha de alguns palestinos devem ser “reprovadas”, mas as ações não justificam as novas políticas israelenses. “Gaza sobrevive com em torno de quatro a seis horas de energia elétrica, sua água potável está quase acabando, ela (a região) vive com as maiores taxas de desemprego no mundo, e sua economia anêmica já um fracasso”, completou o especialista independente.
Outra decisão de Israel restringe para três milhas náuticas a zona costeira permitida para a pesca em Gaza. A determinação viola os Acordos de Oslo, que estabeleciam uma área de 20 milhas a partir da costa para os pescadores.
“O bloqueio de 11 anos de Israel, por ar, mar e terra, fez as condições econômicas e sociais andarem constantemente para trás. Isso equivale a uma punição coletiva dos 2 milhões de residentes de Gaza, o que é estritamente proibido de acordo com a Quarta Convenção de Genebra”, enfatizou Lynk, que pediu a revogação das novas medidas israelenses e o fim do bloqueio.
O chefe humanitário da ONU para o Território Palestino Ocupado, Jamie McGoldrick, também expressou “profunda preocupação” com o posicionamento de Israel. “Esses desdobramentos ocorrem sobre um pano de fundo de uma preocupante escalada de hostilidades nos últimos dias”, afirmou o dirigente.
Segundo McGoldrick, cerca de 15 mil palestinos estão feridos desde 30 de março, e o sistema de saúde de Gaza está à beira do colapso. Até o momento, o orçamento para ajuda humanitária na Palestina recebeu apenas 23% dos recursos solicitados pela ONU à comunidade internacional. Setenta porcento da verba vai para a assistência em Gaza. Além disso, 4,5 milhões de dólares são urgentemente necessários para uso emergencial de combustível.
Enviado alerta para situação ‘à beira da guerra’
Após um sábado (14) de embates violentos entre forças israelenses e militantes palestinos na Faixa de Gaza, o enviado especial da ONU, Nickolay Mladenov, cobrou também nesta semana que os dois lados se contenham, a fim de evitar um confronto que “todos perderão”. Dirigente pediu que facções palestinas parem de disparar mísseis e usar pipas incendiárias na fronteira. À Israel, o representante das Nações Unidas solicitou que seus atiradores de elite não alvejem crianças.
“Ontem, estávamos à beira da guerra”, afirmou Mladenov no último final de semana (15). O enviado das Nações Unidas apelou a grupos de residentes em Gaza para que não provoquem novos incidentes na cerca que separa o enclave do território israelense. Para o comissário, militantes precisam suspender o lançamento de foguetes e “dar uma chance para a paz”.
O representante também fez um apelo ao outro lado do conflito, pedindo à Israel que contenha suas respostas à situação em Gaza. “Eu apelo aos atiradores de elite que não atirem em crianças”, disse o dirigente.
“Eu apelo a todos para que deem um passo atrás (diante do abismo)”, acrescentou Mladenov.
Para o comissário, os confrontos do final de semana são o resultado do colapso da economia de Gaza e da precarização das condições de segurança, sobretudo após as represálias violentas de Israel contra manifestantes em março último. Outros fatores que contribuíram para os novos embates são a contínua escassez de água e eletricidade, bem como a interrupção do processo de reconciliação entre os Palestinos.
OIM divulga lista de jornalistas selecionados para curso sobre migração e direitos humanos
июля 19, 2018 13:53
Migrantes venezuelanos em Roraima antes de embarcar para outras cidades brasileiras. Foto: ACNUR/João Paulo Machado
O escritório regional da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos do Mercosul (IPPDH) publicaram nesta quinta-feira (19) a lista de jornalistas selecionados para realizar o curso virtual “Migração com enfoque de direitos humanos”.
Foram selecionados jornalistas que trabalham em veículos de comunicação e têm nacionalidade e/ou residência permanente em Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. O curso terá início em 31 de julho, com duração de cinco semanas, e poderá ser acessado por meio do campus virtual do IPPDH. As aulas serão ministradas em espanhol e português.
A atividade ocorre em meio ao projeto da OIM denominado “Fortalecimento da capacidade dos governos e dos meios de comunicação do Mercosul de promover os aportes positivos da migração”, graças ao Fundo da OIM para o Desenvolvimento (IDF, na sigla em inglês).
Clique aqui para acessar a lista de jornalistas selecionados.
ONU vê progresso a passos lentos para cumprir novas metas de desenvolvimento
июля 19, 2018 13:09
Marie Chatardová, presidente do ECOSOC, durante o Fórum Político de Alto Nível, na ONU. Foto: ONU/Loey Felipe
Se quiserem cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) dentro do prazo, até 2030, países precisarão acelerar o progresso rumo a um mundo mais justo. O alerta é da presidente do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), Marie Chatardová, que participou nesta semana do Fórum Político de Alto Nível da ONU, encerrado na quarta-feira (18). Dirigente vê lentidão nos avanços para acabar com a pobreza e as desigualdades.
Chatardová lembrou que embora a miséria tenha alcançado níveis equivalentes a um terço do registrado em 1990, o problema ainda afeta 10,9% da população mundial. Segundo a especialista, apesar de 71% das pessoas de todo o planeta terem eletricidade, valor que representa um aumento de 10% em comparação com os últimos anos, 1 bilhão de indivíduos permanecem “no escuro”.
“Existe progresso, mas, no geral, não a uma velocidade suficiente para cumprir os ODS até 2030”, afirmou a chefe do conselho em painel na segunda-feira (16).
“Não temos tempo a perder”, acrescentou o presidente da Assembleia Geral da ONU, Miroslav Lajčák, que disse ainda que uma em seis pessoas não tem acesso a água potável. Outros desafios incluem a exclusão das mulheres e meninas e o aquecimento global. “Além disso, sabemos que nossas demandas de água, comida, energia e moradia já são insustentáveis”, completou.
Lajčák defendeu também mais financiamento para os ODS, um pauta urgente que exigirá novos modelos de investimento. “Não temos dinheiro suficiente para cumprir nossas metas”, avaliou.
Apesar dos desafios, 46 países — um número recorde — já monitoram voluntariamente o cumprimento dos ODS em seus territórios. Nações apresentaram relatórios de iniciativas e indicadores usados para implementar e acompanhar as metas das Nações Unidas.
Países têm dado passos importantes na luta contra resistência antimicrobiana, diz relatório
июля 19, 2018 12:50
Os países estão dando passos significativos no combate à resistência antimicrobiana, mas sérias lacunas ainda permanecem e exigem ação urgente, segundo novo relatório. Foto: Pixabay (CC)
Os países estão dando passos significativos no combate à resistência antimicrobiana, mas sérias lacunas ainda permanecem e exigem ação urgente, segundo novo relatório divulgado na quarta-feira (18) por Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e Organização Mundial da Saúde (OMS).
O relatório registra progressos em 154 países. Alguns deles, incluindo muitos europeus, têm trabalhado em políticas de combate à resistência antimicrobiana em setores humanos e animais por mais de quatro décadas.
Outros começaram recentemente a tomar medidas para conter essa ameaça crescente. O progresso no desenvolvimento e implementação de planos é maior em países de alta renda do que em países de baixa renda, mas todos os países têm espaço para melhorias. Nenhum deles relata capacidade sustentada em escala em todas as áreas.
O relatório analisa vigilância, educação, monitoramento e regulamentação do consumo e do uso de antimicrobianos na saúde humana, na saúde e produção animal, bem como nas plantas e no meio ambiente — conforme recomendado no Plano de Ação Global publicado em 2015.
Resultados promissores incluem 105 países com um sistema de vigilância para relatar infecções resistentes a medicamentos na saúde humana e 68 países com um sistema para rastrear o consumo de antimicrobianos.
Além disso, 123 países informaram que possuem políticas para regulamentar a venda desses medicamentos, entre elas, a exigência de prescrição para uso humano — uma medida fundamental para combater o uso excessivo e indevido de antimicrobianos.
No entanto, a implementação dessas políticas varia e os medicamentos não regulamentados ainda estão disponíveis em locais com oferta e venda não legalizada e sem orientações técnicas, sem monitoramento de como eles são usados.
Medicamentos são muitas vezes vendidos em farmácias sem solicitação de receita. Isso coloca a saúde humana e animal em risco, contribuindo potencialmente para o desenvolvimento da resistência antimicrobiana.
O relatório destaca áreas, particularmente nos setores de animais e alimentos, onde há uma necessidade urgente de mais investimento e ação.
Apenas 64 países, por exemplo, relatam seguir as recomendações da FAO-OIE-OMS para limitar o uso de antimicrobianos criticamente importantes para a promoção do crescimento na produção animal. Desses, 39 são países de alta renda, a maioria na região da Europa da OMS.
Em contraste, apenas três países da região africana da OMS e sete da região das Américas da OMS deram esse importante passo para reduzir o surgimento de resistência antimicrobiana.
Um total de 67 países relatam ter ao menos uma legislação em vigor para controlar todos os aspectos da produção, licenciamento e distribuição de antimicrobianos para uso em animais.
Mas 56 disseram que não tinham política ou legislação nacional com relação à qualidade, segurança e eficácia dos produtos antimicrobianos usados na saúde animal e vegetal e sua distribuição, venda ou uso, ou que não possuíam dados que subsidiassem esse monitoramento.
Há também uma ausência de dados nos setores ambiental e vegetal. Embora 78 países tenham regulamentos em vigor para prevenir a contaminação ambiental em geral, apenas dez deles relatam ter sistemas abrangentes para garantir a conformidade regulatória para todo o gerenciamento de resíduos, incluindo regulamentações que limitam a descarga de resíduos antimicrobianos no meio ambiente. Isso é insuficiente para proteger o meio ambiente dos perigos da produção antimicrobiana.
“Este relatório mostra um crescente impulso global para combater a resistência antimicrobiana”, diz Ranieri Guerra, assessor do diretor-geral para resistência antimicrobiana da OMS.
“Pedimos aos governos que assumam compromissos sustentados em todos os setores — saúde humana e animal, saúde das plantas e meio ambiente — caso contrário, corremos o risco de perder o uso desses preciosos remédios”.
“Apoiar países de baixa e média renda a seguir as orientações de uso responsável e prudente de antimicrobianos em animais é uma prioridade urgente”, diz Matthew Stone, diretor-geral adjunto da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
“A implementação de padrões internacionais dedicados da OIE, a legislação nacional apropriada e o fortalecimento dos serviços veterinários são etapas essenciais para ajudar todas as partes interessadas em saúde animal a contribuir para o controle da ameaça representada pela resistência antimicrobiana.”
“A FAO parabeniza os países que estão adotando medidas concretas para o uso responsável dos antimicrobianos na agricultura”, diz Maria Helena Semedo, diretora-geral adjunta da FAO.
“No entanto, os países precisam fazer mais para reduzir o uso excessivo e desregulado de antimicrobianos na agricultura. Nós particularmente exortamos os países a eliminar progressivamente o uso de antimicrobianos para a promoção do crescimento na produção animal — terrestre e aquática.”
Com base em um questionário e outras fontes, a Tripartite (FAO, OIE e OMS) está ciente de que 100 países já possuem planos de ação nacionais para a resistência antimicrobiana e outros 51 têm planos em desenvolvimento, mas é preciso fazer mais para garantir que eles sejam implementados.
Apenas 53 países informaram possuir um grupo de trabalho multissetorial totalmente funcional, embora outros 77 tenham estabelecido esse grupo.
Apenas dez países relatam que o financiamento para todas as ações do plano é identificado e muitos países de média e baixa renda podem precisar de assistência de longo prazo para implementar seus planos de maneira efetiva e sustentável.
Positivamente, entre os dez principais países produtores de carne de frango, suína e bovina que responderam ao questionário, nove de cada dez desenvolveram, no mínimo, um plano de ação nacional; a maioria deles tem planos em operação com uma combinação de monitoramento.
Sobre o questionário
A pesquisa tripartite global sobre progresso de países na abordagem da resistência antimicrobiana faz parte do monitoramento da implementação do Plano de Ação Global, aprovado pela OMS e pelos Estados-membros da FAO em 2015, além dos países-membros da OIE. É desenvolvida e publicada em conjunto pelas três organizações e o relatório analisa os dados do segundo ano da pesquisa.
O questionário de 2018 recebeu respostas de 154 países (dos 194 dos Estados-membros da OMS contatados). As respostas de todos os países são publicadas em um banco de dados de acesso aberto, oferecendo espaço para uma revisão no país com a sociedade civil e outras partes interessadas.