Demarcar terras é defender o meio ambiente, afirma indígena a Ministro na Cúpula dos Povos
15 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaDemarcar terras indígenas é defender o meio ambiente, afirmou o líder indígena Otaniel Ricardo, representante do povo Guarani Kaiowá, durante um encontro realizado hoje (15/06) com o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, na Cúpula dos Povos. “Ministro, a sua presença aqui é muito importante, porque a nossa reivindicação é a demarcação da terra. Através da demarcação vamos defender nossa própria educação, saúde, nossa história, língua e geografia. Aí nós vamos defender o meio ambiente”.
Patriota fez uma visita surpresa ao espaço onde estão reunidas 90 delegações de mais de 200 etnias indígenas, discutindo na cidade do Rio de Janeiro um documento com foco na preservação ambiental e demarcação de terras a ser entregue ao Governo brasileiro. Ele afirmou que a Rio+20 se caracteriza pela pluralidade e pelos espaços abertos à participação da sociedade civil dos diferentes segmentos da sociedade. “Eu fico muito feliz de poder visitar rapidamente, sentir essa energia positiva do Brasil se confraternizando com seus vizinhos em torno de objetivos que são os nossos. Objetivos nobres de reconciliar crescimento com justiça social e consciência ambiental”, afirmou o Ministro.
Mais tarde, o tema da demarcação voltou a ser debatido em coletiva de imprensa organizada pelo Comitê Facilitador da Cúpula dos Povos para a Rio+20 (CFSC). O representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica, Vasquez Campos, índio peruano da tribo Witoto, disse que “A Economia Verde deve assegurar juridicamente nosso território através do Estado, nos protegendo das interesses das indústrias extrativistas”.
ICC defende na Rio+20 eficiência de recursos e inovação para alcançar economia verde
15 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaDez condições são necessárias para alcançar a economia verde, um dos temas da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). Entre elas, estão mercados abertos e competitivos, abordagem do ciclo de vida na produção, eficiência de recursos e políticas de integração de Estados, de acordo com o relatório “Mapa para o Crescimento Verde” apresentado hoje (15/06) pela Câmara Internacional de Comércio (ICC, na sigla em inglês), no Riocentro.
Também foram citadas as questões de inovação dos três pilares do desenvolvimento sustentável – social, econômico e ambiental – e a necessidade de colaboração entre empresas, sociedade e governo.
“Estamos aqui porque somos [empresas] parte da solução. Queremos estar engajados com governos e formuladores de políticas para criar as condições para que empresas possam fazer o melhor”, afirmou Representante Permanente da ICC nas Nações Unidas, Louise Kantrow.
De acordo com o documento, empresas precisam fazer o planejamento de curto e longo prazo. “Isso é crucial. O desenvolvimento sustentável deve ser pensado a longo prazo”, afirmou a Presidenta da Força-Tarefa para Economia Verde da ICC, Martina Bianchini. “No entanto, empresas precisam também buscar os lucros de curto prazo.”
Alguns dados preocupantes são apontados no relatório. O preço real das commodities pode aumentar 147%, há um aumento na competição e limitação do recursos finitos da terra e a população mundial pode chegar a nove bilhões em 2050.
Para acessar o relatório completo, clique aqui.
IPEA apresenta na Rio+20 agravantes e soluções para desmatamento no Brasil
15 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaO Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) apresentou hoje (15/06), em evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), resultados de levantamentos sobre fatores que impulsionam ou desaceleram o desmatamento brasileiro e da avaliação do Plano de Ação para Proteção e Controle do Desmatamento na Amazônia, do Governo Federal (PPCDAM).
Segundo o pesquisador Jorge Hargrave, o plano foi bem sucedido tanto em decorrência do aumento das ações de fiscalização, multa e monitoramento implementadas pelo governo, quanto pelo aumento expressivo no número de áreas protegidas. Esses são fatores que comprovadamente contribuem para a redução do desmatamento, de acordo com outros estudos do IPEA.
O desmatamento no país caiu 76,9% desde 2004, quando o programa foi instituído. “É inegável que o PPCDAM teve um impacto importante na redução do desmatamento, mas agora é preciso avançar em novas direções”, afirma.
Já entre os fatores que aumentam o desmatamento na região amazônica estão a flutuação no preço da soja e da carne, o subsídio a produtores agrícolas e o estabelecimento de assentamentos.
O estudo de avaliação do PPCDAM recomendou que agora o plano seja concentrado no fomento de atividades produtivas sustentáveis para o oferecimento de alternativas atraentes de renda para a população da região. Também deve ser focada a questão da regularização das terras.
Para Juliano Assunção, da Climate Policy Initative, os estudos apresentados não deixam claro se a diminuição do desmatamento será duradoura. “É preciso que o governo faça coisas novas”, afirmou.
Uma alternativa importante pode estar no uso de terras improdutivas na região. Segundo levantamento do instituto Imazon, há cerca de 11 milhões de hectares de terras subutilizada – uma área maior do que a de toda a produção de cana de açúcar brasileira. “É um prejuízo enorme para o país, tanto sob a perspectiva econômica quanto da ótica ambiental”, afirmou Paulo Barreto, pesquisador da organização.
Cúpula dos Povos dá a largada no Aterro do Flamengo e critica processo de negociações da Rio+20
15 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaComeçou nesta sexta-feira (15/06) a Cúpula dos Povos por Justiça Social e Ambiental, organizada pelo Comitê Facilitador da Sociedade Civil para a Rio+20 (CFSC). Ao todo, são cerca de 800 atividades inscritas pelo público participante, mais de 300 atividades culturais, entre mostras, teatro, música, além de 150 exemplos de experiências inovadoras para o planeta ao longo do Aterro do Flamengo e outros pontos do Rio de Janeiro.
O encontro promete aproximar movimentos sociais de todo o mundo para produzir posições políticas comuns, soluções para problemas ambientais e sociais, assim como uma agenda global de mobilizações. “No dia 17, depois de passarmos pelas atividades autogestionadas, vamos fazer cinco plenárias de convergência, quando pretendemos sistematizar todos estes debates e tentar construir alguma posição comum”, explica Fátima Mello, representante da Rede Brasileira pela Integração dos Povos e membro do CFSC.
As plenárias vão se dividir em cinco temas: direitos por justiça social e ambiental, bens comuns contra a mercantilização, soberania alimentar, energia extrativa, nova economia e paradigmas de sociedades.
Crise de afirmação dos direitos humanos
Para os representantes da sociedade civil presentes no evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), as diferenças entre os países que negociam o documento final da Rio+20 estão ficando cada vez mais gritantes.
“Ontem nós participamos de um racha bastante explícito entre o G-77 [bloco de nações em desenvolvimento] e países como Estados Unidos e Japão, que não querem se comprometer com os meios de implementação. Nós estamos chegando ao último dia de discussão preparatória para a cúpula oficial com mais de 70% do rascunho tensionado e sem solução”, afirmou Iara Pietrovisk, representante da Rede Brasil no CFSC.
“O temor é que a solução que for dada vai ter um baixo nível de expectativa e ambição numa cúpula que deveria estar sendo exatamente o oposto, sendo ambiciosa, afirmando todos os direitos já definidos desde 92 e já propondo a implementação”, acrescentou Pietrovisk.
Em carta ao G20, Ban Ki-moon destaca necessidade de crescimento verde
15 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaNa cúpula da próxima semana do Grupo dos 20 (G20) as principais economias devem alcançar resultados significativos, disse aos líderes mundiais o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, destacando a necessidade do enfrentamento da crise no emprego, da garantia do crescimento verde e da promoção do desenvolvimento sustentável.
Em carta enviada aos líderes da cúpula que será realizada em Los Cabos, no México, em 18 e 19 de junho, Ban observou que a reunião vai ocorrer em um cenário de incertezas. “A modesta recuperação econômica em alguns países não deve disfarçar o estado precário da economia mundial”, disse o Secretário-Geral, que participará do evento.
A crise do euro continua sendo motivo de preocupação e a crescente volatilidade nos preços das commodities, assim como dos mercados financeiros, já estão causando um impacto sobre mercados emergentes e economias em desenvolvimento.
“Quaisquer crises a mais que afetem o setor bancário ou as dívidas das economias avançadas causariam sérios entraves para a diminuição da pobreza, difundindo ainda mais o desemprego em todo o mundo e levando ao risco de levantes políticos”, observou Ban. “A chave nos próximos meses é evitar corridas aos bancos e pânico financeiro, e renovar o compromisso para o desenvolvimento sustentável.”
Destacando que “resultados significativos em Los Cabos são fundamentais”, o Secretário-Geral acrescentou que é importante enfrentar a crise do emprego com seriedade, através do investimento na produção, políticas orientadas e estímulos coordenados de curto prazo. O crescimento verde inclusivo, disse Ban, pode criar empregos, garantir o progresso duradouro para diminuir a pobreza e apoiar o desenvolvimento sustentável.
Ban reiterou que a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), de 20 a 22 de junho, é uma “oportunidade única em uma geração” para enviar um sinal de que os líderes de todo o mundo estão empenhados em crescimento equitativo e uma maior prosperidade para todos, em um planeta saudável, que possa sustentar as gerações presentes e futuras.