Em Brasília, ONU e missões diplomáticas realizam 3º Festival Internacional de Cinema LGBTI
12 de Junho de 2018, 17:47
Imagem do filme “Tom of Finland”, de Dome Karukoski. Imagem: Protagonist Pictures
No Mês Internacional do Orgulho LGBTI, a ONU Brasil e missões diplomáticas promovem em Brasília o terceiro Festival Internacional de Cinema LGBTI. Com todas as sessões gratuitas, a mostra tem início na próxima semana (18) e leva para o SESC Presidente Dutra 13 longas-metragens de diferentes nacionalidades. Também serão exibidos cinco curtas da campanha Livres & Iguais das Nações Unidas, que apresentará o vídeo inédito O ativismo salva vidas.
A abertura do festival terá a participação do coordenador-residente da ONU Brasil Niky Fabiancic. Na mesma ocasião, a campanha Livres & Iguais lança o vídeo O ativismo salva vidas, com pessoas trans que enfrentam a discriminação e defendem os direitos humanos da população LGBTI. Depoimentos mostram como a luta pela igualdade transforma comunidades e a vida dos amigos, além de inspirar outros indivíduos a se tornarem aliados.
Em 2018, o festival internacional chega a sua terceira edição com quatro documentários e nove filmes de ficção. Na programação, está o longa Tom of Finland, que abrirá a mostra. Dirigida pelo premiado cineasta Dome Karukoski, a obra conta a história do artista Touko Valio Laaksonen. Tom of Finland foi nomeado para o Prêmio do Júri de Melhor Longa Narrativo Internacional, do Festival de Tribeca de 2017.

Imagem: 3º Festival Internacional de Cinema LGBTI
Outros destaques incluem o documentário A Morte e Vida de Marsha P. Washington, sobre a ativista e ícone dos protestos de Stonewall, e Gayby Baby, que acompanha a vida de crianças criadas por casais de gays e lésbicas.
Os organizadores do festival apontam que, nessas duas décadas do século XXI, filmes com a temática LGBTI floresceram. Se historicamente o cinema de ficção associava pessoas LGBTI a personagens secundárias, com papéis veiculando clichês ou situações que não retratavam a realidade vivida, as produções atuais refletem mudança notável na complexidade das intrigas e na ambição dos filmes. Afinal, o cinema é um espelho que pode mudar o mundo.
Com exibições até o dia 24, a mostra é coordenada pela Embaixada da Espanha e realizada em parceria com as embaixadas da Alemanha, Austrália, Bélgica, Dinamarca, Estados Unidos, Finlândia, França, Irlanda, Países Baixos, Reino Unido, Suécia e Uruguai. O festival conta com o apoio da ONU, Brasília Orgulho, Instituto Cervantes, SESC, Todxs e Institut Français.
Arte contra a violência
As instituições lembram que essa celebração dos direitos das pessoas LGBTI por meio do cinema ocorre em um contexto de aumento da violência e da discriminação no Brasil. De acordo com dados da Transgender Europe e da Rede Trans Brasil, o país tem o maior número absoluto de assassinatos de pessoas transexuais — entre 1º de janeiro de 2008 e 31 de dezembro de 2016, foram 938 homicídios, o que representa 51% de todas as 1.834 mortes registradas nas Américas do Sul e Central, no mesmo período.
Em solo brasileiro, a LGBTfobia mata uma pessoa a cada 19 horas, segundo a ONG Grupo Gay da Bahia (GGB). Em 2017, a instituição contabilizou 387 homicídios e 58 suicídios. Somados, os números representam um crescimento de 30% na comparação com 2016.
Com o festival, as missões diplomáticas e parceiros homenageiam os membros da comunidade LGBTI que morreram em decorrência de crimes de ódio ou de complicações relacionadas a doenças sexualmente transmissíveis. Os responsáveis pelo evento reafirmam o seu compromisso com a igualdade e a dignidade de todos os seres humanos, independentemente da sua orientação sexual, identidade de gênero ou status sexual.
Confira o folder do festival com a programação e mais informações sobre os filmes clicando aqui.
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Confira a programação abaixo:
Abertura
Segunda-feira, 18 de junho
19h30 – Cerimônia de abertura
20h – Filme: Tom of Finland
Programação
18/06 – 20h – Tom of Finland
19/06 – 19h – Gayby Baby
20/06 – 19h – O Bella Vista / 20h20 – Ursinho
21/06 – 19h – Rosa Morena
22/06 – 18h30 – A Morte e Vida de Marsha P. Washington / 20h30 – Garotas Perdidas
23/06 – 16h – Diferente dos Outros / 17h – A Rainha da Irlanda / 18h45 – O Padre
24/06 – 15h – Barcelona. Noite de Verão / 16h45 – Sou Todo Teu / 18h30 – Transit Havana
FAO vê alta do trabalho infantil na agricultura mundial, impulsionada por conflitos e desastres
12 de Junho de 2018, 17:46
O número de crianças que trabalham na agricultura em todo o mundo subiu mais de 10% desde 2012 devido, em parte, a conflitos armados e desastres naturais. Foto: FAO
Depois de anos de queda constante, o trabalho infantil na agricultura começou a aumentar novamente nos últimos anos, impulsionado em parte por um aumento dos conflitos e dos desastres provocados pelo clima.
Essa tendência preocupante não só ameaça o bem-estar de milhões de crianças, mas também prejudica os esforços para acabar com a fome e a pobreza no mundo, advertiu a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) nesta terça-feira (12), Dia Mundial contra o Trabalho Infantil.
O número de crianças que trabalham na agricultura aumentou em todo o mundo de forma considerável, de 98 milhões em 2012 para 108 milhões atualmente, após mais de uma década em contínua queda, segundo as últimas estimativas.
Os conflitos prolongados e os desastres naturais de tipo climático, seguidos pela migração forçada, obrigaram centenas de milhares de crianças a trabalhar.
Os lares nos campos de refugiados sírios no Líbano, por exemplo, são propensos a recorrer ao trabalho infantil para garantir a sobrevivência da família. As crianças refugiadas realizam diversas tarefas: trabalham no processamento de alho, em estufas para a produção de tomates ou recolhem batatas, figos e feijões.
Eles são frequentemente expostos a múltiplas ameaças, incluindo pesticidas, condições inadequadas de saneamento no campo, altas temperaturas e fadiga no trabalho que requer grande esforço físico por longos períodos.
Ao mesmo tempo, os esforços para eliminar o trabalho infantil na agricultura enfrentam desafios persistentes, devido à pobreza rural e à concentração do trabalho infantil na economia informal e no trabalho familiar não remunerado.
Fome zero só é possível eliminando o trabalho infantil
A FAO afirma que o trabalho infantil na agricultura é um problema mundial que prejudica as crianças, o setor agrícola e perpetua a pobreza rural.
Por exemplo, quando as crianças se veem obrigadas a trabalhar muitas horas, sua disposição para ir à escola e desenvolver suas habilidades são limitadas, o que interfere em sua capacidade de acessar oportunidades de empregos decentes e produtivos mais adiante na vida, incluindo os empregos em um setor agrícola modernizado.
“É provável que as crianças que trabalham muitas horas continuem engrossando as filas dos pobres e famintos. Como suas famílias dependem de seu trabalho, isso priva as crianças da oportunidade de ir à escola, o que por sua vez impede que elas obtenham empregos decentes e renda no futuro”, disse o diretor-geral adjunto da FAO, Daniel Gustafson.
“Dado que mais de 70% do trabalho infantil no nível mundial ocorre na agricultura, é vital integrar esse problema nas políticas agrícolas nacionais e abordá-lo no nível familiar. Caso contrário, se agravará ainda mais a pobreza e a fome nas zonas rurais. Necessitamos romper esse círculo vicioso se quisermos avançar para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A fome zero não é possível sem trabalho infantil zero”.
Segundo a FAO, três em cada quatro crianças que trabalham estão na agricultura. Desde 2012, mais 10 milhões de crianças passaram a trabalhar no setor agrícola.
Dos 152 milhões de crianças trabalhadoras, a maioria (108 milhões) estão empregados em agricultura, pecuária, silvicultura ou aquicultura. Além disso, cerca de 70% do trabalho infantil é trabalho familiar não remunerado, enquanto a incidência do trabalho infantil nos países afetados por conflitos armados é 77% mais alta que a média mundial.
Cerca de metade de todo o trabalho infantil no mundo está na África: 72 milhões — em em cada cinco crianças africanas — trabalham, e a maioria no setor agrícola. Em seguida vem a Ásia, onde 62 milhões de crianças trabalham.
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ONU elogia decisão da Espanha de acolher embarcação com mais de 600 migrantes
12 de Junho de 2018, 16:30
Migrantes e refugiados resgatados no Mediterrâneo, perto da costa da Sicília, na Itália. Foto: OIM/Francesco Malavolta
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) elogiou nesta terça-feira (12) a decisão da Espanha de oferecer porto seguro a mais de 600 migrantes — incluindo crianças e grávidas — que estavam aguardando resgate a bordo de uma embarcação desde domingo (10). A decisão ocorreu depois de a Itália ter recusado a entrada do barco no país.
“Estou contente com o fato de a Espanha ter se apresentado para desarmar esta crise, mas temo uma grande tragédia se os Estados começarem a recusar migrantes resgatados, como foi ameaçado”, disse o diretor-geral da OIM, William Lacy Swing. “Manter pessoas resgatadas no mar não vai, por si só, dissuadir outros migrantes de atravessarem a Europa, e eles precisarão ser resgatados cedo ou tarde”, completou.
Com a piora das condições climáticas e preocupações crescentes sobre o bem-estar dos migrantes mais vulneráveis a bordo do Aquarius, o governo espanhol ofereceu receber a embarcação, apesar da previsão de que pode levar de três a quatro dias para o barco chegar ao porto. O Aquarius transporta aproximadamente 630 migrantes, incluindo mais de 120 crianças desacompanhadas e sete mulheres grávidas.
A organização Médicos sem Fronteiras e a SOS Méditerranée resgataram migrantes de botes de plástico e alguns outros de “navios da marinha italiana, da guarda costeira italiana e navios mercantes”.
A OIM acredita que os Estados-membros da União Europeia precisam fazer mais para apoiar os países na linha de frente do recebimento de migrantes, e elogiou a iniciativa espanhola de dar segurança aos migrantes.
“Parar um barco ou mais no Mar Mediterrâneo não é a resposta para os desafios migratórios da Europa”, disse o diretor-geral da OIM. “Uma abordagem abrangente para a governança da migração é necessária, combinando oportunidades para um movimento seguro e ordenado, uma gestão humana da fronteira e combate ao tráfico de migrantes”.
“Salvar vidas deve sempre ser nossa principal preocupação. Precisamos encontrar urgentemente um meio de ajudar esses migrantes resgatados e trabalhar por um método abrangente de apoiar migrantes e Estados em toda a Europa”, disse ele.
A OIM insta a UE a reconsiderar uma revisão do Regulamento de Dublin com base na proposta do Parlamento Europeu e chegar a um acordo no Conselho para assegurar a solidariedade entre os Estados-membros, respeitando plenamente as disposições dos tratados.