ONU lança websérie sobre igualdade entre homens e mulheres na política
July 27, 2018 13:17A ONU Mulheres lançou nesta sexta-feira (27) a websérie #Brasil5050, projeto que aborda a igualdade entre homens e mulheres na política brasileira. Até o final do ano, a iniciativa divulgará cerca de 90 vídeos com ativistas, parlamentares e especialistas. A produção audiovisual discute as responsabilidades dos partidos políticos e do eleitorado, bem como a importância da paridade de gênero para a democracia, tendo em vista as eleições de 2018.
O pleito deste ano será o primeiro com novas medidas definidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para avançar a paridade na política. Em maio deste ano, o TSE aprovou por unanimidade a destinação de 30% do Fundo Eleitoral e de 30% do tempo de propaganda para as candidaturas de mulheres. A decisão responde à consulta formulada por um grupo de 14 mulheres parlamentares.
“A questão-central é: o que os partidos farão para assegurar que mais de 500 milhões de reais dos 1,7 bilhão do Fundo Eleitoral realmente viabilizem as candidaturas de mulheres? Este é o fato novo das eleições 2018, em que as mulheres terão à disposição recursos para fortalecer as suas candidaturas, o que pode ter efeitos nos próximos ciclos eleitorais e alterar o baixo índice de mulheres eleitas na política brasileira”, avalia Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres no Brasil.
Em 2016, a ONU Mulheres e entidades parceiras – entre elas, o TSE, o Instituto Patrícia Galvão e o Grupo Demodê do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília – lançaram o projeto Cidade 50-50: Todas e Todos pela Igualdade. A campanha incentiva o apoio de candidatos e candidatas a políticas para as mulheres, promovendo sua incorporação na administração municipal. Com isso, a agência das Nações Unidas espera garantir a implementação em nível local dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
“Este é o segundo ciclo eleitoral em que a ONU Mulheres Brasil segue ao lado das mulheres brasileiras e em diálogo com candidatos e candidatas para que estejam em favor dos direitos das mulheres e exerçam o mandato político para transformação da realidade de exclusão e limitação de direitos humanos das brasileiras”, ressalta Gasman.
Os episódios da websérie #Brasil5050 serão publicados nas redes sociais da ONU Mulheres Brasil — Facebook, Twitter e YouTube — e do Cidade 50-50 — conheça o projeto clicando aqui.
“É preciso vontade política. É preciso vontade do Poder Judiciário que tem papel fundamental na observância das cotas existentes na nossa legislação. E é preciso vontade dos eleitores. É preciso que os eleitores confiem e votem em mulheres para representar”, afirma a advogada Luciana Lóssio, uma das entrevistadas para a websérie.
Outra participante, Liége Santos, da União Brasileira de Mulheres, lembra a sub-representação de mulheres na política e a incompletude da democracia. “Nós temos de continuar insistindo nos partidos, nos espaços institucionais e nos movimentos sociais para que haja, de fato, uma representação e uma participação das mulheres”, enfatiza.
Veja a lista completa das participantes da websérie clicando aqui. As entrevistas foram gravadas em Brasília, ao longo de mês de junho.
Faces do Refúgio: série fotográfica da ONU aborda deslocamento forçado no mundo
July 26, 2018 18:28
SUDÃO DO SUL/2014 — Um ano após a eclosão dos conflitos no Sudão do Sul, crianças sul-sudanesas refugiadas se divertem em um brinquedo instalado por uma organização parceira do ACNUR no centro de transição Nyumanzi, norte de Uganda. Foto: ACNUR/Frederic Noy
A cada três segundos, alguém, em algum lugar no mundo, é obrigado a deixar sua casa para trás. Segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), 68,5 milhões de pessoas vivem longe de seus locais de origem devido a guerras, conflitos e perseguições. Para conscientizar a população brasileira sobre os desafios que esses indivíduos enfrentam, o organismo internacional promove a exposição itinerante Faces do Refúgio.
A mostra fotográfica traz histórias de crianças, homens e mulheres que sonham com um novo começo, longe de confrontos armados e violações rotineiras de seus direitos. Com curadoria do ACNUR em parceria com o Atelier Vanessa Poitena, a série foi exibida em São Paulo nos meses de junho e julho. Confira algumas das imagens que fazem parte do catálogo:










Refugiados e migrantes vão a concerto da Orquestra Sinfônica de SP
July 26, 2018 18:02
Sala São Paulo. Foto: Governo do Estado de São Paulo
Nesta quinta-feira (26), brasileiros e pessoas de lugares tão diferentes quanto a Síria, a Costa do Marfim e a Venezuela serão unidas pela linguagem universal da música. Refugiados e migrantes foram convidados a assistir gratuitamente à apresentação da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP). Evento acontece na Sala São Paulo, na capital paulista, e integra a programação oficial do 49º Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, o mais prestigiado festival de música erudita do Brasil.
O concerto também celebrará um encontro de nacionalidades entre seus convidados especiais: o maestro inglês Alexander Shelley, o violinista italiano Emmanuele Baldini e seu homólogo brasileiro, Davi Graton. No programa, estão obras do compositor russo naturalizado alemão Alfred Schnittke (1934-1998), além de composições dos consagrados Johannes Brahms (1833-1897) e Richard Strauss (1864-1949).
A ação é fruto de uma parceria entre a Fundação OSESP e o Projeto Meu Amigo Refugiado, da ONG Migraflix, que conta com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). A instituição não governamental reúne refugiados e famílias locais em datas e ocasiões especiais para que possam compartilhar suas culturas e histórias de vida.
Criada em 2016, a Migraflix atende refugiados e imigrantes da América Latina, África e Oriente Médio. Desde a primeira edição do seu projeto para reunir estrangeiros e nativos, no Natal de 2017, 6 mil famílias brasileiras aderiram à campanha. Em 2018, foram realizados encontros em abril, na Páscoa, em junho, no Ramadã, e também nos jogos do Brasil na Copa do Mundo da Rússia.
Serviço
Concerto: “OSESP no Festival de Campos do Jordão”
Programa (sujeito a alterações): “Moz-Art à la Haydn” (Alfred Schnittke); “Variações Sobre um Tema de Haydn, Op.56ª” (Johannes Brahms); Uma Vida de Herói, Op. 40 (Richard Strauss)
Data: 26/07 às 20h30
Local: Sala São Paulo
Praça Júlio Prestes, 16 – Campos Elíseos, São Paulo.
Fundo de População da ONU firma parceria com associação de estudantes de medicina do Brasil
July 26, 2018 17:40
Maitê Gadelha, presidente da IFMSA Brazil e Jaime Nadal, representante do UNFPA no Brasil. Foto: UNFPA
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e a Federação Internacional das Associações dos Estudantes de Medicina do Brasil (IFMSA Brazil) firmaram na quarta-feira (25) uma parceria para sensibilizar universitários e promover os direitos humanos. A cooperação entre as instituições promoverá eventos, ações de conscientização e distribuição de materiais informativos, além de estágios no escritório da agência da ONU, em Brasília.
“Consideramos que a promoção da saúde pública precisa do comprometimento e do engajamento ativo dos estudantes. Por isso, é importante que os futuros profissionais da saúde conheçam e promovam os marcos e princípios internacionais de direitos humanos e de desenvolvimento, tendo em vista as metas e agendas acordadas pelas Nações Unidas. Essas metas destacam a necessidade de não deixar ninguém para trás e de alcançar primeiro os mais vulneráveis”, afirma o representante do UNFPA no Brasil, Jaime Nadal.
O termo de cooperação também prevê apoio do UNFPA a estágios de curta duração, de duas a quatro semanas, para estudantes de medicina, que terão a oportunidade de acompanhar as atividades do escritório da agência, em Brasília. Maitê Gadelha, presidente da IFMSA Brazil, diz que o estágio permitirá aos universitários ampliar os horizontes de atuação profissional, além de entrar em contato com o contexto nacional e mundial.
Presente em mais de 130 países, a IFSMA trabalha com a promoção de intercâmbios e com a realização de ações sociais e ativismo nas áreas de saúde pública, saúde sexual e reprodutiva, incluindo AIDS e HIV, direitos humanos e educação médica. Com a parceria, a federação e o UNFPA pretendem realizar iniciativas de educação de estudantes sobre temas de interesse comum, como planejamento familiar e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis.
Secretário-geral da ONU condena ataques terroristas no sudoeste da Síria
July 26, 2018 16:44
Confrontos na Síria deixaram a maior parte do país em ruínas. Foto: ACNUR/Susan Schulman
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou veementemente nesta quinta-feira (26) os atentados suicidas ocorridos na cidade de Sueida, localizada no sudoeste do país e controlada pelo governo sírio, e que deixaram centenas de mortos e feridos.
De acordo com a imprensa internacional, os ataques foram reivindicados pelo grupo terrorista Estado Islâmico, ou Da’esh, que defende território na região após uma ampla ofensiva do governo.
“Ele está chocado com o total desrespeito pela vida humana exibido pelo Estado Islâmico”, disse o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, ressaltando que “os responsáveis pelos ataques devem ser responsabilizados”.
O secretário-geral da ONU enviou suas condolências às famílias das vítimas e desejou rápida recuperação aos feridos.
O coordenador humanitário da ONU para a região, Ali al-Za’tari, pediu melhor “proteção de civis e da infraestrutura civil e que eles sejam poupados da violência e do conflito onde quer que estiverem” no país devastado pela guerra.
Staffan de Mistura, enviado especial da ONU para a Síria que está tentando levar as partes em conflito para a mesa de negociação, atualizou o Conselho de Segurança na quarta-feira (25) em Genebra sobre a situação política e humanitária no país.
Agência da ONU alerta para necessidade de assistência a desabrigados
Depois de um ataque do governo às áreas controladas pela oposição na Síria, estima-se que 140 mil pessoas no sudoeste do país permaneçam desabrigadas e precisem de ajuda, disse a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) na sexta-feira (20), pedindo acesso contínuo às comunidades deslocadas.
“Um novo aumento de assistência é necessário e o ACNUR continua defendendo o acesso sustentado de agentes humanitários”, disse o porta-voz do ACNUR, Andrej Mahecic, a jornalistas em Genebra, explicando que a ONU e outros parceiros conseguiram alcançar dezenas de milhares de civis.
Durante os primeiros seis meses deste ano, em meio a contínuos combates e novos deslocamentos, estima-se que cerca de 13 mil refugiados de países vizinhos e outros 750 mil deslocados internos tenham retornado a Alepo, Homs, Hama, Damasco, no oeste e nordeste da Síria.
Mahecic lembrou que as Nações Unidas continuaram a melhorar sua resposta humanitária aos deslocados internos, retornados e outras comunidades afetadas pela crise.
“Em antecipação e reconhecimento dessa dinâmica, o ACNUR ampliou sua capacidade dentro da Síria já em 2017 para apoiar refugiados e deslocados internos que voltam espontaneamente”, afirmou.
Em reconhecimento ao anúncio de uma iniciativa conjunta sírio-russa para estabelecer um centro de refugiados na Síria para ajudar aqueles que desejam voltar para casa, o ACNUR disse que, embora ainda não tenha visto nenhum detalhe do plano, está pronto para discussões com os dois governos. A agência também disse estar preparada para trabalhar com as autoridades no sentido de encontrar soluções que atendam os padrões internacionais de refugiados e direitos humanos.
“Os refugiados sempre têm o direito de voltar”, ressaltou Mahecic, acrescentando que eles não devem ser pressionados, apressados ou prematuramente forçados a deixar os países onde encontraram abrigo.
“O ACNUR ressalta que qualquer plano que vise permitir que os refugiados exerçam esse direito deve estar alinhado com os padrões internacionais — o que significa que os retornos devem ser voluntários, precisam ocorrer em condições seguras e dignas e precisam ser sustentáveis”, declarou.
Em seu oitavo ano, o conflito sírio continua cobrando um pedágio terrível para os civis do país. Mais da metade da população foi forçada a sair de suas casas e muitos foram deslocados várias vezes.

Famílias deslocadas da cidade de Quneitra, sudoeste da Síria, buscam abrigo em áreas e campos abertos. A estimativa é de que 140 mil pessoas estejam deslocadas na região. Foto: UNICEF/Alaa Al-Faqir