América Latina precisa investir mais em prevenção de desastres, afirma especialista do Banco Mundial
Novembre 4, 2012 22:00 - no comments yetO custo estimado dos impactos de desastres naturais na América Latina e Caribe é superior a dois bilhões de dólares por ano, afirmou em artigo o especialista em gestão de desastres naturais do Banco Mundial, Joaquin Toro. Para ele, a América Latina está localizada em uma das áreas mais propensas a desastres naturais, e não tomou medidas suficientes de prevenção. Nove dos 20 países mais expostos ao impacto econômico de um desastre estão localizados na região.
Entretanto, isso não significa que nenhum progresso tenha sido feito, escreveu Toro. A redução do risco de desastres está cada vez mais presente na agenda dos governos na América Latina.
Toro chamou atenção para um dos eventos mais importantes do mundo sobre a avaliação de risco: Compreensão de Risco Brasil (URBR), uma espécie de maratona de ideias para compartilhar experiências e inovações na área de avaliação de risco. Ocorrendo de 12 a 14 de novembro em Belo Horizonte, será a primeira versão do evento a ser realizada no Brasil.
Toro também dá exemplos de ações que deram certo em outras partes do mundo e chama os governos a atuar mais efetivamente para obtenção de resultados positivos.
Entre as iniciativas citadas, estão: o CAPRA (avaliação probabilística do risco), que há dois anos era apenas um protótipo e já é usado em vários países da América Latina e no sul da Ásia; Iniciativa Arquivos Abertos, que começou timidamente após o terremoto no Haiti e agora permite ver vários projetos na África, com a ferramenta Open Street Map; o Modelo Global de Terremoto (GEM por sua sigla em Inglês); e, finalmente, avanços na aplicação de estratégias financeiras, baseados no conhecimento do risco de vários países.
Delegação de El Salvador visita o Brasil para conhecer programas de moradia
Novembre 4, 2012 22:00 - no comments yetUma delegação de El Salvador, composta por representantes do governo nacional, do setor privado, da academia, de movimentos setoriais, da ONU e do terceiro setor, está no Brasil para conhecer o trabalho na melhoria da habitação e espaços públicos urbanos.
A missão, que passou por São Paulo e Rio de Janeiro, é parte do Programa Conjunto das Nações Unidas – Espanha “Habitação e Assentamentos Urbanos e Produção Sustentável” para alcançar o Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que é executado nos municípios de Apopa e Santa Tecla, sob a coordenação de três agências da ONU: Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) e do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano de El Salvador.
El Salvador tem um déficit habitacional de 800 mil e um estoque de 1,6 milhão de moradias. Destes, um terço são habitações precárias, feitas de materiais não resistentes e com problemas de legalização.
“A ideia é saber que o Brasil faz na melhoria de moradias e espaços públicos e depois aplicar em nosso país. Estamos trabalhando na modernização do sistema de alojamento em El Salvador. Modernização requer, entre outras coisas, a reestruturação do quadro jurídico, mecanismos de financiamento e formas de gestão” , afirmou o Diretor de Habitação do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano de El Salvador, Oscar Hernandez.
Hernandez ressaltou que o envolvimento da iniciativa privada e da sociedade civil no sistema de alojamento é uma novidade no país. As parceria público-privadas incluem concessão de créditos para reformas, venda de materiais de construção a preços mais baixos e auxílio profissional para o planejamento da reforma e construção. ”Nós queremos que o que é hoje uma política do governo torne-se política de Estado”, disse.
Expulsão de funcionária da ONU por Governo do Sudão do Sul é uma “violação das obrigações legais” do país
Novembre 4, 2012 22:00 - no comments yetA Chefe da Missão da ONU no Sudão do Sul (UNMISS), Hilde F. Johnson, criticou ontem (4) a decisão do país de expulsar uma funcionária da área de direitos humanos das Nações Unidas.
“A ordem é em violação das obrigações legais do Governo da República do Sudão do Sul em virtude da Carta das Nações Unidas”, destacou a Representante Especial do Secretário-Geral para o Sudão do Sul, Hilde F. Johnson, que se reuniu com o Presidente do país, Salva Kiir, para discutir o assunto.
No dia 25 de outubro, o Governo do país enviou um comunicado oficial a UNMISS exigindo que uma de suas funcionárias deixasse o país em 48 horas; ela foi imediatamente realocada para o Centro de Serviço Regional das Nações Unidas em Entebe, Uganda, enquanto aguarda uma decisão sobre seu futuro.
“Monitoramento e investigação sobre direitos humanos são elementos essenciais do mandato da UNMISS que devem ser protegido. Portanto, é importante que se permita que os agentes de direitos humanos da Missão exerçam o seu mandato “, salientou Johnson, lembrando que o respeito aos direitos humanos é uma tônica da constituição de transição do Sudão do Sul.
O Sudão do Sul se tornou independente do Sudão em julho do ano passado, seis anos após a assinatura do acordo de paz que acabou com décadas de guerra entre o norte e o sul. Durante o mesmo mês, o Conselho de Segurança criou a UNMISS com o objetivo de consolidar a paz e a segurança e para a criação de condições para o desenvolvimento.
Número de deslocados pelo conflito no Mali é quase 60% maior do que se pensava
Novembre 4, 2012 22:00 - no comments yetNovos dados sobre o número de malianos que deixaram ou foram expulsos de suas casas em meio a conflitos e outras ameaças mostram que o total é de quase 60% maior do que se pensava, afirmou o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) na última sexta-feira (2).
De acordo com os novos dados, da Comissão sobre o Movimento da População no Mali, 203.845 pessoas foram deslocadas internamente no país da África Ocidental — a contagem anterior era de 118.795.
Os novos números refletem, em parte, o melhor acesso a áreas no norte do país, mas também foram possíveis graças ao trabalho feito Organização Internacional para as Migrações, uma organização intergovernamental com sede em Genebra que fez uma contagem precisa dos deslocados vivendo na capital, Bamako. O número estimado de pessoas deslocadas na cidade saltou de 12 mil em julho para 46 mil em setembro.
O porta-voz do ACNUR, Adrian Edward, ressaltou no entanto que um “novo deslocamento real” também existe e aproveitou a oportunidade para destacar a falta de financiamento para ajudar as vítimas do conflito no Mali, assim como refugiados em países vizinhos.
“Até o momento, recebemos 41,7 % dos 153,7 milhões de dólares necessários para ajudar os refugiados e deslocados do Mali”, disse o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards.
Atualmente liderado pelo presidente interino Dioncounda Traoré, o Mali tem sofrido com uma gama de problemas políticos, de segurança e humanitários desde o início do ano. Os combates entre as forças governamentais e os rebeldes tuaregues eclodiu no norte do país, em janeiro. Desde então, os radicais islâmicos tomaram o controle do norte, onde impuseram uma versão extremista da lei muçulmana Sharia, que tem as mulheres como alvo em particular.
CEPAL e OIT preveem queda do desemprego para 6,4% na América Latina e no Caribe
Novembre 4, 2012 22:00 - no comments yetDurante o primeiro semestre de 2012, o mercado de trabalho da América Latina e do Caribe resistiu, de certa forma, ao enfraquecimento da economia regional, o que permite esperar uma evolução positiva dos indicadores de emprego e desemprego para este ano, afirmaram hoje (5) a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Os dois organismos das Nações Unidas apresentaram uma nova edição de sua publicação conjunta, Conjuntura do mercado de trabalho da América Latina e do Caribe, na qual indicam que a taxa do desemprego urbano regional manterá sua tendência de queda e terminará 2012 com uma variação de 6,4%, menor que os 6,7% apresentados no ano passado.
A tendência positiva se manterá, apesar da desaceleração na taxa de crescimento, que passou de 4,3% em 2011 para aproximadamente 3,2% este ano. A publicação destaca que o mercado de trabalho tem sido chave para evitar uma desaceleração ainda maior da economia, pois houve um acentuado aumento do poder de compra de moradia, através da geração de emprego e aumento do salário real.
Ainda que as perspectivas regionais sejam positivas, a CEPAL e a OIT advertem que os países da região terão um desempenho heterogêneo. Em um grupo de nações registra-se uma desaceleração, tanto na geração do emprego em geral como no emprego formal, enquanto em outro apresenta um maior dinamismo graças a um crescimento econômico baseado em um aumento relativamente elevado do investimento (Chile, Equador e Panamá) ou das exportações (Costa Rica, México e Nicarágua).
Impacto da crise sobre os jovens
Segundo o estudo, os jovens sofreram o impacto da crise financeira internacional de forma similar a dos adultos, mas com o agravante de haver partido de uma situação inicial desfavorável, de maior desemprego e maior precariedade de trabalho: antes da crise de 2008-2009 a taxa de desemprego dos jovens de 15 a 24 anos era entre 2,3 e 5,5 vezes maior que a taxa dos adultos de 25 anos e mais.
Entretanto, a brecha entre o desemprego juvenil e o adulto, durante a crise, aumentou somente em cinco países, e diminuiu em oito, incluindo as nações maiores como o Brasil (de 3,4 vezes em 2007 para 3,2 vezes em 2009) e o México (de 2,7 vezes para 2,5 vezes). No conjunto de 13 países da região, a brecha passou de 2,9 vezes em 2007 para 2,8 vezes em 2009.
A publicação destaca que se mantêm problemas estruturais que afetam negativamente a inserção dos jovens no mercado de trabalho e, com isso, suas perspectivas de vida de mais longo prazo e o potencial de desenvolvimento das sociedades.
Clique aqui para ter acesso ao estudo conjunto.