Pequenos produtores ancoram desenvolvimento sustentável na Rio+20
16 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaNa véspera de sua partida para o Rio de Janeiro, Kanayo F. Nwanze, Presidente do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), diz que a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) é a “oportunidade de uma geração” para transformar o sistema global de agricultura e alimentos com a velocidade necessária, colocando os 500 milhões de pequenas propriedades do mundo em desenvolvimento no centro de planos orientados para a ação.
“Não há uma fórmula mágica que elimine a pobreza e garanta segurança alimentar sustentável da noite para o dia”, diz Nwanze. “Mas o FIDA vê a esperança de um futuro sustentável encarnada na perseverança e resistência dos habitantes rurais para superar desafios e prosperar. Mais especificamente, está encarnada nas mulheres rurais, pois são as cuidadoras e educadoras desta geração e da próxima.”
“A conferência Rio+20 é a oportunidade de acelerar o desenvolvimento agrícola sustentável”, continua Nwanze. “Mas, para sermos realmente sustentáveis, temos que tirar o peso dos ombros das mulheres e homens rurais e substituí-lo por acesso igual a recursos agrícolas e ferramentas climaticamente inteligentes para fortalecer sua resiliência.”
Vinte anos após a Cúpula da Terra, realizada no Rio em 1992, os líderes mundiais se reunirão para discutir as ações que possam criar um futuro sustentável para o planeta em face de novos e intimidantes desafios. Nos últimos 20 anos, não só o aquecimento global aumentou, mas também aumentou o número de pessoas que passam fome. As mudanças climáticas, o crescimento populacional e a limitação dos recursos naturais – bem como a competição por esses recursos limitados – representam enormes desafios para a segurança alimentar.
Antes da Rio+20, Nwanze será o orador principal em vários eventos internacionais, como o Dia da Agricultura e Desenvolvimento Rural e o Fórum da Sustentabilidade Empresarial, onde apresentará sua mensagem distinta sobre a importância de trabalhar com os pequenos agricultores e reconhecê-los como empresários.
“O FIDA acredita que os pequenos agricultores constituem a âncora do desenvolvimento sustentável, pois são os principais investidores do setor privado interno nas áreas rurais”, afirma Nwanze. “Os investimentos do setor privado, tanto interno como externo, podem ser o ingrediente essencial para obter um desenvolvimento agrícola sustentável e a segurança alimentar. Mas têm que ser claramente direcionados para habilitar os agricultores a aumentar sua produtividade e sua renda.”
Como maior empregador do mundo, a agricultura continua sendo um setor crucial para as economias dos países em desenvolvimento. Na maioria dos países, a agricultura representa mais de 60% do emprego. A experiência do FIDA indica que, com o apoio certo, os pequenos agricultores podem duplicar ou triplicar sua produção, mesmo em face das mudanças climáticas e degradação ambiental.
“Quando melhoramos a capacidade dos pequenos agricultores de se alimentar, também melhoramos sua capacidade de alimentar os outros”, declara Nwanze. “Eles não podem fazer isso sozinhos. Não é coincidência que nos países em que a agricultura decolou houve grandes investimentos em pesquisa e infraestrutura.”
No Fórum de Sustentabilidade Empresarial, o FIDA realizará uma sessão chamada O ponto ideal: o cacau promete sustentabilidade, equidade e rentabilidade para pequenos produtores e empresas. Durante essa sessão, Nwanze indicará como os governos dos países em desenvolvimento deveriam avaliar melhor o impacto das políticas sobre os pequenos agricultores e suas organizações, e criar um ambiente adequado que leve o setor privado a investir mais na agricultura.
Antes e durante a Rio+20, as agências da ONU para alimentação e agricultura baseadas em Roma – a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o FIDA e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) – e Bioversity International realizarão vários eventos para promover o diálogo e identificar as ações necessárias para preparar o caminho para um futuro com segurança alimentar. Em nome das agências, Nwanze pronunciará o discurso de abertura de um evento em 19 de junho, focalizando as ações para enfrentar os desafios da segurança alimentar no âmbito comunitário, nacional e global.
Na Rio+20, sindicatos reivindicam padrão trabalhista internacional
16 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaRepresentantes de sindicatos internacionais que participam dos eventos paralelos à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) reivindicam um padrão internacional para condições de trabalho que respeitem o meio ambiente, o direito à proteção social e um imposto global sobre transações financeiras para financiar o desenvolvimento autossustentável do Planeta.
As reinvindicações foram feitas durante o primeiro dia do Fórum de Diálogo entre a sociedade civil e representantes das Nações Unidas, que começou neste sábado (16/06) no Rio de Janeiro.
Para Porta-Voz da Confederação Sindical Internacional (ITUC-CSI), Kristin Blom, os governos do mundo não parecem ter compromisso com ações para tornar realidade as exigências trabalhistas da maioria.
A organização de Blom lidera o Major Group de trabalhadores e sindicatos, um dos nove grupos convocados para representar a população mundial nas deliberações de Estados-Membros da ONU para a elaboração de uma estratégia global para o desenvolvimento autossustentável que se chamará ‘O Futuro que Queremos’.
“Há problemas graves no mundo do trabalho hoje ligados a exploração do trabalhador. Queremos um mundo onde possa haver prosperidade sem que haja maus tratos do trabalhador, onde as pessoas possam sentir-se seguras no seu trabalho não só do ponto de vista do trabalho em si, mas também das condições nas quais trabalham”, explicou Blom.
Um dos maiores desafios, segundo ela, é adotar padrões universais que deem a todos em todos os países direitos relativamente iguais, evitando assim a exploração de um grupo de trabalhadores por outro.
A premissa de Blom recebeu apoio no primeiro dia dos ‘Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável’, um fórum informal, que não inclui a presença de governos, mas que na próxima semana apresentará conclusões aos Chefes de Estado.
Diálogos Sustentáveis apontam caminhos para Rio+20 ampliar poder dos trabalhadores
16 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaNa primeira etapa do Diálogos Sustentável, iniciado no sábado (16/06) pelo Governo brasileiro com a participação da sociedade civil, foi consenso a necessidade de mudança de paradigmas no que diz respeito ao tema Desemprego, trabalho decente e migrações. que começou sábado na Rio+20. Baseada em pesquisas, a conferencista Sharan Burrow, da Confederação Sindical Internacional, afirmou que os trabalhadores de todo o mundo estão se sentindo fragilizados e sem esperanças em um futuro melhor. Para alterar essa situação, segundo os palestrantes, é necessária uma mudança de paradigma no mundo do trabalho.
Durante a atividade foram escolhidas três propostas sobre o tema a serem enviadas para os Chefes de Estado. A primeira diz respeito à centralidade da educação no mundo do trabalho e do desenvolvimento sustentável. Outro ponto trata da promoção do trabalho decente com a participação de todos. Já o terceiro pede compromisso dos países no apoio aos direito do trabalhador migrante. “Não podemos ter migrantes, especialmente aqueles que migram por causa de catástrofes ambientais, trabalhando sem nenhuma proteção”, diz Burrow.
As propostas ainda podem sofrer alterações e caberá aos presidentes reunidos a partir do dia 20 de junho, quando começa a Rio+20, incluí-las ou não no documento final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.
Sem autoridades locais não haverá desenvolvimento, diz sociedade civil na Rio+20
16 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPara acomodar a crescente urbanização do Planeta, será necessário construir nos próximos 20 anos o equivalente a capacidade urbana adquirida pela humanidade nos últimos quatro mil anos. “Caberá essencialmente às autoridades locais administrar esse desafio”, contou Susanne Salz, Porta-Voz do Instituto Internacional de Governos Locais e Sustentabilidade (ICLEI – sigla em inglês).
Em parte, o desafio está sendo domado também por agentes da sociedade civil, que juntos formam um dos nove grupos de trabalho da sociedade civil atuando na Rio+20, denominado Autoridades Locais. Para Susanne Salz, após dois anos e meio de negociações, há consenso de que sem a forte atuação de governos locais não haverá progresso na implementação de uma política global de desenvolvimento sustentável.
“Entretanto, nós gostaríamos realmente que houvesse maior compreensão de que é preciso avançar noções relacionadas à eficiência de recursos para a adoção de um conceito de cidades produtivas”, disse Salz. “A cidade deve cada vez mais produzir a sua própria comida, reciclar sua água, reduzir o desperdício, gerar sua própria energia e assim tornar-se autossuficiente ao mesmo tempo em que autossustentável”, explica.
Trabalhando no escritório do Secretário Geral do ICLEI, Susanne, uma alemã de 27 anos, acredita que a inclusão dos jovens deveria ser da mais alta prioridade no planejamento do desenvolvimento mundial sendo discutido durante os próximos dias no Rio de Janeiro. “Meu chefe me disse que essa conferência não deveria ouvir ninguém com idade acima dos 30 anos”, porque o futuro será nosso, disse sorrindo.
‘É imperativo fazer com que os três pilares do desenvolvimento caminhem juntos’, afirma ONU
16 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaRepresentantes de diversas agências das Nações Unidas firmaram hoje (16/6) um compromisso de fazer com que os aspectos sociais, econômicos e ambientais não sejam tratados isoladamente nos programas de cooperação internacional para o desenvolvimento.
“É possível fazer políticas públicas dirigidas aos três pilares do desenvolvimento sustentável (…), desmetindo alguns dos intelectuais (…) que defendem que é preciso fazer primeiro o econômico, depois o social e o ambiental”, afirmou o Coordenador Residente da ONU no Brasil, Jorge Chediek. “É imperativo fazer com que os três pilares caminhem juntos”, acrescentou.
Chediek participou da abertura do Seminário “As Nações Unidas e a Cooperação Internacional para o Desenvolvimento”, organizado pela ONU em conjunto com o Estado do Rio de Janeiro no Parque dos Atletas.
Contribuição das agências para a Rio+20
No seminário, temas como educação, meio ambiente, habitação, acesso a água, empoderamento das mulheres, desigualdade e outros campos prioritários no trabalho das agências da ONU no Brasil foram abordados na programação, como forma de reforçar o processo prévio da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).
Participaram do Seminário representantes das seguintes Agências da ONU que atuam no Brasil: Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT), Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), União Internacional de Telecomunicações (ITU), Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (UNESCO).