O emprego e o desemprego em 2015
February 23, 2016 16:53 - Pas de commentairePor Clemente Ganz Lúcio 1
Na última década (2004/2014), a dinâmica da geração de emprego, de queda do desemprego, crescimento dos salários, aumento do assalariamento e da formalização, entre outros fenômenos, mudou a realidade do mundo do trabalho no Brasil. Mais empregos e melhores salários, aumento dos benefícios previdenciários, das transferências de renda assistencial e da oferta de crédito ampliaram a capacidade de consumo e de investimento das famílias. As empresas produziram mais, cresceram, tiveram lucro, geraram mais empregos e um círculo virtuoso foi criado.
Entretanto, a situação mudou drasticamente. Graves restrições ao crescimento econômico trouxeram a recessão e o desemprego para o cotidiano dos trabalhadores.
Os números que mostram o comportamento do mercado de trabalho metropolitano em 2015 foram divulgados pelo DIEESE e pela Fundação Seade, na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), e pelo IBGE, na Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Os dois levantamentos mostram a mudança situacional no comportamento do emprego e dos salários. O que se destaca são a intensidade e a velocidade da desestruturação.
As taxas de desemprego crescem nas regiões metropolitanas. O desemprego aberto medido pela PME, do IBGE, cresceu 2,0 p. p., passando de 4,8% (2014) para 6,8% (2015), o que representou aumento de 43% do contingente de desempregados. Segundo o DIEESE e a Fundação Seade, de 2014 para 2015, o desemprego cresceu em São Paulo de 10,8% para 13,2%; em Salvador, de 17,4% para 18,7%; em Fortaleza de 7,6% para 8,6% e; em Porto Alegre, de 5,9% para 8,7%.
A indústria de transformação e a construção civil continuaram puxando intensivamente o movimento de fechamento de postos de trabalho em 2015. Diferentemente de 2014, os setores de serviços e comércio não compensaram a queda da indústria e construção, parando as contratações ou demitindo. Houve, portanto, recuo do número de trabalhadores ocupados.
As consequências aparecem na redução do número de pessoas com carteira de trabalho assinada, algo que não se observava há uma década. Esse movimento indica que o aumento do assalariamento sem carteira e o trabalho autônomo ou por conta própria tendem a crescer.
O rendimento real dos ocupados voltou a cair (-3,7%), depois de uma década de aumentos contínuos, segundo o IBGE. Menos empregos e menores salários repercutem na redução da massa salarial, na qual se observou retração de (-5,3%).
O desemprego na indústria e construção atinge predominantemente chefes de família. Agora, o desemprego no comércio e nos serviços alcança os mais jovens e as mulheres.
A desestruturação do orçamento muda a estratégia das famílias, exigindo que aqueles que não estavam no mercado de trabalho (jovens, mulheres, aposentados) comecem a procurar uma ocupação. Esse movimento aumenta conforme as verbas resultantes da rescisão dos contratos de trabalho e do seguro-desemprego acabam.
As famílias reduzem o consumo, suspendem investimentos na casa, deixam de pagar dívidas, perdem bens e patrimônio, abrem mão da formação escolar e profissional.
A economia continua girando com o pé no freio, sem crescer. É fundamental construir uma transição que promova a retomada do crescimento econômico, trazendo como componente estruturante a sustentação no médio e longo prazos.
As transformações distributivas que promoverão o bem-estar social e a qualidade de vida requerem uma dinâmica em que a atividade produtiva amplie a riqueza do país, gerando empregos de qualidade e dobrando a renda média da população. Um enorme desafio que exigirá grande lutas.
1 Sociólogo, diretor técnico do DIEESE, membro do CDES - Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
Deputada comunista não concorrerá à prefeitura de Porto Alegre
February 22, 2016 9:41 - Pas de commentaireContrariando as pesquisas eleitorais e o desejo de muitos correligionários, a deputada estadual Manuela Dávila, PCdoB-RS, decidiu não se candidatar à prefeitura de Porto Alegre.
Leia abaixo a nota oficial de Manuela.
PORQUE NÃO CONCORREREI À PREFEITURA:
Em 2013, decidi não concorrer à reeleição de deputada federal, após oito intensos anos em Brasilia, optando por concorrer à Assembleia Legislativa. Eu desejava voltar a viver no Rio Grande, convivendo mais de perto com a população e com os movimentos sociais. O tempo mostrou que tomei a decisão certa: Ser deputada estadual tem sido fascinante!
Há algo diferente e novo acontecendo, as formas de participação social foram transformadas e, ainda mais do que antes, a população exige novas formas de representação. Naquela ocasião, muitos diziam que eu voltava a Porto Alegre por um mero cálculo político: concorrer à prefeitura municipal. Nunca escondi de ninguém a vontade de administrar a cidade em que nasci e que vivo. Foi por isso que concorri à prefeita por duas vezes, a primeira delas aos 26 anos, apresentando um programa de governo muito atual. Nessas eleições que disputei, já dizíamos que na inteligência e na capacidade de nossas pessoas, temos o potencial necessário para superar os desafios e problemas que vivemos no cotidiano. Por isso, penso que para administrar Porto Alegre é preciso saber dialogar e incorporar essas capacidades na gestão da cidade, transpondo os limites da politica tradicional. Afinal, muito do que há de novo no mundo, dessas novas formas de ativismo político, já foi ou é experimentado no cotidiano porto-alegrense. Porém, conversando com amigos e com militantes de meu partido, o PCdoB, diante das movimentações de setores da sociedade em torno de uma eventual candidatura minha nas eleições de 2016, decidi tornar pública minha decisão de NÃO concorrer à prefeitura municipal. Sou militante desde os 17 anos. Nesse período, disputei seis eleições. Aos 23 assumi meu primeiro mandato. São mais de onze anos de dedicação às causas que julgo corretas para contribuir com o desenvolvimento do Brasil e a construção de um futuro melhor. Dentre essas causas estão, justamente, aquelas que dizem respeito ao desenvolvimento de nossas crianças na primeira infância. Minha filha Laura tem apenas cinco meses. Sei o quanto ela precisa de mim em seus primeiros mil dias, fundamentais para o desenvolvimento. Não adiantaria lutar pelo desenvolvimento de nossos bebês e não fazer valer a minha luta para minha própria filha! Mais do que com teorias, é com a nossa prática que mudamos a realidade. Além disso, sei o quanto uma campanha é tensa, desgastante, e sei que, infelizmente, no momento da campanha eleitoral quem está na frente se torna o alvo de ataques que, não raramente, transcendem o limite da ética. Sei isso pela experiência própria de duas campanhas majoritárias. Aliás, experimento isso todos os dias nas redes sociais, tão somente diante da especulação sobre minha eventual candidatura. Não vou a expor a esse ambiente, que tanto tentamos mudar, num momento tão crucial de sua vida. Como feminista acredito no direito de cada mulher decidir sobre seu corpo e sua vida. Essa é a minha escolha. Agradeço aos militantes de meu partido e simpatizantes de nosso projeto para a cidade pela sensibilidade, compreensão e respeito sobre minha escolha. Agradeço, emocionada e honrada, o carinho e identidade política dos porto-alegrenses ao me indicarem líder de todas as pesquisas de opinião. Agradeço aos partidos que sinalizaram a possibilidade de representá-los. Isso demonstra que estamos sintonizados no desejo de mudança para nossa querida capital e que meu trabalho, ao longo desses anos de mandatos, tem sido bem avaliado. Sigo acreditando na formação de uma frente política e social ampla, que unifique partidos, movimentos e pessoas que queriam transformar nossa cidade em mais desenvolvida, humana e justa. Porto Alegre tem muitos líderes políticos capazes, que podem ser prefeitos de nossa cidade. Com certeza, estarei, como militante, engajada em uma candidatura que represente esse projeto. Seguirei contribuindo, como deputada estadual, para que o Rio Grande busque caminhos pra enfrentar sua crise econômica e social. E o meu momento, o povo decidirá, no futuro, quando deve chegar. Um beijo e boa luta!
Fonte: Manuela.org.br
Humor em tempos de cólera fascista
February 19, 2016 16:07 - Pas de commentaireAnote na agenda: dia 11 de março, às 19h, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e a revista Fórum reunem um timaço em São Paulo para debater Humor em tempos de cólera. O humorista e escritor Gregório Duvivier, o jornalista Xico Sá e o ator Bemvindo Sequeira discutem a resistência à crescente onda conservadora e ao fascismo presente não só no humor, mas no debate político e na sociedade brasileira em geral.
A atividade ocorre no Sindicato dos Engenheiros, situado à Rua Genebra, 25, próximo ao Metrô Anhangabaú. A entrada é franca, bastando o preenchimento do formulário na página do Barão de Itararé.
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Gregório Duvivier
Um dos criadores do consagrado portal de humor Porta dos Fundos, Gregório Duvivier notabilizou-se pelas críticas políticas e sociais tanto nos trabalhos com o grupo quanto em sua coluna na Folha de S. Paulo. Carioca, Duvivier também é escritor - autor de livros de poesia bem recebidos pela crítica - e roteirista.
Xico Sá
Xico Sá é cearense de Crato. Autor de diversos livros, o jornalista também foi colunista da Folha de S. Paulo e trabalhou nos programas Cartão Verde (da TV Cultura) e Saia Justa (do GNT). Atualmente participa do Papo de Segunda (GNT) e Amor & Sexo (Globo). Em 2014, deixou a Folha após ter vetado pelo jornal artigo em que declarava voto em Dilma Rousseff.
Bemvindo Sequeira
Nascido em Carangola (MG) e cidadão soteropolitano, Bemvindo Sequeira é ator, humorista, autor e diretor de teatro, cinema e televisão. Dirigente de entidades profissionais da classe, participou da lendária Escolinha do Professor Raimundo e trabalha, atualmente, na Record, como ator, e no portal R7, como blogueiro.
As três políticas tucanas para São Paulo
February 19, 2016 9:39 - Pas de commentaire Os 3 pré-candidatos do PSDB à prefeito de São Paulo, João Dória, Ricardo Trípoli e Andrea Matarazzo, que disputam a prévia partidária marcada para o dia 28 de fevereiro, possuem em comum 3 políticas tucanas para SP:
- rever a licitação de ônibus na capital que está sendo conduzida pela atual gestão;
- aumentar a velocidade máxima nas marginais, diminuidas na atual gestão;
- suspender a política municipal de bonificação aos usuários de crack que prestam serviços de limpeza, implantada pela atual gestão.
Em outras palavras. Eles não tem propostas para São Paulo.
Só querem destruir o que foi feito pela gestão de Haddad no PT.
Nem a cidade, nem seus habitantes são importantes.
Só importa destruir o que o PT fez.
É ridículo, completamente ridículo.
Só mostra o atraso e o ódio da casagrande paulistana.