Tente se informar para emitir sua opinião!
30 de Janeiro de 2014, 8:52 - sem comentários ainda"Quando temos acesso a um instrumento como a internet, que nos permite ser mais iguais, participar dos meios de comunicação não apenas ouvindo, mas interagindo, dando a nossa opinião, aumenta a nossa responsabilidade", ressalta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em vídeo sobre internet e redes sociais. Ele afirma ser contra qualquer veto à utilização da internet, mas lembra que as pessoas precisam ser responsabilizadas pelos seus atos também na rede.
No vídeo, Lula fala das mudanças da comunicação entre sua época sindical e os tempos atuais e ressalta que todo o espaço de liberdade é também de responsabilidade. O ex-presidente afirma que as críticas fazem parte da democracia, mas que devem ser sempre fundamentadas para evitar a disseminação de informações falsas."A crítica faz parte da democracia que a internet permite a todos nós todos os dias".
Sobre sua página no Facebook, Lula diz estar "feliz que tenha 500 mil pessoas seguindo" e convoca todos a ajudar com apoio e críticas para que o país avance ainda mais. Ele lembra que na área de internet ainda há muitos desafios, como levar computador e banda larga a toda população e garantir um acesso igual à informação.
Vídeo: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Dilma Ditadora!
29 de Janeiro de 2014, 10:52 - sem comentários aindaCalma, gente!
Não acho a Dilma ditadora, embora ela tente passar uma imagem de durona, a prática concreta expõe sua fragilidade política e seu governo está longe de ser considerado um governo forte, quanto mais ditador. É uma tecnocrata à qual falta o gingado político de um Lula, por exemplo.
Dilma ditadora é a parte do script que esqueci de relatar nos artigos publicados ontem (Não é a copa, é o pré-sal! e Expandir fronteira agrícola e de quebra instalar uns misseisinhos a 700 km de Moscou!) e que tanto faz falta aos mentores dos ataques que o Brasil vem sofrendo.
Dizia ontem que "Primeiro, noticiário negativista diuturnamente para criar o clima de instabilidade. Segundo, colocam-se facções da sociedade nacional em confronto direto e depois se justifica a intervenção externa", mas esqueci de apontar que, para que se consiga o apoio das massas tanto nacionais como estrangeiras, é preciso um Terceiro Ponto: grudar o rótulo de Ditador no peito do governante de plantão e o de Libertários e Democratas, defensores do povo, nos manifestantes oposicionistas.
Desde que os EUA sofreram uma derrota no Egito, com a derrocada de seu aliado Hosni Mubarak, eles rapidamente aprenderam a lição e inverteram o jogo. Começaram atacar alvos estratégicos para seus interesses comerciais e industriais (ou seja, países que atrapalham os negócios das transnacionais petroleiras e da indústria de energia), criando ou se apropriando de movimentos oposicionistas nacionais, gerando a instabilidade interna, rotulando os governantes de ditadores e finalmente tentando algum tipo de intervenção direta ou branca. Síria e Ucrânia são exemplos disso. Não que os governantes de plantão destes países fossem exemplos de democracia, mas com certeza não são piores "ditadores" que seus oposicionistas a serviço do grande capital e de governos estrangeiros.
Essa é a peça que falta no script dos golpistas aqui no Brasil. Rotular Dilma como Ditadora. Anos atrás, eles até podem ter pensado que seria fácil, dado a fama de durona de Dilma. Mas como seu governo, além de suportar todo tipo de baixaria da oposição e das velhas mídias, ainda coloca rios de dinheiro nos velhos meios de comunicação que diuturnamente detonam o Governo Federal e não se mostra confortável em fazer intervenção bruta direta contra os manifestantes... fica difícil rotulá-la como ditadora.
Os golpistas dançaram?
Qual o que? Eles não se deram por vencidos. Usam as forças das Polícias Militares sob o comando de governos estaduais de direita para reprimir os manifestantes e rapidamente colocam a culpa no Governo Federal.
Muitos incautos compram o discurso dos maleintencionados de direita e saem pelas ruas protestando contra a violência da PM estadual, mas acusando Dilma e Lula, quando na verdade quem ordena a ação da PM é o governador do estado e seu secretário de segurança, sobre os quais os petistas Dilma e Lula não tem o menor controle, principalmente se forem ligados a partidos conservadores neoliberais antipopulares.
Foi isso que vimos nas ruas de São Paulo e de outras capitais recentemente. É isso que vemos nas redes sociais nos perfis de pessoas teoricamente tidas como esquerdistas, progressistas, assim como, por oposicionistas direitistas.
Governadores de direita liberam as forças mais primitivas das PMs para reprimir e assassinar manifestantes ao mesmo tempo em que a imprensa e os manifestantes malintencionados ou pagos pelos patrões conservadores, tratam de culpar Dilma e Lula pela repressão das PMs Estaduais, como se estas fossem comandadas por Brasília e de lá recebessem ordem.
Como a comunidade internacional não conhece a estrutura das polícias brasileiras acaba acreditando que é a polícia de Dilma ou a polícia do Brasil que está reprimindo os manifestantes. Em junho de 2013, até a Telesur, um canal de televisão mantido pelo governo bolivariano da Venezuela, transmitiu essa ideia várias vezes em seus noticiários.
E diante do silêncio do Governo Federal e, até mesmo, do medo por parte dos estrategistas eleitorais petistas, a Comunicação, tanto a governamental, como a petista, não contrapõe a falsa versão lentamente trabalhada pela oposição e pela velha mídia. E esta vai tornando-se verdade, tal como dizia a regra clássica de Goebbels, o chefe da propaganda nazista "Uma mentira repetida 1000 vezes vira verdade".
E desta forma, o que parecia impossível há 1 ano, vai se tornando fácil para a turma que quer ver o Brasil mergulhado em mais 20-30 anos de retrocesso neoliberal ou ditatorial.
E não tem culpa Dilma?
Sim, Dilma, Lula, FHC, Itamar, Collor, Sarney e seus respectivos partidos, tem culpa por isso sim. Nenhum deles teve coragem de colocar as PM de volta nos quartéis da Aeronáutica, Exército e Marinha, de onde saíram durante a Ditadura Militar para reprimir a oposição democrática e de esquerda. Nenhum deles teve a coragem de promover a desmilitarização e a unificação das polícias. Cada um a seu modo, afirmou ter coisas mais prioritárias a fazer e o resultado é que pode acabar sobrando para o governante de plantão a pecha de Ditador porque governadores estaduais deram carta branca para suas PMs agirem violentamente.
O Governo Federal precisa parar de afagar os governos estaduais de Direita.
Dilma precisa desautorizar seu Ministro da Justiça que vive a correr atrás dos agressores prometendo-lhes apoio e reforço logístico.
Dilma precisa deixar as barbies que a rodeiam no planalto, colocar o pé no barro e agir para que o democrático direito à manifestação seja garantido e não seja usurpado por forças das trevas políticas, sociais e econômicas.
Os petistas e aliados precisam descer do salto alto do "já ganhou" e do "Dilma já está reeleita".
É preciso que se aponte uma saída pela esquerda, popular e democrática com soluções concretas para os principais problemas da população.
É preciso juntar-se ao povo, não só para ganhar o pleito eleitoral, mas para governar o Brasil para as massas e COM as massas e imprimir reformas necessárias, tais, como, política, judiciária, das polícias, sindical, educacional, etc que deem mais poderes aos Trabalhadores e façam nossa frágil Democracia avançar.
Se Dilma e o PT não o fizer, outros com certezas o farão e quando se derem conta da própria "esperteza" será tarde para chorar o leite derramado ou se fazer de vítima do retrocesso instalado.
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Expandir fronteira agrícola e de quebra instalar uns misseizinhos a 700 km de Moscou!
28 de Janeiro de 2014, 15:59 - sem comentários aindaDiscutir a questão ucraniana sem conhecer a história do país eslavo ou sob a ótica dos tempos atuais leva a generalizações e banalizações
A questão ucraniana é muito mais complicada que uma mera disputa ocidente-oriente, ditadura-democracia, prisão-liberdade e tem origens em tempos remotos.
Poucos no ocidente sabem ou procuram saber que o primeiro estado russo fundado em 882 tinha como capital Kyiv e se chamava Kyivskaya-Rus (a Rússia de Kyiv). Não era propriamente um estado nacional unificado e centralizado, mas uma federação de condados e principados eslavos sob o domínio da dinastia kyiviliana. Geograficamente falando, a Kyivskaia-Rus tinha aproximadamente 1.330.000 km² e ocupava o território europeu das atuais Russia, Belarus e Ucrânia, onde viviam cerca de 5,4 milhões de pessoas.
Com o tempo, outros principados russos foram se fortalecendo e esvaziando o poder de Kyiv que mesmo assim continuou sendo considerada a capital até a invasão tartaro-mongol em 1237-1240. Em 1243 o príncipe de Vladimir, Yaroslav Vsievolodovitch, é reconhecido como o mais velho príncipe russo e, naturalmente, Vladimir passa a ser a cidade oficial de residêndia do chefe de estado. Aos poucos o poder vai deixando Kyiv e se transferindo para Vladimir e dali para Moscou. Em 1331 o principado de Vladimir passa a integrar o principado de Moscou, mas só em 1428 acontece a incorporação total de Vladimir à Moscou.
Obviamente, este processo todo não acontece sem disputas, guerras, traições e negociatas. E são elas que podem conter a origem das atuais disputas e rivalidades entre os khakhols (ucranianos) e os mascalins (moscovitas, russos).
Apesar disso, os atuais belarrussos, russos e ucranianos, como eslavos que são, lutaram juntos contra a invasão tartaro-mongol e juntos reconstruiram o país que viríamos a conhecer como Império Russo e juntos fizeram a revolução de 1917 que daria origem à URSS - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Assim sendo, a economia, a organização social e política, as tradições culturais de ucranianos, russos e belarrussos estão intrinsica e historicamente ligadas, além de serem complementares.
Setores inteiros da economia ucraniana dependem de insumos de empresas russas e belarrussas, assim como vários setores economicos russos e belarrussos dependem do fornecimento ucraniano.
Há uma complementariedade entre a economia ucraniana e russa. Uma tem energia e a outra tem terras agriculturáveis, que juntas fazem a indústria funcionar.
Mas, só por isso os ucranianos devem ficar junto aos russos aos invés de unir-se à UE?
A Ucrânia, assim como qualquer outro país, pode e deve ser independente. Mas essa independência não pode significar apenas a troca do amo. "Libertar-se" da Rússia para entregar-se ao domínio europeu ocidental, não seria propriamente uma libertação, como apregoam os eurocentristas e os meios de comunicação comerciais e patronais.
É preciso entender que a Europa não está preocupada com a Liberdade dos Ucranianos, nem com a falta de democracia no país.
Os bárbaros europeus estão preocupados apenas com sua própria segurança alimentar e a Ucrânia tem as melhores e mais férteis terras do continente europeu. As terras pretas da Ucrânia são altamente produtivas e suficientes para produzir alimentos baratos para toda a Europa. É nestas terras pretas e na mão-de-obra barata da Ucrânia que o europeus estão de olho.
Geeopoliticamente falando, europeus e os EUA também gostariam de poder instalar bases militares e uns misseizinhos a menos de 700 km de Moscou. Afinal no século passado a barbárie europeia promoveu 2 grandes guerras e nas duas não conseguiu derrotar os russos e ucranianos, quando estes lutaram juntos.
As manifestações que há quase 2 meses tomam conta das praças de Kyiv, não são necessariamente um movimento popular e democrático como podemos ver no artigo Anarquista ucraniano alerta sobre a influência fascista na oposição ucraniana. Há muita grana dos neoliberais e nazistas europeus. É um movimento com fortes traços nazistas e eurocentristas que visa tão somente dividir os povos eslavos para torná-lo slaves (escravos).
Há de se considerar ainda, que a Ucrânia não é um país monolítico. Não existe UMA Ucrânia. Aquele país é dividido em 4 países, no mínimo. Há o leste pró-russo, proletário e industrial. Há o ocidente, pró-europa, ultranacionalista e agrário. Há a região central, com Kyiv a frente tentando se equilibrar entre eles (leste e oeste) e ainda há Odessa, que não é russa, ucraniana ou judia, mas a síntese de toda esta mistura.
O ocidente ucraniano lutou contra os soviéticos e apoiou a ocupação nazista. No leste e na região central da Ucrânia, também tiveram lugar lutas contra o poder soviético, mas com viés anarquista, de esquerda, demandando o aprofundamento da revolução de 1917.
Quem já esteve no ocidente ucraniano sabe como é a presunção de superioridade racial dos ucranianos ocidentais e como é ridículo o que eles falam ou como tratam os demais povos.
E o que isso tem a ver conosco, brasileiros?
Embora pareça não ter uma ligação direta, o que está acontecendo na Ucrânia atualmente segue o mesmo script adotado em outras rebeliões tidas como populares que tiveram apoio da UE e dos EUA e grande cobertura favorável da mídia comercial e patronal. O mesmo script pode estar sendo aplicado no Brasil neste exato momento.
Primeiro, noticiário negativista diuturnamente para criar o clima de instabilidade. Segundo, colocam-se facções da sociedade nacional em confronto direto e depois se justifica a intervenção externa.
Lá na Ucrânia, o objetivo é ferir de morte a Rússia, uma das novas potências mundias, integrante dos Brics. Mas nem Europa nem Estados Unidos tem culhões para fazer uma intervenção direta no reinado de Putin. Usam para isso os laranjas ucranianos para criar a instabilidade, quitar-lhe as terras agriculturáveis e manter a Rússia ameaçada instalando bases militares e misseis em território ucraniano a poucos quilometros de Moscou e São Petersburgo, só para citar as mais famosas e principais cidades russas.
Aqui no Brasil, a questão é o Pré-Sal. Os laranjas estão a serviço de quem quer o controle total do petróleo Pré-Sal, cujo leilão não agradou aos esquerdistas, mas desagradou muito mais às grandes transnacionais petroleiras e ao maior consumidor mundial do combustível fóssil.
Embora, entre os manifestantes brasileiros e ucranianos exista gente bem intencionada, por trás de muitos movimentos estão fundações estrangeiras e suas aliadas nacionais com um mesmo modus operandis, com um mesmo patrão.
No caso Ucraniano há grupos declaramente nazistas, como o Svoboda, abertamente à frente dos protestos de Kyiv. No Brasil, destróem patrimônio público, incendiam ônibus e até fuscas de trabalhadores, repetindo práticas nazistas de amedrontamento da população.
O importante para essa gente é criar o caos, a instabilidade, a ideia de falta de governo e de poderes estabelecidos, que faz a opinião pública nacional e internacional acreditar na inevitabilidade da intervenção externa, de modo a impor um gerente mais confiável ao sistema capitalista internacional.
Nem no caso do Brasil, nem da Ucrânia, toda a agitação política dos últimos tempos deve ser tratada apenas como uma mera disputa nacional. Esta última, aliás, é usada apenas para encobrir a disputa geopolítica internacional, onde o que se busca é acesso fácil e barato a recursos naturais abundantes ao mesmo tempo que se tenta coibir o crescimento de possíveis novas potências políticas, sociais, econômicas, militares mundiais.
Anarquista ucraniano alerta sobre a influência fascista na oposição ucraniana
28 de Janeiro de 2014, 13:38 - sem comentários aindaUcrânia - Tahrir-ICN - A seguir foram traduzidos por Carlos Serrano Ferreira os trechos de uma entrevista sobre a situação ucraniana. Foram cortados pela extensão outros pontos da mesma que não remetem para a informação dos processos em Kiev. Aos interessados na leitura da transcrição completa, numa versão em inglês, pode acessar na página de Tahrir-ICN.
Foto: Militantes da opositora e fascista ucraniana Svoboda.
Na Rádio Asheville FM, baseada no oeste da Carolina do Norte, foi ao ar uma fascinante entrevista com um anarcossindicalista ucraniano chamado Denys, da União do Trabalhador Autônomo. Na entrevista, Denys desmascara muitos dos mitos que cercam os protestos do Euromaidan na Ucrânia, e explica os motivos por trás das estórias e da propaganda que estão circulando em torno dos protestos.
Por que o Acordo de Livre Associação com a UE (que beneficiaria, sobretudo, os ultrarricos oligarcas da Ucrânia) deliberadamente está sendo interpretado como uma integração real? Os líderes ucranianos recuaram da assinatura no último minuto. Enquanto isso, a Rússia está tentando atrair a Ucrânia para sua União Aduaneira oferecendo à Kiev um acordo para uma compra prometida de bilhões de euros de produtos ucranianos e um desconto de 30% do preço do gás natural russo.
Denys explica que quando os protestos começaram a classe política da Ucrânia foi pega de surpresa. No entanto, a oposição, uma coalizão com inclinações para a extrema-direita (com o fascista Svoboda sendo o mais visível de todos eles) rapidamente se reagrupou e transformou a rua em sua máquina de relações públicas. A oposição tinha em seus planos mobilizações massivas, como o líder do fascista. Svoboda declarou numa entrevista em março de 2013. Evidências surgiram de que os líderes da oposição planejam derrubar o atual governo com o apoio financeiro e político da conservadora alemã Angela Merkel , dos líderes de Bruxelas da União Europeia, e com o apoio visível dos Estados Unidos, cujo seu enviado, o conservador John McCain foi a estrela convidada do Euromaidan .
Dois meses depois que começaram, os protestos do Euromaidan principiam a diminuir, apesar de serem fortemente incentivados pelas elites políticas conservadoras e governos da Europa e dos Estados Unidos. Estes protestos foram controlados pelos políticos que tomaram a prefeitura de Kiev [... onde podem ser vistas a neonazista cruz cristã do orgulho branco, orgulhosamente exibida pela oposição em seu "Quartel-General Revolucionário", a Câmara Municipal de Kiev, que ocuparam no início de Dezembro.
É difícil dizer quem está mais desesperado – o governo ou a oposição, mas esta anunciou que iria se concentrar nas próximas eleições presidenciais, previstas para daqui 18 meses, embora não seja muito claro que candidato irão apoiar. O "Pátria", bem como o governante Partido das Regiões, do atual presidente Viktor Yanukovych, procuram esfaquear pelas costas à Vitali Klitschko, provavelmente para abrir espaço para o seu homem, Arseniy Yatseniuk, ou para o líder do Svoboda (Liberdade), Oleh Tyahnybok (ou talvez para Tymoshenko, por cuja libertação da prisão o Ocidente faz enormes pressões).
Klitschko, já promovido pelos líderes conservadores da Europa como seu favorito, anunciou um mês antes do Euromaidan que irá disputar as eleições presidenciais de março 2015.
No entanto, o líder do Svoboda (Liberdade) expôs seus planos para assumir Kiev numa entrevista em março 2013. Um mês após esta ocorreram protestos de rua que não conseguiram exigir eleições antecipadas para prefeito de Kiev, o que teria levado à expulsão de um dos aliados do presidente Viktor Yanukovich de um poderoso posto.
Sete meses mais tarde a oposição usou os protestos de rua contra o governo para ganhar o oder na Ucrânia. Os resultados têm sido muito proveitosos para o partido Svoboda (Liberdade). No dia 1 º de janeiro, o Svoboda liderou uma marcha de mais de 15.000 nacionalistas para comemorar o aniversário do colaborador nazista morto Stepan Bandera.
Klitschko tentou desassociar o Euromaidan da marcha de Bandera, mas isso carece de significado, pois ele se aliou à Tyagnybok e demonstrou a sua vontade de colaborar com o Svoboda. Muitos participantes do Euromaidan expressaram sua desaprovação em relação à marcha de Bandera, mas muitas das mesmas pessoas expressaram seu desejo de não dividir os protestos, o que significa que continuarão de boa vontade a colaborar com os nazistas. Isto permitiu essencialmente ao Svoboda estabelecer a hegemonia entre os participantes do Euromaidan, bem como na capital.
Nesta entrevista, Denys explica quais são os fatos reais e como eles são refletidos num labirinto de espelhos deformados, o qual se deve remover do caminho para se compreender a realidade da vida na Ucrânia, um país onde "as pessoas estão indispostas com o Estado, com o Ministério, com o Tribunal, com os Oligarcas, com os Canalhas e um Parlamento que não presta contas, com todos de uma vez, com as mesmas personalidades de sempre".
A transcrição da entrevista com Denys foi ligeiramente editada a partir da linguagem falada para uma forma escrita, para maior clareza. Você também pode ouvi-la clicando aqui.
Denys: É necessário distinguir entre dois Euromaidans. O primeiro, que ocorreu em 21 de novembro, onde participaram pessoas de classe média que, em sua maioria, queriam a assinatura desse acordo com a União Europeia. No entanto, hoje, dois meses depois, a maioria das pessoas nas ruas está preocupada com questões bem mais práticas, como a brutalidade da polícia, que foi exibida na noite de 1º de dezembro e, geralmente, não estão felizes com o governo e com o presidente. Assim, a integração europeia continua a ser uma questão mais ampla, mas hoje está em segundo lugar.
Quanto aos protestos pró-governo estão em causa: as pessoas que participaram deles foram levadas pelo governo em ônibus para Kiev para o fim de semana. Estes protestos não foram honestos. Muitas pessoas que trabalham para o governo, como professores, médicos e assim por diante, foram informados por seus chefes que eles têm de fazê-lo. Então, era como obrigatório para eles. Eu não diria que isso era um protesto real. Mas, em relação às pessoas que apoiam a União com a Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão, sim, existe essa opinião e, como um todo, o país está dividido mais ou menos metade à metade em relação à integração na União Europeia ou à União Aduaneira.
O problema é que a segunda posição não é muito representada nos meios de comunicação de massa, que se inclinam para o outro sentido (pró-UE). E, geralmente, essas pessoas que apoiam a União Aduaneira não têm o hábito de protestar. Elas vivem em cidades menores e, portanto, não são representados na mídia tanto quanto aqueles que vivem na capital.
Também os partidários da União Aduaneira têm líderes políticos muito estúpidos. Por exemplo, a principal força política que organizou esses protestos em favor da União Aduaneira, teve como seu principal ponto de propaganda anti-UE a alegação de que a esta trará o casamento entre as pessoas do mesmo sexo e as coisas não tradicionais que, supostamente, não seriam bem acolhidas pela população ucraniana. Eles até inventaram o termo "euro-sodoma", como em Sodoma e Gomorra.
E a outra força política que apoia a União Aduaneira é o Partido Comunista da Ucrânia, que por muitos anos não tem nada que ver com o comunismo, o seu programa político e sua agenda podem ser melhor descritos como conservadores, como um partido social conservador. Se você o comparasse com a Marie Le Pen, você não iria encontrar muita diferença entre eles.
Rádio Asheville FM: Há em suas palavras e em seu imaginário uma espécie de clamor pelo retorno para a era soviética e por tornar a se juntar com os outros países do Leste Europeu?
Denys: Sim, é claro que eles especulam sobre isso, porque os laços entre as pessoas comuns ainda são muito fortes. Você sabe, muitas pessoas têm parentes na Rússia, para não mencionar as coisas, uma comum cultura de massa. Muitas pessoas veem os canais de televisão russos, o que é muito normal na vida das pessoas comuns em regiões do leste, do sul e central.
As pessoas na região do centro e do sul têm muitas coisas em comum com os russos, em seu estilo de vida, e eles não sentem que são iguais ao povo europeu.
Mas, ao mesmo tempo, uma grande parte da população ucraniana vive agora no exterior, na União Europeia, especialmente na Espanha, Itália, Polônia, República Checa e Portugal. Principalmente pessoas das regiões ocidentais, mas não exclusivamente.
Rádio Asheville FM: Entre os partidários versus os detratores da inclusão na UE eu posso ver uma divisão de acordo com as normas sociais, como você mencionou, então as pessoas que talvez sejam mais liberais socialmente inclinam-se talvez para o Ocidente, com as suas mais progressistas leis e casamentos gays, e do outro lado, na direita, há uma orientação mais conservadora, mais ortodoxa – uma igreja ortodoxa diferente da ortodoxa russa – tenho certeza de que, dependendo de onde você está no país ou em que setor econômico você se insere, você vai fazer mais negócios em geral com o Oriente ou com o Ocidente. Mas, você diria que as duas posições são basicamente mais voltadas para a liberalização da economia e o enfraquecimento dos direitos dos trabalhadores na Ucrânia, ou é uma espécie de vínculo falso para os trabalhadores na Ucrânia?
Denys: Primeiro de tudo, você falou sobre a prevalência de um liberalismo social entre os ucranianos pró-UE. Eu realmente não concordo com isso. Existe essa impressão porque os protestos pró-UE são dirigidos por pessoas educadas de classe média que têm um tipo de agenda mais social liberal.
Mas ainda assim é mais como uma cultura de direita versus uma cultura de direita.
Assim, por exemplo, regularmente as pessoas no Euromaidan rezam juntas publicamente , todos juntos. Então, novamente, sobre a questão do casamento gay : a maioria das pessoas que defendem a integração à UE nunca aceitariam isto.
De fato as questões sociais relativas aos direitos dos trabalhadores não estão absolutamente na agenda. A classe operária, como classe, não participa de maneira nenhuma nestes eventos. Os trabalhadores naturalmente tomam partido, mas eles não são organizados em entidades de classe, como, em sindicatos, como tal, eles simplesmente não participam nestes eventos. E eles têm boas razões para isso, porque ambos os lados apenas tratam de questões culturais, políticas, que não têm qualquer ligação direta com as necessidades de um trabalhador médio.
Os manifestantes que apoiam a UE tem uma visão totalmente falsa sobre a Europa como um paraíso onde tudo está bem, tudo está muito melhor do que na Ucrânia ou que em qualquer outro lugar. É inútil dizer-lhes sobre os protestos no seio da UE e sobre os programas de austeridade. Eles simplesmente não ouvem e dizem: "Ah, então você acha melhor se juntar à Rússia, não é!"
Portanto, esta falsa escolha é avassaladora, e eu acho que o mesmo poderia ser dito sobre o lado oposto. A agenda esquerdista, a agenda dos direitos dos trabalhadores, não está presente em qualquer destas praças onde as pessoas protestam.
Rádio Asheville FM: Isso deve ser uma posição bastante frustrante. Tudo bem, eu acho como um anarquista que isto pode abrir todos os tipos de possibilidades e questões, quando eles dizem: "Bem, você deve ser pró-Rússia, se você é contra isso", pode-se dizer: "Bem, na verdade, há outro caminho". Achas que isto permite um monte de conversas?
Denys: "Não. As pessoas estão muito sobressaltadas, estão muito nervosas. Hoje e talvez em todos os outros dias da última semana, você poderia estar em perigo real, se você começar a dizer algo assim, porque você seria imediatamente considerado um provocador do partido no poder. Na verdade, houve um par desses incidentes no Euromaidan, quando pessoas de diferentes grupos de esquerda estavam tentando fazer exatamente o que você está dizendo, e alguns deles foram espancados muito severamente, outros foram apenas expulsos. Isso ocorre porque as pessoas comuns mostram algum interesse, às vezes, mas o outro problema é que entre os ativistas no Euromaidan, entre a segurança e os responsáveis locais (os organizadores dos protestos), entre os que fazem as coisas, há forte infiltração pelos grupos de extrema-direita que realmente têm suas próprias coisas para dizer para a esquerda. E eles têm a confiança do das pessoas comuns, dos políticos, por isso, se algum nazista novo que conhecemos diz: "Oh, meu Deus, olha, estes são os comunistas, estes são provocadores, eu acho que eles apenas apoiam Yanukovych", ninguém mais ouvirá você. Você seria expulso.
Esta é a histeria em massa na qual eu acho que não é possível fazer muita agitação, mas acho que no próximo ano teremos muito mais possibilidades, porque, dado o estado terrível das finanças públicas da Ucrânia, eu acho que durante nos próximos dois meses os protestos poderiam ser transformados em algo mais próximo de uma agenda social e econômica.
Rádio Asheville FM: Esperamos que sim. Você pode falar um pouco mais sobre o sistema político da Ucrânia? Que espécie de partidos devem nossos ouvintes conhecer para obter uma compreensão básica sobre a dinâmica e quais as posições existentes na Ucrânia sobre a adesão à UE ou à União Aduaneira?
Denys: A política parlamentar ucraniana consiste basicamente em dois grandes partidos políticos. Estes têm agendas sociais, políticas e econômicas bastante idênticas. Ambos podem ser descritos como populistas de centro-direita. Um partido é o Partido das Regiões, que é o partido no poder, e do qual o presidente Yanukovych é o chefe, e o governo é composto pelos membros desse partido. A oposição é composta por um bloco de três partidos da oposição parlamentar, que são basicamente o mesmo, a única diferença é que eles falam ucraniano. Estes partidos de oposição têm sua base eleitoral nas regiões central e ocidental da Ucrânia, enquanto o Partido das Regiões possui sua base mais entre os que falam russo. Estes especulam sobre essas diferenças culturais, uma vez que os seus eleitores vivem nas regiões sul e leste. Estes partidos reúnem talvez 60% dos votos. Também há o partido "comunista" da Ucrânia, sobre o qual eu já falei. E, um dos partidos dessa chamada Oposição Nacional Democrática é o Svoboda, que é traduzido como "liberdade", mas na verdade é um partido de extrema-direita, idêntico aos outros atuais partidos populistas de extrema-direita em outros países europeus. A maioria dos partidos políticos que descrevi apoia a integração na União Europeia, incluindo a maioria dos empresários que apoiam o Partido das Regiões do presidente Yanukovych.
Na verdade, ao longo deste ano, surgiu uma oposição baseada em fundamentos conservadores pró-russos, dentro do Partido das Regiões, mas foi severamente reprimida. O pretenso líder desta oposição, um membro do parlamento, foi expulso do Parlamento sob a justificativa de que ele teria manipulado as eleições no seu círculo eleitoral.
Até o final de novembro tudo apontava que a Ucrânia iria assinar o Acordo de Associação com a UE, porque todo mundo estava interessado nisso.
Então as coisas mudaram rapidamente, tanto quanto podemos entender, quando o presidente e o primeiro-ministro olharam para os números e eles perceberam que não poderiam fazer isso, porque o comércio é com a Rússia e pela situação das finanças públicas – que não tem dinheiro, e que o orçamento está quase vazio e não poderíamos arcar com os prejuízos que seriam provocados pelo referido Acordo de Associação. É óbvio que ninguém leu esse acordo integralmente (até naquele momento), pois (até o momento em que se recuou), o primeiro-ministro e o presidente foram os principais euro-otimistas no país.
Durante a noite eles se tornaram os principais eurocéticos.
Rádio Asheville FM: Era o plano de reestruturação do Fundo Monetário Internacional parte na entrada na União Europeia, ou era uma coisa separada que de repente surgiu quase ao mesmo tempo para o partido de Yanukovych?
Denys: Estas são duas coisas separadas, que estão unidas pelo fato de que o governo ucraniano precisa desesperadamente de dinheiro. Então, eles decidiram pressionar a União Europeia para que ajudassem a Ucrânia a negociar melhores condições de obtenção num empréstimo junto ao FMI.
Isso ocorre porque o FMI exige as mesmas medidas que como costuma fazer a muitos países. Eles impõem condições muito duras, tais como o aumento do preço do gás para a população e a desvalorização da moeda nacional. E o governo se recusou a fazer isso nos últimos anos, e isso seria certamente um suicídio político para qualquer político que tentasse fazer isso agora, quando estamos a apenas um ano das eleições presidenciais.
Rádio Asheville FM: Pelo que entendi o FMI exige um aumento de 40% do preço do gás natural em um país que é muito frio, certo?
Denys: Sim.
Rádio Asheville FM: Isso parece um suicídio político. Eu posso ver isso, com certeza.
Denys: Hoje, a principal força política no panorama da extrema direita na Ucrânia é, inegavelmente, o Svoboda. Se eu tivesse que apresentar alguma comparação, eu os compararia com os outros atuais partidos de extrema direita do leste europeu, como o partido húngaro Jobbik, com o qual eu penso que os ouvintes americanos podem estar cientes. Houve um grande escândalo quando um par de anos atrás eles receberam muitos votos na Hungria. Svoboda é praticamente a mesma coisa, é um partido político que tem seu próprio projeto de uma chamada "constituição nacional", que traria muitas coisas horríveis, como a pena de morte para o que chamam de "atividades anti-ucranianas", sem definições do que seriam essas "atividades". Basicamente, qualquer coisa contrária ao espírito desse partido poderia ser considerado "anti-ucraniano".
Hoje, no Euromaidan, eles estão conclamando a uma greve política, mas, na verdade, o que a maioria das pessoas simplesmente não percebe é que no projeto do Svoboda de nova constituição a greve política seria uma ofensa criminal.
Rádio Asheville FM: É um estado de exceção para eles, eu tenho certeza.
Denys: Sim. O paradoxo é que eles se tornaram extremamente populares entre a classe média liberal educada das áreas urbanas, especialmente em Kiev. Então, hoje Kiev vota Svoboda, como as regiões ocidentais da Ucrânia fazem, porque eles apenas dizem: "Bem, eu não sei qual é o seu programa. Eu não li nada sobre isso, mas eles parecem tão duros, eles são caras legais, e eu tenho certeza que ao menos eles iriam quebrar os pescoços dos corruptos que estão agora no partido governante".
Isto é, naturalmente, uma grande reminiscência das situações históricas em outros países no século 21.
Eu não quero parecer demasiado em pânico, mas há algumas características semelhantes, porque as pessoas burguesas da classe média não veem nada de errado com isto. E, até certo ponto, eles estão certos, porque, se a extrema-direita ganha todo o país, essas pessoas não sentiriam grandes dificuldades em sua vida. As principais dificuldades seriam para a extrema esquerda, contra todos os partidos de esquerda e movimentos , e para as minorias étnicas e para as minorias raciais.
Mas as pessoas normais não sentiriam nada, pelo menos por algum tempo, e esse é o problema.
Igualmente outro fato interessante sobre o Svoboda: eles passaram por uma mudança de marca e agora eles se chamam "liberdade". Esta é uma palavra genérica para a direita europeia, mas até 2005 ou 2004, eles se chamavam Partido Nacional Socialista da Ucrânia. [Nota do transcritor no original: Na verdade, o atual líder do Svoboda disse que todos os ucranianos devem se tornar nazistas].
Rádio Asheville FM: Você tem algo a dizer sobre o partido Assembleia Nacional da Ucrânia?
Denys: Eles não são muito influentes agora. Eles costumavam ser um poderoso partido de extrema-direita nos anos 1990, quando realmente tiveram seus próprios soldados paramilitares, e até mesmo um semi-exército. Seus combatentes participaram na guerra da Chechênia e noutras guerras do Cáucaso e na Transnístria. E, sim, eles foram muito assustadores. Mas, hoje eles são apenas, principalmente, um clube para os nazistas que não gostam do Svoboda.
[...]
Rádio Asheville FM:Para trazê-lo de volta para aos protestos, inicialmente o Euromaidan começou no dia 21 de novembro com 2.000 pessoas que se reuniram e ocuparam a Maidan de Kiev. É a praça da Independência, certo?
Denys: Sim.
Rádio Asheville FM:E, Maidan significa praça?
Denys: Sim.
Rádio Asheville FM: Você pode falar um pouco sobre a Revolução Laranja e as comparações que foram feitas entre os protestos que estão acontecendo agora e a escala desses protestos e talvez a falta de escala nas demandas das pessoas nas ruas?
E podes comparar o EuroMaidan com a revolução laranja?
Denys: Bem, uma coisa que foi proeminente nos acontecimentos da Revolução Laranja foi o foco numa só pessoa.
Todo mundo estava gritando "Yushchenko", o nome do presidenciável e, nesse momento, toda a esquerda estava criticando a revolução laranja por isso, porque não dedicavam atenção a outros problemas vitais, eles só gritavam "Yushchenko" e pensavam que ele era o Messias que iria resolver as coisas.
Mas, hoje eles não têm mesmo isso e ainda não dedicaram nenhuma atenção às questões "do pão e da manteiga". As grandes massas de pessoas têm a ilusão acerca do conto de fadas da Europa, que querem aderir. E ninguém diz nada sobre o verdadeiro conteúdo desse Acordo de Associação com a UE.
Sim, agora eu percebo que a mobilização já é maior do que nos eventos de 2004, por isso, potencialmente, a oposição detém um grande recurso, mas o problema é que eles realmente não sabem como usá-lo.
Podemos ler nas entrevistas dos políticos que participaram da Revolução Laranja como os políticos controlavam a multidão com muito mais força.
Por exemplo, um político recentemente deu uma entrevista e disse: "Você sabe por que naquela época a Euromaidan era totalmente laranja e agora têm diferentes bandeiras de diferentes cores? Bem, isso não é uma coincidência. É apenas porque em todos os dias em 2004 nós trouxemos 300 novas bandeiras laranjas.
Eles controlavam a multidão, deram as bandeiras e fizeram o seu trabalho de organização de forma mais eficiente do que agora. Atualmente, a oposição parlamentar esteve apenas respondendo a uma mobilização espontânea; eles não ordenaram isto e simplesmente não sabiam o que fazer nos primeiros dias. Nesta situação, mais uma vez, o partido mais preparado acabou por ser o Svoboda. Ele é o único partido que tem seus próprios ativistas, que podem fazer coisas no campo. Então, eles obtém atualmente o máximo benefício, como parece agora.
Rádio Asheville FM: Como é que os meios de comunicação na Ucrânia tratam disso como interagiram com o movimento Euromaidan e qual é a estrutura de propriedade dos meios de comunicação na Ucrânia. Que tipo de influências as diferentes estações têm?
Denys: Ah, é uma história muito interessante, pois em 2004, durante a Revolução Laranja, todos os meios de comunicação foram fortemente censurados a esse respeito e todas as pessoas estavam assistindo o Canal 5. Este foi o único canal de TV transmitindo todos estes eventos, porque o seu proprietário era Petro Poroshenko, um político da oposição. Hoje, a estrutura de propriedade não é melhor para a oposição, mas ainda assim todos os principais canais de televisão e, geralmente, todos os principais meios de comunicação, estão cobrindo a história bem de perto. Quando ocorreu a sangrenta repressão, todos os principais canais pertencentes aos oligarcas mais ricos cobriram quase ao vivo, mostrando a polícia de choque batendo em pessoas e dizendo o quão terrível é isso e assim por diante.
Isso mostra que os proprietários dos meios de comunicação não estão realmente felizes com o atual presidente, e esta foi uma grande novidade para a maioria dos ucranianos também. Porque há uma popular crença de que todos os oligarcas estão por trás do atual presidente, mas, como pudemos ver agora recentemente, os consultores empresariais do presidente ucraniano Yanukovich realmente irritaram os magnatas da mídia, que são os proprietários de grande parte do PIB da Ucrânia. Eles não estão muito felizes com a família do presidente fazendo coisas que não deveriam fazer com os seus negócios. [...]
Fonte: Diário Liberdade
Não é a copa, é o pré-sal!
28 de Janeiro de 2014, 12:32 - sem comentários aindaUma pessoa com ligações no serviço de inteligência da PF comentou que tem gente preparando atos terroristas no Brasil entre maio e junho.
A PF está monitorando distintos movimentos em várias capitais do país.
O que a pessoa não soube informar é se a PF está monitorando apenas os movimentos de esquerda ou também agrupações de direita.
Embora possa ser enquadrada na velha teoria da conspiração, a informação acima não pode ser considerada como improvável.
Vejamos o que está acontecendo em vários países do mundo. Síria e Ucrânia são exemplos recentes. Cria-se um clima de instabilidade, coloca-se facções da sociedade nacional em confronto e depois se justifica a intervenção externa.
Aqui no Brasil, a questão não é a Copa, nem os serviços públicos. É o Pré-Sal. Os laranjas estão a serviço de quem quer o controle total do petróleo Pré-Sal, cujo leilão não agradou aos esquerdistas, mas desagradou muito mais às grandes transnacionais petroleiras e ao maior consumidor mundial do combustível fóssil.
Embora, entre os manifestantes brasileiros exista gente bem intencionada, por trás de muitos movimentos estão fundações estrangeiras e sua aliadas nacionais com um mesmo modus operandis, com um mesmo patrão.
Quando se queima o velho fusca de um pobre serralheiro, fica evidente que os pobres não são a causa de certos movimentos.
O importante para essa gente é criar o caos, a instabilidade, que faz a opinião pública nacional e internacional acreditar na inevitabilidade da intervenção externa, seja ela militar ou através do financiamento de campanhas eleitorais, de modo a eleger um gerente mais confiável ao sistema capitalisa internacional.