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Blog Comunica Tudo

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Este blog foi criado em 2008 como um espaço livre de exercício de comunicação, pensamento, filosofia, música, poesia e assim por diante. A interação atingida entre o autor e os leitores fez o trabalho prosseguir. Leia mais: http://comunicatudo.blogspot.com/p/sobre.html#ixzz1w7LB16NG Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives

As rapidinhas do Sr Comunica - discutir e dialogar

4 de Setembro de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda
1 - Sobre diplomas jornalísticos, obrigatórios ou não, penso que existam pontos mais importantes para se debater antes. A qualidade das faculdades brasileiras; como jornalistas, diplomados ou não, são absorvidos pelo mercado e como nele se comportam; ética jornalística, tanto para as empresas quanto para os nossos colegas; como os oligopólios midiáticos do Brasil influenciam o exercício e a carreira dos jornalistas. Depois, penso que o debate sobre o diploma teria validade, mas somente depois.


2 - Tenho notado nos debates sobre educação (ensino fundamental e médio) muitas preocupações. Deve-se utilizar computadores, notebooks ou tablets nas escolas? Deve-se aumentar a carga horária? Deve-se colocar em cada classe um professor auxiliar? Deve-se usar a progressão continuada, também conhecida como aprovação automática? Muito se discute, mas para mim ainda falta o essencial: um debate sério sobre a própria estrutura educacional, com pouco mais de dois séculos e quase inalterada em todo o mundo. Perguntas simples talvez resolvam: o que a escola realmente ensina? Estamos conseguindo formar cidadãos críticos e socialmente ativos? Será que nossas escolas não estão voltadas somente a formar trabalhadores, mão de obra para o mercado?

3 - Assusta-me, agora e sempre, como a mídia noticia as dezenas de incêndios sucessivos em São Paulo. Um fenômeno nunca visto anteriormente em nenhum lugar do mundo e digno de fazer inveja ao imperador Nero, aquele que incendiou Roma. Precisamos debater o papel da mídia (em modo de oligopólio) no Brasil.




Castells: como elites estão rompendo o pacto social

4 de Setembro de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda
Com argumentos inconsistentes e sem visão de futuro, Ocidente constroi um Estado de Mal-estar. Para enfrentá-lo, novas alianças serão indispensáveis
Por Manuel Castells | Tradução: Daniela Frabasile

O que estamos vivendo em todo o mundo, no contexto da crise financeira, é uma transição – do Estado de Bem-estar social para um Estado de Mal-estar. Na convenção do Partido Republicano, nos Estados Unidos, realizada em Tampa, semana passada, aclamou-se um programa baseado na proposta de Orçamento apresentada por Paul Ryan, o líder mais carismático da direita. Implica cortar serviços públicos; reduzir maciçamente os impostos pagos pelos endinheirados e grandes empresas; manter os que são exigidos dos setores médios e baixos. Alega-se que, assim, será possível reduzir o déficit orçamentário (principalmente através dos cortes de despesas) e estimular o investimento (porque os ricos supostamente investiriam com o dinheiro disponível, o que contraria a evidência empírica dos últimos vinte anos…).


Quem se importa? Há economistas que constroem gráficos para justificar qualquer coisa. O importante é ter o poder de fazer. Os republicanos controlam a Câmara, graças à ingenuidade de Obama. E se Romney e Ryan chegarem à Casa Branca, a castigada sociedade estadunidense deverá chorar e ranger os dentes – com o apoio da maioria de homens brancos, que são tão racistas quanto são antigoverno por ideologia. O mais espantoso é o projeto de liquidar gradualmente a Medicare, programa de saúde pública dos Estados Unidos para os idosos. É possível imaginar uma política mais abertamente antissocial, que retira a cobertura médica dos idosos aposentados? Era impensável – mas em tempos de crise financeira, tudo é possível. Inclusive a perspectiva de que uma crise causada pela liderança financeira resulte no salvamento das instituições financeiras e na recompensa milionária seus executivos (com salários e cortes de impostos), para penalizar os mais vulneráveis com a remoção de elementos essenciais de proteção social.

Não se trata, como sabemos, apenas de uma questão da política norte-americana. A estratégia de Angela Merkel e dos demais governantes europeus – com o premiê espanhol Mariano Rajoy pedindo que salvem o país (e a si mesmo) – não é diferente. Trata-se de aproveitar o medo dos cidadãos para chegar ao poder; fazê-los acreditar que precisam escolher entre austeridade e caos; e acabar – com o apoio do empresariado sem visão de longo prazo – com algo que era marca da sociedade europeia: o Estado de Bem-estar social.

É agora ou nunca. É preciso parar de gastar com seguro-desemprego, porque beneficia jovens vagabundos, sem respeito pela autoridade. Com os pacientes, porque consomem remédios demais (e como as empresas farmacêuticas poderiam prosperar?). Com os professores, que não desistem de ser educadores – em vez de meros gestores de depósitos de crianças. E inclusive com funcionários públicos considerados heróis da sociedade: bombeiros, policiais e demais agentes de segurança, mal-pagos, maltratados e obrigados às vezes a prender pessoas com quem se solidarizam.

Argumenta-se que em tempos de crise não se pode manter esses luxos. Esquece-se que só é possível sair da crise com produtividade e competitividade, o que requer educação, pesquisa, serviços públicos eficientes. As contas de dona-de-casa do premiê Rajoy não servem a uma economia moderna. O problema não é gastar mais do que se recebe, mas gastar mal, ao invés de investir em recursos humanos e empreendedorismo que pode melhorar a economia real e criar mais riqueza. Uma estupidez percorre a Europa: a ideia de que o Estado de Bem-estar social é caro e insustentável, porque o envelhecimento populacional significa menos trabalhadores ativos e maior número de inativos (que estão mais caros, porque não têm a decência de morrer quando devem…). No fundo, trata-se do triunfo de uma mentalidade segundo a qual a vida é produzir e consumir. Sustento que se trata de um absurdo, tanto em termos humanos quanto estritamente técnicos.

O Estado de Bem-estar é a base da produtividade e da solidariedade social. No livro que publiquei alguns anos atrás, com Pekka Himanen, sobre o modelo finlandês, mostramos como a produtividade e competitividade da Finlândia – uma das mais altas na Europa, e superior à alemã – baseava-se na qualidade de capital humano, da educação, das universidades, da pesquisa. E também da saúde pública (sem corpore sano não há mens sana).

Nestas condições, surge um círculo virtuoso: o Estado de Bem-estar social gera capital humano de qualidade, que gera produtividade, que permite financiar sobre bases não inflacionárias o Estado de Bem-estar. Se as partes se desconectam, o sistema afunda. Porque o argumento do suposto desencontro entre trabalhadores ativos e inativos, que inviabilizaria uma Previdência digna não leva em contam fatores essenciais. Por exemplo: o importante não é o número de pessoas que sustentam o sistema, mas a produtividade gerada por eles para custear o apoio aos aposentados. Se, além disso, os benefícios sociais forem oferecidos por um Estado de Bem-estar dinâmico, apoiado nas tercnologias de informação, os custos são reduzidos. De modo que é os benefícios são perfeitamente sustentáveis, desde que ampliem a produtividade da economia, e diminuam a ineficiência no Estado não por meio do desemprego – mas de uma modernização organizativa e tecnológica do setor público.

Mas há algo ainda mais importante. O Estado de Bem-estar social não foi um presente de governos ou empresas. Resultou, entre 1930 e 1970, de potentes lutas sociais, que conseguiram renegociar as condições de repartição da riqueza. Estabeleceu, como resultado, uma paz social que permitiu concentrar esforços em produzir, consumir, viver e conviver.

Agora, questionam-se as bases desta convivência. Péssimo cálculo. Porque a destruição deliberada do Estado de Bem-estar social conduzirá ao surgimento de um Estado de mal-estar de perfis sinistros. E isso não acaba assim. Novos movimentos estão se gestando, unindo indignados e sindicatos. Daí poderão surgir um novo Estado e um novo Bem-estar.




Tentativas de censura a jornalistas e blogueiros aumentam com a proximidade das eleições municipais no Brasil

3 de Setembro de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda
Por Natalia Mazotte

A cerca de um mês das eleições municipais no Brasil, as notícias de cerceamentos judiciais a jornais e blogs se multiplicam. Nesta segunda-feira, 3 de setembro, o jornalista Fernando Conceição denunciou ter sido vítima de tentativa de censura por parte de um candidato a prefeito de Salvador, de acordo com o site Polícia e Política.

O político e empresário Mário de Mello Kertész foi à justiça exigir a retirada do blog do repórter de uma série de matérias publicadas no jornal A Tarde que denunciam um rombo de 200 milhões de dólares na prefeitura durante a gestão do candidato, informou o site Uol. Conceição chegou a ser notificado por um oficial de justiça para cumprir a exigência, mas uma decisão liminar divulgada nesta terça, 4 de setembro, deixou em suspenso o pedido de Kertész, conforme o jornalista relatou em sua página.

O site Jornal Oeste também foi alvo da Justiça Eleitoral e ficou proibido de publicar matérias sobre as eleições em Cáceres, no interior do Mato Grosso, por supostamente dar tratamento prioritário a um candidato à prefeitura da cidade, informou a Gazeta Digital nesta segunda, 3 de setembro.

No último sábado, 1º de setembro, o blogueiro Tarso Cabral Violin denunciou em seu site a tentativa de censura do prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, que ingressou com uma ação e conseguiu na justiça a aplicação de duas multas que somam o valor de mais de R$ 100 mil ao blogueiro, de acordo com o portal Terra. "Simplesmente essa sanção é uma 'pena de morte' ao Blog do Tarso, um blog que é um hobby, sem fins econômicos, que existe para fazer controle popular da Administração Pública e para discutir política e Direito", criticou Violin.

Em outro episódio recente, classificado como censura prévia ilegal pela Associação Nacional de Jornais,agentes da Polícia Federal invadiram o jornal Correio do Estado, no Mato Grosso do Sul, sob determinação de uma juíza eleitoral, para impedir a circulação da edição de quinta-feira, 30 de agosto, por supostamente conter resultados de uma pesquisa eleitoral.

A perseguição judicial vem se tornando um entrave à liberdade de imprensa no Brasil, acirrado em períodos eleitorais. Organizações internacionais já alertaram para o risco de censura togada. Em relatório divulgado no início de 2011, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) demonstrou preocupação com a "perseguição judicial" a jornalistas. Uma análise do site alemão Deutsche Welle (DW) sobre a situação da liberdade de imprensa brasileira constatou que os interessados em impedir que uma informação venha a público encontram na justiça um instrumento de fazê-lo.




Pussy Riot: “Amo a Rússia mas odeio Putin”

3 de Setembro de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Numa entrevista ao Spiegel, Nadezhda Tolokonnikova, uma das intérpretes do grupo de intervenção feminista punk Pussy Riot, fala sobre a importância do julgamento que levou à sua condenação a dois anos de prisão por “hooliganismo motivado por ódio religioso”, sobre as motivações da banda e sobre o sistema repressivo de Putin.

Nadezhda Tolokonnikova, que respondeu às perguntas do Spiegel através do seu advogado, e que é apresentada por este semanário como sendo a líder política do grupo, afirmou que não se arrepende de ter participado na iniciativa anti Putin que teve lugar na catedral ortodoxa do Cristo Salvador, em Moscovo, e que levou à sua condenação, juntamente com mais duas intérpretes do grupo.


“Em última análise, penso que o nosso julgamento foi importante porque mostrou a verdadeira face do sistema de Putin”, adiantou Tolokonnikova. "Este sistema proferiu uma sentença contra si mesmo, ao condenar-nos a dois anos de prisão sem que tivéssemos cometido crime algum. Isto certamente me alegra”, frisou.

Nadezhda Tolokonnikova sublinhou ainda que “o sistema repressivo de Putin está a colapsar”, já que o mesmo “não pertence ao século XXI, lembra muito as sociedades primitivas ou os regimes ditatoriais do passado".

Sobre as suas motivações, a intérprete da banda de intervenção feminista Pussy Riot avançou que está a lutar para que a sua filha “cresça num país livre” e que está determinada a combater “os maiores males”, pondo as suas “ideias de liberdade e feminismo em prática”.

Segundo esclarece Nadezhda Tolokonnikova, as Pussy Riot esperam conseguir “uma revolução”. “Nós queremos despertar a parte da sociedade que tem permanecido politicamente apática e que optou por não trabalhar ativamente os direitos civis e ficou confortavelmente em casa. O que vemos agora é uma divisão entre o governo e uma maioria silenciosa dos russos”, asseverou Tolokonnikova.

Para a ativista, “a omnipotência de Putin é uma ilusão”, sendo que “a máquina de propaganda exagera os poderes do presidente”. “Na realidade, o presidente é pequeno e merece pena. Podemos vê-lo nas suas acções tanto pessoais como políticas. Se um líder se sentir confiante, por que razão opta por lidar com três activistas desta forma?" questionou.

Nadezhda Tolokonnikova esclareceu ainda que as Pussy Riot fazem parte de “um movimento global anti-capitalista” e o seu “anti capitalismo não é anti Ocidente ou anti Europeu”. Por outro lado, a ativista recusa a acusação de Putin de que a banda ataca a religião. “As Pussy Riot nunca atuaram contra a religião. A nossa motivação é puramente política”, destacou.

(Publicado por Esquerda.Net)




10 perguntas sobre incêndios em favelas

3 de Setembro de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda
10 perguntas sobre incêndios em favelas 
Mais um incêndio atingiu ontem mais uma favela da cidade de São Paulo - desta feita, as vítimas foram os moradores da Favela do Piolho, no bairro do Campo Belo, na zona sul da capital, numa área que fica próxima, bem pertinho mesmo do aeroporto de Congonhas, imponentemente encravado em região nobre da metrópole. Em 2012, foi o trigésimo segundo incêndio dessa natureza em São Paulo (média de quatro por mês); já tinham sido registrados outros 79, no ano passado. Só ontem, quase 300 casas foram destruídas e mais de mil pessoas ficaram desabrigadas. Não tenho, confesso, condições de fazer afirmações. Mas, como sugeria e ensinava o filósofo grego Sócrates, ao reconhecer que "só sei que nada sei", posso fazer perguntas. Questionar não ofende. E ajuda a pensar. Minhas dúvidas:

1) Será que a Prefeitura de São Paulo nos considera mesmo tolinhos e imagina que vamos acreditar, num exercício de fé profunda, que os incêndios são apenas coincidências, lamentáveis tragédias?


2) Incêndios em favelas nessa quantidade acontecem em alguma outra cidade do planeta? Ou São Paulo é um foco isolado, um ponto fora da curva, uma "metrópole incendiária exclusiva"?

3) Será que apenas os moradores de favelas não sabem acender o gás ou riscar um fósforo, não sabem lidar com o fogo?

4) Por que essa mesma quantidade de incêndios não acontece em condomínios de luxo dos bairros nobres da cidade?

5) Por que a Prefeitura paulistana, à época da administração de José Serra, desativou o Programa de Segurança contra Incêndio, implantado durante a gestão da prefeita Marta Suplicy e que tinha como propósito justamente desenvolver ações de prevenção e orientação especificamente em favelas? E por que o atual prefeito, Gilberto Kassab, não retomou o programa?

6) Por que os bombeiros e as demais autoridades públicas responsáveis pelas investigações não conseguem explicar ou definir as causas e os responsáveis pelos incêndios, com os laudos finais invariavelmente apontando para "motivos indeterminados"?

7) Será que o que de fato move esses incêndios é uma deliberada política de higienização e limpeza social, destinada a expulsar os moradores das favelas, que "enfeiam as paisagens", para aproveitar os terrenos finalmente "limpos" para a especulação imobiliária, tornando assim a fotografia da capital "mais bela e atraente"?

8) Por que nenhum jornal de referência e de grande circulação faz as perguntas que devem ser feitas, com intuito de construir a melhor versão possível da realidade?

9) Por que os repórteres de emissoras de rádio e de TV que transmitem informações ao vivo sobre os incêndios (incluindo os repórteres aéreos) parecem sempre mais preocupados com os reflexos dos incêndios sobre o trânsito, em apontar rotas alternativas para os motoristas, do que em dedicar atenção às vítimas das tragédias (muitas fatais) ou à destruição de casas e de sonhos?

10) Por que nos acostumamos aos incêndios nas favelas e passamos a considerá-los algo "natural, normal", como se já fizessem parte da paisagem urbana e do cotidiano da metrópole, aceitando resignadamente a banalização da tragédia e da violência? Em que lugar do passado ficou perdida nossa capacidade de indignação e de reação?

Publicado por Francisco Bicudo, em seu blog