Este blog foi criado em 2008 como um espaço livre de exercício de comunicação, pensamento, filosofia, música, poesia e assim por diante. A interação atingida entre o autor e os leitores fez o trabalho prosseguir.
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Você pode ganhar 'Jimi & Janis' e mais
29 de Setembro de 2012, 21:00 - sem comentários aindaEm abril de 2011, Rafael ficou tetraplégico após uma queda de 9 metros de altura. Após muito tempo hospitalizado, este meu amigo já está em casa e em processo de recuperação. É fato que este processo é demorado e, mais do que isso, bastante caro.
Bandas e músicos de Itu, interior de São Paulo, já organizaram um show para colaborar com Ferraz. Agora foi uma artista que fez a doação de uma obra para arrecadar fundos para o tratamento. O quadro com Jimi Hendrix e Janis Joplin é este que aparece na imagem e você, de qualquer parte do país, pode colaborar com a recuperação de um dos melhores músicos que conheço. Afinal, esperamos vê-lo tocando novamente em breve.
Você pode ganhar Jimi, Janis e também a certeza de estar colaborando com alguém muito talentoso, amigo e grande parceiro. Leia abaixo como colaborar:
Sorteio do quadro "Jimi&Janis" de 1,20 x 1,60m da artista Nancy R M Carpi. O dinheiro arrecadado será usado somente para ajudar em minha reabilitação. Todo gasto será inclusive informado por mim com fotos, cópia de comprovantes e notas.
Há várias formas de você me ajudar:
Você pode escolher números disponíveis entre 1201 e 2000, levar o canhoto e aguardar a data do SORTEIO.
ou..
Via e-mail - ferraz.r@gmail.com - você escolhe os números disponíveis e avisa a data do depósito. A partir da comprovação enviarei um e-mail que servirá de comprovante dos números que comprou.
Santander
Banco - 033
Agencia - 0065
Conta Poupança - 60-000312-3
Rafael Ferraz Carpi de Andrade Lima
CPF: 328.834.058-59
!Após deposito, favor enviar número da transação ou comprovante para confirmar!
!Após confirmação você receberá e-mail que será seu comprovante para o sorteio!
Além disso, o quadro ficará exposto em lugares que informarei em breve. Nos locais haverá um bloco e você pode escolher entre os números disponíveis.
“Enfrentamos um processo de glorificação da despolitização”
29 de Setembro de 2012, 21:00 - sem comentários aindaFoto: Bruna Cabrera/Especial Palácio Piratini |
Por Marco Aurélio Weissheimer no RS Urgente
Entrevistei para a próxima edição do Adverso, publicação da Adufrgs Sindical (Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior de Porto Alegre) a cientista política Céli Pinto, professora do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Na entrevista (disponibilizarei o link aqui assim que a entrevista for publicada), Céli Pinto analisa a atual conjuntura política do país a partir de três processos que vem ocorrendo simultaneamente: o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), as eleições municipais e os trabalhos da Comissão da Verdade para investigar os crimes da ditadura.A professora da UFRGS critica o processo de espetacularização do julgamento em curso no STF e identifica um preocupante quadro de esquizofrenia política no país com a degradação do quadro partidário, advertindo para os riscos da campanha sistemática contra a política e contra os políticos. Céli Pinto enxerga no horizonte uma configuração paradoxal que define como “o pior dos mundos”. Se por um lado os governos Lula e Dilma trazem consigo enormes avanços sociais, no plano de valores parece haver um avanço conservador:
“Há uma falta de vontade política de enfrentar mais de frente as forças conservadoras deste país. Essas forças conservadores ganham, por um lado, com o crescimento econômico e o aumento de consumo, e, por outro, há um avanço de valores conservadores, de avanço de valores das igrejas pentecostais e da igreja católica, dando o tom do que pode e do que não pode no país. Então, temos uma combinação que é o pior dos mundos. E esse pior dos mundos não é contra o desenvolvimento social. Nem a Igreja Católica nem os pentecostais são contra o aumento do consumo e de emprego. Muito menos a burguesia brasileira, desde que não haja aumento de poder das pessoas, que divida um pouco a imensa concentração de poder que há neste país”.
Como agravante, temos ainda uma campanha midiática diária e sistemática contra a política e os políticos, descrita assim por Céli Pinto:
“Enfrentamos um processo de despolitização e até de glorificação da despolitização que afirma que o que é político é ruim e o que não é político é bom. Esse discurso vem sendo repetido incessantemente, dia e noite. Em sempre disse para meus alunos e em entrevistas que eu não acreditava que a grande mídia dominava corações e mentes em lugar nenhum do mundo e muito menos no Brasil; que se dominasse o Lula não teria sido presidente da República ou o Olívio não teria sido governador aqui no Rio Grande do Sul. Mas, neste momento, eu acho que há uma influência sim, muito mais espalhada, menos política, mais na escala de valores, que está muito entranhada nas pessoas. Você pega um táxi, vai a um consultório, conversa com as pessoas e quase todas estão falando mal da política e dos políticos. Esse discurso é repetido à exaustão diariamente na mídia: os políticos são corruptos, não são sérios, não trabalham”.
Integrante da Comissão Estadual da Verdade no Rio Grande do Sul, ela define um dos principais objetivos desse trabalho: “queremos contar a história de quem foi preso, torturado, morto ou desaparecido e também apontar quem torturou e matou. Queremos mostrar que a tortura, a morte, o desaparecimento e a humilhação não foram exceções, mas sim uma política de Estado”.
(Lido no Com Texto Livre)
A Educação Proibida / La Educaión Prohibida
28 de Setembro de 2012, 21:00 - sem comentários ainda
"A Educação Proibida é um documentário que se propõe a questionar as lógicas da escolarização moderna e a forma de entender a educação, mostrando diferentes experiências educativas, não convencionais que propõem a necessidade de um novo modelo educativo.
A Educação Proibida é um projeto realizado por jovens que partiram da visão de quem aprende e que embarcaram numa pesquisa que cobre 8 países realizando entrevistas com mais de 90 educadores de propostas educativas alternativas. O filme foi financiado coletivamente graças a centenas de co-produtores e tem licenças livres que permitem e incentivam sua cópia e reprodução.
A Educação Proibida se propõe alimentar e lançar um debate de reflexão social sobre as bases que sustentam a escola, promovendo o desenvolvimento de uma educação integral centrada no amor, no respeito, na liberdade e na aprendizagem."
Para ver as legendas no Youtube, clicar no ícone "CC".
(8 países, 2012, 145min. - Produção Colaborativa)
Agradecimentos ao Partido Pirata Argentino pela sugestão e links.
Download:
Para baixar o documentário em alta qualidade (HD) use plugins como o Downloadhelper (no navegador Firefox) quando visualizá-lo no Youtube;
ou então, baixe pelo site do documentário.
Legendas em pt-br
(Publicado no Docverdade)
O risco do "efeito borboleta" no noticiário sem contexto
27 de Setembro de 2012, 21:00 - sem comentários ainda O risco do "efeito borboleta" no noticiário sem contexto
Por Carlos Castilho
A crise mundial deflagrada pelo vídeo sobre o profeta Maomé mostrou com cores dramáticas a relevância adquirida pelo contexto na transmissão de notícias, especialmente quando elas circulam de forma quase instantânea pela internet.
A contextualização deixou de ser um requinte jornalístico para converter-se em elemento capaz de deflagrar as mais diversas e estapafúrdias reações a partir de um mesmo fato, dado ou evento. Trata-se de um processo em cadeia que, uma vez iniciado, se autorreproduz e é quase impossível de controlar.
O vídeo sobre o profeta, cujo objetivo ainda é um mistério, mexeu com ressentimentos entre seguidores do islamismo provocando protestos carregados de ódio, que não levaram em conta a indigência mental do diretor e o fato de que o filme seguramente não sairia da obscuridade, caso não gerasse uma crise de proporções globais.
Mas a coisa não parou aí. Os protestos em países árabes geraram novas notícias que alimentaram outros preconceitos porque também circularam pelo mundo afora sem estarem inseridas no contexto adequado. Formou-se, assim, uma sequência potencialmente catastrófica em que uma noticia descontextualizada alimenta outras igualmente ambíguas, tornando a reversão extremadamente difícil.
A velocidade com que as notícias circulam hoje no mundo — e o fato de poderem ser captadas por indivíduos vivendo em situações de grande tensão social, política, cultural e econômica — cria uma situação parecida com a de uma roleta russa: pode não dar em nada mas há o risco de uma tragédia de proporções imprevisíveis, como a que estamos assistindo agora.
A diatribe anti-islâmica do polêmico vídeo provocou protestos e repressão, daí para debates sobre censura, liberdade de expressão e para a Assembléia Geral das Nações Unidas. A falta de contexto transformou o debate mundial sobre censura e liberdade de expressão num diálogo de surdos, porque as partes envolvidas veem apenas o seu lado. Um americano e um árabe dificilmente chegarão a um acordo sobre liberdade de expressão porque ambos vivem histórias, culturas e realidades econômicas muito diferentes. É inviavel julgar o outro pelos proprios padrões.
Contextualizar não significa apenas acrescentar antecedentes e consequências aos fatos e dados noticiados. Implica tentar entender o outro lado para evitar que percepções diferentes sejam tratadas como manifestações de insanidade ou passionalismo. A ausência dessa preocupação é histórica no exercício do jornalismo, apesar da regra básica da profissão ser a de sempre ouvir o outro lado. O problema é que a regra virou um procedimento burocrático.
A consciência de que a contextualização não é uma fórmula automática aumenta a responsabilidade dos jornalistas na hora de produzir uma notícia. O fato objetivo passa a ser menos importante, como é o caso do vídeo sobre o profeta Maomé. O vídeo em si nunca chegaria às manchetes dos principais jornais. Mas os protestos que gerou e que estão ligados diretamente ao contexto de quem recebe a informação, fez toda a diferença.
O que torna a questão do contexto ainda mais complexa é o fato de que o público passou a ter responsabilidades quase idênticasàs dos jornalistas na hora de repassar notícias. A nossa cultura nos induz a sermos irresponsáveis quando entramos no processo boca a boca de transmissão de um fato, dado ou evento novo. A falta de compromisso com o contexto é uma herança dos tempos em que a informação era escassa e concentrada nas mãos da imprensa. Se a notícia estava errada ou descontextualizada, a culpa era dos jornalistas e todos lavavam as mãos em relação às consequências.
Hoje, os profissionais perderam o controle no fluxo das notícias e a responsabilidade com a contextualização passou a ser compartilhada por todos os que participam da corrente informativa. Uma informação, aparentemente sem importância, pode deflagrar uma sucessão de eventos imprevisíveis, como no "efeito borboleta". Segundo a teoria do caos, o mundo está tão interligado que a agitação das asas de uma borboleta na China poderia provocar um furacão no Paraguai.
Conheça o projeto da Faculdade Popular de Comunicação e Cultura da Maré
25 de Setembro de 2012, 21:00 - sem comentários ainda Quando a organização social Observatório de Favelas iniciou o processo de pensar a Escola Popular de Comunicação Crítica (Espocc), a entidade partiu da formulação de três perguntas básicas para consolidar o projeto: se a favela poderia construir suas próprias representações; se ela poderia identificar e resolver seus problemas de comunicação e se a comunicação aí produzida poderia ser sustentável. Bem, a escola tornou-se uma referência, trouxe o debate sobre a publicidade crítica para diferentes realidades e acaba de fundar a sua agência-escola, onde os alunos experimentam planejamento, ferramentas e ações na área de comunicação integrada e publicidade afirmativa com clientes de verdade. Toda essa experiência acumulada será útil no próximo e ambicioso passo da ONG: a Faculdade Popular de Comunicação e Cultura da Maré (Fapocc).Publicado em Nós da Comunicação
A Fapocc Maré será uma instituição com extensão, graduação e pós-graduação em comunicação social, produção cultural e artes visuais instalada no meio do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, para produzir conhecimentos de excelência em um território que está comumente marcado por sentidos negativos.
"Partimos do ponto que as favelas já têm uma rica produção cultural que merece ser afirmada. É uma faculdade popular, mas com a ambição de repercurtir na cidade e em todo o Brasil a mobilização em volta da cultura, da arte e da comunicação social", diz o professor do departamento e Geografia da Universidade Federal Fluminense Jorge Barbosa, coordenador de desenvolvimento institucional. "Não vai ser uma faculdade nos moldes tradicionais e terá uma ampla vocação para a geração de produtos e serviços nas áreas da cultura, publicidade e comunicação que permita a sustentabilidade do empreendimento."
A faculdade estará alinhada aos pilares do Observatório de Favelas, como explica o fundador da ONG, Jaílson de Souza: "Formar novos 'intelectuais' na cidade - especialmente de origem popular, mas também de outros espaços sociais urbanos; produzir conceitos, metodologias, tecnologias sociais e práticas voltadas para 'desnaturalizar' a realidade social hegemônica; difundir essas produções e, por fim, mobilizar diferentes atores e redes de modo a construir uma nova hegemonia na cidade, na direção de uma utopia social realizada por sujeitos concretos e reais", lista o geógrafo, sociólogo e educador.
A instituição está sendo organizada para ser sem fins lucrativos, se aproximando de um modelo de faculdade comunitária, propondo o ensino, a pesquisa e a extensão de forma intrínseca como a universidade pública, mas sendo em parte mantida pelos recursos internos gerados pela produção de vídeo, fotografia e arte. "Queremos que a Fappoc Maré tenha em seu quadro um maior número de estudantes bolsistas (cerca de 2/3) que não paguem financeiramente a mensalidade, mas que possam investir tempo de trabalho, por exemplo, na institucionalização da extensão, promovendo propostas de atividades para outros jovens", calcula Jaílson.
Desse modo, a sustentação e a organização financeiras não teriam como principal fundo o pagamento da mensalidade por parte dos estudantes, exigindo um processo de captação de recursos mais ousado. "Interessa-nos, por exemplo, ter patrocínio de recursos públicos, que contribua para manutenção da estrutura como bibliotecas e um centro de informática", diz Jaílson. "Assim como a participação da iniciativa privada, fundações, nacionais e internacionais, além de empresas específicas diretamente ligadas às formações dos cursos de comunicação, artes visuais, produção cultural." Outro modelo previsto para contribuir com o financiamento seria um similar ao do Canal Futura, com cotistas responsáveis pelas despesas de manutenção durante um período de tempo mais prolongado.
Além de dar significado a um espaço não aproveitado, o projeto tem em vista ampliar o capital cultural, simbólico e técnico de jovens moradores de subúrbios e favelas do Rio de Janeiro, para que possam atuar de modo criativo e crítico em seus territórios e no cotidiano da cidade. "O jovem ingressará na faculdade como sujeito-autor, por meio da apresentação de seu projeto que a passagem pela Fapocc ajudará a viabilizar", explica Jaílson. "Queremos que se consolide um processo capaz de agir no sentido da democratização da comunicação, viabilizando os meios de acesso e permanência, de produção de informação e conhecimento."
A expectativa é que os primeiros alunos comecem a estudar em 2014. "O plano de desenvolvimento será apresentado ao MEC no final do ano, para iniciar as atividades daqui a dois anos", prevê Jorge Barbosa. "Já temos um prédio para isso, teremos um projeto arquitetônico - salas de aula, laboratórios, estúdios - e ao longo de 2013 vamos fazer toda essa infraestrutura para abrigar essa nova faculdade pioneira no Brasil, um campus universitário dentro da favela."
Jaílson de Souza resume: "Estamos propondo que a dimensão cultural da Maré esteja cada vez mais em evidência, no reconhecimento, na permanente transformação desse território como local de invenção, de criação, de produção de saberes múltiplos. Significa dizer que somos alimentados pelas experiências, formas de viver e se inserir no mundo em que os diferentes sujeitos estão na Maré, tanto os oriundos dela como os muitos outros que nela chegam e criam a cada dia."