Na era da Inteligência Artificial: Qual é o Desafio Humano?
9 de Setembro de 2025, 15:49A inteligência artificial não está inviabilizando essa ou aquela profissão, mas inviabilizando esse ou aquele ser humano. Não se trata de uma ameaça abstrata ou distante a “carreiras” ou “mercados”, mas a experiências de vida, identidades, histórias e sonhos.
Sou um jornalista formado que viu seu espaço de criação textual ser reduzido por Apps que, apesar de mais rudimentares que a IA atual, escrevem textos sozinhos há muitos anos. Hoje sou também músico, compositor e arranjador autodidata que perdeu 80% a 90% de sua renda na música digital. E não há mágica ou fórmula secreta que mude esse cenário. É a realidade que bate à porta da arte, do jornalismo, do trabalho humano.
Mas a questão não é lutar contra a IA, pois isso seria tão inútil quanto resistir às mudanças históricas inevitáveis. O ponto fundamental é outro: como esses seres humanos que estão se tornando obsoletos poderão viver, sentir, crescer? Não me refiro apenas ao sustento financeiro, possível de ser suprido de várias formas. Me preocupa ainda mais a perda do sentido existencial.
O que nos define, em essência, como humanos é justamente o contato, o afeto, a troca entre pessoas. Sem esse vínculo, sem essa interação, não haveria fala, inteligência ou cultura. Tenho receio de num futuro próximo (ou já no presente?) estarmos quase isolados, dialogando apenas com inteligências artificiais. Ressalto: minha reflexão não é contra a IA, nem contra a inovação. É, sim, uma interrogação sincera sobre como continuaremos a atribuir sentido à nossa existência num mundo em que a presença humana pode se tornar cada vez mais subtendida, líquida, rarefeita ou invisível.
Neste tempo de mudanças, talvez a maior luta seja por uma nova forma de se reconhecer humano. Talvez seja uma luta para não perdermos nossa humanidade, mesmo diante do espetacular crescimento tecnológico.
Nova plataforma conecta artistas, mercado e patrocinadores no Brasil
3 de Setembro de 2025, 8:37No próximo dia 4 de setembro de 2025, o cenário musical brasileiro ganha um novo aliado: o Music Stage — uma plataforma inovadora que conecta diretamente artistas, curadores, produtores, patrocinadores e contratantes em um ambiente seguro e ágil.
Criada por Adriana Belic e Leandro Cortellini, o Music Stage funciona tanto no site quanto em aplicativo, oferecendo ferramentas para cadastro personalizado, busca otimizada, negociação e contratação sem intermediários.
Essa plataforma abrange quatro áreas principais que facilitam a vida do artista:
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Booking: venda e contratação de shows.
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Sincronização: licenciamento de músicas para audiovisuais e games.
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Patrocínios: espaço para projetos musicais que buscam apoios e investimentos.
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Conteúdos: manuais, métodos, livros digitais e outros materiais para o desenvolvimento musical.
Os artistas poderão cadastrar seus shows, projetos, músicas e conteúdos, disponibilizando agenda e serviços para contratar diretamente, mediante assinatura de um dos planos disponíveis. Além disso, curadores e produtores poderão cadastrar eventos gratuitamente, enquanto patrocinadores terão acesso a projetos prontos para apoio.
Para os usuários que não são profissionais, a plataforma facilita a contratação direta de artistas para eventos corporativos e particulares, tornando o processo eficiente, prático e seguro.
Mais do que um simples marketplace, o Music Stage é um catalisador da economia criativa, fortalecendo a música autoral e promovendo a diversidade cultural do Brasil. A plataforma busca ampliar espaços de circulação, melhorar o acesso a serviços artísticos de qualidade e construir pontes transparentes entre artistas e contratantes.
Segundo Adriana Belic, diretora geral do projeto, "o Music Stage quer transformar as relações no mercado musical brasileiro, garantindo condições para que os artistas vivam de sua arte e a sociedade usufrua do poder transformador da música."
O projeto foi contemplado pelo Edital Lei Paulo Gustavo 17/2023, com apoio da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, reafirmando seu compromisso com o desenvolvimento cultural.
Conheça e acesse:
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Plataforma Music Stage
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Lançamento oficial: 4 de setembro de 2025
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Acesse: www.musicstage.com.br
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Instagram: @musicstage_br
Para os artistas que buscam crescer conectando-se diretamente com o mercado e parceiros, essa é uma excelente novidade que promete facilitar, agilizar e fortalecer sua carreira.
Fique ligado e aproveite essa oportunidade!
'Picasso - Um Rebelde em Paris', documentário chega aos cinemas brasileiros
2 de Setembro de 2025, 15:01Mais do que uma biografia, documentário mergulha na mente do mestre espanhol, nas contradições de seu caráter e no contexto histórico que o cercava
Anarquista, desconhecido e revolucionário: um novo olhar sobre o artista mais influente do século XX, 50 anos após sua morte. O documentário revela o lado mais íntimo e menos conhecido de Pablo Picasso, traçando um mapa humano e artístico de Paris - cidade que moldou sua vida e obra.
Esta é a premissa de "Picasso - Um Rebelde em Paris" ("Picasso: Un ribelle a Parigi - Storia di una vita e di un museo"), de Simona Risi, que faz sua estreia nos cinemas do Brasil no dia 11 de setembro de 2025, com distribuição da Autoral Filmes. As cidades onde o filme entra em cartaz poderão ser conferidas em @autoral_filmes.
Com participação de Mina Kavani (atriz iraniana vencedora do Prêmio Especial do Júri no Festival de Veneza 2022 por "No Bears"), o filme alterna entre o vasto acervo do Museu Nacional Picasso em Paris e os bairros que marcaram sua trajetória. Mais do que uma biografia, é um mergulho na mente de um gênio, nas contradições de seu caráter e no contexto histórico que o cercava.
"Picasso - Um Rebelde em Paris" integra o Circuito Arte no Cinema, ciclo de documentários sobre arte, cuidadosamente selecionados pela Autoral Filmes nos prestigiados mercados do Festival de Cannes e da Berlinale 2025. "Andy Warhol - Um Sonho Americano" foi o título de abertura em junho. Os próximos lançamentos nos cinemas brasileiros serão "Maldito Modigliani", que estreia no dia 13 de novembro, e "Munch - Amor, Fantasmas e Vampiras", que chega às teas no dia 4 de dezembro.
O filme se move continuamente dentro e fora do museu, que tem a maior coleção existente dedicada ao pintor com milhares de obras e material de arquivo, e segue Picasso pelos bairros parisienses onde viveu. Desde os primeiros dias em ateliês sem aquecimento até os grandes apartamentos de classe média onde seu sucesso começou: uma jornada física e intelectual para obter uma compreensão mais profunda de sua obra e espírito.
A história de uma vida e de um museu cria e desenvolve um retrato original de Pablo Picasso, delineando a natureza contraditória de seu personagem - generoso e despótico ao mesmo tempo, feito de sol e sombra, muitas vezes escondido atrás de uma máscara - e a duplicidade de seu comportamento, mesmo com as muitas mulheres em sua vida.
"Uma revolução na forma, mas acima de tudo na maneira como vemos as coisas", assim Simona Risi define o trabalho do mestre espanhol. "Nosso filme usa uma linguagem contemporânea para contar a história de um gigante do modernismo", explica. No filme, a atriz Mina Kavani nos leva a lugares como o circo, um dos favoritos do artista. Após os espetáculos, ele preenchia suas telas com acrobatas. "Em nosso documentário, o circo é uma metáfora para ilustrar a personalidade complexa do protagonista e suas dificuldades em encontrar um equilíbrio entre os opostos", resume.
A dupla natureza de seu personagem desencadeou o debate: é possível separar o artista do homem? Sempre presente no plano de fundo está a Paris da época de Picasso, também uma cidade cheia de contradições que, na virada do século, justamente quando se tornava uma metrópole aberta e moderna, demonstrava intolerância e xenofobia em relação aos imigrantes.
E Picasso era um imigrante, um anarquista entre anarquistas em Montmartre, o tipo desconfiado, alguém a ser cauteloso. Aspectos pouco conhecidos do pintor emergirão, revelando um lado dele que historiadores e estudiosos da arte estão apenas agora começando a investigar, como o fato de ele ser "um estrangeiro" em Paris.
"Picasso - Um Rebelde em Paris" inclui também análises de seus trabalhos. Descobriremos até mesmo por que é possível lançar um olhar "queer" sobre a obra do artista sem esforço. O trabalho inclui ainda leituras de trechos de cartas e livros sobre o pintor.
O filme é complementado por entrevistas com críticos de arte, curadores, intelectuais e artistas que nos ajudarão a ter acesso à mente de Picasso. Entre eles estão Cécile Debray, presidente do Museu Nacional Picasso em Paris, Annie Cohen-Solal, autora do livro "Un étranger nommé Picasso" e os historiadores de arte Marie-Laure Bernadac e Eugenio Carmona Mato.
Serviço:
"Picasso - Um Rebelde em Paris" ("Picasso: Un ribelle a Parigi - Storia di una vita e di un museo"), de Simona Risi
Estreia nos cinemas brasileiros dia 11 de setembro de 2025
Praças de exibição: @autoral_filmes
Trailer Legendado
Ficha técnica
Direção: Simona Risi
Produção: Franco di Sarro e Didi Gnocchi
Roteiro: Sabina Fedeli, Didi Gnocchi e Arianna Marelli
Direção de Fotografia: Lorenzo Giromini
Montagem: Beatrice Corti
Música original: Emanuele Matte
Elenco: Mina Kavani
Produção: 3D Produzioni e Nexo Digital
Sobre Autoral Filmes
A Autoral Filmes, fundada no início de 2025, teve sua origem através dos sócios do Paradigma Cine Arte, que desde 2010 mantém a sala de cinema que é uma instituição cultural em Florianópolis (SC).
A Distribuidora vem do desejo dos sócios de ampliar as atividades no mercado do cinema, replicando na distribuição o mesmo conceito de filmes independentes e de arte que formam seu conceito na exibição.
Como seu nome deixa claro, a Autoral Filmes tem seu foco no cinema de autor e em documentários de arte, focando em produções escolhidas a dedo, tanto nacionais como estrangeiras, prezando sempre a alta qualidade dos filmes.
Para Felipe Didoné, diretor da distribuidora, "a Autoral Filmes é a realização de um sonho, de expandir os horizontes para além da distribuição, mantendo a curadoria elegante que sempre foi o diferencial do Paradigma Cine Arte".
A empresa estreou no mercado com dois lançamentos muito bem escolhidos no mercado de cinema de Berlim deste ano. O primeiro lançamento ocorreu em junho, o documentário "Andy Warhol – Um Sonho Americano”, sobre o grande artista pop e o segundo, foi a produção francesa "A Prisioneira de Bordeaux", lançada em agosto deste ano, dirigido por Patricia Mazuy e com Isabelle Huppert e Hafsia Herzi no elenco.
Tintas para Tatuagem: O Que Diz a Regulamentação e Quais Cuidados
29 de Agosto de 2025, 19:20As tintas para tatuagem são fundamentais para o resultado artístico e, principalmente, para a segurança dos clientes. Por serem depositadas na pele de forma permanente, seu uso exige atenção redobrada quanto à composição, procedência e regulamentação.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estabelece normas rigorosas para garantir que as tintas comercializadas e utilizadas sejam seguras. A principal regulamentação está na Resolução RDC nº 55/2008, que trata da pigmentação artificial permanente da pele.
Segundo a ANVISA, somente podem ser utilizadas tintas para tatuagem que possuam registro válido na agência. Isso significa que o fabricante deve comprovar a segurança e qualidade do produto. Tintas não registradas são consideradas ilegais e podem trazer riscos à saúde, como alergias, dermatites, infecções e até intoxicações por metais pesados.
Atualmente, as marcas autorizadas pela ANVISA para comercialização no Brasil são:
- Starbrite Colors (importada)
- Electric Ink (nacional)
- Iron Works (nacional)
Marcas muito usadas, mas sem registro válido, foram proibidas, o que inclui produtos sem informações claras sobre composição e procedência. A ANVISA orienta os consumidores a sempre solicitarem informações sobre o fabricante e a validade do registro nas embalagens das tintas.
Além do controle da tinta, os estúdios de tatuagem também devem cumprir normas sanitárias rigorosas, como o uso de agulhas descartáveis, esterilização de equipamentos e fracionamento das tintas para cada cliente em recipientes próprios, evitando contaminação cruzada.
A fiscalização sobre estúdios e produtos é feita por autoridades sanitárias locais em conjunto com a ANVISA, visando proteger a saúde pública e garantir a qualidade do serviço prestado.
Por isso, é fundamental que quem deseja fazer tatuagem ou quem atua na área de tatuagem busque marcas autorizadas, exija transparência sobre os produtos utilizados e escolha estúdios que sigam as normas sanitárias vigentes.
Para verificar se uma tinta está registrada na ANVISA, é possível consultar o portal oficial da agência https://consultas.anvisa.gov.br , pesquisando pelo nome do produto, número de registro ou fabricante.
A segurança, saúde e resultado artístico dependem do respeito a essas normas que buscam proteger clientes e profissionais.
Vazamento? PF investiga suspeita em operação contra o PCC
29 de Agosto de 2025, 17:11A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para apurar um possível vazamento de informações que pode ter comprometido a megaoperação realizada na última quinta-feira (28) contra o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A suspeita surgiu porque mais da metade dos alvos com mandado de prisão não foi localizada no momento da ação. Dos 14 mandados expedidos pela Justiça Federal, oito investigados seguem foragidos, entre eles nomes considerados peças-chave no esquema criminoso de combustíveis: Mohamad Hussein Mourad e Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido como “Beto Louco”.
O que chamou a atenção da PF
De acordo com informações apuradas, vários investigados deixaram suas residências dias antes do início da operação — algo que gerou estranhamento dentro da corporação. Normalmente, em operações desse porte, há um monitoramento prévio dos suspeitos justamente para evitar fugas e garantir a eficácia das prisões.
Agora, delegados e agentes da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção (DICOR) tentam entender se houve falhas de planejamento, facilitação de agentes públicos ou vazamento de informações durante a investigação.
A dimensão da operação
A megaoperação mobilizou cerca de 1.400 agentes em ao menos oito estados, com o objetivo de desarticular um esquema bilionário de adulteração de combustíveis, fraudes fiscais e lavagem de dinheiro. Estima-se que a rede criminosa tenha movimentado quase R$ 140 bilhões, utilizando inclusive instituições financeiras e fintechs para ocultar o patrimônio ilícito.
Durante as buscas, foram apreendidos documentos e materiais que podem revelar a participação de outros grupos criminosos. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as ações recentes mostram que “o crime organizado terá que buscar novos meios para esconder suas fortunas”.
Com o inquérito em andamento, a expectativa é que a investigação aponte como os principais alvos conseguiram escapar e se houve envolvimento de servidores públicos na facilitação das fugas.
O caso segue em apuração e deve trazer novos desdobramentos nos próximos dias.